10. Pessoas amam mais cachorros do que caridade
Se você encontrasse uma carteira cheia de dinheiro na rua, a devolveria? Essa é a pergunta que pesquisadores em Edimburgo queriam responder, mas eles adicionaram algumas condições extras para tornar a questão mais interessante.
Como parte do experimento, eles deixaram um monte de carteiras espalhadas pela cidade, com o endereço do proprietário fictício que a tinha perdido. Junto com essas informações, os pesquisadores colocaram uma imagem na carteira para ver o que mais provavelmente garantiria sua devolução. As fotos variaram de recém-nascidos a filhotes de cães e casais de velhinhos adoráveis.
No interesse da ciência, os pesquisadores também deixaram algumas carteiras de controle que não continham fotografias, bem como algumas carteiras que continham indícios de que o proprietário havia doado dinheiro para a caridade muitas vezes.
Ter uma imagem de bebê em sua carteira é a melhor maneira de incentivar estranhos a devolvê-la. Mas os resultados também descobriram que carteiras contendo indícios de doações para a caridade foram devolvidas com menos frequência do que todas as outras (com a única exceção das carteiras de controle, que não continham nada).
As carteiras que sugeriam que o proprietário era um grande apoiador da caridade só foram retornadas em 20% dos casos, enquanto as carteiras contendo uma imagem de um cão foram devolvidas em 53% dos casos. Para efeito de comparação, as carteiras de controle, que não continham nada além de dinheiro, foram devolvidas 15% do tempo. Assim, de acordo com esses dados, você tem 33% mais chances de recuperar sua carteira se você anunciar que você ama cães, ao invés de fazer caridade.
9. Fazemos caridade para agradar a nós mesmos
Falando em caridade, apesar de ser, sem dúvida nenhuma, uma coisa extremamente boa, pesquisadores da Universidade de Kent (Inglaterra) descobriram que a motivação das pessoas para doar dinheiro é tudo, menos impessoal. Eles notaram que as pessoas eram naturalmente inclinadas a doar para a caridade puramente baseadas em suas próprias opiniões e gostos.
Por exemplo, uma pessoa doava para instituições de caridade prol cães simplesmente porque odiava gatos. Também foi descoberto que as pessoas eram susceptíveis a justificar não doar dinheiro para uma instituição de caridade importante simplesmente porque isso entrava em conflito com seus próprios pontos de vista pessoais, independentemente de quão informados tais pontos de vista eram.
Por exemplo, um entrevistado se recusou a enviar o dinheiro para vítimas de um tsunami em Sri Lanka porque esse dinheiro iria para “apoiar Mugabe” (presidente do Zimbábue). Ou seja, é um pouco desanimador saber que uma das coisas mais altruístas que uma pessoa pode fazer é tão facilmente afetada por seus interesses e pontos de vista pessoais.
8. Pessoas propositalmente tentam atropelar animais
Você provavelmente conhece uma pessoa que intencionalmente atropelaria um animal na beira da estrada. Em um experimento realizado por Mark Rober, engenheiro da NASA, um monte de cobras, tarântulas e tartarugas de borracha foram colocadas ao lado de uma estrada só para ver o que iria acontecer. Rober descobriu que dos mil carros que passaram pela estrada e foram documentados, 60% literalmente saíram do seu caminho para esmagar os animais.
Ou seja, os motoristas fizeram uma decisão consciente de desviar para além dos limites da beira da estrada na tentativa de matar os animais de borracha. 89% dos casos envolveram SUVs. Por outro lado, um bom número de pessoas também tentou ajudar os animais. Mas isso não muda o fato de que, quando apresentados com uma pequena cobra inocente apenas tentando seguir sua vida, mais do que uma em cada vinte pessoas arriscam suas próprias vidas somente para destruí-la.
7. Quanto mais gente, menos segurança
Você talvez já ouviu falar do efeito espectador, que é quando uma pessoa presencia algum crime ou situação de perigo e não o reporta, nem faz nada para ajudar. Parece que este efeito é tão forte que as pessoas até arriscam as próprias vidas para se conformar com ele.
Em um experimento conjunto das universidades de Columbia e de Nova York (ambas em Nova York, nos EUA), indivíduos foram colocados em uma sala sob a suposição de que tinham que preencher um questionário. Depois de um determinado tempo, uma espessa fumaça foi bombeada através da ventilação do prédio. Surpreendentemente, apesar da ameaça real que as pessoas corriam de queimarem até à morte, quanto mais participantes estivessem presentes na sala, menor a probabilidade de alguém relatar a fumaça.
Em alguns casos, as pessoas continuaram completando seu questionário enquanto a fumaça as fazia tossir e limpar os olhos em muito desconforto. Quando questionadas sobre suas razões para ficar em silêncio, muitas pessoas disseram que acharam que provavelmente não era um incêndio. Algumas tinham mesmo assumido que a fumaça fosse “gás da verdade” (para que não mentissem no questionário).
6. Voluntários trabalham menos se são pagos
O trabalho voluntário, como a caridade, é algo que deve ser recompensado. Mas, aparentemente, não deve ser recompensado com dinheiro. Pesquisadores testaram a disposição das pessoas em oferecer seu tempo para uma causa se fossem pagos para isso. Surpreendentemente, quando a pessoa recebia um incentivo monetário para concluir o trabalho, a quantidade de tempo que oferecia diminuía. Embora isso possa sugerir que as pessoas são mais propensas a fazer algo de bom quando não há nenhuma questão de recompensa financeira, isso também significa que a capacidade das organizações de aumentar seus voluntários é essencialmente limitada à vontade ou não das pessoas de ajudar – o que obviamente não é bom.
5. Assumimos que estranhos são homens
A desigualdade de gênero é certamente um tópico polêmico. Apesar do esclarecimento geral sobre o sexismo, parece que a discriminação de gênero é tão arraigada em nossas cabeças que geralmente assumimos que uma figura desconhecida é um homem, independentemente do que a evidência nos diz.
Em um experimento publicado no ano passado, verificou-se que, quando apresentadas com imagens simuladas de computador de um corpo humano, a maioria das pessoas assumia que essas imagens eram de um homem, mesmo quando mostravam um corpo ou silhueta feminino.
Se você está se perguntando por que isso é importante, pense em todas as vezes que você viu uma descrição de Deus retratado como homem. E todas as vezes que você assumiu que um médico seria um homem. Nosso hábito de identificação masculina automática pode explicar um pouco disso, e certamente apresenta um problema para quem valoriza a igualdade de gênero.
4. Somos facilmente persuadidos por “autoridades”
Se você já ouviu falar das experiências de Milgram, provavelmente está ciente do conceito de submissão à autoridade. O que é realmente surpreendente é quão pouca autoridade uma pessoa precisa a fim de persuadir as outras a fazer coisas ruins. Em um dos experimentos mais famosos de Milgram, por exemplo, participantes foram convidados a administrar pequenas doses de eletricidade a outro ser humano em um local remoto, como parte de um estudo.
À medida que a tensão aumentava, o ator sendo “eletrocutado”, que inicialmente tinha dado o seu consentimento, começou a implorar para que experimento parasse. As pessoas comuns envolvidas na pesquisa expressaram dúvidas sobre a segurança da pessoa que elas estavam eletrocutando, mas tudo o que foi necessário para fazê-las continuar com o experimento foi um homem de jaleco. E essa obediência estranha não é exclusivamente reservada para tal situação. Qualquer pessoa que sequer pareça com uma autoridade é propensa a nos persuadir.
3. Não nascemos iguais
“A prática leva à perfeição” é um dos ditados mais antigos – e falsos – que existe. Em 2013, um experimento que visava descobrir o quão rapidamente as pessoas eram capazes de compreender habilidades de xadrez e música constatou que milhares de horas de prática não significavam necessariamente que uma pessoa se tornaria um especialista.
Em outras palavras, só a prática não era suficiente para aprender uma habilidade totalmente. A capacidade inata e o talento natural desempenharam um papel muito maior do que muitos gostariam de acreditar. Embora os pesquisadores ressaltassem que a prática de fato permitia que uma pessoa se tornasse bastante hábil, a diferença entre “bom e ótimo” tinha menos a ver com a prática e mais a ver com o fato ou não da pessoa ser predisposta a ter uma afinidade natural para essa habilidade.
Isso significa que uma boa parte das crianças praticando violão na esperança de imitar seu ídolo nunca vão alcançar seu objetivo.
2. Fazemos coisas piores quando estamos tristes
Sentir-se triste, ou ter baixa autoestima, nos torna mais propensos a fazer coisas ruins ou, no mínimo, justificá-las mais facilmente.
Uma das mais famosas experiências relacionadas com esta teoria envolveu dar um grupo de estudantes um impulso a sua autoestima na forma de um teste de personalidade, rapidamente seguido por outro experimento no qual eles seriam apresentados com uma oportunidade de enganar outro estudante para ganhar dinheiro.
Os resultados revelaram que os estudantes que receberam um feedback positivo em seus testes de personalidade eram muito menos propensos a enganar outra pessoa do que aqueles que tinham recebido um feedback ruim, como se o teste revelasse que eles não eram interessantes.
Basta pensar em quantas vezes insultos muito piores são atirados nas pessoas para perceber o quanto isso pode ter consequências ruins na sociedade. E o que é responsável por essa correlação? A pesquisa concluiu que o fenômeno era devido a algo que os cientistas batizaram de “dissonância da autoestima”.
Basicamente, uma pessoa com uma opinião elevada de si acha muito mais difícil justificar uma ação imoral. É mais fácil mentir para alguém quando você tem a mentalidade de que ninguém se importa com o que você faz.
1. Sentimos menos empatia por pessoas de outras raças
Como parte de um estudo italiano sobre alívio da dor, ambos negros e brancos foram convidados a assistir a um clipe curto de mãos brancas e negras sendo picadas com agulhas, enquanto cientistas monitoravam a atividade cerebral dos observadores e seus batimentos cardíacos.
Ambos os participantes reagiram mais fortemente quando viram uma mão de sua própria raça sendo picada. Para eliminar a possibilidade de que os participantes estavam apenas imaginando suas próprias mãos, os pesquisadores também mostraram trechos de uma mão roxa brilhante sendo picada.
Ambos os participantes tiveram uma reação emocional mais forte vendo a mão roxa do que a mão pertencente a outra raça. Embora o experimento tenha sido conduzido principalmente para avaliar se os médicos tinham mais dificuldade em identificar a dor de um paciente de uma raça diferente, inadvertidamente descobriu que nós inconscientemente fazemos uma distinção entre as raças em nossas respostas emocionais.
Fonte: Hypescience.
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