Você Sabia? Pergunte Aqui!: janeiro 2014

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O surgimento da vida é um evento raro ou algo inevitável?

Por que a vida existe? Hipóteses populares creditam o feito a uma sopa primordial, um relâmpago e um golpe colossal de sorte. Mas se uma nova teoria provocativa estiver correta, a sorte pode ter pouco a ver com isso. Em vez disso, de acordo com o físico que propõe a ideia, a origem e evolução subsequente da vida segue as leis fundamentais da natureza e “deveria ser tão pouco surpreendente como rochas rolando ladeira abaixo”.



Do ponto de vista da física, há uma diferença essencial entre os seres vivos e aglomerados de átomos de carbono inanimados: os primeiros tendem a ser muito melhores em captar a energia do seu ambiente e dissipar essa energia na forma de calor. Jeremy England, um professor assistente no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), de 31 anos, derivou uma fórmula matemática que ele acredita que explica essa capacidade.

A fórmula, com base na física estabelecida, indica que, quando um grupo de átomos é impulsionado por uma fonte externa de energia (como o sol ou um combustível químico) e rodeado por um banho de calor (como o oceano ou atmosfera) muitas vezes, aos poucos, ele se reestrutura a fim de dissipar cada vez mais energia. Isto poderia significar que, sob certas condições, a matéria inexoravelmente adquire o atributo físico chave associado com a vida.

“Você começa com um grupo aleatório de átomos, e se você brilhar uma luz sobre ele por muito tempo, não deve ser tão surpreendente que você obtenha uma planta”, disparou England em entrevista à revista “Quanta”.

A teoria da England pretende fundamentar, ao invés de substituir, a teoria da evolução de Darwin pela seleção natural, que fornece uma descrição poderosa da vida ao nível dos genes e populações. “Eu certamente não estou dizendo que as ideias darwinistas estão erradas”, explicou. “Pelo contrário, estou apenas dizendo que do ponto de vista da física, você pode chamar a evolução darwiniana de um caso especial em um fenômeno mais geral”.

Sua ideia, detalhada em um artigo recente e em uma palestra que ele está dando em universidades ao redor do mundo, gerou polêmica entre seus colegas.

England deu “um passo muito corajoso e muito importante”, disse Alexander Grosberg, professor de física na Universidade de Nova York (EUA), que tem acompanhado o trabalho do cientista desde seus estágios iniciais. A “grande esperança” é que ele tenha identificado o princípio físico subjacente dirigindo a origem e evolução da vida, relata Grosberg.

“Jeremy é o mais brilhante jovem cientista com quem eu já me deparei”, elogiou Attila Szabo, um biofísico no Laboratório de Química Física do Instituto Nacional de Saúde (EUA), que se correspondeu com England sobre sua teoria após conhecê-lo em uma conferência. “Fiquei impressionado com a originalidade das ideias”.

Outros, como Eugene Shakhnovich, um professor de química, biologia química e biofísica da Universidade de Harvard (EUA), não estão convencidos. “As ideias de Jeremy são interessantes e potencialmente promissoras, contudo neste momento são extremamente especulativas, especialmente quando aplicadas a fenômenos da vida”, pondera Shakhnovich.

Os resultados teóricos de England são considerados válidos de forma geral. É a sua interpretação – que sua fórmula representa a força motriz por trás de uma classe de fenômenos na natureza que inclui a vida – que ainda não foi provada. Mas já há ideias sobre como testar essa interpretação no laboratório.

“Ele está tentando algo radicalmente diferente”, explica Mara Prentiss, professora de física na Universidade de Harvard que está contemplando tal experimento depois de aprender sobre o trabalho de England. “Eu acho que ele tem uma ideia fabulosa. Certo ou errado, a investigação vai valer muito a pena”.

No coração da ideia de England está a segunda lei da termodinâmica, também conhecida como a lei da entropia crescente ou “flecha do tempo”. As coisas quentes esfriam, o gás se difunde através do ar, ovos são mexidos, mas nunca espontaneamente se separam. Em suma, a energia tende a se dispersar ou espalhar-se com o tempo. Entropia é uma medida desta tendência, quantificando o quão dispersa a energia está entre as partículas num sistema, e o quanto as partículas estão difusas no espaço. Ela aumenta como uma simples questão de probabilidade: há mais maneiras da energia ser espalhada do que ser concentrada.

Assim, à medida que partículas em um sistema se movimentam e interagem, elas vão, por puro acaso, tender a adotar configurações em que a energia se espalha para fora. Eventualmente, o sistema chega a um estado de entropia máxima chamado “equilíbrio termodinâmico”, no qual a energia é distribuída de maneira uniforme. Uma xícara de café e a sala no qual está localizada ficam com a mesma temperatura, por exemplo. Enquanto o copo e o quarto são deixados em paz, este processo é irreversível. O café nunca aquece espontaneamente de novo porque as probabilidades são esmagadoramente empilhadas contra a possibilidade da energia do quarto concentrar aleatoriamente em seus átomos.

Embora a entropia deva aumentar ao longo do tempo em um sistema isolado, ou “fechado”, um sistema “aberto” pode se manter baixa – ou seja, a energia divide de forma desigual entre os seus átomos -, aumentando grandemente a entropia de seus arredores. Em sua influente monografia de 1944, “O que é vida?”, o eminente físico quântico Erwin Schrödinger argumentou que isso é o que os seres vivos devem fazer. Uma planta, por exemplo, absorve luz solar extremamente enérgica, a utiliza para construir os açúcares, e ejeta a luz infravermelha, uma forma muito menos concentrada de energia. A entropia total do universo aumenta durante a fotossíntese à medida que a luz solar se dissipa, assim como a planta previne-se da decomposição através da manutenção de uma estrutura interna ordenada.

A vida não viola a segunda lei da termodinâmica, porém até recentemente os físicos não tinham sido capazes de usar termodinâmica para explicar por que ela deve surgir, em primeiro lugar. Nos dias de Schrödinger, eles poderiam resolver as equações da termodinâmica somente para sistemas fechados em equilíbrio. Na década de 1960, o físico belga Ilya Prigogine fez progressos ao prever o comportamento de sistemas abertos fracamente impulsionados por fontes de energia externas (pelo qual ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1977). Mas o comportamento de sistemas que estão longe do equilíbrio, os quais estão ligados ao meio ambiente exterior e fortemente impulsionados por outras fontes de energia, não poderia ser previsto.

Esta situação mudou na década de 1990, devido, principalmente, ao trabalho de Chris Jarzynski, agora na Universidade de Maryland (EUA), e Gavin Crooks, agora no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA). Jarzynski e Crooks mostraram que a entropia produzida por um processo termodinâmico, tais como o arrefecimento de uma xícara de café, corresponde a uma razão simples: a probabilidade dos átomos de sofrer o processo dividido pela sua probabilidade de sofrer o processo inverso (isto é, interagindo espontaneamente, de tal maneira que o café aquece). Com o aumento de produção de entropia, o mesmo acontece com esta relação: o comportamento de um sistema torna-se mais e mais “irreversível”. A fórmula simples, ainda que rigorosa poderia, em princípio, ser aplicada a qualquer processo termodinâmico, não importa o quão rápido ou longe do equilíbrio. “Nossa compreensão da mecânica estatística longe do equilíbrio melhorou muito”, conta Grosberg.

England, que é formado em bioquímica e física, começou seu próprio laboratório no MIT há dois anos e decidiu aplicar o novo conhecimento da física estatística para a biologia.

Usando formulação de Jarzynski e Crooks, ele derivou uma generalização da segunda lei da termodinâmica, que vale para sistemas de partículas com certas características: os sistemas são fortemente impulsionados por uma fonte de energia externa, como uma onda eletromagnética, e podem despejar calor em um banho circundante. Esta classe de sistemas inclui todas as coisas vivas. England, então, determinou como esses sistemas tendem a evoluir ao longo do tempo à medida que aumentam a sua irreversibilidade. “Podemos mostrar de forma muito simples a partir da fórmula que os resultados evolutivos mais provavelmente vão ser os que absorveram e dissiparam mais energia a partir de unidades externas do ambiente no caminho para chegar lá”, disse ele. A descoberta faz um sentido intuitivo: partículas tendem a dissipar mais energia quando ressoam com uma força motriz, ou movem-se na direção em que estão sendo empurradas, e são mais propensas a se mover nessa direção do que qualquer outra em qualquer momento.

“Isso significa que aglomerados de átomos cercados por um banho em alguma temperatura, como a atmosfera ou o oceano, devem tender ao longo do tempo a organizarem-se para ressoar cada vez melhor com as fontes de trabalho mecânico, eletromagnético ou químico em seus ambientes”, explicou England.

A autorreplicação (ou reprodução, em termos biológicos), o processo que leva à evolução da vida na Terra, é um tal mecanismo pelo qual um sistema pode dissipar uma quantidade crescente de energia ao longo do tempo. Como England colocou, “uma ótima maneira de dissipar mais é fazer mais cópias de si mesmo”.

Em um artigo de setembro no periódico “Journal of Chemical Physics”, ele informou o valor mínimo teórico de dissipação que pode ocorrer durante a autorreplicação das moléculas de RNA e células bacterianas, e mostrou que está muito próximo dos valores reais que estes sistemas dissipam ao replicar. Também mostrou que o RNA, o ácido nucleico que muitos cientistas acreditam que serviu como o precursor para a vida baseada em DNA, é um material de construção particularmente barato. Uma vez que o RNA surgiu, ele argumenta, a sua “tomada darwiniana” não foi, talvez, surpreendente.

A química da sopa primordial, mutações aleatórias, geografia, eventos catastróficos e inúmeros outros fatores contribuíram para os detalhes da diversidade de flora e fauna da Terra. Entretanto, de acordo com a teoria de England, o princípio subjacente à condução de todo o processo é a adaptação orientada à dissipação da matéria.

Este princípio se aplica à matéria inanimada também. “É muito tentador especular sobre que fenômenos da natureza podemos agora abrigar sob esta grande tenda de organização adaptativa movida pela dissipação”, confessou England. “Muitos exemplos poderiam apenas estar bem debaixo do nosso nariz, mas porque não temos olhado para eles, não os notamos”.

Os cientistas já observaram a autorreplicação em sistemas não vivos. Segundo a nova pesquisa liderada por Philip Marcus, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), e relatada na revista “Physical Review Letters” em agosto passado, vórtices em fluidos turbulentos replicam-se espontaneamente sugando a energia de cisalhamento do fluido circundante. E em um artigo publicado online na semana passada no portal “Proceedings of the National Academy of Sciences”, Michael Brenner, professor de matemática e física aplicada na Universidade de Harvard, e seus colaboradores apresentaram modelos teóricos e simulações de microestruturas que se autorreplicam. Estes aglomerados de microesferas especialmente revestidas dissipam energia ao forçar esferas próximas a formar agrupamentos idênticos. “Isto se conecta muito com o que Jeremy está dizendo”, afirma Brenner.

Além da autorreplicação, maiores organizações estruturais são outro meio pelo qual os sistemas fortemente impulsionados incrementam sua capacidade de dissipar energia. A planta, por exemplo, é muito melhor na captura e roteamento de energia solar através de si mesma do que uma pilha de átomos de carbono não estruturados. Assim, England argumenta que, sob certas condições, a matéria irá espontaneamente se auto-organizar. Esta tendência pode explicar a ordem interna dos seres vivos e de muitas estruturas inanimadas também. “Flocos de neve, dunas de areia e vórtices turbulentos todos têm em comum o fato de serem estruturas surpreendentemente padronizadas que surgem em sistemas de muitas partículas impulsionados por algum processo de dissipação”, especula. Condensação, vento e uma draga viscosa são os processos relevantes nestes casos particulares.

“Ele está me fazendo pensar que a distinção entre vida e matéria inanimada não é nítida”, revelou Carl Franck, um físico biológico na Universidade de Cornell (EUA). “Estou particularmente impressionado com esta noção quando se considera sistemas tão pequenos como circuitos químicos envolvendo algumas biomoléculas”.

A ideia ousada da England provavelmente enfrentará um exame minucioso nos próximos anos. Ele está atualmente executando simulações de computador para testar sua teoria de que os sistemas de partículas adaptam as suas estruturas para se tornarem melhores na dissipação de energia. O próximo passo será a realização de experimentos em sistemas vivos.

Prentiss, que dirige um laboratório de biofísica experimental na Universidade de Harvard, diz que a teoria de England poderia ser testada comparando células com mutações diferentes e procurando uma correlação entre a quantidade de energia que as células dissipam e as suas taxas de replicação. “É preciso ter cuidado, porque qualquer mutação poderia fazer muitas coisas”, reflete a pesquisadora. “Contudo, se alguém fizesse muitos desses experimentos em sistemas diferentes e se [a dissipação e sucesso de replicação] forem de fato correlacionados, isto sugeriria que este é o princípio de organização correto”.

Brenner disse que espera ligar a teoria de England às suas próprias construções de microesferas e determinar se a teoria prediz corretamente que os processos de autorreplicação e automontagem podem ocorrer – “uma questão fundamental na ciência”, opina.

Ter um princípio fundamental da vida e da evolução daria aos pesquisadores uma perspetiva mais ampla sobre o surgimento da estrutura e funções nos seres vivos. “A seleção natural não explica certas características”, especificou Ard Louis, um biofísico da Universidade de Oxford (Reino Unido). Estas características incluem uma mudança hereditária da expressão dos genes chamada de metilação, o aumento da complexidade na ausência de seleção natural e certas mudanças moleculares que Louis estudou recentemente.

Se a abordagem da England resistir a mais testes, poderia permitir aos cientistas pensar de modo mais geral, em termos de organização orientada pela dissipação. Eles podem descobrir, por exemplo, que “a razão pela qual um organismo mostra característica X em vez de Y pode não ser porque X é mais apto do que Y, mas porque restrições físicas tornaram mais fácil para X evoluir do que para Y”, disse Louis.

“As pessoas muitas vezes ficam presas ao pensar sobre os problemas individuais”, explica Prentiss. Queira as ideias de England venham a ser exatamente certas ou não, diz a cientista, “pensar de forma mais ampla é a forma pela qual muitas descobertas científicas são feitas”.

Fonte: Hypescience.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

10 coisas bobas que afetam a maneira como você vê o mundo

Imagine viver em um mundo onde nada foi definido, onde a menor mudança poderia torcer sua percepção da realidade. Você ficaria louco, certo? Bem, aqui vai um segredo: você está vivendo neste mundo agora. Sim, por mais que nós gostemos de pensar que temos algum controle sobre essa coisa chamada “realidade”, a verdade é que o mais ínfimo acontecimento pode alterá-la de maneiras inesperadas. Confira 10 destes exemplos na lista abaixo:

10. A cor vermelha retarda sua percepção do tempo


Você se lembra do primeiro filme “Matrix”? Lembra o quão empolgados todos nós ficamos quando vimos a cena em câmera lenta pela primeira vez? Bem, tente lidar com essa informação: tudo que você precisa fazer para experimentar a sua própria versão barata disso é olhar para a cor vermelha.

Em 2011, um grupo de cientistas em Londres aproveitou o número absurdo de visitantes do Museu da Ciência para organizar um experimento de grande escala bizarro. Ao banhar as pessoas em luzes de cores diferentes e lhes pedir para informar sobre quanto tempo eles sentiram que tinha passado, os pesquisadores descobriram que um minuto dura mais tempo quando o mundo é vermelho. Especificamente, eles descobriram que dura uma média de 11 segundos a mais.

De acordo com o autor do estudo, o vermelho nos faz bastante conscientes do nosso ambiente. Esta hiperconsciência significa que o nosso cérebro é inundado com detalhes, que por sua vez fazem com que o tempo pareça abrandar. Você pode não ser capaz de desviar de balas, mas pelo menos tem um acréscimo de 11 segundos para se perguntar por que você está sendo alvo de tiros.

9. Música pode afetar a satisfação que você sente ao comer


Você já foi a um de seus restaurantes favoritos, mas acabou achando que a comida estava com um gosto inexplicavelmente terrível? Seu instinto natural foi, provavelmente, culpar o chef, mas há outra possibilidade: o gerente pode ter simplesmente tocado o tipo errado de música.

Em 2012, pesquisadores do estado norte-americano de Illinois dividiram um restaurante fast food em duas seções. Em uma seção tocava música suave, com pouca luz, enquanto a outra parte foi deixada como eles encontraram. Eles então monitoraram os hábitos alimentares dos clientes em ambas as seções e em seguida pediram que eles avaliassem o quanto apreciaram a comida. Os clientes sentados na seção da calmaria comeram menos de sua refeição e relataram ter gostado muito mais. Por outro lado, os da seção “normal” acharam que os pratos não estavam tão bons e comeram menos. Então, da próxima vez que você decidir que odeia um restaurante, preste atenção na música do ambiente. Ela pode ter um impacto maior do que você pensa.

8. Estresse muda quem você acha atraente


Algumas pessoas gostam de loiras, outros preferem as morenas, mas todos podemos concordar que a maioria de nós provavelmente tem um “tipo” que procuramos em um parceiro. Se você já se perguntou por que sente atração por esta subparcela da população, provavelmente assumiu que tem a ver com a natureza ou o instinto. Porém, isso está errado. O que acontece de fato é que a escolha de quem nós gostamos pode vir a ser pouco mais do que quão estressados nós estamos.

Em 2012, um grupo de pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, decidiu praticar alguma crueldade arbitrária, reunindo 81 homens e deixando 40 deles o mais estressado possível. Antes que pudessem romper em lágrimas, os cientistas rapidamente mostraram aos homens 10 fotos de mulheres com peso variando de muito magro para obeso, e pediu que eles avaliassem sua atratividade. Os resultados: era mais provável que o grupo estressado achasse as mulheres mais pesadas mais atraentes em comparação com a metade do grupo que estava descontraído.

Por mais esquisito que uma correlação dessas possa parecer, ela vai de encontro a outras descobertas que sugerem os homens sob pressão se sentem atraídos por mulheres mais gordinhas. Um estudo separado apresentado na revista “Psychology Today” relatou que os homens famintos acham seios grandes mais atraentes do que os homens que acabaram de comer – sugerindo que a coisa toda é uma sobra evolutiva de quando a comida era escassa e “ficar estressado” significava “provavelmente vai morrer de fome”.

7. Controle de natalidade afeta seu olfato


Após esse último tópico dominado por homens, aqui está um exclusivo para as nossas leitoras. Se você está tomando a pílula anticoncepcional, há uma chance muito boa que ela esteja alterando o seu olfato.

Algum tempo atrás, pesquisadores na Itália decidiram monitorar como o ciclo menstrual afetava o olfato feminino. Ao testar a sua capacidade de detectar cheiros em seis pontos diferentes ao longo do mês, eles descobriram que a maioria das mulheres se torna incrivelmente sensível ao odor durante a ovulação – a não ser aquelas que estavam tomando pílula. Após três meses de uso de anticoncepcionais, os indivíduos do sexo feminino não eram capazes de detectar aromas sutis no seu momento mais fértil.

E aqui está o mais importante: acredita-se que esses aromas sutis podem determinar quem você acha atraente e mudá-los pode mudar também a sua percepção de como você é atraído para um parceiro. Então, da próxima vez que você vir a si mesma acordando ao lado de um homem menos-que-ideal, se arrependendo e se perguntando como você entrou nessa situação, culpe a pílula.

6. Horário de verão o transforma em um mau trabalhador


Quantos de vocês estão lendo isso enquanto deveriam estar trabalhando? Não se preocupe, todo mundo faz isso. E aqui está a boa notícia: você tem uma desculpa. O simples ato de mudar o seu relógio uma hora para frente ou para trás pode torná-lo mais propenso a perder tempo na internet durante o horário de trabalho.

Pesquisadores de todo o mundo estudaram recentemente o equivalente a seis anos de dados do Google para descobrir o que as pessoas estavam procurando em um determinado dia. Eles descobriram que na segunda-feira após uma mudança de horário, o número de pessoas à procura de sites de entretenimento disparava. E, enquanto alguns desses usuários estavam, sem dúvida, navegando de casa, você não pode ignorar que vários estavam no escritório.

De acordo com os autores do estudo, esta variação no comportamento provavelmente se deve ao cansaço, que afeta o autocontrole das pessoas. Em uma experiência separada, a mesma equipe descobriu que os indivíduos passaram 8,4 minutos extras navegando através de artigos para cada hora de sono perdido na noite anterior.

5. Pensar sobre o dinheiro pode afetar sua moral


Cada um de nós gosta de pensar que somos pessoas morais. Bem, acontece que apenas o pensamento de dinheiro pode levar você a tomar decisões moralmente falidas.

No ano passado, um grupo de pesquisadores das Universidades de Harvard e Utah (ambas dos EUA) realizou um experimento envolvendo jogos de palavras seguidas de atividades relacionadas a negócios. Durante a rodada de jogos, um número de indivíduos foi inconscientemente exposto a palavras relacionados com dinheiro, enquanto o resto ouviu frases “neutras”. Então, todos tiveram que tomar decisões de negócios com um componente moral. Quer adivinhar o que aconteceu?

Aqueles que tinham sido expostos a palavras relacionadas ao dinheiro – como “custo”, “gastar” ou “comprar” -, abandonaram alegremente sua moral em favor de mentiras e enganos, mesmo quando isso não lhes dava vantagem alguma. O simples pensamento de dinheiro, removido de qualquer contexto, era aparentemente o suficiente para lançar sua bússola moral fora de sintonia, na medida em que o comportamento antiético como mentir parecia facilmente justificável.

4. Café pode torná-lo menos suicida


Todos nós já tivemos dias em que nos sentimos como se o mundo fosse um lugar frio e assustador. Para algumas pessoas, esses dias parecem intermináveis e pode parecer que só há uma saída. Contudo, de acordo com pesquisadores de Harvard, pode haver uma maneira absurdamente fácil de mudar a sua percepção negativa do mundo: basta beber uma xícara de café.

Em um estudo gigantesco que acompanhou cerca de 200 mil pessoas ao longo de 20 anos, os pesquisadores acompanharam as taxas de suicídio entre aqueles que beberam ou não café em uma base regular. Estranhamente, eles descobriram que aqueles que consumiam ao menos um único copo por dia tiveram seu risco de suicídio reduzido em cerca de 50%. E isso parece estar intimamente ligado à cafeína – ao invés de qualquer outra coisa que podemos encontrar no café. Tanto é que as pessoas que optaram pela bebida descafeinada estavam exatamente no mesmo barco que aqueles que ficaram longe do café completamente.

A teoria é que a cafeína age como um antidepressivo leve, pois aumenta a produção dos neurotransmissores do cérebro. Mas aqui está o problema: tomar café demais é pior para você. O ponto ideal é entre duas e quatro xícaras por dia. Um estudo finlandês separado deste primeiro concluiu que beber oito ou mais xícaras aumenta o risco de automutilação e suicídio, o que significa que esta é uma solução milagrosa que definitivamente só funciona com moderação.

3. Assistir TV pode torná-lo mais sexista


Nesta era iluminada de 2014, a maioria de nós provavelmente já descobriu que não é legal cumprimentar as mulheres com assobios e uma piada tosca sobre cozinha. Porém, de acordo com uma recente pesquisa publicada no “Journal of Communication”, cada um de nós está, aparentemente, a apenas um episódio de TV de distância de ser uma versão um pouco mais machista de nós mesmos.

Parece inacreditável, mas assistir a um programa de TV com personagens femininos fracos e em perigo pode fazer que os homens pensem mais negativamente a respeito de mulheres. Para provar isso, os pesquisadores mostraram a um grupo de 150 estudantes um dos três programas: um show de horror, onde um personagem passivo feminino sofria abuso, um episódio da série da “Gilmore Girls” para o grupo de controle ou um episódio de “Buffy, a Caça Vampiros”, que tem um forte liderança feminina. Em seguida, testaram os participantes com perguntas sobre seus pontos de vista sobre o papel dos homens e das mulheres.

Como você deve ter adivinhado, eles descobriram que aqueles que tinham visto a mulher passiva sendo abusada tinham ideias mais negativas sobre mulheres em geral e mais probabilidade de falar alguma bobagem machista do que aqueles que assistiram os outros programas. É incrível o tipo de impacto que a TV pode ter sobre a nossa mentalidade.

2. Fast food pode fazer arte e beleza parecerem chatas


Alguns meses atrás, pesquisadores em Toronto, no Canadá, decidiram testar os efeitos do fast food na nossa capacidade de saborear as coisas boas da vida. Para fazer isso, eles reuniram duas centenas de pessoas e mostraram-lhes algumas fotos de fast food, seguido de algumas fotos maravilhosas da natureza. Eles, então, pediram aos participantes para avaliar quanto prazer extraíram das fotos.

Quase sem exceção, os que tinha visto as imagens de fast food de antemão classificaram sua satisfação como significativamente mais baixa do que aqueles que não tinham. O simples pensamento de um hambúrguer e batatas fritas aparentemente pode diminuir a sua capacidade de apreciar a beleza natural.

Quando os pesquisadores repetiram o experimento com um grupo diferente, usando uma ária de ópera ao invés de imagens artísticas, os resultados foram idênticos. Aqueles que estavam pensando em fast food acharam difícil apreciar a música e estimaram que tinha se passado muito mais tempo do que aqueles que tinham visto apenas fotos “neutras”. De acordo com os autores do estudo, é provável que nossas mentes liguem coisas convenientes (como fast food) com impaciência, o que significa que já não sentimos que temos tempo para coisas intangíveis como mérito artístico.

1. Sua percepção de tempo depende do seu sexo


Lembram de “Te Amarei para Sempre”? O filme choroso é sobre o quão difícil a vida é para um casal que experimenta o tempo de maneiras diferentes, e como isso afeta seu relacionamento. Bem, aqui está algumas curiosidades para você refletir: se você está em um relacionamento, a mesma coisa está acontecendo com você agora – e seu marido não precisa nem mesmo estar viajando no tempo.

Ao longo dos anos, uma série de estudos parece sugerir que homens e mulheres experimentam o tempo de forma diferente. Em 1992, os pesquisadores descobriram que homens e mulheres que ficaram uma sala escura e com poucos ruídos estimaram o tempo passado de maneira muito diferente. Alguns anos mais tarde, um outro estudo descobriu que mulheres em estados de espírito negativos sentiam que o tempo passava mais rápido do que suas contrapartes masculinas. Mal chegamos em nossa era presente e ainda mais estudos parecem confirmar estes achados.

Agora, devemos salientar que a pesquisa nesse campo parece longe de ser conclusiva. Ainda assim, ela levanta algumas questões interessantes – que você e seu parceiro podem muito bem experimentar o tempo em velocidades ligeiramente diferentes, por exemplo.

Fonte: Hypescience.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

As 10 doenças mais estigmatizadas do mundo

O termo “estigma” era usado na Grécia Antiga para designar sinais corporais que desqualificavam o cidadão marcado. Escravos, criminosos e traidores traziam essas marcas nos corpos, como forma de serem discriminados em locais públicos.

Hoje em dia, apesar de não haver uma marca clara nas pessoas, usamos estigmas para categorizá-las segundo normas dentro de conceitos como “normalidade” e “aceitação social”. Ou seja, nós julgamos as pessoas conforme o que considerados “normal” ou “aceito socialmente”.

Já deu pra perceber o erro inerente a tal julgamento. Ainda assim, muitos doentes, não bastasse o sofrimento com sua doença em si, tem que sofrer com esses estigmas também. Confira:

1 – Câncer de cólon


Câncer colorretal é bastante curável se detectado nos estágios iniciais. Porém, como não tem sintomas, ou mesmo que os sintomas apareçam, os pacientes podem ficar constrangidos em falar sobre diarreia e movimentos intestinais anormais com seus médicos, esses tumores acabam crescendo e se tornando mais complicados.

A melhor forma de diagnosticar o câncer de cólon é a detecção precoce, com testes como a colonoscopia. Mas as pessoas não fazem esses tipos de exame; ninguém quer se submeter a tal desconforto, ou constrangimento.

Nesses casos, falar sobre “doenças escondidas” pode ajudar as pessoas a procurar assistência médica. De acordo com um estudo americano de 2003, mais pessoas fizeram colonoscopia depois de um especial que passou na TV que conscientizava de sua importância.

2 – Disfunção erétil


Nem precisamos falar do estigma que envolve a disfunção erétil. Apesar de ter diminuído nos últimos anos, ainda é muito difícil para os homens admitir a disfunção sexual. De acordo com um estudo de 2010, só metade dos homens com disfunção erétil procura tratamento.

Mas todos deveriam procurar, porque a condição tem tratamento e pode ser curada ou remediada.
A impotência atinge até 25 milhões de brasileiros acima dos 18 anos pelo menos uma vez na vida. O número é maior em homens na faixa etária dos 40 anos. Todo ano, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, um milhão de casos são registrados no país.

Só que o Centro de Referência da Saúde do Homem, órgão da Secretaria de Estado da Saúde em São Paulo, por exemplo, só recebe cerca de 300 pacientes com o problema por mês. Mais: eles descobriram que 90% deles são sedentários – a ponto de não fazerem exercício nem de fim de semana – e 40% deles também são fumantes. Se você não quiser procurar tratamento, pelo menos converse com seu médico, porque algumas mudanças no estilo de vida já podem lhe ajudar.

3 – Problemas “masculinos”


Alguns transtornos femininos vêm com sintomas que desafiam nossas definições culturais da feminilidade. A Síndrome dos Ovários Policísticos, um distúrbio hormonal que pode causar infertilidade e diabetes, é muitas vezes marcada por pelos faciais excessivos. Distúrbios como hiperidrose, ou transpiração excessiva, podem ser estigmatizantes para ambos os sexos.

Mas a desordem vem com bagagem extra para as mulheres. “É uma espécie de ‘característica mais masculina’ do que feminina, por isso é bastante constrangedora”, diz Sophia Wastler, que tem hiperidrose. Porém, a maioria desses problemas tem tratamento e as pessoas perdem mais sofrendo em silêncio do que buscando um médico.

4 – Psoríase


A psoríase é uma doença imune crônica que provoca pele escamosa, manchada e/ou rachada. Essas marcas podem ser difíceis de esconder, e muitas vezes constrangedoras para os doentes. Seu embaraço é multiplicado por pessoas que veem a psoríase e se afastam do doente, acreditando equivocadamente que a doença é contagiosa.

Como uma das condições mais estigmatizadas do mundo, afeta bastante a vida dos pacientes. De acordo com uma pesquisa realizada em 2008 pela Fundação Nacional de Psoríase nos EUA, 58% das pessoas com a condição disseram que se sentiam envergonhados, e um terço disse que limitava suas interações sociais e encontros por causa da psoríase.

5 – Intestino irritável e inflamado


Qualquer doença relacionada com excreção corporal vem amarrada em algum tipo de estigma. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) e a Doença Inflamatória Intestinal (DII) não são exceções. Esse último é um conjunto de síndromes, todas marcadas pela inflamação dos intestinos. O primeiro é marcado por dor intestinal, cólicas e prisão de ventre ou diarreia, mas sem a inflamação.
Em geral, os pacientes com SII se sentem mais estigmatizados. A diferença pode ser porque, sem uma causa clara física, eles podem sentir que a sua doença não é levada tão a sério.

6 – Obesidade


O estigma de gordura tornou-se global. De acordo com um estudo de 2011, publicado na revista Current Anthropology, quase não há culturas que não associem a obesidade com preguiça e gula, apesar do fato de que muitas dessas mesmas culturas também veem gordura como um sinal de riqueza.
Muitos do que tem vergonha do excesso de peso dizem que são preocupados com a saúde. Mesmo que seja esse o caso, a vergonha saiu pela culatra, pois pesquisas descobriram que a vergonha e o estigma apressam o declínio físico em pessoas obesas.

7 – Lepra


Lepra, ou hanseníase, é uma das doenças mais “fantasiadas” na imaginação do público. Alguns dos mitos mais comuns são de que a doença é extremamente contagiosa e de que partes do corpo do doente simplesmente caem.

Aqui cabe um famoso “nada a ver”. Mais de 90% das pessoas que entram em contato com as bactérias que causam a lepra combatem a doença sem sintomas e sem se tornarem contagiosas (embora seres humanos possam pegar a doença por contato próximo com tatus). A doença também é curável com antibióticos. Se o doente não procurar tratamento, pode ser que tenha lesões na pele, mas, não, suas mãos, pés e nariz não vão simplesmente cair. Pesquisadores sugerem que tal lenda nasceu porque a condição pode causar dormência, colocando as pessoas em maior risco de lesões acidentais ou amputação.

Enfim, está na hora de tais crenças absurdas como essa saírem de cena. Muitas vezes apelidada de “doença do estigma” (mesmo “leproso” virou termo proibido, pelo preconceito a ele associado), a lepra foi tratada como sinal de impureza ou pecado por muitos anos, e quem já leu histórias antigas, principalmente bíblicas, sabe que a regra durante séculos foi discriminar os doentes e privá-los do convívio social. Se, por um lado, podemos perdoar nossos antepassados por eles não terem informação, ignorância hoje não é mais desculpa.

8 – Câncer de Pulmão


Como a obesidade, esse câncer é uma condição que as pessoas tendem a culpar a vítima por ter a doença. A ligação entre fumar cigarros e câncer de pulmão leva as pessoas a acreditar que os que sofrem do câncer “provocaram isso” em si mesmos. Mas, na verdade, milhares de pessoas que nunca fumaram têm câncer de pulmão a cada ano.

Além disso, pessoas que fumaram não são menos dignas de tratamento do que as que nunca fumaram: não cabe a nós julgar quem vive e quem morre, não é mesmo? O direito a tratamento médico é previsto em lei para todos os cidadãos.

9 – HPV


O papilomavírus humano (HPV) infecta a pele ou mucosas, muitas vezes de forma assintomática. Ele pode causar verrugas vaginais, e algumas cepas do vírus podem causar câncer cervical em mulheres, o que o torna uma perigosa doença sexualmente transmissível (DST).

Existe até vacina para o vírus, mas é difícil para os governos fazerem campanhas ou a tornarem obrigatória, porque a transmissão da doença é através do contato sexual. Especialistas argumentam que a vacina é mais eficaz antes da pessoa tornar-se sexualmente ativa, mas há quem diga que torná-la obrigatória ou incentivá-la pode estimular os adolescentes a se engajarem em atividade sexual precoce. Ao mesmo tempo, “melhor prevenir do que remediar”, não é mesmo?Tirar um pouco do estigma da doença poderia ajudar na conscientização com responsabilidade.

10 – HIV/AIDS


Dá para enumerar diversos estigmas dessa doença: “doença de gay”, de comportamento promíscuo, de “drogado”, etc. Aparecendo no início dos anos 80 como uma síndrome misteriosa que atingia em sua maioria homens gays, o “comportamento imoral” virou o símbolo da propagação da Aids, que se tornou mais uma daquelas doenças em que “culpamos a vítima”.

De acordo com um estudo de 1999, 52% dos norte-americanos ainda associava HIV com homossexualidade, apesar do fato de que, já naquela época, apenas cerca de um terço dos novos casos de HIV eram de homens gays. Em 2006, um relatório da Kaiser Family Foundation descobriu que o americano fazia uma confusão significativa sobre o HIV: 37% deles acreditavam erroneamente que o HIV podia ser transmitido pelo beijo, enquanto 32% pensavam que poderia se espalhar através de copos compartilhados. Se a população pensa isso, já dá para imaginar como os doentes são vistos/tratados na sociedade.

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2011, o Brasil teve 608.230 casos registrados de HIV (condição em que a doença já se manifestou), de acordo com o último Boletim Epidemiológico. A morte pela doença tem diminuído, e os casos são apenas ligeiramente mais comuns em homens do que mulheres. Veja outras estáticas e saiba como se prevenir aqui.

O item 9 e 10 dessa lista se referem a doenças sexualmente transmissíveis, mas essas não são as únicas estigmatizadas. No geral, pessoas com esse tipo de doença podem ser vistas como “promíscuas” ou “desleixadas”, percepção em muitos casos errônea, e sempre preconceituosa.

Bônus: Depressão


Hoje, a depressão não é tão estigmatizada, já que foi bastante estudada e agora é mais bem compreendida.

Só que ainda falta compreensão: muitos casos da doença não são levados a sério, mas precisariam. Existe depressão de todos os níveis, de leve a grave, e nem todos são tratados de acordo.

Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revolveu que, em 2011, o Brasil foi o país com a maior prevalência da doença, com 10,8% da população apresentando o distúrbio mental.
Em 2008, o Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostrou que a depressão é a quinta doença de maior ocorrência no Brasil.

No mundo todo, estima-se que a depressão afete 121 milhões de pessoas. A OMS acredita que em pouco mais de 10 anos, a doença será a segunda mais comum no mundo, chegando ao primeiro lugar em 2030. Ela também será a maior responsável por mortes prematuras e anos produtivos perdidos dado seu potencial incapacitante. Mais: pesquisas indicam que depressão na meia idade leva a um maior risco de desenvolver demência mais tarde (como Alzheimer), além da condição estar ligada a diversas outras doenças e problemas.

É preciso que as pessoas fiquem atentas aos sintomas da condição, para tratá-la de acordo. Remédios e assistência psicológica estão entre os tratamentos mais procurados.

Fonte: Hypescience.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

10 dicas para passar as férias em casa

Não tem dinheiro para grandes e luxuosas férias? Não se preocupe. Planeje férias divertidas em casa, desfrute os prazeres que estão perto mas dos quais você nunca se lembra. Desde visitar um parque de diversões, ir a um museu, ou ao zoológico, até acampar e escalar em um parque nacional. Há um monte de coisas divertidas para fazer nesse mais que merecido tempo de descanso. Você só precisa planejar bem e ter disposição para experimentar coisas novas.


Acampe no jardim




Quando você ou os seus filhos querem sair, porque não colocar uma barraca no jardim da sua casa? Dependendo do tamanho do seu jardim e das comodidades da sua casa, pode ser muito divertido. Além do mais pode fazer uma fogueira no chão ou na churrasqueira, caso tenha uma, para assar batatas e salchichas. Pode ser uma experiência em família simples mas muito divertida

Excursão de um dia



Não importa onde vivam, sempre há um lugar lindo e que não foi explorado. Sair em excursão de carro ou de ônibus por um dia pode dar a sensação de estar longe mesmo quando não estão realmente. Dependendo da estação, apreciem as folhas de outono ou saiam para dar um caminhada. E não se esqueça de um belo almoço!

Acampar por perto



Uma longa excursão pode estar a uma pequena de distância. Dependendo do quão longe queira dirigir, planeje uma viagem simples a um parque nacional ou a uma praia próxima onde possam acampar, fazer uma fogueira e assar umas salsichas. É uma boa maneira de mostrar a seus filhos o pequeno aventureiro que existe dentro deles.

Desfrutar a natureza


Cada estado em qualquer país que tem cidades que mantém algumas reservas naturais ou parques públicos, e uma agência de turismo ou meio ambiente que possa indicar a área mais próxima a que possam ir e estar em comunhão com a natureza. Façam uma excursão com um gruia que possa falar sobre as plantas e animais nativos desta zona.

Aquários e planetários



Quando faz muito calor lá fora, uma viagem ao aquário da cidade não apenas oferece um abrigo do calor, mas também uma oportunidade para ver belezas do oceano sem ter que viajar pro litoral. Outra opção é ir, não ao oceano, ao espaço. A maioria dos museus das grandes cidades contam com um planetário com projeções de cinema para que possa viajar no espaço sem deixar a comodidade de sua poltrona.

Andar de bicicleta com a família



Tire aquelas bicicletas e capacetes da garagem e vá a algum lugar seguro onde possam andar tranquilamente. Muitas cidades possuem parques desenhados especialmente para caminhar e andar de bicicleta, algumas inclusive possuem ciclovias. Tenha cuidado e divirta-se!

Diversão de fim de semana



Vivem perto de um parque de diversões ou um parque aquático? Ambos podem oferecer um dia inteiro de diversão e aventura para toda a família. Viva o seu limite subindo na grande montanha russa ou em um voltinha no carrossel. Muitos parques oferecem descontos pela internet para que as famílias não tenham que pagar os olhos da cara só para poder se divertir um pouco.

Visitem novos lugares



Lembra daquele lindo restaurante que você sempre passa em frente mas nunca foi? Agora pode ser o momento exato para matar a curiosidade. Podem vestir-se bem e desfrutar como se estivessem longe de casa. E como na verdade não estão, aproveite para gastar um pouco mais e pedir uma bela sobremesa.

Aventuras na cidade



A aventura não tem porque ser a meio mundo de distância. Vocês podem ir a algum parque ou ginásio de esportes e desafiarem a si mesmos tentando uma escalada ou um rapel. As filas costumam ser pequenas durante a semana, mas se tiver que esperar vai valer a pena ser o primeiro a chegar lá em cima(ou embaixo) sem cair.

Vá às compras sem gastar



Não se esqueça de fazer um pouco de terapia de compras durante suas férias em casa. Olhar vitrines não custa nada e pode ser inspirador para a imaginação ou para esta lista mental que já está feita das coisas que quer comprar assim que tenha dinheiro.

Fonte: Ehow.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

24 descobertas científicas acidentais

Já dizia Louis Pasteur, inventor do processo da pasteurização e da vacina antirrábica, “o acaso só favorece a mente preparada”. Essa citação aparece na página da Wikipedia sobre “serendipidade”, uma palavra inventada por Horace Walpole que indica uma descoberta feliz, que você não estava procurando.

Assim como nos contos persas que inspiraram Walpole, na vida real também acontecem “eventos felizes” – descobertas que dependeram da sorte (uma sorte, como nos lembra Pasteur, que só favorece quem está preparado para reconhecê-la).

Confira 24 descobertas científicas e tecnológicas que aconteceram por acaso, para pessoas que estavam prontas para tirar todo o proveito delas:

1. Viagra


No início dos anos 1990, a Pfizer estava testando um novo tratamento para a angina, uma doença cardíaca que estreita as veias e artérias que conduzem sangue ao coração. A droga em testes, UK92480, de fato relaxava as artérias, mas não estava dando muito resultado.

A Pfizer já estava a ponto de abandonar as pesquisas quando os pacientes começaram a voltar informando um efeito colateral incomum – ereções. Antes de 1998, não havia tratamento via oral para a disfunção erétil, e as únicas opções eram uma injeção ou o implante de uma prótese.

Agora existe o Viagra, só que ele tem um efeito colateral – ataques cardíacos.

2. Plástico


No início do século 20, os cabos elétricos eram isolados com goma-laca, um produto caro e de difícil obtenção, já que era feito de uma resina secretada pelo besouro da laca do leste da Ásia, que tinha que ser coletada manualmente.

Tentando encontrar um substituto para a goma-laca, Leo Hendrick Baekeland misturou formaldeído, fenol e outros componentes, e acabou descobrindo o primeiro polímero não condutor e resistente ao calor, ao qual deu o nome de bakelite.

Em pouco tempo, o bakelite passou a ser usado em todos componentes elétricos ou eletrônicos que precisavam de isolamento: botões de rádio, soquetes para lâmpadas e válvulas, suportes para componentes elétricos, capas de distribuidor no motor automotivo, cabos de panelas e mais uma infinidades de outros usos.

3. Sacarina


A sacarina foi descoberta em 1878 no laboratório da Universidade Johns Hopkins. O químico russo Constantin Fahlberg fora contratado pela empresa H. W. Perot Import, de Baltimore, para analisar a pureza do açúcar importado. Além de Fahlberg, também fora contratado o professor Ira Remsen, e o laboratório da Universidade.

Em certa noite de junho, após um dia de trabalho no laboratório, Fahlberg foi jantar, pegou um pãozinho com a mão e descobriu que a casca estava extremamente doce. Ele havia literalmente levado o trabalho para casa – sem querer, havia derramado um composto experimental sobre as mãos durante o dia.

Ele correu de volta para o laboratório e experimentou tudo em sua mesa de trabalho – tubos de ensaio, béqueres, e pratos usados em suas experiências, até encontrar um béquer no qual havia sido feita a reação do ácido o-sulfobenzoico com cloreto de fósforo e amônia. Estava descoberta a primeira alternativa comercialmente viável ao açúcar.

4. Forno de microondas


Em 1945, Percy Spencer, um engenheiro autodidata que trabalhava para a Raytheon em um conjunto de radar, notou que uma barra de chocolate em seu bolso estava começando a derreter. Intrigado com isto, ele resolveu experimentar com pipocas, que começaram a estourar, e com um ovo, que explodiu.

Para verificar sua descoberta, Spencer criou um campo de alta densidade ao injetar as microondas de um magnetron em uma caixa metálica, onde elas não poderiam escapar. A comida colocada dentro aquecia rapidamente.

Ainda naquele ano, a Raytheon registrou a patente do forno de microondas, e no início dos anos 1950 já havia uma versão à venda para o público.

5. Raio-X


Em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen estava trabalhando com um tubo de raios catódicos em seu laboratório. Ele cobriu o tubo com papel grosso e notou que uma tela próxima emitia uma estranha luz verde.

Ele nomeou essa “luz invisível” ou raio que podia atravessar vários objetos e impressionar um filme fotográfico de “raio X”, usando a representação matemática para um valor desconhecido.

Fazendo mais testes, ele descobriu que o raio-X passava pelos tecidos moles, deixando os ossos como sombras visíveis. Uma das experiências que ele fez foi com a mão de sua esposa, usando a aliança, o que se tornou o primeiro raio-X médico.

6. Radiação


Em 1896, o cientista francês Antoine Henri Beckerel estava fazendo experimentos com cristais de urânio. Ele deixava o cristal no sol, depois colocava o mesmo sobre uma chapa fotográfica e revelava a imagem.

A hipótese que ele estava testando era que a energia solar absorvida pelo cristal era depois liberada na forma de raios-X, impressionando as chapas fotográficas.

Mas então o tempo ficou nublado. Becquerel deixou um cristal de urânio na gaveta, sobre uma chapa fotográfica. Quando o tempo clareou, ele reiniciou seus experimentos, e notou que o cristal havia deixado uma imagem forte e clara sobre a chapa fotográfica, aparentemente sem que fosse preciso uma fonte de energia.

O que ele descobriu foi a radioatividade. Ele atribuiu o fenômeno à emissões espontâneas feitas pelo urânio. A pesquisa de Becquerel não prosseguiu, mas outros cientistas continuaram de onde ele parou, como Pierre e Marie Curie.

7. Borracha vulcanizada


A borracha usada no início do século 19 tinha alguns problemas: não suportava bem os extremos de temperatura, amolecendo no calor e se tornando quebradiça no inverno. Nos anos 1830, vários inventores estavam tentando desenvolver uma borracha que permanecesse elástica durante todo o ano.

Na cadeia por causa de dívidas, Charles Goodyear começou a fazer experiências com a borracha. Depois de sair, seu primeiro produto foi uma galocha de borracha, que também derreteu no calor.

Ele prosseguiu com seus experimentos e chegou a uma borracha que parecia seca depois de aplicar ácido nítrico, mas em um dia de sol novamente o produto derreteu. Ele prosseguiu com suas experiências, desta vez adicionando enxofre, e foi quando acidentalmente uma amostra caiu sobre um fogão. Em vez de derreter, a amostra endureceu na periferia, e tornou-se elástica no interior.

Estava descoberto o processo de vulcanização da borracha, quando é adicionado enxofre ao látex e depois aquecido, adquirindo estabilidade e consistência.

8. Vaselina


Em 1859, Robert A. Chesebrough, um químico de 22 anos, estava em Pensilvânia para investigar um poço de petróleo, onde recebeu queixas sobre uma substância, a “Rod Wax”, que grudava nos equipamentos de perfuração.

Ele também notou que os operários usavam a Rod Wax em cortes e queimaduras, pois cicatrizavam mais rapidamente. Depois de alguns testes, conseguiu extrair uma “geleia de petróleo”, a qual deu o nome de Vaselina.

9. Marca-passo


O marca passo foi inventado acidentalmente por Wilson Greatbatch nos anos 1950, enquanto trabalhava em um centro de pesquisa, em um gravador para registrar batimentos cardíacos.

Quando estava montando o seu gravador, ele sem querer usou um resistor errado, e quando ligou o mesmo, notou que o objeto dava um pulso elétrico ritmado. Percebendo que seu invento poderia ser usado na prática, ele trabalhou mais dois anos refinando-o, e conseguiu a patente do primeiro marca-passo implantável. Foi em boa hora – os marca-passos da época eram externos, tinham o tamanho de uma televisão, e davam choques nos pacientes.

10. Fósforos


Em 1826, John Walker estava misturando alguns químicos que incluíam sulfeto de antimônio, cloreto de potássio, goma e amido, quando notou que se formara um bolinho seco na ponta do bastão que ele estava usando para misturar os produtos.
  
Sem pensar muito, ele esfregou o bastão para tentar retirar aquela bola seca, e a coisa toda pegou fogo. Este foi o primeiro palito de fósforos da história, só que sem o elemento químico fósforo. Novos fósforos foram inventados até que o produto seguro de hoje surgir, em 1855.

11. Velcro


Apesar dos boatos que correm por aí, o velcro não foi inventado pela Nasa, mas por um engenheiro eletricista suíço, George De Mestral, com participação especial de seu cão.

Depois de uma caçada, ele notou as sementes que ficaram presas no pelo do seu cachorro e nas suas meias. Fascinado com a capacidade das sementes de se prenderem em quase qualquer coisa, De Mestral examinou as mesmas ao microscópio, notando os pequenos ganchos.

Em 1955, De Mestral usou nylon para produzir seu material, que recebeu o nome de Velcro, uma mistura de “velvet” (veludo) e “crochet”. O velcro não fez muito sucesso até que a Nasa começou a usá-lo nos anos 1960 – os astronautas das missões Apolo usavam velcro para prender coisas dentro da nave.

12. Teflon


O Teflon é invenção de Roy Plunkett, um químico que trabalhava para a DuPont. Em 1938, ele teve uma grande ideia – combinar ácido clorídrico com o gás tetrafluoretileno. Ele separou o gás desejado, mas não estava pronto para começar o experimento, então resfriou e pressurizou o gás em latas para usar no dia seguinte.

Só que, no dia seguinte, as latas estavam vazias. Misteriosamente, elas tinham o mesmo peso de quando tinham gás, só que não saía nada. Para onde fora o gás? Confuso, Plunkett cortou as latas e notou que o gás havia solidificado na superfície interna, formando uma superfície lisa.

Em vez de jogar fora o aparente erro, Plunkett e seu assistente começaram a testar o novo polímero, e descobriram que ele tinha algumas propriedades muito incomuns, como ser extremamente escorregadio e inerte a virtualmente todos produtos químicos, incluindo ácidos altamente corrosivos.

O primeiro uso do Teflon foi em munição e na produção de material nuclear para o Projeto Manhattan. Foi só em 1955 que um engenheiro francês chamado Marc Grégoire introduziu as panelas Tefal, graças à sua esposa que percebera que o Teflon usado pelo marido no equipamento de pesca para evitar emaranhamentos era perfeito para ser usado em utensílios de cozinha.

13. Pólvora


Alquimistas chineses tentando inventar o elixir da imortalidade misturaram salitre, enxofre e carvão, e descobriram que a mistura queimava com uma chama púrpura.

No início, a porcentagem de salitre era baixa (em torno de 50%), o que não permitia que a mistura explodisse quando incendiada, mas ainda assim ela era altamente inflamável.

Os primeiros usos da pólvora provavelmente foram como agente incendiário em guerras, até que mais tarde foi usada em fogos de artifício, outra invenção dos chineses.

14. Dinamite


Alfred Nobel inventou a dinamite em 1863, inspirado em parte em um acidente de transporte de nitroglicerina. Nobel tinha ganho fama por explodir suas fábricas de nitroglicerina, um composto altamente explosivo e sensível.

Uma das lendas da invenção da dinamite diz que Alfred Nobel estava trabalhando com nitroglicerina quando um tubo com o explosivo escapou de suas mãos e caiu no chão. Só que em vez de matá-lo, a nitroglicerina foi absorvida por serragem que havia no chão.

A maneira que Nobel encontrou para estabilizar a nitroglicerina foi misturar a mesma com uma substância inerte, como pó de carvão, farinha, serragem e cimento, mas os resultados foram insatisfatórios, até que ele experimentou a lama em torno da fábrica, que era rica em fósseis de diatomáceas, e que se revelou ideal para estabilizar a substância.

15. Fissão Nuclear


Em 1934, alguns anos após a descoberta do nêutron, Enrico Fermi teve a ideia de bombardear diferentes elementos com nêutrons, em busca de novos elementos. Ele descobriu que elementos acima do flúor se tornavam ativos após o bombardeio de nêutrons.

Logo após a publicação do trabalho de Fermi, Ida Noddack, um químico orgânico de Berlim, colocou em dúvida a interpretação de Fermi, alegando que talvez o urânio estivesse se dividindo em dois ou mais fragmentos. Na época, isto era considerado inconcebível.


Entre 1935 e 1938 dois físicos alemães, Otto Hahn e Fritz Strassmann, descobriram que haviam outros produtos resultantes do bombardeio do urânio. Foi a descoberta acidental da fissão nuclear.

16. Mauve (cor)


William Perkin entrou na faculdade de química do Royal College of Chemistry em 1853 com apenas 15 anos, e aos 18 estava tentando descobrir uma forma de sintetizar quinino artificial.

O quinino é produzido a partir da casca de uma árvore. Na época, era bastante procurado, já que era o único tratamento conhecido para a malária. A produção do quinino, entretanto, era bem cara.
   
Trabalhando em casa, ele estava tendo dificuldades para criar uma solução pura; de alguma forma, impurezas acabavam se infiltrando na anilina que ele estava usando, produzindo uma substância preta, grossa.

Ao colocar álcool junto com a substância escura, ele notou uma cor parecida com o violeta, mas mais forte, se formando. Amante da pintura e fotografia, ele resolveu continuar testando aquele estranho composto, que ele chamou de Mauve (de “malva”, em francês).

Acabou inventando a primeira anilina corante, abrindo as portas para uma nova indústria que produziu uma infinidade de cores e… quinina artificial.

17. Vidro laminado


Para qualquer lado que você olhe, vai encontrar o vidro laminado, um sanduíche de duas lâminas de vidro com uma lâmina de plástico entre elas, que tem a propriedade de, ao quebrar, não produzir as afiadas lâminas que o vidro comum produz, e até mesmo de manter a forma.

O vidro laminado foi outra descoberta acidental, em 1903, de Edouard Benedictus, um cientista francês que estava tentando pegar algum frasco de vidro no topo de uma estante, quando acabou derrubando sem querer um outro frasco. E o inusitado aconteceu: o vidro não se espalhou em milhares de pedaços, mas ficou no mesmo formato do frasco, embora quebrado.

O vidro antes tinha sido usado para conter uma solução de nitrato de celulose, um plástico líquido que havia evaporado, aparentemente depositando uma camada fina de plástico no interior do frasco. Como ele parecia limpo, seu assistente guardou o mesmo sem lavar.

Mas a ideia de fazer para-brisas com vidro laminado só ocorreu mais tarde, naquele mesmo ano, quando Benedictus leu sobre os acidentes automobilísticos que estavam ocorrendo. Demorou até a Primeira Guerra Mundial para os vidros laminados serem adotados pelos fabricantes de automóveis.

18. Floco de milho


Reza a lenda que, em 1894, o Dr. John Harvey Kellogg e seu irmão Will Keith Kellogg, ambos Adventistas do Sétimo Dia, estavam tentando descobrir um pão integral para complementar a dieta estritamente vegetariana dos residentes do Sanatório de Battle Creek.

Sem querer, ele deixou uma massa de trigo descansar de um dia para o outro e, quando foi pegá-la, ela estava ressecada. Mesmo assim, eles resolveram passá-la pelos rolos de amassar, e a mistura se dividiu em flocos, que depois de assados, eram deliciosos.

Os flocos “Granose” foram um sucesso no sanatório, que logo se espalhou. Will teve a ideia de usar milho em vez de trigo, criando assim o floco de milho. A empresa Kelloggs’ enviou, só no ano de 1906, mais de 175.000 caixas de flocos de milho para diversas localidades.

19. Olestra


A olestra, conhecida pelo nome comercial Olean, é um substituto da gordura que não acrescenta calorias ou colesterol aos alimentos. Ela foi descoberta acidentalmente nos laboratórios da Procter e Gamble em 1968, pelos pesquisadores F. Mattson e R. Volpenheim, que estavam procurando gorduras que fossem mais facilmente digeridas por recém-nascidos.

Durante testes para introduzir o olestra como aditivo, os pesquisadores notaram que os níveis de colesterol no sangue diminuíam com o uso da substância. Atualmente, a olestra pode ser usada para fritar alimentos e está presente em muitos produtos de baixa gordura.

Infelizmente, ela tem alguns efeitos colaterais desagradáveis, que são dores abdominais e diarreia – mas só para quem exagerar no uso do produto. Além disso, ela diminui a absorção de vitaminas, então os alimentos que possuem olestra na fórmula ou no preparo precisam de adição de vitaminas.

20. Supercola


Harry Coover, um pesquisador da Eastman Kodak, estava tentando inventar um plástico para usar em alças de mira, quando experimentou com o cianoacrilato. A princípio, a aderência do novo plástico irritou Coover, e ele o deixou de lado.

Em 1951, Coover novamente teve contato com o cianocrilato, desta vez em uma tentativa para criar canopis resistentes a calor para jatos. Novamente, a aderência do cianocrilato estava atrapalhando os planos de Coover.


Só que, desta vez, ele teve uma epifania, ao perceber que este adesivo não precisava de calor ou pressão para colar. Mais ainda, em todos os testes, o produto colou todas as substâncias experimentadas. Definitivamente.

21. Post-it


Spence Flier era um pesquisador da 3M que estava tentando desenvolver um adesivo forte. No entanto, ele acabou descobrindo um adesivo fraco, que podia ser colado e colado novamente.

Sem saber o que fazer, Flier deixou a ideia de lado, até que em 1974 o cientista Arthur Fry estava pensando em uma maneira de inventar marcadores de páginas adesivos que não ficassem permanentemente grudado.

Fry lembrou da invenção de Flier, e a 3M, que a princípio estava cética sobre a lucratividade do produto, acabou lançando o Post-it mundialmente.

22. Anestesia


Nos anos 1830, surgiu uma onda entre estudantes universitários de fazer festas conhecidas como “ether frolics” ou “brincadeiras com éter”. Eles descobriram que quando cheiravam o vapor do éter, ficavam doidões.

Ao mesmo tempo, o gás do riso, ou óxido nitroso, era demonstrado por vendedores por todo o país. Em 1844, um dentista de nome Horace Wells participou de uma destas demonstrações, e notou que um sujeito que havia cheirado o gás do riso se machucara e parecia não sentir dor.

Em 16 de outubro de 1846, foi feita a primeira cirurgia com anestesia: um tumor foi extraído, e o paciente alegou não ter sentido dor alguma.

23. Mola maluca


Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos inventores estavam trabalhando em suas garagens para tentar criar alguma coisa que ajudasse no esforço de guerra. O engenheiro Richard James era um destes. Em 1943, ele estava tentando inventar molas que pudessem ser usadas para apoiar e estabilizar instrumentos dentro de navios durante tempestades.

Sem querer, James cutucou uma das molas que saiu rolando da mesa até o chão, daquele jeito que só as molas malucas fazem. Imediatamente, ele levou a mola para sua esposa, Betty, comentando que talvez pudessem fazer um brinquedo com aquilo.

 James levou mais dois anos para aperfeiçoar o produto junto com sua esposa, e eles demonstraram o brinquedo na loja de departamentos Gimbels em 1946. Em 90 minutos, venderam 400 “slinky”, nome criado por Betty. Nos próximos 50 anos, venderiam 250 milhões destas molas no mundo inteiro.

24. Penicilina


Esta é, com certeza, a mais famosa descoberta acidental. Em 1928, o biólogo escocês Sir Alexander Fleming estava fazendo testes com a bactéria Staphylococcus, quando saiu de férias por duas semanas.

Ao retornar, ele notou que uma das culturas estava mofada, e a bactéria não crescia onde o mofo havia se desenvolvido. Imediatamente, Fleming percebeu o potencial da substância, que ele chamou de penicilina, para conter infecções bacterianas.

O que pouca gente sabe é que ele teve dificuldades para produzir mais do mofo, e a penicilina só se tornou uma medicação depois de 13 anos, graças aos esforços de outros cientistas, como Howard Florey, Norman Heatley e Andrew Moyer.

Infelizmente, o abuso da penicilina e outros antibióticos, principalmente o uso de doses insuficientes, acabou por permitir o desenvolvimento de bactérias resistentes a remédios comuns.

Fonte: Hypescience.