Explosões são causa de fascínio e terror há séculos, sejam artificiais ou naturais.
A seguir veja 10 das mais poderosas explosões já vistas pelo homem com uma surpreendente menção honrosa ao final.
10. CIDADE DO TEXAS
Um incêndio no navio cargueiro SS Grandcamp, que estava ancorado na cidade do Texas em 1947, o fez explodir com a detonação de 2.300 toneladas de nitrato de amônia, um composto comum em explosivos e fertilizantes.
A explosão derrubou dois aviões em pleno vôo e iniciou uma reação em cadeia que detonou refinarias próximas assim como um navio de carga ao lado que carregava mais mil toneladas de nitrato de amônia.
O desastre acabou com a vida de cerca de 600 pessoas e feriu 3.500. É considerado o pior desastre industrial na história dos EUA.
9. A EXPLOSÃO DE HALIFAX
Em 1917 um cargueiro francês cheio de explosivos para a I Guerra Mundial acidentalmente colidiu com um navio belga no porto de Halifax, no Canadá. Ele explodiu com mais força do que qualquer explosão humana até o momento, o equivalente a 3 kilotons de dinamite.
A explosão levantou uma coluna de fumaça de 6 km de altura e provocou um tsunami que causou ondas de 18 m de altura. Por cerca de 2 km ao redor da explosão houve devastação total e cerca de duas mil pessoas perderam a vida e 9 mil foram feridas. Ela permanece a maior explosão artificial acidental do mundo.
8. CHERNOBYL
Um reator nuclear explidiu em Chernobyl, Ucrânia, em 1986, no pior acidente nuclear da história. A explosão, que carregou consigo a tampa de 2 mil toneladas do reator, espalhou mais radioatividade do que a bomba de Hiroshima, contaminando mais de 200 mil km2 na Europa. Cerca de 600 mil pessoas foram expostas a altas doses de radiação e mais de 350 mil tiveram que evacuar áreas contaminadas.
7. A EXPLOSÃO DA TRINITY
A primeira bomba atômica da história, conhecida como “the gadget” foi detonada em Trinity, nos EUA, em 1945, explodindo com uma força de 20 kilotons de TNT. Armas nucleares mais tarde colocaram um ponto final na II Guerra Mundial e nos ameaçam constantemente há décadas com uma possível aniquilação nuclear. Um dos cientistas malucos criadores da bomba citou um texto hindu na ocasião.
6. TUNGUSKA
No dia 30 de junho de 1908 uma imensa explosão ocorreu na floresta do centro da Sibéria. Cerca de 80 milhões de árvores foram derrubadas em uma área de 2 mil km2, próxima ao rio Tunguska.
Pessoas à 60 km de distância do epicentro foram atiradas ao chão. A causa de toda esta devastação foi um asteróide ou cometa, com apenas algumas dezenas de metros de comprimento, que detonou entre 5 e 10km de altura.
O rastro de pó superaquecido da bola de fogo levou a descrições como “coluna de fogo” que foi rapidamente substituída por uma gigantesca nuvem de fumaça negra surgindo no horizonte. Por ter ocorrido em um local extremamente remoto do planeta o incidente acabou tirando apenas uma vida. Veja mais detalhes e fotos sobre o ocorrido.
5. MONTE TABORA
Em 1815 o Monte Tambora, na Indonésia, explodiu com a força aproximada de 1.000 megatons de TNT, a maior erupção vulcânica já documentada na história. A explosão cuspiu cerca de 140 bilhões de toneladas de magma e não apenas acabou com a vida de 71 mil pessoas na ilha de Sumbawa e Lombok, nas proximidades, mas as cinzas liberadas criaram anomalias climáticas globais. O ano seguinte ficou conhecido como “o ano sem verão” com neve caindo no meio do verão, nos EUA, rios congelados foram no mesmo período e centenas de milhares de possoas sucumbiram por causa da fome pelo mundo.
4. O IMPACTO DO CRETÁCEO TERCEÁRIO
A Era dos Dinossauros acabou em cataclisma a cerca de 65 milhões de anos atrás em uma explosão que acabou com cerca da metade das espécies do planeta. Apesar de pesquisas sugerirem que o mundo já estava a beira de uma crise ambiental na época a gota d’água para os dinossauros foi possivelmente um impacto cósmico que causou uma cratera com 180 km de largura em Chicxulub, na costa do México.
3. COMETA SHOEMAKER-LEVY 9
O cometa Shoemaker-Levy 9 colidiu espetacularmente com Júpiter em 1994. O puxão gravitacional do planeta gigante quebrou o cometa em fragmentos de até 3 km de largura e atingiu o planeta e 60 km por segundo, resultando em 21 impactos visíveis. A maior colisão criou uma bola de fogo que subiu a cerca de 3 mil km acima das nuvens do planeta e criou uma mancha escura com mais de 12 mil km de largura, aproximadamente o tamanho da Terra, e se estima que tenha explodido com a força de 6 mil gigatons de TNT.
2. SUPERNOVA 1006
Supernovas são estrelas que explodem e comumente brilham mais do que galáxias inteiras no nosso céu. A supernova mais brilhante da história foi vista na constelação Lobo no ano 1006. A extraordinária explosão dourada conhecida hoje como SN 1006 ocorreu a cerca de 7.100 anos-luz de distância em uma parte relativamente próxima da galáxia. Ela foi forte o suficiente para criar sombras e permitir que as pessoas lessem durante a noite, permanecendo visível por meses durante o dia.
1. A EXPLOSÃO MAIS DISTANTE JÁ FOTOGRAFADA
Explosões de raios-gama são as mais poderosas do universo conhecido. A luz da explosão de raios-gama mais distante já vista, chamada de GRB 090423, atingiu nosso planeta neste ano e veio de uma distância de 13 bilhões de anos-luz. Esta explosão durou apenas um pouco mais do que um segundo e liberou 100 vezes mais energia do que nosso sol irá liberar durante todos os seus 10 bilhões de anos de vida. Possivelmente se originou de uma estrela explosiva entre 10 e 100 vezes maior que nosso sol. Saiba de mais detalhes sobre este evento.
MENÇÃO HONROSA: O BIG-BANG
O universo conhecido nasceu no Big Bang, segundo teóricos. Apesar de comumente referido como uma explosão (talvez por causa do seu nome) na realidade não o foi. No seu início o universo era super aquecido e extraordinariamente denso. A confusão principal é de que o universo então tenha explodido de um único ponto central no espaço. A realidade se parece muito mais estranha, pois, em realidade, o próprio tecido do espaço parece haver se esticado e, enquanto expandia, carregou galáxias consigo como uvas-passa na massa de pão crescente. E o universo ainda não parou de crescer.
Fonte: Hypescience.
Todo dia aparece um novo celular, computador ou outro gadget mais moderno, mais versátil, mais bacana. Mas as máquinas mais importantes do mundo são outras.
O grupo Open Source Ecology, que reúne engenheiros e tecnólogos do mundo inteiro, passou os últimos anos montando uma lista definitiva das invenções tecnológicas essenciais para o mundo moderno - um grupo de máquinas com as quais seria possível reconstruir a sociedade moderna do zero e fabricar tudo o que ela tem hoje.
Sem o extrator de alumínio, não existiriam latinhas de refrigerante - nem iPad. Sem a betoneira, as cidades não estariam cobertas de arranha-céus. Sem a colheitadeira, você teria menos parentes. Prepare-se para conhecer a verdadeira história das tecnologias que fizeram o mundo ser como ele é.
Pré-história e Idade Antiga
BROCA - 350 mil a.C.
Um dia alguém teve a ideia de afiar uma pedra e usá-la para furar madeira e peles de animais. Mas a broca só encontraria sua grande vocação em 1840, quando pela primeira vez foi usada para furar o chão em busca da fonte de energia mais importante do mundo moderno: petróleo.
MÁQUINA DE SOLDA - 2 500 a.C.
Une peças metálicas com a aplicação de calor. Foi inventada no norte da Anatólia, atual Turquia, onde alguém teve a ideia de aquecer pedaços de minério de ferro. É essencial para a produção de todos os tipos de aparelhos eletrônicos.
FORJA A PRESSÃO - Entre 6 mil a.C. e 3 500 a.C.
A forja solta um peso contra uma placa de metal para que ela amasse e adquira o formato desejado. Essa invenção permitiu que objetos e utensílios metálicos, até então moldados manualmente com martelo, fossem produzidos com mais agilidade - processo que mais tarde permitiria fabricar carros, aviões e veículos em geral. As forjas modernas, que empregam pressão hidráulica e são usadas para moldar a fuselagem de jatos, chegam a exercer 50 mil toneladas de pressão.
FORNO DE PÃO - 2 600 a.C.
Inventado pelos egípcios, o primeiro forno de pão era um vaso de barro com uma divisão interna (fogo embaixo e alimento em cima). Foi importante porque criou uma maneira conveniente de transformar uma cultura abundante, o trigo, em comida. Hoje, os fornos de padaria mais modernos incorporam uma tecnologia de difusão de calor que foi desenvolvida pela Agência Espacial Brasileira - e economiza até 50% de gás.
FORNO PARA METAIS - Séc. 4 a.C.
Os chineses foram o primeiro povo a fabricar ferramentas como machados e serrotes. Seu segredo era este forno, que permite derreter qualquer tipo de metal. No século 11 d.C., a indústria do ferro chinesa passou a usar carvão mineral em vez de vegetal para alimentar os fornos (e com isso poupou florestas inteiras). Atualmente, um grande forno industrial chega a produzir mais de 8 mil toneladas de ferro líquido por dia.
MOTOR A VAPOR - Séc. 1 a.C.
Esquenta a água para que ela se transforme em vapor - e, ao tentar escapar da máquina, mova alguma peça ou engrenagem. Criada pelo matemático grego Heron de Alexandria, inicialmente a invenção não teve aplicação prática. Ela só alcançou importância na segunda metade do século 18, quando o inglês James Watt criou uma versão mais eficiente - que foi a grande ferramenta da Revolução Industrial.
Idade Média
TURBINA EÓLICA - 644
O primeiro moinho foi criado por um habitante da Pérsia, atual Irã. Foi uma grande sacada: aproveitar um recurso renovável e não poluente, o vento, para gerar energia de forma contínua. Hoje, a energia eólica é uma grande aposta para conter o aquecimento global.
Idade Moderna
ENROLADOR DE METAL - Final do séc. 18
Mais de 90% de todo o alumínio, aço e cobre produzido no mundo passa por essa máquina, que transforma o metal amassado e cheio de imperfeições em barras e placas lisinhas e também é usada para produzir vidros.
SEMEADORA - 1701
O fazendeiro inglês Jethro Tull inventou esta máquina, que distribui automaticamente as sementes pela lavoura. Com isso, aumentou sua produtividade em 800% - e lançou a base da agricultura moderna.
Idade Contemporânea
MOTOR HIDRÁULICO - 1880
Usa a queda da água para gerar energia. Foi criado em 1880 pelo americano Lester Pelton, que queria desenvolver uma ferramenta para garimpar ouro mas acabou inventando este motor, que hoje é o coração das usinas hidrelétricas.
MÁQUINA DE FAZER TIJOLOS - Séc. 19
Os sumérios já construíam suas cidades com tijolos por volta dos 3 mil a.C. Mas só no século 19 esse trabalho se automatizou. Hoje, o Brasil produz 4 trilhões de tijolos por mês - 90% deles em máquinas. Cada uma produz até 1,9 milhão de tijolos por dia (contra apenas 200 de uma pessoa no processo manual).
MÁQUINA DE FAZER PARAFUSOS - Séc. 19
Parece incrível, mas antes da invenção desta máquina os parafusos eram produzidos de maneira semiartesanal. Sua fabricação em larga escala abriu espaço para o automóvel - o Ford T, primeiro carro a ser produzido em série, saía de fábrica com 700 parafusos.
ENFARDADORA - Final do séc. 19
A máquina recolhe materiais como palha e capim e os transforma em fardos no formato de paralelepípedos ou cilindros, que depois são usados na alimentação animal ou queimados para produzir energia.
EXTRATOR DE ALUMÍNIO - Final do séc. 19
Transforma bauxita (ou argila) na matéria-prima das latas, dos aviões e de grande parte do mundo moderno: alumínio. Foi inventado pelo americano Charlies Martin Hall e pelo francês Paul Héroult.
MOTOR ELÉTRICO - 1822
A sua geladeira tem um. O liquidificador e o elevador também. E, no futuro, os carros também terão. O motor elétrico é onipresente - e foi descoberto meio sem querer pelo físico inglês Michael Faraday, que estava estudando a relação entre eletricidade e magnetismo.
COLHEITADEIRA - 1834
Foi criada pelo americano Hiram Moore e deu o empurrão decisivo para a mecanização agrícola - que passou a gerar comida suficiente para alimentar bilhões de pessoas e permitiu a explosão da população humana nos últimos dois séculos.
TRATOR - 1892
Os primeiros usavam motores a vapor, que eram fracos, e tinham rodas fininhas, que afundavam na terra. O trator moderno foi criado pelo americano John Froelich, que inventou o primeiro modelo a gasolina e o batizou de "máquina de tração". Mas um revendedor não gostou do nome e inventou uma palavra: trator.
ORDENHADEIRA MECÂNICA - 1895
É difícil atribuir essa invenção a uma única pessoa - na segunda metade do século 19, mais de 100 patentes de ordenhadeira foram registradas nos EUA. Também pudera: com a máquina, é possível tirar até 233% mais leite de cada vaca.
BATERIA DE NÍQUEL E FERRO - 1901
É impossível imaginar o mundo moderno sem baterias. Elas foram criadas por um dos maiores gênios da humanidade: Thomas Edison, que queria convencer Ford a utilizá-las em carros elétricos. Não conseguiu.
IMPRESSORA DE CIRCUITOS - 1913
Abra um computador ou um celular e você encontrará uma placa eletrônica complicadíssima, com centenas de trilhas e componentes microscópicos, quase impossíveis de montar à mão. A tarefa fica por conta desta máquina, que produz mais de 100 placas por minuto.
PELETIZADORA - Início do séc. 20
Serve para fazer bolinhas com restos de madeira, palha ou forragem, que podem ser utilizadas como combustível. Também é utilizada na produção de ração para animais.
MÁQUINA DE FAZER TRINCHEIRAS - Séc. 20
O século 20 foi o século das guerras tecnológicas. E a máquina de fazer trincheiras, criada pela empresa americana The Charles Machine Works, foi uma verdadeira mão na roda para os exércitos. Uma versão dela é usada hoje na construção civil para cavar túneis por onde passam canos de água e fibras ópticas - só no Brasil existe mais de 1 milhão de quilômetros de fibras ópticas enterradas pelas ruas.
BULDÔZER - 1923
É um trator gigante que serve para derrubar obstáculos. Foi criado por James Cummings e Earl McLeod e atingiu a glória em 1944, quando os Aliados o utilizaram para abrir caminho pela Europa e vencer a Segunda Guerra. Hoje é usado em demolições e na reconstrução de cidades atingidas por terremotos e tsunamis.
ARADO MECÂNICO - 1936
Nasceu a partir da soma de duas invenções: o arado de aço e o trator agrícola. Seu pai é o ferreiro americano John Deere, que queria uma maneira mais eficiente de arar solo úmido, no qual as outras ferramentas costumavam ficar entaladas.
BETONEIRA - 1916
Prepara o betão (concreto) ao misturar cimento com pedras, areia e água num cilindro. Foi uma herança da Primeira Guerra Mundial: a evolução tecnológica dos caminhões usados em combate pelos alemães gerou motores mais potentes, que eram capazes de movimentar a betoneira.
RETROESCAVADEIRA - 1953
Tem um braço articulado que termina numa espécie de pá. Foi inventada pelo inglês Joseph Cyrill Bamford para uso em obras. Há mais de 300 mil retroescavadeiras em operação no mundo, e os modelos modernos conseguem cavar buracos de até 6 metros.
ROBÔ INDUSTRIAL - 1961
Ele solda, pinta, monta peças de carros. E foi inventado por um autodidata: o americano George Devol, um mecânico que não fez faculdade e trabalhava na General Motors. O primeiro robô tirava pedaços de metal quentes de um forno e soldava peças de carros. De lá para cá, eles tomaram conta das fábricas: em 2014, haverá 1,3 milhão de robôs industriais em operação no mundo.
PAINEL SOLAR - 1954
O cientista americano Charles Fritts descobriu que o silício tinha uma característica intrigante: transformar luz em energia elétrica. Se 1% da Terra fosse coberta por painéis solares (20 estados de São Paulo), eles gerariam energia suficiente para toda a humanidade.
CORTADOR A LASER - Final do séc. 20
Corta praticamente qualquer material, de madeira a roupas. O laser surgiu em 1960, mas só no final da década de 70 a primeira máquina chegou às indústrias. Hoje, metade dos lasers instalados no mundo está em cortadores como este.
IMPRESSORA 3D - 1984
Gera objetos usando plástico líquido. No futuro, todo mundo terá uma em casa e poderá produzir pequenos objetos, como talheres e utensílios, e até alguns alimentos - já existe um protótipo que imprime bolos usando massa líquida.
Fonte: Super Interessante.
Bronnie Ware era uma australiana com uma bem-sucedida carreira no mundo financeiro, quando se enfezou da vida. Depois de dez anos trabalhando em bancos, juntou a coragem para pedir demissão e viajar o mundo. Foi lavadora de pratos num resort em uma ilha paradisíaca, depois garçonete em um pub inglês - e terminou acompanhante de uma octagenária no interior da Inglaterra. Daí para virar enfermeira foi um passo natural, e Bronnie começou a cuidar de doentes em estado terminal, aqueles sem chance de cura.
Como o trabalho era emocionalmente pesado, a australiana começou a se envolver com os pacientes e a observar um padrão. Todos os doentes reagiam de formas muito parecidas com a proximidade da morte: medo, raiva, tristeza - e sempre os mesmos arrependimentos em relação à própria vida. Bronnie começou a anotá-los.
Eram eles: 1) Eu gostaria de ter trabalhado menos. 2) Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava, e não a que os outros esperavam de mim. 3) Eu queria ter expressado mais meus sentimentos. 4) Eu queria ter mantido contato com meus amigos. 5) Eu queria ter sido mais feliz.
Pode ser que você não queira pensar nisso ainda ou que você já esteja lá. Mas a verdade é que você vai envelhecer (lembrando sempre que a única alternativa possível, morrer, é bem pior). Melhor então não se arrepender no final.
1. Eu gostaria de ter trabalhado menos.
Essa é universal. Em um mundo no qual um emprego ocupa 40 horas semanais (se você tiver sorte) e tem um significado social mais importante do que os valores morais de uma pessoa (afinal, a primeira pergunta feita quando se conhece alguém costuma ser "o que você faz?" e não "você dá esmola?"), o trabalho anda com um peso desproporcional em relação às outras questões da vida.
Nunca se trabalhou tanto - o que indica que esse arrependimento é o do tempo perdido. Antropólogos estimam que nossos antepassados caçadores-coletores não trabalhavam mais do que quatro a cinco horas por dia, sempre procurando ou preparando alimentos. Na Grécia Antiga, um emprego era uma sina terrível: Homero, o autor da Odisseia, escreveu que os deuses odiavam tanto os humanos que os condenaram a trabalhar arduamente como castigo.
E a condenação seguiu por milênios. A nossa relação com o trabalho só mudou no século 16, com a ética protestante, aquela que mede o destino das almas depois da morte com base no sucesso profissional durante a vida. Ela foi a culpada por colocar o trabalho no centro da vida das pessoas, onde permaneceu até hoje. Mas há uma crise na nossa relação com o trabalho. De acordo com uma pesquisa da consultoria americana Mercer, feita com mais de 1.200 empregados, 56% dos brasileiros afirmam que consideram seriamente pedir demissão.
Para os trabalhadores do Brasil, o principal fator motivacional é o tipo de emprego que ele faz. E é ele que está em conflito. Segundo o filosófo-pop francês Alain de Botton, a crise com o emprego que estamos vivendo é a da falta de sentido. Antigamente, pessoas faziam ou realizavam algo com o seu trabalho: eram padeiros, costureiros, vendedores.
Esse tipo de ocupação, que tem uma relação direta com o produto final, quase desapareceu: foi substituído por trabalhos mais segmentados e burocráticos dentro de grandes empresas. É só procurar exemplos na lista de cargos na empresa onde trabalho - o que faz um "gerente de operações pleno" ou um "analista de infraestrutura júnior"?
Certamente, algo menos palpável que pão ou roupa. "Procuramos um significado no nosso trabalho, uma sensação de que deixamos alguém melhor com o que fazemos. Ele deveria ser uma chance de criar algo que é mais sólido do que o resto das nossas vidas", diz de Botton, em uma palestra sobre seu livro Os Prazeres e Desprazeres do Trabalho.
Deveria, mas, na maior parte dos casos, não é. Ainda assim, poucas são as pessoas que resolvem dedicar menos tempo e energia a seus empregos. A própria Bronnie sentiu isso na pele. "É mais difícil largar a rotina do trabalho do que o trabalho em si. O emprego vira uma grande parte da identidade das pessoas, ao ponto de que não sabem mais quem são longe dele", diz. Essa crise de identidade nos leva ao arrependimento número 2.
2. Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava, e não a que os outros esperavam de mim.
O ser humano é um animal social. Só chegamos aqui, depois de milênios de evolução, porque aprendemos a criar e manter alianças - seja para caçar comida nos tempos da caverna, seja para fundar impérios ao longo da História, seja para arranjar trabalho e ter com quem conversar no Facebook hoje em dia. Isso quer dizer que buscamos manter e fortalecer relações sociais - e, para isso, queremos agradar e ser aceitos.
Uma pesquisa da Universidade de Minnesota testou esse nosso comportamento. Primeiro, colocou voluntários para conversar com mulheres que eles não podiam ver, por meio de microfones. Depois, disse a metade deles que iriam bater papo com moças muito bonitas e, para a outra metade, que seriam mulheres, digamos, menos estonteantes. Imediatamente, os homens que julgavam falar com beldades começaram a ser gentis e engraçados - queriam agradar as moças.
Mas o que surpreendeu é que as mulheres do outro lado da linha começaram a entrar no jogo: conversavam como se fossem realmente mais bonitas do que as outras, sem nem saber que haviam sido classificadas assim. Ou seja, atendiam às expectativas dos voluntários.
Agimos assim o tempo todo, das coisas banais do dia a dia, como rir da piada sem graça de um amigo, às grandes escolhas de vida, como decidir que carreira seguir. "As pessoas não tomam decisões por si, tomam pelos outros, porque querem ser queridas. Assim, a felicidade acaba na mão de terceiros", diz Ana Claudia Arantes, geriatra especializada em cuidados paliativos, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O problema é que fazer o que os outros esperam de você tem um lado pernicioso: na verdade, não deixa ninguém feliz. Um estudo da Universidade Estadual da Flórida que analisou seis pesquisas diferentes sobre o assunto, concluiu que quem busca o tempo todo a aprovação dos outros, tem mais chance de desenvolver depressão. Esforçam-se tanto para agradar que se perdem no meio do processo. E, claro, não conseguem fazer o que realmente têm vontade: trabalhar menos, por exemplo, dizer "não" ou...
3 e 4. Eu queria ter expressado mais meus sentimentos e queria ter mantido contato com meus amigos.
Não ter dito "eu te amo" e ter passado pouco tempo com as pessoas queridas são dois arrependimentos que conversam entre si - e são dois dos mais importantes também. E não é a SUPER que diz isso, é o maior estudo de psicologia já feito. O Grant Study ("Grande Estudo", em português) é uma pesquisa que acompanha a vida de 268 ex-alunos de Harvard desde 1937 até os dias de hoje, e que mede todos os fatores de suas biografias para recolher dados sobre saúde, bem-estar e escolhas de vida.
E chegou a uma conclusão impressionante: aos 47 anos, o fator que mais previa a saúde e a felicidade de uma pessoa na velhice eram as relações sociais que ela mantinha. Era, claro, o fato de ter um marido ou uma esposa, mas era principalmente a quantidade de amigos que eles cultivaram ao longo dos anos.
O estudo concluiu que idosos de 70 anos com amigos tinham 22% a mais de chance de chegar à oitava década. E mais: outro estudo mostrou que quem tem o hábito de dizer a pessoas próximas como elas são importantes se sente 48% mais satisfeito com as relações que mantém. "Os amigos nos dão um senso de identidade - ajudam a nos tornar algo maior do que nós mesmos e a definir quem somos. Não precisamos somente de relações humanas.
Precisamos de amigos muito próximos", diz Ed Diener, professor de psicologia da Universidade de Illinois, especialista em felicidade. O que nos leva a...
5. Eu queria ter sido mais feliz.
Essa é de partir o coração. Chegar ao final da vida com esse remorso é mais comum do que parece. Para Diener, que estuda a felicidade há três décadas, ser feliz depende em grande parte das escolhas que fazemos - e não só de alguns poucos eventos de sorte esporádicos.
Ou seja, seria bom parar de levar a vida no automático e exercer a felicidade. Pare de confirmar presença no aniversário do amigo no Facebook - e vá de fato. Junte a coragem de dizer para o seu parceiro que você na verdade odeia filmes europeus e prefere ver a sequência do último Homem de Ferro.
E ninguém vai morrer se você deixar seu trabalho um pouco de lado de vez em quando (um alô para meu chefe que esperou três meses para essa reportagem ficar pronta). Para Bronnie, as reações de seus pacientes valem ouro: são um guia prático contra arrependimentos. "Como os conselhos vêm de pessoas que estão se preparando para morrer, servem como autorização para você mudar a sua vida também." Está esperando o quê?
Fonte: Super Interessante.
Subir escadas quando o elevador não funciona costuma ser o auge do esforço de muita gente. Mas você também pode ter superpoderes em uma situação de vida ou morte.
Força e resistência
Mesmo que por um curto período, nossos músculos são capazes de se contrair todos de uma vez, gerando uma força incomum. Com endorfina, é possível não sentir dor, e os ossos modificam sua estrutura para suportar grandes pressões.
Músculos
1. OXIGENADO
Com a adrenalina no corpo, o sangue circula com mais facilidade e intensidade, levando mais oxigênio aos músculos, que passam a trabalhar mais contraídos.
2. PODER DA MENTE
Por isso, quando o sistema nervoso envia os impulsos elétricos para estimular os músculos, as fibras de contração rápida são ativadas todas simultaneamente.
3. RICOS EM FIBRAS
Tudo ocorre a um nível microscópico: cada músculo tem milhares de fibras, que contêm centenas de miofibras.
4. CONTRAIR E COÇAR
Compostas de proteínas, as miofibras são formadas por filamentos menores ainda. Esse conjunto provoca a contração muscular depois de receber o impulso elétrico.
5. ENCAIXE PODEROSO
Os filamentos são dispostos em fileiras. Na contração muscular, um desliza sobre o outro e eles se encaixam - é dessa sincronia que vem a explosão de força.
Ossos
1. DURO DE ROER
O tecido compacto que reveste o osso funciona como uma capa rígida, composta de cálcio e fósforo. Nervos e vasos sanguíneos passam por orifícios em sua superfície.
2. FESTA DO INTERIOR
Por dentro, os ossos têm uma parte mole e viva, composta de fibras de colágeno.
3. MANIA MOLE
Graças ao interior maleável, o osso é capaz de mudar e se rearranjar para aliviar grandes tensões.
Dor
1. O CAMINHO DA DOR
No segundo em que nos ferimos, o estímulo da dor chega até o cérebro.
2. ALÍVIO IMEDIATO
Quando o cérebro entende que a dor é muito grande, ele nos poupa da notícia ruim: envia sinais para a hipófise, que libera no sangue a endorfina. Esse analgésico natural obstrui a comunicação entre os nervos, impedindo que os estímulos de dor passem.
Energia
De homem a super-homem: com adrenalina, os sentidos ficam mais aguçados.
1. O PERIGO
Ao sentir medo ou se deparar com uma situação de risco, o corpo sofre uma mudança radical. O hipotálamo (responsável por manter o equilíbrio entre o estresse e o relaxamento) é acionado e envia uma mensagem para que o organismo fique alerta.
2. ROLA UMA QUÍMICA
A glândula hipófise recebe a mensagem do hipotálamo e envia, pelo sangue, sinais que ativam as glândulas suprarrenais (acima dos rins), que produzem adrenalina
3. HORMÔNIO DO "FICA ESPERTO"
A adrenalina é responsável por criar um estado de prontidão. Ajuda a pessoa a enfrentar o perigo e o organismo a lidar com o estresse.
4. NO SANGUE
Ao cair no sangue, a adrenalina contrai os vasos sanguíneos. Assim, o sangue corre mais rápido, o que aumenta os batimentos cardíacos e o fluxo de oxigênio no corpo. O cérebro fica mais apto a tomar decisões rápidas e os músculos, mais flexíveis. As pupilas dilatam-se para melhorar a eficiência visual e o fígado chega a produzir mais glicose, gerando mais energia.
Num caso de vida ou morte um sedentário pode correr até 5 km queimando glicose e segurar mais 7 km com gordura.
TANQUE RESERVA
Graças à adrenalina despertada pelo perigo, uma pessoa é capaz de correr mais do que o normal. Assim que acaba nosso combustível comum, a glicose, a adrenalina libera o uso de uma fonte alternativa de energia.
VEÍCULO FLEX
Esse combustível extra é a gordura. Geralmente abundante, quando ela entra em ação, você ganha mais um pique para fugir do perigo - e ainda sai um pouco mais magro do processo.
Amortecedor
O joelho, nossa maior articulação, é capaz de suportar 20 vezes o peso do corpo.
1. DIVISÃO DE TAREFAS
Para aliviar as tensões, os joelhos contam com dois meniscos (o medial e o lateral). São cartilagens responsáveis por controlar o peso, estabilizando a articulação.
2. LIGAÇÕES DESEJOSAS
Os tendões e ligamentos conectam o joelho com músculos e ossos, trazendo a força da perna inteira para aquele ponto.
3. REVESTE E LUBRIFICA
Movimentos intensos no joelho? É um trabalho para a membrana sinovial. Além de revestir o joelho, ela produz um lubrificante que reduz atritos.
4. EMBORRACHADO
O amortecedor fica completo com a cartilagem, cuja principal função é absorver impactos. Sua espessura pode chegar até 0,6 cm.
Fonte: Super Interessante.