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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

20 maiores astrônomos da história que você deveria conhecer

Pense nisso: se não fossem por grandes cientistas, astrônomos que muitas vezes dominam vários campos da ciência, nós acreditaríamos em muito mais coisas sobrenaturais do que hoje. Alienígenas seriam uma explicação ainda mais comum para qualquer fenômeno que agora já entendemos bem. Por terem iluminado nosso conhecimento e nos mostrado o mundo como ele realmente é, aqui fica nossa homenagem a grandes mentes que passaram pela Terra:

1 – ERATÓSTENES

Numa época em que a maioria das pessoas pensava que o mundo era plano, o matemático, astrônomo e geógrafo grego Eratóstenes (276 aC -195 aC) usou o sol (na verdade, as sombras que ele causa) para medir o tamanho da Terra e concluir que ela era redonda. Sua medida (39.690 km) estava apenas 340 km errada em relação à verdadeira medição.

2 – PTOLOMEU

O antigo astrônomo e matemático grego Cláudio Ptolomeu (90 dC – 168 dc) criou um modelo do sistema solar em que o sol, as estrelas e outros planetas giravam em torno da Terra. Conhecido como o sistema de Ptolomeu, foi reconhecido como o correto por centenas de anos, embora estivesse errado. Ainda assim, esse grande cientista foi considerado o primeiro “cientista celeste” e tem colaborações em matemática, astrologia, astronomia, geografia, cartografia, óptica e teoria musical. Sua obra mais conhecida é o Almagesto (que significa “O grande tratado”), um tratado de astronomia que reúne os trabalhos e observações de Aristóteles, Hiparco, Posidônio e outros, com tabelas de observações de estrelas e planetas e com um grande modelo geométrico do sistema solar, baseado na cosmologia aristotélica.

3 – ABD AL-RAHMAN AL-SUFI

O astrônomo persa Abd al-Rahman al-Sufi (903 dc – 986 dc), ou Azophi para os ocidentais, fez a primeira observação conhecida de um grupo de estrelas fora da Via Láctea, a galáxia de Andrômeda. Sua obra o “Livro das Estrelas Fixas” permitiu à astronomia moderna fazer comparações úteis na pesquisa das variações do brilho das estrelas.

4 – COPÉRNICO

No século 16, na Polônia, o astrônomo Nicolau Copérnico (1473 – 1543) propôs um modelo do sistema solar em que a Terra girava ao redor do sol. O modelo não era totalmente correto, já que os astrônomos da época ainda tinham dificuldade em determinar a órbita de Marte, mas acabou mudando completamente a nossa visão do sistema solar. O pai da astronomia moderna revolucionou o pensamento ocidental ao tirar o homem do centro do universo (antropocentrismo), e por isso foi considerado um herege pela Igreja.

5 – KEPLER

Usando medições detalhadas do caminho dos planetas feitas pelo astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, Johannes Kepler (1571 – 1630) determinou que os planetas viajavam ao redor do sol em elipses, não círculos. Para chegar a essa descoberta, ele calculou três leis que envolvem os movimentos dos planetas, que os astrônomos usam em seus próprios cálculos até hoje. Kepler agora é o nome de uma sonda, um observatório espacial projetado pela NASA que procura planetas extrassolares.

6 – GALILEU

Nascido na Itália, Galileu Galilei (1564 – 1642) é muitas vezes creditado com a criação do telescópio óptico, embora na verdade ele tenha apenas melhorado modelos existentes. O astrônomo, físico, matemático e filósofo usou a nova ferramenta de observação para descobrir as quatro luas principais de Júpiter (hoje conhecidas como luas de Galileu), bem como os anéis de Saturno. E, apesar de um modelo da Terra girando em volta do sol ter sido primeiramente proposto por Copérnico, levou algum tempo para a teoria ser amplamente aceita, e Galileu é mais conhecido por defendê-la. Galileu acabou sob prisão domiciliar no final de sua vida por causa disso.

7 – CHRISTIAAN HUYGENS

O físico e astrônomo holandês Christiaan Huygens (1629 – 1695) propôs a primeira teoria sobre a natureza da luz, um fenômeno que intriga cientistas há centenas de anos. Suas melhorias no telescópio lhe permitiram fazer as primeiras observações dos anéis de Saturno e descobrir sua lua Titã. Huygens também criou a teoria sobre o estudo da luz e cores descobrindo que, por meio da luz, seria possível a ocorrência de fenômenos de propagação como refração e reflexão.

8 – NEWTON

Com base no trabalho de quem veio antes dele, o astrônomo inglês Sir Isaac Newton (1643 – 1727) é mais famoso por seu trabalho sobre forças, especificamente a gravidade (quem lembra da história da maçã?). Ele calculou três leis que descrevem o movimento das forças entre objetos, conhecidas hoje como leis de Newton.

9 – EINSTEIN

No início do século 20, o físico alemão Albert Einstein (1879 – 1955) tornou-se de um dos mais famosos cientistas do mundo, depois de propor uma nova maneira de olhar para o universo além da compreensão atual. Einstein sugeriu que as leis da física são as mesmas em todo o universo, que a velocidade da luz no vácuo é constante, e que o espaço e o tempo estão ligados em uma entidade conhecida como espaço-tempo, que é distorcida pela gravidade.

10 – HUBBLE

O astrônomo americano Edwin Hubble (1899 – 1953) calculou que uma bolha pequena no céu existia fora da Via Láctea. Antes de suas observações, a discussão sobre o tamanho do universo era dividida quanto à possibilidade ou não de existir apenas uma galáxia. Hubble determinou também que o universo estava se expandindo, um cálculo que mais tarde ficou conhecido como lei de Hubble. Suas observações de várias galáxias levaram a criação de um sistema padrão de classificação usado até hoje. Um dos telescópios espaciais mais famosos do mundo leva seu nome, o Telescópio Espacial Hubble, apontado para o céu com o objetivo de estudar o universo.

11 – HAWKING

Stephen Hawking (nascido em 1942) fez muitas descobertas significativas no campo da cosmologia. Ele propôs que, como o universo tem um começo, provavelmente também terá um fim. Hawking acredita que o mundo não tem nenhum limite ou fronteira. Apesar de ser visto como uma das mentes mais brilhantes desde Einstein, muitos dos livros de Hawking são adaptados e direcionados para o público em geral, já que ele procura educar as pessoas sobre o universo.

12 – CASSINI

O astrônomo italiano Giovanni Cassini (1625 – 1712) mediu o tempo que leva para os planetas Júpiter e Marte girarem, além de descobrir quatro luas de Saturno e as diferenças nos anéis do planeta. Quando a NASA lançou um satélite para orbitar Saturno e suas luas em 1997, ele foi apropriadamente chamado de Cassini.

13 – HALLEY

Edmond Halley (1656 – 1742) foi o cientista britânico que analisou os avistamentos de cometas históricos e propôs que o cometa que apareceu em 1456, 1531, 1607 e 1682 era o mesmo, e que voltaria em 1758. Apesar de ter morrido antes de poder dizer “eu estava certo!”, ele estava mesmo certo, e o cometa foi nomeado em sua honra.

14 – MESSIER

O astrônomo francês Charles Messier (1730 – 1817) compôs uma base de dados de objetos celestes conhecidos na época como “nebulosas”, que incluía 103 objetos em sua publicação final, embora outros tivessem sido adicionados com base em suas anotações pessoais. Muitos desses objetos são frequentemente listados com o nome do catálogo de Messier, como a Galáxia de Andrômeda, conhecida como M31 (M de Messier, 31 porque é o 31º objeto catalogado). O astrônomo também descobriu 13 cometas ao longo de sua vida.

15 – HERSCHEL

O astrônomo britânico William Herschel (1738 – 1822) catalogou mais de 2.500 objetos do céu profundo. Ele também descobriu Urano e suas duas luas mais brilhantes, duas das luas de Saturno e as calotas polares marcianas. William treinou sua irmã, Caroline Herschel (1750 – 1848), em astronomia, e ela se tornou a primeira mulher a descobrir um cometa, identificando vários outros ao longo de sua vida. A Agência Espacial Europeia criou um observatório com seu nome, o Observatório Espacial Herschel.

16 – HENRIETTA LEAVITT SWANN

Henrietta Leavitt Swann (1868 – 1921) foi uma das várias mulheres que trabalharam como um “computador humano” na Universidade de Harvard (EUA), identificando imagens de estrelas variáveis em placas fotográficas. Ela descobriu que o brilho de uma estrela piscando estava relacionado com a frequência com que pulsava. Esta relação permitiu aos astrônomos calcularem as distâncias de estrelas e galáxias, o tamanho da Via Láctea e a expansão do universo. Ela descobriu mais de 1.200 estrelas variáveis em sua vida.

17 – SHAPLEY

O astrônomo americano Harlow Shapley (1885 – 1972) calculou o tamanho da galáxia Via Láctea e sua localização geral do seu centro. Ele argumentou que os objetos conhecidos como “nebulosas” estavam dentro da galáxia, ao invés de fora dela. Porém, seu nome é um pouco manchado por ele ter discordado incorretamente das observações de Hubble de que o universo tinha outras galáxias além da Via Láctea.

18 – DRAKE

Frank Drake (nascido em 1930) é um dos pioneiros na busca de inteligência extraterrestre. Ele foi um dos fundadores da Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI, na sigla em inglês) e idealizador da equação de Drake, uma equação matemática usada para estimar o número de civilizações extraterrestres na Via Láctea capazes de serem detectadas.

19 – HARTMANN

O astrônomo americano William K. Hartmann (nascido em 1939) estendeu a teoria mais aceita sobre a formação da lua em 1975. Ele propôs que, após uma colisão com um grande corpo, os detritos que saíram da Terra se uniram para formar a lua.

20 – CARL SAGAN

O astrônomo americano Carl Sagan (1934 – 1996) pode não ter sido um grande cientista em comparação com outros dessa lista, mas é um dos mais famosos astrônomos por ter feito importantes estudos científicos nas áreas de ciência planetária, e principalmente por ter popularizado a astronomia mais do que qualquer outro indivíduo. Seus programas de TV e derivados atraíam muitos telespectadores interessados.

BÔNUS: RODNEY GOMES 


A astronomia tem crescido bastante no Brasil. Somos capacitados a construir instrumentos de classe mundial, somos o único país em desenvolvimento que tem acesso a telescópios de 8 e 4 metros, e um dos poucos países no mundo com acesso a esse tamanho de telescópios em ambos os Hemisférios. Também somos o único país não europeu a fazer parte do Observatório Europeu do Sul, uma organização intergovernamental de pesquisa em astronomia, composta e financiada por quinze países.
Não podemos citar grandes cientistas brasileiros que mudaram completamente a visão do universo, mas muitos merecem uma menção honrosa. Recentemente, um astrônomo brasileiro, Rodney Gomes, mudou o rumo da busca por evidências de um planeta no limite de nosso sistema solar. No Observatório Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, ele descobriu que as órbitas irregulares de pequenos corpos gelados além de Netuno implicam que um planeta quatro vezes maior que a Terra está girando em volta do nosso sol nas bordas do sistema solar. 

Fonte: Hypescience.

sábado, 7 de setembro de 2013

Duração do dia pode mudar daqui a seis anos

Oscilações periódicas no núcleo da Terra alteram a duração de um dia a cada 5,9 anos, de acordo com um estudo publicado na revista Nature.

Trazendo à tona esse ciclo sutil, que subtrai e acrescenta milissegundos a cada dia, a pesquisa revelou mudanças abruptas na duração do dia e do campo magnético na Terra. 

  


Durante estas curtas mudanças na intensidade do campo magnético, chamadas de eventos geomagnéticos, a interferência pode ser de 0,1 milissegundos, segundos os pesquisadores. Desde 1969, os cientistas detectaram 10 eventos geomagnéticos.

Aparentemente insignificantes, estas variações são poderosas para aqueles que estudam o planeta e seu núcleo. De repente, um planeta muda seu giro como uma patinadora abre ou fecha os braços. O efeito de rotação ajuda os cientistas a entender o que está acontecendo dentro do núcleo da Terra. Mudanças no campo magnético também fornecem pistas para o núcleo de ferro inacessível. Sua fonte, no entanto, permanece um mistério.

Principal autor do estudo, Richard Holme suspeita que um tremor no núcleo interno sólido impulsione o ciclo de 5,9 anos, transferindo as movimentações angulares para o núcleo externo, mas ninguém sabe o que provoca os eventos geomagnéticos.

“Não tenho ideia”, disse Holme, geofísico da Universidade de Liverpool, no Reino Unido. “Algo está acontecendo na fronteira entre o manto e o núcleo, porque vemos eventos geomagnéticos e os efeitos de rotação ao mesmo tempo, mas não sabemos o que está acontecendo”, disse Holme.

Os pesquisadores ainda discutem ativamente sobre como o núcleo externo líquido produz o campo magnético protetor do nosso planeta, que enfraqueceu e virou polaridade muitas vezes na história geológica. Eles acreditam que ele gera ferro fluido girando no campo magnético da Terra, como um dínamo gigante. Ambas as mudanças anuais e milenares no campo têm sido atribuídas ao giro do núcleo externo.

Desde que os eventos geomagnéticos foram descobertos em 1969, pesquisadores têm procurado explicar e modelar como o dínamo da Terra produz essas rápidas mudanças no campo magnético. Encontrar uma conexão com as mudanças na duração do dia fornece uma nova maneira de pensar sobre o fenômeno, Holme disse.

Os resultados podem, por exemplo, ajudar a entender melhor a troca de momento angular do núcleo e manto, Holme explica. Cria um torque de fricção eletromagnética, semelhante a uma bateria de carro elétrico, mas a condutividade elétrica do manto inferior (ou a facilidade com que as cargas elétricas de fluxo vão para dentro) não podem ser demasiadamente elevada, ou provocariam um atraso no campo magnético de resposta ao deslocamento rotacional. 

“Nós temos algumas ideias, mas são só imaginações”, comenta Holme.

Outros pesquisadores, como Mathieu Dumberry, geofísico da Universidade de Alberta no Canadá, que não estava envolvido no estudo, não estão convencidos de que ele mostra uma ligação entre empurrões e mudanças no comprimento do dia. “Existe uma correlação notável entre um evento geomagnético em 2003 e um comprimento de mudança do dia, mas não são ligações tão fortes”.

Outras forças também podem alterar a rotação do planeta. Desde que a Terra se formou, os movimentos do sol e da lua são responsáveis pela rotação do planeta. Em escalas de tempo mais curto, terremotos, derretimento de geleiras, correntes oceânicas e os ventos fortes podem alterar o quão rápido o planeta gira, encurtando ou alongando um dia por cerca de 1 milissegundo.

Holme e seus colegas removeram estes efeitos externos e planetários de cinco décadas de comprimento de dados do dia, expondo o período de 5,9 anos. Eles então compararam movimentos no ciclo, que correspondem a saltos repentinos no comprimento do dia, com eventos geomagnéticos detectados desde 1969.

Dumberry elogia o trabalho da dupla ao extrair o tempo de 5,9 anos. “Esta é a melhor pesquisa sobre a alteração no período do dia até agora”, disse. 

Fonte: Hypescience.

domingo, 25 de agosto de 2013

Quais são as chances de uma grande catástrofe acontecer na Terra?

Todos sabemos que desastres naturais podem ocorrer sem qualquer aviso prévio. Como por exemplo, o tsunami que sacudiu o Japão em 2011 que acabou coma vida de milhares de pessoas e um deixou um grande prejuízo para o país.

A catástrofe chamou a atenção de todo o mundo não só pelas vidas perdidas e pelos dramáticos esforços de resgate. O Japão é um dos países mais bem preparados para enfrentar desastres naturais, e ainda assim foi devastado pela força da natureza. Um sinal de que nenhum país está a salvo.




TSUNAMI


 


Mesmo com todas as precauções, o Japão não foi páreo para a onda destruidora.

"Uma desgraça nunca vem sozinha", diz o ditado. E a geologia comprova: após um grande tremor de terra, vem sempre um tsunami - expressão em japonês que aposentou "maremoto"e significa "onda que avança sobre a costa". Felizmente, é preciso que se chegue a pelo menos 7 pontos na escala Richter para detonar essa maré de destruição - isso explica serem apenas 8 as ocorrências graves nos últimos 10 anos. Dessas, duas foram no Japão, a mais recente no começo de março, provocada por um dos maiores terremotos da história.

As nações com vista para o Pacífico, como o arquipélago japonês, são justamente as que correm mais risco, pela concentração de vulcões ativos e áreas com perigo de terremoto. Mas os tsunamis não se contentam em promover arrastões marítimos só perto de onde se formam. Eles podem atingir locais a milhares de quilômetros de seu ponto de origem. Em 1960, houve um que começou no Chile e atravessou o oceano, passando pelo Havaí e chegando a matar 200 pessoas no Japão.

Nem o Brasil escapa. O maior risco conhecido é o dos terremotos que podem ocorrer nas ilhas Sandwich do Sul (que ligam a América do Sul à Antártida). "Eles gerariam tsunamis que poderiam afetar a costa brasileira", afirma Costas Synolakis, geólogo da University of South California. No entanto, ainda não se sabe ao certo a probabilidade real de isso ocorrer, pois faltam pesquisas.

Há quem defenda que, com o aquecimento global, o problema tende a aumentar. O especialista Bill McGuide, da London University, acredita que o degelo nos polos deve fazer a crosta terrestre se movimentar para cima, o que causará terremotos e, por consequência, tsunamis. Para piorar, os métodos de prevenção ainda estão capengas.

No Japão, os quebra-mares construídos para conter as ondas gigantes não deram nem para o começo. E a maior parte das casas não estava pronta para resistir à força das águas. "Faltam investimentos", diz o professor Synolakis. Para ele, pouco foi feito desde o desastre na Indonésia, em 2004, que deixou 230 mil vítimas. Os principais problemas são a falta de mapeamento de quais áreas podem ser atingidas e o número limitado de tsunamógrafos - como seu nome sugere, são os aparelhos que medem a fre-quência e o tamanho das ondas.

Mas a pedra maior no caminho é a falta de informação, como no desastre das ilhas Samoa, em 2009, que deixou 189 vítimas. Muitas tentaram fugir de carro e, com o trânsito, morreram afogadas dentro deles. O correto teria sido caminhar até os terrenos altos nas redondezas e esperar o aguaceiro passar.

Para aliviar as tragédias, o aviso precisa ser rápido e eficaz. Na Indonésia, em 2004, muitos dos 230 mil mortos não chegaram a ver o alerta emitido pela televisão local. A razão: eles viviam em vilas sem energia elétrica. Mas em muitos casos não há sequer tempo para divulgar a informação: um tsunami formado perto da costa pode chegar a ela em menos de 10 minutos. No caso recente do Japão, o problema de comunicação foi agravado porque o terremoto havia sido tão forte que cortou até a internet.

Outra medida necessária é investir em uma arquitetura antitsunami. Um bom exemplo é o dos templos islâmicos na Indonésia, que passaram ilesos pela avalanche de ondas. Suas grandes colunas circulares, que sustentavam os andares superiores, permitiram que a água fluísse livremente. Moral da história: se não pode vencê-lo, adapte-se a ele.

Probabilidade de ocorrer - Média
Letalidade - Média
Perspectiva para o futuro - Igual a hoje
A cada ano, ocorrem 6 tsunamis no mundo


FURACÃO

  

O desastre no Japão será o mais caro da história, já declararam analistas que calculam prejuízos com catástrofes. O líder prestes a ser desbancado é um furacão: o Katrina. Em 2005, quando varreu a costa dos EUA, o Katrina causou prejuízos de mais de US$ 100 bilhões. De onde ele saiu, virão outros mais poderosos. Os furacões (nome usado no Atlântico) e tufões (nome usado principalmente no Pacífico) estão se fortalecendo. Entre 1981 e 2006, a velocidade deles aumentou 7,8 metros por segundo, de acordo com a Universidade Estadual da Flórida, que analisou os mais velozes. A fúria é impulsionada pela superfície dos oceanos, cada vez mais quente. (Temperaturas acima de 26 ºC são propícias à formação de furacões.) Os maiores alvos podem ser a costa dos EUA, do México e países do mar do Caribe. A princípio, o Brasil não corre risco: nossas redondezas têm ventos fortes, e furacões só se formam em áreas de calmaria. Mas o clima pode mudar. Em 2004, o Catarina atingiu o estado de Santa Catarina e matou pelo menos 3 pessoas. "Se tivemos um, é possível que haja outro", diz Augusto José Pereira Filho, professor de ciências atmosférias da USP.

Probabilidade de ocorrer - Alta
Letalidade - Alta
Perspectiva para o futuro - Piorar

VULCÃO

   

Nos últimos 100 anos, os vulcões deixaram 100 mil mortos. Considerando o período, não é muito (acidentes de carro, por exemplo, matam 35 mil pessoas por ano só no Brasil). A principal ameaça gerada pelas erupções é o lançamento de cinzas na atmosfera, o que provocaria chuva tóxica e esfriamento global. Existem 6 supervulcões no planeta: três nos EUA, um no Japão, um na Nova Zelândia e um na Indonésia. Cada um deles poderia lançar uma nuvem de cinzas 3 mil vezes maior que aquela que cobriu a Europa após a erupção do islandês Eyjafjallajökull, em 2010. Outro perigo está nas ilhas Canárias, perto do noroeste africano. Lá existe um vulcão cuja erupção faria com que grandes blocos de pedra se desprendessem das ilhas, gerando um tsunami que inundaria o sul do Reino Unido, devastaria a costa leste americana e chegaria ao Nordeste brasileiro com ondas de até 3 metros de altura.

Probabilidade de ocorrer - Média
Letalidade - Baixa
Perspectiva para o futuro - Igual a hoje

TERREMOTO

   

Ele não é um fenômeno estritamente natural - também pode ser causado pelo homem. Mas a ciência tem uma nova arma para estudá-lo.

A ciência não consegue prever os terremotos. Mas especialistas acreditam que, com grandes cidades, como Tóquio e Los Angeles, construídas em regiões instáveis, a tendência é acontecer pelo menos uma grande tragédia por década. 400 milhões de pessoas vivem em metrópoles que podem sofrer um grande terremoto nos próximos 200 anos. "Nenhuma cidade está preparada para um tremor de 9 graus na escala Richter, como o que ocorreu no Japão", explica o professor de sismologia Afonso Vasconcelos Lopes, da USP. Isso porque as construções são projetadas para suportar o pior terremoto já ocorrrido no local - e poucos lugares já sofreram abalos sísmicos de 9 graus.

Ao contrário do Japão, o Brasil fica numa área geologicamente estável. Mas isso não é uma garantia absoluta. "Mesmo numa cidade como São Paulo, que em tese está segura, é preciso calcular a resistência das obras", diz Vasconcelos. É que existe um tipo de abalo sísmico, chamado de intraplaca, que pode acontecer mesmo em regiões supostamente imunes. Esse fenômeno é causado por fragilidades nas placas tectônicas e responsável por 10% dos sismos no planeta. Os EUA sofreram um terremoto intraplaca de 8 graus no começo do século 19, e também já houve um no Brasil - um tremor de 6,2 graus na serra do Tombador, em Mato Grosso, em 1955.

Além disso, os terremotos estão deixando de ser desastres estritamente naturais. O de Sichuan, que matou 69 mil pessoas na China em 2008, pode ter sido desencadeado pela construção de uma represa. Cientistas da Universidade Columbia acreditam que o peso da água teria afetado o equilíbrio sísmico do local. O governo chinês não liberou os registros do evento, impedindo que a tese fosse estudada com mais profundidade. Mas ela é aceita por boa parte dos especialistas. Até porque não foi a primeira vez que isso aconteceu. Quando a represa Hoover foi construída nos EUA, na década de 1930, a região onde ela fica (perto de Las Vegas) sofreu centenas de abalos de 4 a 5 graus.

Mas os sismologistas têm uma nova arma. É o Quake Catcher, um software que foi criado pela Universidade Stanford. Esse programa usa sensores presentes no disco rígido de qualquer computador para medir a atividade sísmica do local onde se encontra e envia as informações para os cientistas. Se milhões de pessoas instalarem o programa, os pesquisadores terão um retrato mais detalhado da atividade sísmica na Terra - para um dia, quem sabe, conseguir prever os terremotos.

Probabilidade de ocorrer - Alta
Letalidade - Alta
Perspectiva para o futuro - Piorar

ENCHENTES

   

Não é impressão sua: está piorando. A última década concentrou 50 das 180 maiores enchentes dos últimos 100 anos. Apesar de ter menos grife que outros desastres, as enchentes matam muito. No verão que passou, as chuvas causaram um estrago inédito no Rio de Janeiro: 700 mortos e 14 mil desalojados e desabrigados. Mas nada comparável a China e Índia, onde a densidade populacional leva a tragédias com milhões de vítimas - além da destruição, as enchentes disseminam doenças infecciosas.

As estatísticas que sinalizam para o aumento do problema sempre foram vistas com ressalva pelos meteorologistas. Para eles, é preciso uma longa sequência histórica para comprovar uma mudança. Pois essa mudança começou a ser comprovada.

Pela primeira vez, foi provado que os gases do efeito estufa provocam aumento de chuva. Ou seja, não só está piorando como é culpa nossa. "Agora podemos dizer com confiança: o aumento da intensidade de chuvas no final do século 20 não pode ser explicado pelos modelos climáticos existentes", disse à revista Nature a pesquisadora Gabriele Hegerl, líder da pesquisa da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. É só um primeiro passo, mas que lá na frente ainda pode resultar até em compensação dos países ricos por enchentes em regiões pobres. Ao menos, agora a ciência admite que o tempo está ruim.

Probabilidade de ocorrer - Muito alta
Letalidade - Muito alta
Perspectiva para o futuro - Piorar

SECA

    

A falta de água poderá atingir dois terços da população mundial em 2025. Grandes regiões de Ásia e África, além de trechos menores de Austrália, EUA, América Central e América do Sul (inclusive o nordeste brasileiro) já estão hoje em situação de escassez ou se aproximando disso.

Os resultados podem ser devastadores. Se afeta a agricultura, a seca é capaz de forçar populações a migrar para não sofrer com a falta de alimentos e doenças. Em 1932, vítimas da seca no Ceará deixaram o interior em busca de socorro no litoral, por exemplo. Ficar onde moravam poderia levar à morte - o que aconteceu com 1 milhão de etíopes após uma queda no volume de chuvas em 1984. E a previsão é de que as secas se intensifiquem. O aumento da temperatura global alimentou a evaporação no solo de países como a Austrália. A chuva gerada por esse vapor caiu em outras regiões, e o resultado são solos mais áridos. Para piorar, cada vez mais moramos em cidades, onde a água fica poluída. "Precisamos ser mais eficientes com nossos recursos", diz Michael Hayes, diretor do Centro Nacional de Mitigação da Seca, dos EUA.

Probabilidade de ocorrer - Média
Letalidade - Média
Perspectiva para o futuro - Piorar

CATÁSTROFE NUCLEAR

    

As usinas nucleares são seguras. E estão ficando mais seguras ainda. Mas alguma coisa sempre pode dar errado. Veja qual é o pior cenário possível.

Desde que o primeiro reator nuclear começou a produzir eletricidade, em 1951, houve apenas um acidente grave - em Chernobyl. Pelas piores estimativas, ele causou 4 000 mortes. É bastante. Mas é muito menos que as 300 mil pessoas que morrem a cada ano devido à poluição gerada pela queima de combustíveis fósseis. Estatisticamente, as usinas nucleares são a maneira mais segura que existe de produzir energia. E elas estão ficando mais seguras. Em 1990, os reatores espalhados pelo mundo apresentavam em média 1,8 scrum (desligamento não-programado, geralmente acionado pelos sistemas de emergência do reator) a cada 7 000 horas de operação. Hoje, essa taxa é 0,5. Ou seja: as usinas estão funcionando muito melhor que no passado.

Ok. Agora diga isso para os japoneses, que estão vendo seu país enfrentar uma crise nuclear. O risco de acidente nunca é zero. O pior que poderia acontecer, para o mundo, seria um incidente grave nas usinas de Kursk, Smolensk e Leningrado, na Rússia. Ao todo, elas possuem 11 reatores do tipo RBMK-1000 - o mesmo que era usado em Chernobyl. O problema está na chamada contenção, uma estrutura de aço e concreto que envolve o reator nuclear - e que os RBMK (sigla em russo que significa reator de alta potência) simplesmente não possuem. "Ele é um prédio comum, aberto", explica Fernando Carvalho, professor de engenharia nuclear da UFRJ. Isso significa que, se o reator explodir, pode lançar grande quantidade de material na atmosfera. Foi o que aconteceu em Chernobyl, onde se formou uma nuvem radioativa que viajou 2 000 km e chegou até a França. Nas demais usinas nucleares, que possuem estruturas de contenção do reator, seria difícil ocorrer um vazamento tão grande.

O ponto mais delicado de todo reator nuclear, seja ele do tipo RBMK ou dos padrões BWR (boiling water reactor, usado no Japão) e PWR (pressurized water reactor, caso de Angra 1 e 2), é o sistema de refrigeração. O reator precisa receber água corrente, que é bombeada por um sistema elétrico. Ele não pode ficar sem refrigeração em hipótese nenhuma. Por isso, as usinas tomam precauções extremas. Se faltar eletricidade, entra em ação um sistema de backup. "As usinas de Angra possuem 4 geradores a diesel cada uma. É quatro vezes mais do que seria necessário", afirma Laércio Vinhas, diretor de segurança da Comissão Nacional de Energia Nuclear. No Japão, esses geradores a diesel foram danificados pelo tsunami - e os reatores ficaram sem refrigeração adequada. O combustível nuclear (no caso das usinas japonesas, pastilhas de urânio) continua liberando calor, mesmo se o reator for desligado. Se não houver refrigeração, a temperatura sobe perigosamente - em meia hora, passa do nível normal (285º C) para mais de 800 graus. Quando o calor chega a 1200º C, o revestimento das pastilhas derrete. Isso libera hidrogênio - um gás altamente inflamável, responsável pelas explosões em Fukushima. Se nada for feito, a temperatura continua subindo, há liberação de gases radioativos e, a 1800º C, o cilindro de metal que protege o reator começa a se desfazer. Depois de três dias, o calor pode chegar a 2400º C - quando o próprio urânio começa a derreter.

Mas por que o Japão construiu uma usina nuclear perto da costa, numa região vulnerável a tsunamis? Por causa da água. Muitos dos 442 reatores existentes no planeta estão localizados perto do mar ou de rios - justamente para que tenham um fornecimento abundante de água.

Os reatores mais modernos possuem sistemas de refrigeração passivos, ou seja, que funcionam mesmo se houver falha total nas bombas elétricas e nos geradores a diesel. Quatro modelos desse tipo estão sendo construídos na China, com inauguração prevista para 2013. Mas mesmo eles não estão livres de críticas - o governo dos EUA diz que o novo modelo, criado pela empresa americana Westinghouse, não oferece proteção contra ataques terroristas (pois sua estrutura não suportaria a colisão de um avião). Mas é pouco provável que terroristas consigam arremessar um avião contra uma usina nuclear. É mais provável que tentem praticar um ataque radiológico. Uma pesquisa feita com 85 especialistas em armas nucleares estimou em 39,8% a probabilidade de um ataque desse tipo em alguma cidade dos EUA até 2015. Primeiro, terroristas se apoderam de algum tipo de material radioativo - como o césio-137 usado em máquinas de radiografia. Ele é acoplado a uma bomba comum, que é detonada no centro de uma metrópole. Essa explosão provoca uma chuva de partículas radioativas que pode se espalhar numa área de até 40 quarteirões - que, dependendo do grau de contaminção, poderiam se tornar inabitáveis por meses, anos ou até décadas.

O pior pesadelo nuclear seria um conflito armado. Simulações feitas por duas universidades americanas apontam que um conflito nuclear entre Índia e Paquistão deixaria 12 milhões de mortos. Os incêndios resultantes das explosões lançariam 5 milhões de toneladas de fuligem na atmosfera. Isso bloquearia parte da luz solar, esfriando o planeta em 1,25º C e reduzindo as chuvas em 9%. "As plantações cresceriam mais devagar, e as colheitas seriam abreviadas. E o maior problema seria o pânico [de contaminação]. Os países parariam de exportar e importar comida", diz Alan Robock, climatologista da Universidade Rutgers e autor de vários estudos a respeito. As explosões também teriam um efeito catastrófico sobre a camada de ozônio, que seria reduzida em até 70% num período de 5 anos. Mas, para que esse cenário aconteça, Índia e Paquistão precisariam detonar 50 bombas atômicas cada um - um cenário muito difícl de acontecer.

Probabilidade de ocorrer - Muito baixa
Letalidade - Baixa
Perspectiva para o futuro - Melhorar

442 é o número de reatores nucleares em operação no planeta. Os EUA são o país com mais reatores (104).

11 é o número de reatores RBMK-1000 em uso na Rússia. É um modelo considerado pouco seguro - o mesmo do acidente de Chernobyl.

TEMPESTADE SOLAR

    

Um dia, a Terra será engolida pelo Sol - mas só daqui a 7,6 bilhões de anos. Até lá, o pior que pode acontecer são as tempestades solares. Elas são descargas de radiação eletromagnética que, ao chegar à Terra, danificam tudo o que é elétrico ou eletrônico - como carros, aviões, computadores, satélites e redes de transmissão de energia. O pior caso registrado aconteceu em 1859, quando uma tempestade queimou boa parte das linhas de telégrafo dos EUA. Hoje, com nossa dependência tecnológica, as consequências seriam muito piores.

Um relatório do governo dos EUA estima que uma tempestade de grandes proporções causaria de US$ 1 a 2 trilhões em prejuízos, dos quais a humanidade levaria 10 anos para se recuperar. A principal linha de defesa é a prevenção, com o desligamento de aparelhos e redes elétricas antes da tempestade. O alarme seria dado pela Advanced Composititon

Explorer, uma nave da Nasa que está a 1,5 milhão de km da Terra e é capaz de detectar as tempestades solares aproximadamente um dia antes que elas cheguem aqui.

Probabilidade de ocorrer - Baixa
Letalidade - Muito baixa
Perspectiva para o futuro - Piorar

ASTEROIDE

   

A chance de colisão é mínima. Mas, se ele for grande e no alvo, ainda não estamos preparados.

Não é uma questão de se, mas de quando. Um asteroide como aquele que extinguiu os dinossauros, entre 15 e 20 quilômetros de largura, é um evento bem raro: atinge a Terra a cada 100 milhões de anos, em média. Mas pedras entre 50 e 100 metros, com poder para destruir uma metrópole, caem com mais frequência: a cada 500 anos. Novamente, é uma média histórica - ou seja, podem ter caído dois na mesma semana e nenhum nos 2000 anos seguintes.

A última dessas visitas indesejadas foi em 30 de junho de 1908. Foi o caso clássico de "se uma árvore cai no meio da Amazônia, ninguém fica sabendo", com a diferença de que era um asteroide na floresta de Tunguska, na Sibéria, extremo nordeste do então Império Russo. Apesar de produzir uma onda de choque que devastou uma área que equivale à Grande São Paulo, eram 3 mil quilômetros quadrados inabitados. Nenhuma pessoa morreu e o caso não repercutiu.

O próximo - que ninguém garante que vai esperar até 2408 - vai encontrar um mundo mais povoado, com 20 regiões metropolitanas de mais de 10 milhões de habitantes. Qualquer uma delas seria dizimada se atingida por uma rocha espacial do tamanho de um ginásio esportivo. A questão é: o que vamos fazer quando ele vier?

"No futuro, vamos prever uma colisão com décadas de antecedência e, quando chegar a hora, evitá-la", diz David Morrison, responsável pela divisão da Nasa encarregada de ficar de olho nos asteroides e que revê estatísticas incessantemente. "Mas, por enquanto, não estamos seguros."

O último asteroide que provou isso foi o 2008 TC3, em outubro de 2010. Do tamanho de um automóvel, ele foi detectado apenas 20 horas antes do impacto, quando estava a 500 mil quilômetros - quase chegando na Lua. Por sorte, explodiu a 37 km do solo, sobre o deserto na fronteira do Egito com o Sudão.

Por enquanto, os planos estão no papel - e parecem mais roteiro de blockbuster. Mandar a bomba mais potente rumo ao asteroide, por exemplo, não é tão fácil quando parece. Para desviar sua trajetória, seria preciso interceptá-lo com anos de antecedência. Outra ideia é enviar uma nave apenas para pairar ao lado do asteroide e, com a força gravitacional gerada pela sua massa, alterar a rota original do pedregulho. Uma nave com espelhos poderia direcionar a luz do Sol para tostar o asteroide: a evaporação trataria de desviá-lo para longe da Terra.

Pelas contas da Nasa, dois objetos mecerem atenção: o 2007 VK184 e o 2011 AG5, que estarão nas redondezas terrestres entre 2036 e 2057. Na escala de perigo de colisão, eles têm grau 1 de 10 - "na revisão dos cálculos, devem voltar ao 0", diz Morrison. Tudo são possibilidades. Só uma coisa é certa: um dia a pedra cai.

Probabilidade de ocorrer - Muito baixa
Letalidade - Muito alta
Perspectiva para o futuro - Igual a hoje

VAI QUE...

...Cai na terra
O impacto de um corpo celeste de 50 metros de diâmetro com o planeta é equivalente ao de uma bomba nuclear. Quanto maior o tamanho do objeto, pior o estrago.

...Afunda no mar
A queda de um asteroide no oceano também seria mortal. Uma pilha de pedras de 100 metros, por exemplo, causaria um tsunami que engoliria edifícios litorâneos.


Fonte: Super Interessante.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

10 fatos curiosos sobre a água da Terra


Se alguém pergunta: “qual é a substância mais importante que existe?”, a resposta mais óbvia é “a água”. Não só ela é diretamente responsável pela nossa existência, como perfaz a maior parte do corpo humano – precisamos dela para sobreviver.

Com base em quão abundante parece ser, é fácil esquecer que na maioria das vezes é um dos recursos mais escassos (pelo menos quando se trata de água potável), ainda mais quando deixamos a atmosfera da Terra rumo a imensidão do espaço.

Confira uma lista com alguns dos fatos mais interessantes sobre esse líquido e o papel que desempenha em nosso planeta:

10. A Terra não tem tanta água quanto provavelmente você acha que tem


É fato que mais de 70% da superfície da Terra é coberta por água; o Oceano Pacífico, sozinho, cobre metade do globo. No entanto, na maior parte da superfície, ela não passa de uma película relativamente fina.

Um estudo recente publicado pela U.S. Geological Survey (Serviço Geológico dos EUA) mostra que se reuníssemos toda a água da Terra (oceanos, rios, lagos, lenções freáticos e calotas de gelo) em uma única esfera, ela teria um diâmetro de 1.384 km, um pouco mais que a distância do Rio de Janeiro – RJ a Salvador – BA, ou o tamanho de um planeta anão como o Sedna (um dos muitos objetos trans-netunianos), e teria um volume de 1,386 bilhão de quilômetros cúbicos.

Além disso, a quantidade de água doce é muito menor: sua esfera teria um diâmetro de 272,8 km – 4 vezes menor em diâmetro e 50 vezes menor em volume. Essa segunda esfera inclui as geleiras. A terceira esfera, com apenas lagos de água doce e rios, teria uns 90 km de diâmetro.

9. A lua Europa tem mais água que a Terra


Antigamente, os astrobiólogos achavam que a Terra era a maior fonte de água do sistema solar, algo hoje reconhecido como falso.

Quando na década de 90 a sonda Galileu investigou o sistema de luas de Júpiter, descobriu que uma delas tinha uma massa de água maior que o esperado. A notícia repercutiu pelo mundo e, de uma gélida lua, Europa se tornou uma sensação no mundo dos astrobiólogos como potencial morada para a vida extraterrestre.

Sua água está na forma de uma espessa crosta de gelo rachada, onde podem se formar lagos subglaciais perto da superfície, parecidos com o famoso lago Vostok, explorado na Antártida. E os estudos indicam também um oceano colossal de água líquida abaixo da crosta de gelo.

Mesmo sendo menor que a lua e umas 50 vezes menor que a Terra, toda a água de Europa daria uma esfera de 1.754 km, duas a três vezes maior que toda a massa líquida da Terra.

Outros mundos parecem ter ainda mais. Titã, lua de Saturno, teria uma massa maior de água que a Terra e Europa, enquanto o planeta Netuno poderia ter em seu manto uma massa colossal de vários planetas Terras em forma de água, segundo modelos teóricos para a estrutura dos gigantes gasosos distantes.

No sistema solar exterior, a presença de água em mundos como luas e planetas anões não é uma pequena fração como na Terra, mas tão ou mais substancial que a própria rocha.

8. Nosso abastecimento de água veio provavelmente de cometas e asteroides


Não temos uma resposta exata sobre a origem da água na Terra, mas o modelo científico mais aceito indica que ela veio por um bombardeio de cometas.

Neste cenário, a primeira parte da história é que muito de nosso abastecimento de água existiu no período de formação dos planetas, quando o material que os compõe começou a se fundir no disco protoplanetário do sistema solar em formação ao redor do jovem sol.

Enquanto planetas rochosos se formavam no sistema solar interior, o calor das rochas fundidas teria feito todas as massas de água evaporarem e escaparem da gravidade para o espaço, se aglutinando na forma de cometas e asteroides – no fim, a gravidade dos planetas se encarregou de arremessá-los para longe do espaço planetário, onde permaneceram inertes por bilhões de anos.

A segunda parte vem no Intenso Bombardeamento Tardio, quando um fenômeno gravitacional iniciou um processo de envio de muitos desses objetos gelados na direção do sistema solar interior, tendo muitos deles caído na Terra. Com isso, uma massa imensa de água se formou em nosso planeta, com a ajuda da pressão atmosférica da Terra.

Boa parte dos materiais orgânicos daqui provavelmente vieram para a Terra da mesma maneira, dando origem à vida.

7. Micrometeoritos caem na Terra sobre a forma de chuva


Estima-se que em torno de 10 mil toneladas de micrometeoritos caem na Terra todos os dias, sendo muitos deles pequenos pedaços de rocha por vezes com pequenas frações de ferro, que cruzam nosso caminho.

Acredita-se que a maioria desses pequenos viajantes, que consiga sobreviver ao atrito com a atmosfera que incinera objetos entrantes, acaba ficando presos na atmosfera superior e passe realmente a fazer parte dela. Em um dado momento, eles se misturam com o vapor de água, aglomerando-se e depois caindo sobre a superfície na forma de chuva.

Então, na próxima vez que molhar-se numa chuva de verão, saiba que pode estar em contato com bilhões de pequenas partículas de poeira estelar, restos da formação planetária, talvez pedacinhos de Marte ou da lua.

6. Há mais de 10^30 vírus nos oceanos do mundo


Através de sua pesquisa, Curtis Suttle (da Universidade de British Columbia) passou um tempo significativo a contar fisicamente o número de vírus localizados em várias partes do oceano. Em última análise, ele concluiu que cada litro de água do mar contém cerca de 3 bilhões de vírus. Considerando o fato de que os geólogos estimam que o oceano contém cerca de 1,3×1021 litros de água, devemos ter cerca de 4 E 30 (4 seguido de 30 zeros) vírus ao todo.

Uma curiosidade é que se pudéssemos empilhar esse número colossal de seres microscópicos, cobriríamos algo como 10 milhões de anos-luz – uma medida mais que astronômica, galáctica. Uma ano-luz equivale a 9,46 trilhões de km. A nossa galáxia, a Via Láctea, tem 100.000 anos-luz de diâmetro. 10 milhões de anos-luz daria o diâmetro do Grupo Local de Galáxias, que abrange 35 galáxias, entre elas a nossa.

5. A vida pode sobreviver em regiões “inabitáveis” do fundo do mar


A maioria de nós mantém uma boa ideia das variáveis necessárias para nossa sobrevivência – água, alimentos, oxigênio, luz solar… – tudo isso geralmente considerado imperativo para a nossa forma de vida.

Imagine a surpresa dos biólogos quando vida foi descoberta ao explorarem alguns dos mais profundos lugares de nosso planeta, onde as condições são mais adversas que quaisquer outras localidades já vistas.

As formas de vida encontradas são comparáveis a potenciais formas alienígenas. Algumas delas, como os vermes-tubo, são criaturas de três metros de comprimento, sem olhos, bocas ou intestinos. Outros, como bactérias que forma encontradas dentro de fontes hidrotermais, vivem a mais de 2.000 metros abaixo do nível do mar – onde não só há ausência de luz solar, como a pressão é substancialmente maior do que se poderia experimentar na superfície, e as temperaturas podem exceder os 400 graus Celsius. Para sobreviver, algumas formas de vida extraem energia a partir do sulfeto de hidrogênio proveniente das fontes hidrotermais, num processo chamado “síntese química”.

Na parte mais profunda do oceano, na Fossa das Marianas, além de outros seres foi encontrada uma peculiar ameba gigante, com 10 centímetros. Esses seres vivem a quase 11 quilômetros de profundidade com uma pressão 1.100 vezes maior que a da atmosfera ao nível do mar.

A vida nesses estremos obscuros tem sido uma grande esperança para a procura por formas de vida extraterrestre em mundos com oceanos obscuros como Europa, a lua de Júpiter citada no item 9.

4. Há mais moléculas em um litro de água que litros de água no oceano


Se você despejasse uma garrafa de água no oceano, e viajasse para o outro lado do mundo para pegar água do oceano com essa mesma garrafa, qual a chance de pegar ao menos uma molécula da mesma água que despejou anteriormente? Provavelmente nula, dada a imensa quantidade de água em um oceano.

Na verdade, as chances são muito boas (na casa dos dígitos quádruplos) de que você não só 
encontre uma molécula idêntica de água: cerca de 8.000 exatamente. Mas como?


Um litro de água tem um monte de moléculas nele. Na verdade, há mais moléculas em um litro de água do que litros de água em todos os oceanos da Terra. Por conta disso, as chances são boas de encontrar não apenas uma, mas dígitos quádruplos de moléculas idênticas (cerca de 8.000). Esses números são discriminados aqui.

Importante lembrar que isso é apenas um teste de lógica numérica, que não deve ser levado ao pé da letra.

3. Algumas das moléculas de água que consumimos já foram bebidas por dinossauros



Como vimos desde as séries fundamentais, a água tem um ciclo bastante complexo: é consumida por seres vivos, devolvida a terra, evaporada, forma nuvens, precipita nas chuvas – obviamente, isso não é tudo, mas é um bom resumo do que acontece.

Isso essencialmente significa que a água é constantemente reciclada. No entanto, as moléculas por si próprias mudam de estado (sólido, líquido e gasoso) o tempo todo. Embora, como na fotossíntese ou na radiação, elas possam ser separadas em suas partes constituintes – hidrogênio e oxigênio, na maior parte das fases dos ciclos, elas permanecem as mesmas, e já encontramos vários leitos de rios antigos que contém moléculas de água com milhões de anos de idade, quando dinossauros ainda andavam por aí.

Uma vez sabido que moléculas são pequenas e numerosas, passam por vários ciclos e processos na natureza, podemos calcular a quantidade de água que herdamos da época dos dinossauros. Segundo os cientistas, as plantas consomem 12 trilhões de quilos de água por ano, de uma quantidade de 1.400 bilhões de bilhões de quilos; assim, a maioria das moléculas de água é separada a cada 100 milhões de anos. 

Considerando que a distância entre nós e os dinossauros é 65 milhões de anos, as estimativas dizem que mais da metade das moléculas de nossa água (uns 57%) eram ingeridas por eles. Ou, para quem preferir, algumas das moléculas mais recentes em seu copo d’água passaram através da bexiga de Einstein, Shakespeare, Cleópatra, Issac Newton e talvez até Confúcio.

2. Se a Terra parasse de girar, toda a nossa água iria para os pólos



Entre outras coisas terríveis que aconteceriam se a Terra parasse de girar, toda a água se acumularia nos pólos. Isso aconteceria porque a migração oceânica cessaria, e toda a água se deslocaria da parte equatorial para as polares. 

A rotação é um elemento fundamental da formação planetária, pois equilibra o campo magnético e dá movimento as massas oceânicas e atmosféricas. Dois super oceanos nos pólos gélidos e sem chão pra pisar, e equador seco de um lado pelo calor solar, e congelado do outro por uma noite de meio ano é o que uma Terra sem giro causaria.

1. Super Barragens podem frear a rotação da Terra


Talvez alguns não achem o assunto mais interessante dessa lista, mas certamente é de grande importância. É necessário uma discussão em torno dos impactos ambientais de algumas tecnologias modernas.

Durante os últimos 40 ou 50 anos, temos visto uma concentração significativa em formas de geração de energia. Um avanço que tem sido massivo está na forma de barragens hidrelétricas, que apesar de geralmente caras, são uma fonte de energia limpa. A princípio, parece um bom investimento, mas logo surgem preocupações surpreendentes, como o fato de que elas podem alterar a rotação orbital do planeta.

O maior exemplo é a Three Gorges Dam, Barreira das Três Gargantas, na China. É uma barreira peso-pesado que, quando cheia, contém 42 bilhões de toneladas de água – um volume de 39 km³, na capacidade total.

Esta grande mudança na distribuição de massa em relação à rotação da Terra tem aumentado o tempo de um dia em 0,06 microsegundos. Isso com apenas essa barreira, sem contar as outras superbarragens que existem no globo.

Certamente, 60% de um microsegundo não parece muito, mas a soma futura de várias barragens operantes simultaneamente pode trazer consequências maiores. Associadas a outros fenômenos naturais responsáveis pela gradual freagem da rotação, como o afastamento da lua, esses números podem passar a ser significativos.

Fonte: Hypescience.