Você Sabia? Pergunte Aqui!: trabalho
Mostrando postagens com marcador trabalho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador trabalho. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 25 de junho de 2013

7 mitos da produtividade desbancados pela ciência

No ritmo alucinante do mundo moderno, ser produtivo é mais do que necessário; é essencial. Mas fazer tudo o que você tem que fazer em menos tempo – para ver se sobra algum pra você – é uma arte complicada de se dominar. Ainda mais se você se prender a velhos mitos que, ao invés de te ajudar, são contraprodutivos. Confira 7 erros comuns no que se trata de produtividade, e aprenda a otimizar seu valioso tempo:


Mito 1: é preciso acordar cedo pra ser produtivo


O mito de que você pode milagrosamente resolver todos seus problemas de produtividade forçando-se a acordar cedo é antigo. Tudo começou quando o biólogo Christopher Randler publicou um estudo que apontava que quem cedo madruga é realmente mais produtivo. Claro que a conclusão criou vida própria e tem rodado por aí desde então.

O problema é que, na realidade, o biólogo apenas concluiu que as pessoas que acordam cedo têm geralmente uma atitude mais pró-ativa, e, portanto, estão dispostas a produzir mais ao longo do dia. Seus resultados podem ser facilmente explicados por considerar como a maioria de nós é socializada a acreditar que acordar cedo equivale a ter um dia inteiro para resolver tudo que precisamos.

Um estudo publicado em 2011 na revista Thinking & Reasoning aponta o que realmente devemos nos lembrar: que a chave para ser produtivo e criativo (que o estudo divide em dois tipos diferentes de atividade) é trabalhar nas horas que são melhores para você.

Se você gosta de acordar cedo (ou é forçado a tanto por causa do seu trabalho), tome conta de suas tarefas mais difíceis e problemáticas primeiro, quando você é mais produtivo. Em seguida, na parte da tarde, é hora de desacelerar e passar o tempo tendo ideias e sendo criativo. O inverso aplica-se a quem prefere acordar tarde ou pessoas que trabalham melhor à tarde ou à noite.

Simplificando, você terá mais tempo se você se levantar cedo ou trabalhar até mais tarde, quando ninguém está por perto para distraí-lo, mas isso não significa necessariamente que tal coisa vá torná-lo mais produtivo.


Mito 2: é preciso ter força de vontade e esforçar-se para conseguir fazer tudo


Outro mito de produtividade popular é que a melhor maneira de resolver tudo é com esforço e boa vontade. A verdade é exatamente o contrário: um estudo antigo (de 1972), publicado Journal of Personality and Social Psychology, desmascarou essa ideia há muito tempo, afirmando que força de vontade é limitada, e que devemos usá-la com sabedoria.

Forçar a barra ou querer abraçar o mundo é contraprodutivo. Em vez disso, você deve trocar de marcha e fazer outra coisa. É importante fazer pausas, para desengatar completamente e dar-se uma oportunidade de recarregar as energias. Infelizmente, a maioria dos ambientes de trabalho não são muito favoráveis ​​a isso, mas não é impossível trabalhar em um projeto paralelo por um tempo, ou apenas sair do escritório e dar um passeio antes de voltar para o que estava fazendo.

Um estudo de 2009 feito pela Sociedade de Gestão de Recursos Humanos e publicado na Harvard Business Review levou a ideia um passo adiante, e propôs tornar a “pausa para ficar longe do escritório” obrigatória para os empregados, por causa dos ganhos de produtividade que ela oferece.


Mito 3: telas múltiplas ajudam com a produtividade


Esse mito tem dois lados, assim como uma moeda. Se várias telas melhoram a sua produtividade, depende inteiramente do que você faz e como você trabalha.

Uma série de artigos há vários anos empurrou a ideia de que vários monitores nos tornam mais produtivos. Porém, esses estudos, em sua maioria, foram conduzidos como estratégias de marketing de empresas como Apple e Microsoft, que tinham interesse em vender mais monitores.

A verdade é que, geralmente, várias telas só aumentam a produtividade de pessoas que precisam de delimitação entre (vários) aplicativos em execução, janelas ou espaços de trabalho. O ideal aqui é ver se esse é seu caso, se realmente funciona para você, e daí fazer um investimento.


Mito 4: a internet está nos deixando burros e distraídos das coisas que realmente devemos fazer


Nicholas Carr e Clay Johnson são dois autores que já propuseram que a internet está mudando a nossa forma de pensar e absorver a informação, com a terrível consequência de que aprendemos pouco, dependendo dela para qualquer pesquisa em vez de pensar criticamente – além de sermos bombardeados com mais dados do que nos é útil.

Embora haja verdade nisso, precisamos saber diferenciar algumas coisas. Um estudo de 2011 da Universidade Columbia publicado na revista Science examinou os efeitos do Google na memória e concluiu que, sim, muitos de nós escolhem pesquisar informações ao invés de lembrá-las. O que o estudo não faz é concluir sobre o que isso significa para a inteligência humana.

O mito aqui reside na interpretação de dados científicos, e não nos dados em si. Quando convidado a recordar a velocidade do som, Albert Einstein explicou que, grosso modo, não guardava tais informações em sua mente, pois ela era facilmente disponível em livros. A internet funciona da mesma maneira. 

Só temos que aprender a ter cuidado com as informações que devemos memorizar, e as que não precisamos, porque sabemos que podemos acessar a qualquer momento. A desvantagem é que, quando fazemos isso, recebemos mais do que precisamos. Mais uma vez, cabe a nós a gerir essa “sobrecarga de informação”, em vez de jogar fora uma ferramenta valiosa por causa de uma “receita de produtividade”.


Mito 5: você só será produtivo se trabalhar em um escritório


O trabalho remoto vem ganhando muito espaço, no entanto, o mito do escritório ainda persiste, especialmente nas mentes dos gerentes e funcionários de RH que ainda acreditam que se não podem ver seus funcionários, eles não vão trabalhar direito.

Felizmente, a ciência está do nosso lado. Pesquisadores da Universidade de Stanford analisaram 500 funcionários de uma agência de viagens na China, com mais de 12.000 empregados no total, e, mesmo depois de algumas semanas, os funcionários que estavam trabalhando a partir de casa mostraram sinais definitivos de aumento de produtividade.

Outro estudo, publicado na edição de dezembro de 2012 do Journal of Consumer Research tem uma abordagem diferente, e observa que o ruído leve, como o barulho ambiente de um café, nos torna mais produtivos. Já muito ruído, como o furor de um escritório lotado, por exemplo, pode ser um assassino de produtividade. Trabalhar a partir de casa ou em um espaço público levemente movimentado pode fazer maravilhas para nossa produtividade.

Claro que aqui vale a mesma coisa do mito 1: cada um tem que pensar no que funciona melhor para si mesmo. Trabalhar a partir de casa tem seus próprios desafios, mas muitas vezes os benefícios superam as desvantagens. Se você trabalha melhor em escritório, vá até um todos os dias. Mas se você tem disciplina, gosta de trabalhar ou simplesmente trabalha melhor em casa, convença seu chefe a deixá-lo tentar.


Mito 6: classificação e organização é a solução para sobrecarga de e-mail


Passar o dia todo ordenando e organizando seu e-mail em pastas pode ser uma maneira de se “achar”, mas isso não é realmente ser produtivo, é? Lembre-se: o objetivo de qualquer método de produtividade é dar-lhe mais tempo para fazer as coisas que você precisa fazer, não lhe ocupar por horas em nome da produtividade.

Além do mais, um estudo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz concluiu que arquivar mensagens pode na verdade torná-las mais difíceis de encontrar, e, mais importante, desperdiçar nosso precioso tempo.

O estudo observou que era simplesmente mais eficiente pesquisar quando uma mensagem fosse necessária do que percorrer pastas, e, em seguida, percorrer as mensagens desta pasta. A conclusão é que métodos de acesso oportunistas são os melhores para recuperar e-mails que você precisa, porque te dão mais chances de encontrar o ponto exato que você está procurando.

Reduza o volume de e-mail que você recebe cancelando assinaturas de “porcarias”, automatize e filtre tudo o que for possível, organize manualmente pequenas coisas que precisam de um toque pessoal, e arquive/apague todo o resto.

Dessa forma, você obtém o melhor dos dois mundos: uma caixa de entrada limpa e organizada, que te ajuda a resolver o que você precisa rapidamente e, se você quiser encontrar alguma coisa, uma breve pesquisa pode ser a solução.


Mito 7: [tal método de produtividade] funciona sempre e o deixará mais produtivo


Não há um estudo que desbanque esse mito, mas com um pouco de lógica podemos concluir que, embora haja uma técnica de produtividade que funcione para todos, essa técnica não é sempre a mesma.

Isso já foi dito, mas é importante destacar: cada um tem que procurar aquilo que melhor funciona para si no quesito produtividade. Existem alguns métodos famosos de produtividade, como A Técnica Pomodoro, GTD e Personal Kanban. Você pode testá-los, misturá-los ou criar seu próprio método. No final do dia, o método de produtividade que funciona para você é o que você deve realmente usar.

A coisa mais importante a se lembrar é que o seu método de produtividade deve poupar tempo e energia para que você possa se ​​concentrar na tarefa em mãos. Se você gastar mais tempo organizando do que fazendo a coisa que você está organizando, você está perdendo tempo.

Produtividade é sobre trabalhar o suficiente para que você possa parar de trabalhar e fazer as coisas que você quer fazer, não passar o dia todo mudando documentos de uma caixa para outra.

Fonte: Hypescience.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

E se todo mundo pudesse trabalhar em casa?

Mais de 10 milhões de brasileiros já sabem como é trabalhar em casa. Trabalhadores formais ou informais, empregados ou autônomos, em tempo integral ou parcial, eles aproveitam as vantagens de não pegar trânsito, não precisar escolher uma boa roupa para impressionar chefia e clientes, mas também convivem com as desvantagens de não socializar com colegas ou ter alguém do lado para pedir uma opinião. Se todos passassem a trabalhar em casa, não seria apenas a rotina dos profissionais e das empresas que mudaria. A relação das pessoas com a cidade, o ar que respiramos e a economia do país seriam atingidos.

A palavra escritório vem do latim. Significa um "lugar para escrever" e remete ao quarto usado pelos monges copistas da Idade Média para redigir seus pergaminhos. A palavra office (em inglês) deriva do latim officium, nome dado à sala do palácio onde ficavam manuscritos manuseados pelos escribas. A Revolução Industrial, no século 18, consolidou a ideia de escritório como "o lugar ideal para arquivar documentos importantes".

Hoje, com tantos recursos à disposição, esse "lugar ideal" pode funcionar no aconchego do lar ou em locais públicos. Muitas empresas - inclusive multinacionais como Cisco, IBM e Ernst & Young, já adotaram o modelo. Mais importante do que "onde trabalha" é "quanto produz". E uma pesquisa da consultoria SonicWALL descobriu que 76% dos empregados e 61% dos chefes acreditam que a produtividade em casa é maior do que a no escritório.

Mas não é todo mundo que vê vantagem em se isolar para trabalhar. Depois do boom do home office, trabalhadores móveis cansados de ficar de pijama passaram a ocupar locais públicos que oferecem acesso à internet. A prática de compartilhar esses espaços ganhou o nome de coworking e virou tendência em grandes centros urbanos. Novos modelos de escritórios recebem "cotrabalhadores" que dividem custos de internet, telefone, aluguel etc.
Vizinhança S.A.
Uma nova cidade e novas relações. Sem limites entre casa e escritório, você também saberia mais sobre a vida profissional dos seus vizinhos


IMÓVEIS MAIS BARATOS


Os grandes centros empresariais, onde estão os escritórios, virariam condomínios residenciais. Além disso, os trabalhadores não precisariam mais morar nas áreas urbanas. Aumentaria a oferta de imóveis e o preço cairia até 60% - o valor do metro quadrado no Centro do Rio de Janeiro despencaria de R$ 6 mil para R$ 2400, por exemplo.

PIB MAIOR

Segundo estudo realizado pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 32% dos moradores de cidades com mais de 100 mil habitantes gastam mais de uma hora por dia para chegar ao trabalho. Em casa, essas pessoas poderiam produzir mais. A economia brasileira ganharia, por ano, cerca de R$ 183 bilhões, o equivalente a 4,9% do PIB no ano passado. Com mais dinheiro circulando, surgiriam novos nichos de mercado.

AR MAIS LIMPO

Menos pessoas nas ruas usariam menos veículos, consumindo menos combustível e poluindo menos. Com o movimento parecido com o dos fins de semana, o índice de monóxido de carbono em São Paulo cairia de 1,9 ppm (parte por milhão) para 1,2 ppm - menos 37%. Os casos de doenças cardiovasculares e respiratórias tenderiam a cair nessa proporção.

FIM DAS MEGALÓPOLES

Sem tanta gente precisando se deslocar para longe, as cidades não precisariam ser tão grandes. Os bairros seriam mais autossuficientes e as empresas de transporte reduziriam suas frotas. Só de ônibus, 16 mil deixariam de circular no Rio e em São Paulo. O movimento de segunda a sábado seria como o de domingos e feriados. Tarifas aumentariam para compensar a queda na demanda, mas o conforto também.

NOVA VIDA SOCIAL

Sem o ambiente das empresas para trocar ideias e conhecer mais pessoas - mesmo que essa não seja a preocupação inicial, cerca de 15% dos casais se formaram no trabalho -, aumentaria a procura por modalidades de cursos livres, por exemplo. No Senac SP, o número de inscrições aumenta ano a ano. Em 2009 e 2010, foram 169424 e 179 177 respectivamente. Até outubro de 2011, já foram contabilizadas 189857.

Fonte: Super Interessante