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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

19 coisas que acabam com sua força de vontade (e como lidar com elas)

O fim do ano se aproxima e, provavelmente, muitos de seus amigos (ou muitos de vocês) vão se inscrever numa academia, iniciar um “Projeto Verão” e se exercitar com disciplina durante alguns meses… só para depois abandonar tudo que começaram. Existem pelo menos 19 razões por trás desse tipo de comportamento, confira:

1. Muita vontade, pouco equilíbrio


A onda de inscrições em academias no começo do ano é um fenômeno praticamente mundial, e em geral é fruto de uma vontade exagerada de entrar em forma para poder ir à praia sem se sentir constrangido por causa de gordura localizada ou de algumas estrias.

Embora o simples fato de iniciar uma rotina de exercícios seja bom, não é suficiente: é importante ter equilíbrio na hora de aplicar sua força de vontade, ou então ela vai acabar em questão de semanas – e isso vale para outros casos de “explosões de vontade”.

2. Excesso de autoconfiança


“Me livrei do vício do cigarro, não se preocupe”, disse aquele seu amigo que voltou a fumar alguns meses depois de ter parado.

Muitas vezes, ficamos tão satisfeitos por termos superado um hábito (fumar, comer demais etc.) que acabamos superestimando nossa capacidade de evitar uma recaída.

Se quiser testá-la, faça com cautela.

3. Há limite para o autocontrole


Até mesmo aqueles monges tibetanos que passam horas (ou dias) meditando precisam recarregar sua força de vontade depois de algum tempo. Se isso vale para pessoas disciplinadas como eles, vale ainda mais para pessoas, digamos, comuns.

Não é por acaso que muitos casos de traição acontecem à noite: nesse período, boa parte da nossa capacidade de resistir a tentações foi gasta ao longo do dia (o que não justifica, mas explica o fenômeno).

4. Pouca energia para o cérebro


O cérebro consome cerca de 25% da glicose que circula no organismo de uma pessoa e, em situações de estresse, essa demanda aumenta. Se o corpo não fornecer combustível suficiente, as funções cerebrais (inclusive o autocontrole) ficam comprometidas.

5. Mudar exige constância


Nossos padrões de comportamento não são como uma montanha, inertes: eles ganham força, e superá-los fica mais difícil com o tempo. São como uma escada rolante que vai ficando mais rápida conforme você sobe, exigindo mais e mais energia.

Ter consciência disso é um recurso fundamental na hora de lidar com eles.

6. Pensamentos automáticos negativos


Como forma de lidar com o excesso de complexidade de nossas vidas, é comum recorrer a pensamentos automáticos, que não são fruto de uma reflexão feita no momento, mas que surgiram anteriormente e acabaram “ficando”.

Se houver pensamentos negativos (“isso é ruim”, “não consigo fazer isso”, “não levo jeito para isso”) entre eles, será mais difícil agir, porque eles enfraquecem sua determinação.

Identifique-os e, na medida do possível, lute contra eles.

7. Excesso de independência


Nem mesmo protagonistas de filmes de ação conhecidos por “fazer tudo sozinhos” (o que no fim das contas não corresponde à realidade do filme, já que eles quase sempre contam com o apoio indireto de outros personagens) conseguem agir com total independência por muito tempo – a falta de suporte e a sensação de pequenez diante dos problemas pouco a pouco corroem a força de vontade.

8. Reflexão ajuda, mas não basta


Muitas vezes caímos na ilusão de que, se passarmos tempo suficiente refletindo, vamos conseguir resolver um determinado problema. Infelizmente, nem sempre a solução surge com esse tipo de abordagem, já que há informações que só conseguimos na hora de agir.

Além disso, esperar muito tempo por uma “inspiração” pode, no fundo, ser apenas uma forma de procrastinar (ou seja, adiar a ação).

9. “Na prática, a teoria é outra”


Levando em conta o item número 8, podemos concluir que um plano que pareça bom “no papel” não necessariamente vai ser bom o suficiente na hora da execução – normalmente por conta de imprevistos.

Tenha fé em seus planos, mas não exagere, pois o risco de se frustrar é grande.

Melhor do que apostar todas as suas fichas em uma única abordagem seria ter um plano B, um C, um D… Ou exercitar sua capacidade de se adaptar a novas condições.

10. Falta de sono


Mesmo sabendo o quanto uma boa noite de sono é necessária para manter o bom funcionamento do cérebro, muitos de nós insistem em agir como se uma ou duas horas a menos não fizessem falta. Ledo engano: se quebrarmos o ciclo do sono, temos o risco de acordar tão cansados (ou até mais) quanto estávamos antes de dormir.

Não é preciso ressaltar que isso tem um grande impacto na força de vontade.

11. Subestimar os efeitos químicos dos alimentos (e das bebidas)


Refeições podem ser grandes aliadas na hora de enfrentar problemas, dando energia necessária para agirmos (ou, como você viu no item 4, pensarmos); por outro lado, também podem ser uma das causas do nosso fracasso em determinada tarefa: uma comida muito “pesada” pode aumentar a tentação de tirar um cochilo à tarde, e uma cerveja a mais pode diminuir nossa disposição.

Reconhecer esses possíveis efeitos deve ajudar você a não superestimar sua capacidade de lidar com eles (item 2).

12. Falta de fé (em si mesmo)


Não acreditar que seremos capazes de algo (como tirar a habilitação de motorista ou passar no vestibular) é um passo rumo ao fracasso, pois essa falta de fé pode dar início a um processo interno de autossabotagem: o medo de falhar aumenta por conta da certeza de que vamos falhar; a ideia do fracasso se torna mais próxima e gera ansiedade; ansiedade prejudica o desempenho…

Naturalmente, a crença de que você vai conseguir não garante o sucesso, mas é um ingrediente fundamental para ele (a menos que você prefira contar com a sorte).

13. Nos acostumamos a desistir


“Ah, hoje eu não vou na academia. Vou amanhã”. O amanhã chega, e, estranhamente, deixar de ir à academia ficou mais fácil. Se você ceder à tentação mais uma vez, será ainda mais fácil desistir no dia seguinte.

De alguma forma, nós acabamos nos habituando a desistir de certos sacrifícios, e essa desistência se torna cada vez mais natural – o que pode culminar em um abandono definitivo de um projeto.

14. Falta de feedback


Fruto do excesso de independência (item 7), a falta de feedback a respeito das nossas ações tende a provocar desânimo, além de uma sensação de que “ninguém se importa”.

Outro problema é a ausência de um olhar externo, que poderia nos ajudar a perceber certas falhas que cometemos.

15. Pensamos no pior que pode acontecer


A ideia de se preparar para o pior é sensata, mas pode acabar caindo no exagero e fazendo com que desanimemos.

Essa é uma espécie de autossabotagem (item 12), que pode gerar uma ansiedade desnecessária e uma desistência por conta de algo que provavelmente nem aconteceria.

16. Foco excessivo na jornada


A expectativa de atingir um objetivo pode acabar sendo maior do que a satisfação de atingi-lo. Contudo, levar essa ideia muito a sério pode fazer com que uma pessoa perca seu objetivo de vista e, pouco tempo depois, desanime.

É importante equilibrar o apreço pela meta e com o apreço pela jornada.

17. A armadilha do hábito


Tudo começa com uma ideia, uma ação e uma recompensa. O ciclo se repete e, em pouco tempo, você tem um hábito (ou um vício), que exige uma boa força de vontade para ser quebrado.

Tenha consciência disso e não se deixe enganar: o “só vou experimentar uma vez” pode não ser uma ideia tão inocente quanto parece à primeira vista.

18. Vontade sem técnica


Ferramentas e métodos errados não apenas aumentam as chances de falhar: eles tornam processos mais difíceis do que deveriam ser e fazem com que demandem mais esforço.

Causam, no fim das contas, um gasto desnecessário do seu “combustível”.

19. Licença moral


Existe uma tendência a acreditar que fazer algo louvável pode compensar uma prática ruim (ideia batizada de “licença moral” pelos psicólogos), o que nem sempre é verdade.

Com esse (falso) recurso em mãos, podemos acabar escolhendo caminhos mais fáceis, que não exijam tanta força de vontade – e essa falta de prática tende a enfraquecê-la.

Fonte: Hypescience

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

7 teorias sobre a origem da vida na Terra

A vida na Terra começou há mais de 3 bilhões de anos, evoluindo desde o mais básico dos micróbios em uma deslumbrante variedade de seres ao longo do tempo. Mas como é que os primeiros organismos no único lar da vida conhecido no universo se desenvolveram a partir da sopa primordial?

7. Faísca elétrica


Faíscas elétricas podem gerar aminoácidos e açúcares quando atingem um ambiente carregado com água, metano, amônia e hidrogênio. Isso foi demonstrado no famoso experimento de Miller-Urey, relatado em 1953, sugerindo que o raio pode ter ajudado a criar os blocos de construção fundamentais da vida na Terra em seus primeiros dias.

Ao longo de milhões de anos, moléculas maiores e mais complexas poderiam se formar. Embora pesquisas realizadas desde então tenham revelado que a atmosfera primitiva da Terra era, na verdade, pobre em hidrogênio, cientistas sugeriram que as nuvens vulcânicas na atmosfera primitiva poderiam não apenas ter produzido raios, como também ter acumulado metano, amônia e hidrogênio.

6. Comunidade barrenta


As primeiras moléculas de vida podem ter se encontrado na argila, de acordo com uma ideia elaborada pelo químico orgânico Alexander Graham Cairns-Smith, da Universidade de Glasgow, na Escócia. Estas superfícies podem não só ter mantido os compostos orgânicos juntos, mas também ajudado a organizá-los em padrões da forma como nossos genes fazem agora.

A principal função do DNA é armazenar informações sobre como outras moléculas devem ser organizadas. As sequências genéticas do DNA são essencialmente instruções sobre como os aminoácidos devem ser organizados em proteínas. Cairns-Smith sugere que cristais minerais na argila poderiam ter alinhado as moléculas orgânicas em padrões organizados. Depois de um tempo, as moléculas orgânicas assumiram este trabalho e se organizaram.

5. Ventos do fundo do mar


A teoria de ventilação de alto mar sugere que a vida pode ter começado em respiradouros hidrotermais submarinos, expelindo moléculas-chave ricas em hidrogênio. Seus recantos rochosos poderiam, então, ter concentrado estas moléculas e agido como catalisadores minerais para reações críticas. Mesmo agora, estas aberturas, ricas em energia química e térmica, sustentam ecossistemas arrebatadores.

4. Começo gelado


O gelo pode ter coberto os oceanos 3 bilhões de anos atrás, quando o sol era cerca de um terço menos luminoso do que é agora. Esta camada de gelo, possivelmente com centenas de metros de espessura, pode ter protegido compostos orgânicos frágeis na água abaixo da luz ultravioleta e da destruição de impactos cósmicos. O frio também pode ter ajudado essas moléculas a sobreviver por mais tempo, permitindo que reações-chave acontecessem.

3. Mundo do RNA


O DNA de hoje precisa de proteínas para se formar e as proteínas requerem DNA para se formar, sendo assim, como um deles poderia se formar sem o outro? A resposta pode ser o RNA, que pode armazenar informações como o DNA, servir como uma enzima como as proteínas, e ajudar a criar tanto DNA quanto proteínas. Depois disso, o DNA e as proteínas conseguiram dominar este “mundo do RNA”, porque são mais eficientes. O RNA ainda existe e executa várias funções em organismos, inclusive atuando como um interruptor para alguns genes.

Ainda fica a questão de como o RNA chegou aqui, em primeiro lugar. E, embora alguns cientistas acreditem que a molécula poderia ter surgido espontaneamente na Terra, outros dizem que é muito pouco provável que isso tenha acontecido.

Também foram sugeridos outros ácidos nucléicos, como PNA ou TNA.

2. Começos simples


Ao invés de se desenvolver a partir de moléculas complexas, tais como o RNA, a vida pode ter começado com moléculas menores interagindo umas com as outras em ciclos de reações. Estas moléculas poderiam estar dentro de cápsulas simples semelhantes às membranas celulares e, ao longo do tempo, moléculas mais complexas que realizavam essas reações melhor do que as menores podem ter evoluído. Tais cenários são chamados de modelos de “metabolismo primeiro”, em oposição ao modelo “gene primeiro” da hipótese do “mundo de RNA”.

1. Panspermia


Talvez a vida não tenha começado na Terra, mas tenha sido trazida para cá de outros lugares no espaço, uma noção conhecida como panspermia. Por exemplo, rochas regularmente eram expelidas de Marte por impactos cósmicos, e um número de meteoritos marcianos foram encontrados na Terra, o que leva alguns pesquisadores a sugerir a controversa teoria que micróbios foram trazidos para cá – tornando-os marcianos. 

Outros cientistas sugeriram que a vida pode até mesmo ter pego carona em cometas de outros sistemas estelares. No entanto, mesmo que este conceito fosse verdade, a questão de como a vida começou na Terra, então, só muda para como a vida começou em outro lugar no espaço.

Fonte: Hypescience

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

10 fatos estranhos e interessantes sobre Charles Darwin

No próximo 12 de fevereiro, Charles Darwin comemoraria seu 205º aniversário. O brilhante naturalista praticamente fundou a biologia moderna com suas obras sobre a teoria da evolução, se tornando um dos maiores cientistas que já viveu.

Reverenciado por muitos e desprezado por alguns, é possível ver uma enorme influência de seus pensamentos em muitos aspectos de nossas vidas. Nada mais justo, então, que saibamos um pouco sobre mais ele. Confira:

10. Darwin era religioso


O cientista é talvez o mascote mais popular do movimento ateu – sua teoria da evolução é contrária ao criacionismo, a crença religiosa de que a humanidade e tudo no universo são a criação de um agente sobrenatural (Deus).

No entanto, Darwin não era ateu. E, apesar ter se declarado agnóstico durante os últimos anos de sua vida (alguém que não acredita nem nega a possibilidade da existência de um Deus), ele mal falava sobre suas crenças pessoais e não gostava de discutir sobre as implicações de suas teorias em doutrinas teológicas, admitindo que sabia muito pouco sobre religião.

Quando jovem, Darwin era conhecido por ser bastante religioso. Em sua autobiografia, ele lembrou que foi ridicularizado em uma viagem de exploração científica por oficiais do navio da Marinha Britânica HMS Beagle por acreditar que a Bíblia era uma autoridade final sobre a moralidade. Embora não fosse muito ativo nos círculos religiosos, o moço Darwin tinha uma firme convicção de que Deus existia e de que a alma era imortal. Enquanto no Brasil, ele estava tão absorto pela beleza da natureza que a proclamou como a manifestação de um ser superior.

Darwin teve dificuldade em fazer uma transição para o agnosticismo. Quando começou a questionar a existência de Deus, ele disse que não podia apreciar a beleza da natureza com o mesmo vigor religioso que tinha quando era jovem, comparando a sensação como a de ser daltônico.

9. Darwin tinha gosto por comida exótica


Darwin gostava de experimentar comidas estranhas. Durante seu tempo na Universidade de Cambridge, ele pertencia a um grupo de culinária chamado Glutton Club (Clube dos Glutões), cujos membros se encontravam uma vez por semana para experimentar vários pratos “exóticos” anteriormente desconhecidos para o paladar humano, por exemplo a carne de vários pássaros selvagens, como gaviões.

Quando embarcou em sua missão no HMS Beagle, ele reacendeu seu gosto por iguarias exóticas. Durante a viagem, Darwin foi capaz de experimentar tatus, que disse ter gosto de pato, além de um roedor sem nome que ele descreveu como a melhor carne que já provou. O naturalista até mesmo descobriu uma nova espécie de ave em seu prato do jantar, que mais tarde foi nomeada em sua homenagem - Rhea darwinii.

Em Galápagos, Darwin comeu tartarugas e bebeu fluido de suas bexigas, que ele descreveu como “bastante límpidos e com um gosto só ligeiramente amargo”. Suas façanhas gastronômicas foram ainda mais extremas na América do Sul, onde Darwin conta que comeu uma carne muito branca que o fez se sentir enjoado no começo, pensando que ele estava comendo a carne de um bezerro. Logo, o cientista ficou aliviado ao saber que estava comendo a carne de uma suçuarana, comparando o seu gosto ao de carne de vitela.

8. As teorias de Darwin foram usadas para defender tanto o capitalismo quanto o socialismo


Algumas pessoas culpam as teorias de Charles Darwin pelos males do capitalismo. Isso porque economistas logo aplicaram a ideia de seleção natural à economia e à sociedade, dando assim origem ao darwinismo social. Os adeptos do darwinismo social acreditam que o sucesso ou o fracasso econômico de uma pessoa é semelhante a luta de um animal para sobreviver. Assim, eles desencorajam o apoio do governo e atividades de caridade que ajudam os pobres, porque creem que a espécie humana se tornará mais forte se a sociedade permitir que os “inaptos” morram. Entre darwinistas sociais notórios estão dois dos homens mais ricos de seu tempo, Andrew Carnegie e John Rockefeller.

Embora o próprio Darwin tenha admitido não ter uma compreensão adequada de política e economia, suas teorias sem dúvida afetaram o crescimento do capitalismo no início do século 20. Devido a isso, a maioria das pessoas assume que a seleção natural não é bem recebida por aqueles que se opõem a esse sistema econômico.

Não é bem assim. Charles Darwin, na verdade, teve uma enorme influência positiva também no extremo oposto do espectro. Enquanto os darwinistas sociais viam as teorias de Darwin como uma forma de justificar a ganância e a opressão, Karl Marx a viu como uma alegoria para as lutas de classes. O filósofo alemão usou a Origem das Espécies de Darwin como a base biológica do socialismo. Conforme um organismo luta para sobreviver em um ambiente hostil, a classe toda também deve lutar contra aqueles que a estão explorando – uma luta de classes que Marx disse ter observado na sociedade. A influência do naturalista em Marx foi tão grande que o famoso socialista planejava dedicar seu livro, “Das Kapital”, a ele, um gesto que Darwin respeitosamente recusou.

7. Darwin também estudou psicologia


Durante seu tempo no Beagle, Darwin teve o privilégio de se deparar com várias culturas ao redor do mundo. Havia barreiras linguísticas óbvias que o impediam de se comunicar com moradores locais, mas ele observou que as emoções que as pessoas manifestavam – felicidade, tristeza, medo e raiva – não pareciam diferir muito de cultura para cultura. Este seria o início da menos conhecida carreira de Charles Darwin em psicologia, e do eventual desenvolvimento do conceito de emoções universais.

Ele se correspondeu com muitos cientistas para estudar esse fenômeno, incluindo um médico francês chamado Guillaume Duchenne. Duchenne estudou os músculos faciais humanos e propôs que todos os rostos humanos manifestavam até 60 tipos diferentes de emoções. Ele é mais famoso pelas fotos que capturou de rostos de pessoas estimuladas com choques elétricos para produzir esses 60 tipos de emoções.

No entanto, Darwin discordava que todas as 60 emoções eram universais. Ele acreditava que apenas algumas delas eram comuns a todos os seres humanos. Para testar sua hipótese, o cientista realizou um experimento utilizando 11 das imagens de Duchenne. Em ordem aleatória, ele as mostrou uma de cada vez para 20 participantes, perguntando-lhes o que achavam. Quase todos concordaram que algumas mostravam certas emoções como raiva, felicidade e medo. O restante das fotos, no entanto, pareceu mais ambígua e os participantes não concordaram em uma única emoção. Isto confirmou a teoria de Darwin de que existiam apenas algumas emoções universais.

Ele também se envolveu com a psicologia social. O naturalista tinha interesse no conceito humano de compaixão. Ele acreditava que o nosso senso de compaixão moral decorria de nosso desejo natural de aliviar o sofrimento dos outros. Coincidentemente, suas ideias sobre a compaixão eram muito semelhantes aos ensinamentos do budismo tibetano. Recentemente, ao saber sobre os escritos de Darwin sobre o assunto, o 14º Dalai Lama declarou: “Agora estou chamando-me de darwinista”.

6. Darwin tinha ideias loucas sobre casamento


Darwin casou-se com sua própria prima, Emma Wedgewood. Esse fato de sua vida é bem conhecido. O que ele pensava sobre casamento, entretanto, não é. Antes de juntar os trapos, o cientista escreveu uma lista divertida de prós e contras sobre as facetas do casamento.

Uma parte de Darwin pensava que casar era sobre ter filhos: “Crianças – (Se for do agrado de Deus) – objeto a ser amado e com quem brincar – Melhor do que um cão de qualquer modo”.

Darwin também gostava da ideia de uma companheira: “Meu Deus, é intolerável pensar em gastar toda a vida como uma abelha, trabalhando, trabalhando e nada depois. – Não, não, não vou fazer isso. – Imagine viver todos os dias solitariamente em uma casa suja e nebulosa em Londres. – Só imagine a si mesmo com uma boa esposa em um sofá macio, com uma boa fogueira, e livros e música, talvez – Compare esta visão com a realidade suja da rua Great Marlborough”.

Por outro lado, Darwin sentia que tomar o caminho do celibato também tinha seus benefícios: “A liberdade de ir onde se gosta – Conversa de homens inteligentes em clubes – Não ser forçado a visitar parentes, e se curvar em cada discussão – Não ter a despesa e ansiedade das crianças – Perda de tempo. – Não poder ler à noite – gordura e ociosidade. – Talvez minha esposa não goste de Londres, então a solução seria o exílio e eu pareceria um tolo.” Estes são apenas alguns dos itens que Darwin incluiu em sua lista, que prova que ele era como qualquer outro cara.

Eventualmente, ele decidiu se casar com sua prima de primeiro grau Wedgewood, com quem teve 10 filhos e viveu feliz por 43 anos até sua morte, em 1882.

5. Darwin fez tratamentos de saúde nada científicos


Embora tenha havido muitas especulações sobre o que deixou Darwin muito doente durante o curso de sua vida, ele não recebeu um diagnóstico preciso de sua condição até mais de 100 anos após sua morte (ele morreu de insuficiência cardíaca, e pesquisadores especulam que tinha doença de Chagas que teria contraído aqui no Brasil). Por causa das limitações da medicina durante sua época, não havia nenhum tratamento satisfatório para ajudá-lo a lidar com seus variados sintomas, mas o cientista encontrou conforto em uma terapia com água muito questionável.

Em uma carta que enviou a seu amigo íntimo, o botânico Joseph Dalton Hooker, Darwin reclamou que vinha sofrendo de vômitos contínuos. Ele também relatou tremores nas mãos e tontura, que presumiu ser resultantes do impacto do vômito incessante em seu sistema nervoso. Ao ler um livro de um certo Dr. Gully sobre uma terapia da água, o naturalista interessou-se pelo tratamento, e mudou-se com sua família para um apartamento alugado perto da clínica do especialista, para receber cuidados.

O Dr. Gully submeteu Darwin a vários procedimentos estranhos, como aquecê-lo com uma lâmpada até que ele transpirasse apenas para esfregá-lo violentamente com toalhas embebidas em água fria. Darwin também recebeu banhos frios nos pés e teve que usar uma compressa úmida em seu estômago durante o dia todo. Surpreendentemente, o naturalista achou o tratamento bizarro e não científico bastante eficaz, dizendo ter visto grandes melhorias em sua saúde após o oitavo dia de consulta com o Dr. Gully. Na mesma carta endereçada a Hooker, ele declarou que tinha certeza de que a cura da água não era charlatanismo. Acho que ninguém havia ouvido falar em efeito-placebo na época.

4. Darwin, o detetive de terremotos


Pelo menos 25 grandes terremotos foram registrados no Chile desde 1730, sendo que todos mataram milhares de pessoas. Darwin teve a oportunidade desagradável de presenciar a consequência de um deles – o terremoto de Concepción de 1835. Foi um tremor muito forte, com magnitude de 8,8 na escala de Richter. O terremoto, que ocorreu por dois minutos, demoliu toda a cidade em meros 6 segundos.

Durante o tempo do terremoto, Darwin estava viajando com o Beagle. Quando chegou a costa de Concepción, imediatamente começou a investigar a natureza e a origem do tremor. Ele descreveu a devastação como “o espetáculo mais terrível e interessante que já viu”. O cientista fez observações sobre as sequelas do terremoto, notando que o litoral do Chile havia se tornado permanentemente elevado, particularmente na ilha de Santa Maria, que havia crescido 3 metros a partir da sua altitude de origem. Ele reuniu suas próprias observações e combinou-as com testemunhos da população local para reconstruir os acontecimentos antes e durante o terremoto. Depois de semanas de trabalho, Darwin descobriu que o terremoto podia ter sido causado por uma cadeia de vulcões ao longo da costa do Chile, que entrou em erupção pouco antes de sua ocorrência.

3. Se convertendo em cristão novamente


Durante a segunda metade do século 19, Darwin já era bastante popular nos círculos científicos. No começo dos anos 1880, quando estava se aproximando de sua morte, uma mulher chamada Elizabeth Hope estava apenas começando a se tornar conhecida no movimento evangelístico.

Darwin e Hope pertenciam, obviamente, a dois mundos diferentes. Um encontro de ambos parece muito improvável, mas um artigo de 1915 do jornal batista “Boston Watchman Examiner” alegou exatamente isso. O texto detalhava como Darwin convidou a jovem Elizabeth para visitá-lo, e supostamente confessou seu arrependimento em ter desenvolvido a teoria da evolução. Ele teria pedido a evangelista que compartilhasse com seus vizinhos a mensagem de Jesus Cristo e da salvação que ele traz para a humanidade.

A história era muito atraente para os evangélicos, é claro. Saber que a mente por trás da teoria da evolução retratou suas próprias ideias e se converteu ao cristianismo não só lhes dava uma forma de responder aos chamados “evolucionistas”, como também reafirmava sua fé na história bíblica da criação.

No entanto, a lenda desse encontro bizarro foi desmascarada tão rapidamente e facilmente quanto se espalhou. Na autobiografia de Darwin, ele repetidamente menciona sua dissociação com o cristianismo e conclui que o agnosticismo seria a descrição mais correta para seu estado de espírito. Seu filho, Francis Darwin, proclamou que seu pai manteve uma visão agnóstica no fim da sua vida, até a sua morte. A esposa de Darwin, que era muito religiosa e teria gostado de vê-lo voltar ao cristianismo, nunca mencionou qualquer conversa do tipo antes da morte do marido. Ela lembrou que suas últimas palavras foram “lembre-se como você tem sido uma boa esposa para mim” e que ele não tinha “o menor medo de morrer”.

2. As neuroses de Darwin


Enquanto Darwin sofria de muitos males físicos, alguns biógrafos se mostraram mais intrigados com o seu estado de espírito. Em suas cartas a seus amigos, o cientista revela que sofria de pensamentos obsessivos que, em suas próprias palavras, eram “horríveis”.

Esses pensamentos, que ocorriam principalmente durante a noite, causavam-lhe grande angústia. Em uma carta a seu grande confidente Dr. Hooker, Darwin escreveu: “Eu não conseguia dormir e tudo o que eu havia feito no dia me assombrava vivamente à noite com uma repetição desgastante”.

Ele era paranoico com o fato de que passaria sua enfermidade para seus filhos. Ele também era infinitamente crítico de sua aparência física, acreditando-se ser bastante feio. O cientista precisava de constante reafirmação de outras pessoas, além de proferir um mantra centenas de vezes para aliviar os seus pensamentos obsessivos.

O psiquiatra e biógrafo de Darwin John Bowlby observou que o gênio não foi capaz de lamentar corretamente a morte de sua mãe quando era jovem, o que pode ter levado a sua neurose. Foi em face destas dificuldades mentais que Darwin se tornou um dos pensadores mais influentes da história.

1. O projeto mais ambicioso de Darwin


Há 200 anos, havia uma pequena e isolada ilha vulcânica no sul do Atlântico, a 1.600 quilômetros ao largo da costa da África, chamada Ilha de Ascensão. Seca e sem vida, ela ficou desabitada desde a sua descoberta em 1501 até 1815, quando a Marinha Real Britânica a usou como uma estação militar para manter um olho sobre Napoleão durante seu exílio na vizinha Ilha Santa Helena.

Hoje, Ascensão não é mais triste e desolada. A ilha agora possui uma paisagem exuberante e uma população de cerca de 1.100, graças a Darwin. Sua viagem de cinco anos com o Beagle estava prestes a terminar quando o navio passou por lá. A vista da ilha apocalíptica de cones vulcânicos vermelhos brilhantes e lava negra inspirou o curioso cientista. Pouco depois de Darwin voltar para a Inglaterra, ele e seu amigo John Hooker criaram um plano simples para convertê-la em uma “pequena Inglaterra”.

Com a ajuda da Marinha, os dois colheram diferentes espécies de plantas de todo o mundo para levar para a ilha, de 1850 em diante. Na década de 1870, o pico mais alto de Ascensão tornou-se significativamente mais verde, com eucaliptos, pinheiros, bambus e bananeiras. Plantas que geralmente não são vistas lado a lado em outros lugares do mundo foram vistas juntas pela primeira vez na ilha – e resolveram o problema da falta de água no local.

Enquanto ecossistemas geralmente se desenvolvem ao longo de milhões de anos, o artificial criado por Darwin e Hooker floresceu apenas em uma questão de décadas. De acordo com o ecologista britânico David Wilkinson, a NASA poderia aprender muito com o método dos cientistas quando começar a fazer o mesmo com Marte.

Fonte: Hypescience.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O surgimento da vida é um evento raro ou algo inevitável?

Por que a vida existe? Hipóteses populares creditam o feito a uma sopa primordial, um relâmpago e um golpe colossal de sorte. Mas se uma nova teoria provocativa estiver correta, a sorte pode ter pouco a ver com isso. Em vez disso, de acordo com o físico que propõe a ideia, a origem e evolução subsequente da vida segue as leis fundamentais da natureza e “deveria ser tão pouco surpreendente como rochas rolando ladeira abaixo”.



Do ponto de vista da física, há uma diferença essencial entre os seres vivos e aglomerados de átomos de carbono inanimados: os primeiros tendem a ser muito melhores em captar a energia do seu ambiente e dissipar essa energia na forma de calor. Jeremy England, um professor assistente no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), de 31 anos, derivou uma fórmula matemática que ele acredita que explica essa capacidade.

A fórmula, com base na física estabelecida, indica que, quando um grupo de átomos é impulsionado por uma fonte externa de energia (como o sol ou um combustível químico) e rodeado por um banho de calor (como o oceano ou atmosfera) muitas vezes, aos poucos, ele se reestrutura a fim de dissipar cada vez mais energia. Isto poderia significar que, sob certas condições, a matéria inexoravelmente adquire o atributo físico chave associado com a vida.

“Você começa com um grupo aleatório de átomos, e se você brilhar uma luz sobre ele por muito tempo, não deve ser tão surpreendente que você obtenha uma planta”, disparou England em entrevista à revista “Quanta”.

A teoria da England pretende fundamentar, ao invés de substituir, a teoria da evolução de Darwin pela seleção natural, que fornece uma descrição poderosa da vida ao nível dos genes e populações. “Eu certamente não estou dizendo que as ideias darwinistas estão erradas”, explicou. “Pelo contrário, estou apenas dizendo que do ponto de vista da física, você pode chamar a evolução darwiniana de um caso especial em um fenômeno mais geral”.

Sua ideia, detalhada em um artigo recente e em uma palestra que ele está dando em universidades ao redor do mundo, gerou polêmica entre seus colegas.

England deu “um passo muito corajoso e muito importante”, disse Alexander Grosberg, professor de física na Universidade de Nova York (EUA), que tem acompanhado o trabalho do cientista desde seus estágios iniciais. A “grande esperança” é que ele tenha identificado o princípio físico subjacente dirigindo a origem e evolução da vida, relata Grosberg.

“Jeremy é o mais brilhante jovem cientista com quem eu já me deparei”, elogiou Attila Szabo, um biofísico no Laboratório de Química Física do Instituto Nacional de Saúde (EUA), que se correspondeu com England sobre sua teoria após conhecê-lo em uma conferência. “Fiquei impressionado com a originalidade das ideias”.

Outros, como Eugene Shakhnovich, um professor de química, biologia química e biofísica da Universidade de Harvard (EUA), não estão convencidos. “As ideias de Jeremy são interessantes e potencialmente promissoras, contudo neste momento são extremamente especulativas, especialmente quando aplicadas a fenômenos da vida”, pondera Shakhnovich.

Os resultados teóricos de England são considerados válidos de forma geral. É a sua interpretação – que sua fórmula representa a força motriz por trás de uma classe de fenômenos na natureza que inclui a vida – que ainda não foi provada. Mas já há ideias sobre como testar essa interpretação no laboratório.

“Ele está tentando algo radicalmente diferente”, explica Mara Prentiss, professora de física na Universidade de Harvard que está contemplando tal experimento depois de aprender sobre o trabalho de England. “Eu acho que ele tem uma ideia fabulosa. Certo ou errado, a investigação vai valer muito a pena”.

No coração da ideia de England está a segunda lei da termodinâmica, também conhecida como a lei da entropia crescente ou “flecha do tempo”. As coisas quentes esfriam, o gás se difunde através do ar, ovos são mexidos, mas nunca espontaneamente se separam. Em suma, a energia tende a se dispersar ou espalhar-se com o tempo. Entropia é uma medida desta tendência, quantificando o quão dispersa a energia está entre as partículas num sistema, e o quanto as partículas estão difusas no espaço. Ela aumenta como uma simples questão de probabilidade: há mais maneiras da energia ser espalhada do que ser concentrada.

Assim, à medida que partículas em um sistema se movimentam e interagem, elas vão, por puro acaso, tender a adotar configurações em que a energia se espalha para fora. Eventualmente, o sistema chega a um estado de entropia máxima chamado “equilíbrio termodinâmico”, no qual a energia é distribuída de maneira uniforme. Uma xícara de café e a sala no qual está localizada ficam com a mesma temperatura, por exemplo. Enquanto o copo e o quarto são deixados em paz, este processo é irreversível. O café nunca aquece espontaneamente de novo porque as probabilidades são esmagadoramente empilhadas contra a possibilidade da energia do quarto concentrar aleatoriamente em seus átomos.

Embora a entropia deva aumentar ao longo do tempo em um sistema isolado, ou “fechado”, um sistema “aberto” pode se manter baixa – ou seja, a energia divide de forma desigual entre os seus átomos -, aumentando grandemente a entropia de seus arredores. Em sua influente monografia de 1944, “O que é vida?”, o eminente físico quântico Erwin Schrödinger argumentou que isso é o que os seres vivos devem fazer. Uma planta, por exemplo, absorve luz solar extremamente enérgica, a utiliza para construir os açúcares, e ejeta a luz infravermelha, uma forma muito menos concentrada de energia. A entropia total do universo aumenta durante a fotossíntese à medida que a luz solar se dissipa, assim como a planta previne-se da decomposição através da manutenção de uma estrutura interna ordenada.

A vida não viola a segunda lei da termodinâmica, porém até recentemente os físicos não tinham sido capazes de usar termodinâmica para explicar por que ela deve surgir, em primeiro lugar. Nos dias de Schrödinger, eles poderiam resolver as equações da termodinâmica somente para sistemas fechados em equilíbrio. Na década de 1960, o físico belga Ilya Prigogine fez progressos ao prever o comportamento de sistemas abertos fracamente impulsionados por fontes de energia externas (pelo qual ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1977). Mas o comportamento de sistemas que estão longe do equilíbrio, os quais estão ligados ao meio ambiente exterior e fortemente impulsionados por outras fontes de energia, não poderia ser previsto.

Esta situação mudou na década de 1990, devido, principalmente, ao trabalho de Chris Jarzynski, agora na Universidade de Maryland (EUA), e Gavin Crooks, agora no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA). Jarzynski e Crooks mostraram que a entropia produzida por um processo termodinâmico, tais como o arrefecimento de uma xícara de café, corresponde a uma razão simples: a probabilidade dos átomos de sofrer o processo dividido pela sua probabilidade de sofrer o processo inverso (isto é, interagindo espontaneamente, de tal maneira que o café aquece). Com o aumento de produção de entropia, o mesmo acontece com esta relação: o comportamento de um sistema torna-se mais e mais “irreversível”. A fórmula simples, ainda que rigorosa poderia, em princípio, ser aplicada a qualquer processo termodinâmico, não importa o quão rápido ou longe do equilíbrio. “Nossa compreensão da mecânica estatística longe do equilíbrio melhorou muito”, conta Grosberg.

England, que é formado em bioquímica e física, começou seu próprio laboratório no MIT há dois anos e decidiu aplicar o novo conhecimento da física estatística para a biologia.

Usando formulação de Jarzynski e Crooks, ele derivou uma generalização da segunda lei da termodinâmica, que vale para sistemas de partículas com certas características: os sistemas são fortemente impulsionados por uma fonte de energia externa, como uma onda eletromagnética, e podem despejar calor em um banho circundante. Esta classe de sistemas inclui todas as coisas vivas. England, então, determinou como esses sistemas tendem a evoluir ao longo do tempo à medida que aumentam a sua irreversibilidade. “Podemos mostrar de forma muito simples a partir da fórmula que os resultados evolutivos mais provavelmente vão ser os que absorveram e dissiparam mais energia a partir de unidades externas do ambiente no caminho para chegar lá”, disse ele. A descoberta faz um sentido intuitivo: partículas tendem a dissipar mais energia quando ressoam com uma força motriz, ou movem-se na direção em que estão sendo empurradas, e são mais propensas a se mover nessa direção do que qualquer outra em qualquer momento.

“Isso significa que aglomerados de átomos cercados por um banho em alguma temperatura, como a atmosfera ou o oceano, devem tender ao longo do tempo a organizarem-se para ressoar cada vez melhor com as fontes de trabalho mecânico, eletromagnético ou químico em seus ambientes”, explicou England.

A autorreplicação (ou reprodução, em termos biológicos), o processo que leva à evolução da vida na Terra, é um tal mecanismo pelo qual um sistema pode dissipar uma quantidade crescente de energia ao longo do tempo. Como England colocou, “uma ótima maneira de dissipar mais é fazer mais cópias de si mesmo”.

Em um artigo de setembro no periódico “Journal of Chemical Physics”, ele informou o valor mínimo teórico de dissipação que pode ocorrer durante a autorreplicação das moléculas de RNA e células bacterianas, e mostrou que está muito próximo dos valores reais que estes sistemas dissipam ao replicar. Também mostrou que o RNA, o ácido nucleico que muitos cientistas acreditam que serviu como o precursor para a vida baseada em DNA, é um material de construção particularmente barato. Uma vez que o RNA surgiu, ele argumenta, a sua “tomada darwiniana” não foi, talvez, surpreendente.

A química da sopa primordial, mutações aleatórias, geografia, eventos catastróficos e inúmeros outros fatores contribuíram para os detalhes da diversidade de flora e fauna da Terra. Entretanto, de acordo com a teoria de England, o princípio subjacente à condução de todo o processo é a adaptação orientada à dissipação da matéria.

Este princípio se aplica à matéria inanimada também. “É muito tentador especular sobre que fenômenos da natureza podemos agora abrigar sob esta grande tenda de organização adaptativa movida pela dissipação”, confessou England. “Muitos exemplos poderiam apenas estar bem debaixo do nosso nariz, mas porque não temos olhado para eles, não os notamos”.

Os cientistas já observaram a autorreplicação em sistemas não vivos. Segundo a nova pesquisa liderada por Philip Marcus, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), e relatada na revista “Physical Review Letters” em agosto passado, vórtices em fluidos turbulentos replicam-se espontaneamente sugando a energia de cisalhamento do fluido circundante. E em um artigo publicado online na semana passada no portal “Proceedings of the National Academy of Sciences”, Michael Brenner, professor de matemática e física aplicada na Universidade de Harvard, e seus colaboradores apresentaram modelos teóricos e simulações de microestruturas que se autorreplicam. Estes aglomerados de microesferas especialmente revestidas dissipam energia ao forçar esferas próximas a formar agrupamentos idênticos. “Isto se conecta muito com o que Jeremy está dizendo”, afirma Brenner.

Além da autorreplicação, maiores organizações estruturais são outro meio pelo qual os sistemas fortemente impulsionados incrementam sua capacidade de dissipar energia. A planta, por exemplo, é muito melhor na captura e roteamento de energia solar através de si mesma do que uma pilha de átomos de carbono não estruturados. Assim, England argumenta que, sob certas condições, a matéria irá espontaneamente se auto-organizar. Esta tendência pode explicar a ordem interna dos seres vivos e de muitas estruturas inanimadas também. “Flocos de neve, dunas de areia e vórtices turbulentos todos têm em comum o fato de serem estruturas surpreendentemente padronizadas que surgem em sistemas de muitas partículas impulsionados por algum processo de dissipação”, especula. Condensação, vento e uma draga viscosa são os processos relevantes nestes casos particulares.

“Ele está me fazendo pensar que a distinção entre vida e matéria inanimada não é nítida”, revelou Carl Franck, um físico biológico na Universidade de Cornell (EUA). “Estou particularmente impressionado com esta noção quando se considera sistemas tão pequenos como circuitos químicos envolvendo algumas biomoléculas”.

A ideia ousada da England provavelmente enfrentará um exame minucioso nos próximos anos. Ele está atualmente executando simulações de computador para testar sua teoria de que os sistemas de partículas adaptam as suas estruturas para se tornarem melhores na dissipação de energia. O próximo passo será a realização de experimentos em sistemas vivos.

Prentiss, que dirige um laboratório de biofísica experimental na Universidade de Harvard, diz que a teoria de England poderia ser testada comparando células com mutações diferentes e procurando uma correlação entre a quantidade de energia que as células dissipam e as suas taxas de replicação. “É preciso ter cuidado, porque qualquer mutação poderia fazer muitas coisas”, reflete a pesquisadora. “Contudo, se alguém fizesse muitos desses experimentos em sistemas diferentes e se [a dissipação e sucesso de replicação] forem de fato correlacionados, isto sugeriria que este é o princípio de organização correto”.

Brenner disse que espera ligar a teoria de England às suas próprias construções de microesferas e determinar se a teoria prediz corretamente que os processos de autorreplicação e automontagem podem ocorrer – “uma questão fundamental na ciência”, opina.

Ter um princípio fundamental da vida e da evolução daria aos pesquisadores uma perspetiva mais ampla sobre o surgimento da estrutura e funções nos seres vivos. “A seleção natural não explica certas características”, especificou Ard Louis, um biofísico da Universidade de Oxford (Reino Unido). Estas características incluem uma mudança hereditária da expressão dos genes chamada de metilação, o aumento da complexidade na ausência de seleção natural e certas mudanças moleculares que Louis estudou recentemente.

Se a abordagem da England resistir a mais testes, poderia permitir aos cientistas pensar de modo mais geral, em termos de organização orientada pela dissipação. Eles podem descobrir, por exemplo, que “a razão pela qual um organismo mostra característica X em vez de Y pode não ser porque X é mais apto do que Y, mas porque restrições físicas tornaram mais fácil para X evoluir do que para Y”, disse Louis.

“As pessoas muitas vezes ficam presas ao pensar sobre os problemas individuais”, explica Prentiss. Queira as ideias de England venham a ser exatamente certas ou não, diz a cientista, “pensar de forma mais ampla é a forma pela qual muitas descobertas científicas são feitas”.

Fonte: Hypescience.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Tirinha do dia para pensar sobre a vida

Se tem uma coisa que é realmente valiosa para nós, é a nossa própria existência. Com tantas obrigações e um ritmo frenético e extremamente rápido, muitas vezes nos esquecemos de quão especial é o simples fato de existirmos.

Muita gente, me arrisco a dizer que a grande maioria, acaba passando a vida inteira sem ter feito o que realmente gosta, ou pior, gasta todo o seu curto tempo que tem por aqui, fazendo coisas que não entende o porque ou sequer pensa a respeito da importância disso.

Embora muitas pessoas creiam que a verdadeira vida não se findará com a morte, isso ainda não passa de mera especulação, sem um embasamento científico comprovado, uma questão de fé.

Mas independente da nossa religiosidade, se escolhemos acreditar ou não, por que é que não fazemos o que é correto desde agora? Por que arriscarmos aquilo que nos é mais precioso por questões mesquinhas e tão insignificantes?

Admito, não é uma lição fácil para assimilarmos, mas devemos encontrar juntos uma melhor forma de vivermos e realizarmos coisas incríveis pelo pouco tempo que temos de vida!

Segue um quadrinho para reflexão:
 

Fonte: Minilua.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

6 grandes mistérios da Antártida

Há pouco mais de cem anos, dois grupos de exploradores partiram em uma expedição com um objetivo comum: serem os primeiros a alcançar o Pólo Sul na história da humanidade. Roald Amundsen, da Noruega, liderou o grupo que chegou primeiro, a 14 de dezembro de 1911, abrindo os olhos da comunidade científica para os mistérios da Antártida.

Muitos desses segredos, no entanto, continuam ocultos mesmo depois de um século de pesquisas. O continente gelado influencia o resto do mundo muito mais do que pensávamos, motivo pelo qual os cientistas encaram a compreensão da Antártida como um grande desafio.

6 – O que está oculto no gelo

        

Acima da superfície da Antártida, que ocupa uma área superior a 14 milhões de quilômetros quadrados (equivalente a mais do que um Brasil e meio), dorme uma camada de gelo que chega a ter 4 quilômetros (km) de espessura em alguns pontos. Isso faz com que o continente armazene 70% da água não salgada do planeta.

A profundidade da camada foi descoberta, ao longo do tempo, por meios tanto rudimentares (explosões com dinamite para verificar a altura do gelo) quanto modernos (sistemas de radares modernos). Já se descobriu sob a superfície de gelo, por exemplo, um complexo conjunto de lagos que influencia na direção em que se movimentam as calotas polares.

5 – O que existe abaixo da camada superficial

  
Abaixo desta espessa camada, a Antártida esconde um segredo fantástico: a Cordilheira de Gamburtsev. Exploradores soviéticos descobriram, nos anos 50, uma cadeia de montanhas comparável ao tamanho dos Alpes, na Europa, mas soterrada por gelo.

Ainda se discute a idade dessa cordilheira. Até pouco tempo, estimava-se que teria quase um bilhão de anos, o que é impressionante do ponto de vista geológico: quase nenhuma cadeia de montanhas dura tanto tempo assim. Mas pesquisas recentes apontam que Gamburtsev seria mais jovem, algo entre 100 e 200 milhões de anos. De qualquer maneira, ainda há muito o que se descobrir sobre a Cordilheira.

4 – Lagos subglaciais

 

Quando o calor proveniente do núcleo da Terra derrete a parte mais baixa da camada de gelo da Antártida, criam-se fenômenos naturais interessantes: grandes lagos subglaciais. Este ecossistema é quase totalmente desconhecido da humanidade, e cientistas estimam que tais lagos sejam abrigo de formas de vida nunca vistas antes.

Por esse motivo, duas estações de pesquisa (uma russa e outra britânica), instaladas no meio do continente, preparam projetos para coletar amostras da água desses lagos (Lagos Vostok e Ellsworth, respectivamente), o que deve acontecer já no ano que vem.

3 – Formas de vida no gelo

   

O gelo da Antártida pode ser berço, conforme estimam os pesquisadores, de uma ampla variedade de microorganismos. Já se sabe que existem bactérias na superfície do continente (embora em quantidades reduzidas; cerca de 300 células em um milímetro de gelo, pouco quando comparadas às cem mil na água do mar), mas elas estão alojadas em pequenos depósitos de água que oferecem nutrientes.

Amostras de gelo com 420 mil anos de idade, tiradas de profundidades superiores a 2 km, foram analisadas em laboratório por cientistas americanos. Descobriu-se que ali havia bactérias ainda vivas, o que impressionou os pesquisadores.

Mas será que existem realmente ecossistemas complexos vivendo nessa camada? Ou essas bactérias isoladas foram apenas conservadas pela temperatura baixa? É uma questão que permanece sem resposta.

2 – O mar em volta do continente

  

A vida marinha que existe no oceano que circunda a Antártida é totalmente diferente de qualquer outro mar do planeta. Alguns animais que habitam essas águas (tais como certas espécies de aranha-do-mar, do tamanho de um prato de cozinha) são encontrados apenas por lá, enquanto animais comuns em todos os outros oceanos não marcam presença nos mares antárticos.

Para sobreviver em águas de temperaturas tão baixas, o corpo de alguns animais produz uma espécie de substância anticongelante. E esta é apenas uma entre várias adaptações nos organismos existentes nestes mares, a maioria dos quais os cientistas ainda não conhecem muito bem.

1 – Até que ponto o gelo está derretendo?

        

Não é mais novidade a quantidade de discussões entre especialistas sobre o volume das calotas polares da Antártida, e se elas estão de fato diminuindo. Essa questão tem recebido atenção especial há mais de vinte anos.

Pesquisadores têm entrado em comum acordo quanto a um ponto: o derretimento do gelo na Antártida afeta realmente o nível dos oceanos pelo planeta. Um cientista americano, Robert Bindschadler, explica que boa parte da base da superfície de gelo fica abaixo do nível do mar, ou seja, nem tudo fica em “terra firme”. Isso torna as calotas polares vulneráveis, segundo ele.

A interação entre a superfície de gelo e o oceano que o circunda tem sido muito estudada pelos especialistas, que consideram muitos fatores perigosos. O aumento do nível do mar é consequência direta do enfraquecimento das geleiras, que depositam quantidades enormes de água no mar. Se todo o gelo da porção ocidental da Antártida derretesse, cientistas estimam que o nível do mar da Terra subiria em cerca de 5 metros.

Fonte: Hypescience.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

As 10 descobertas mais recentes (e importantes) da astronomia


Muito tem se falado ultimamente no jipe robô Curiosity que pousou em Marte a fim de descobrir pistas da existência de vida em Marte em seu passado. E embora esse tenha sido talvez o mais importante fato recente da ciência, não foi o único. Confira nessa lista outras 10 importantes descobertas da astronomia.

O Sol é mais redondo do que parece



Pesquisadores analisaram imagens registradas pelo Solar Dynamics Observatory da Nasa e concluíram que a nossa estrela é o corpo celeste mais redondo já observado, muito menos irregular do que se imaginava até então.

Até então, acreditava-se que o Sol mudava conforme seus ciclos, o que não é verdade. Isso está ajudando os cientistas a terem um melhor entendimento do funcionamento do Sol e como isso pode afetar os planetas do sistema solar.

A quinta lua de Plutão

          

Plutão estava meio pra baixo quando foi rebaixado para planeta anão no ano de 2006. Sua moral melhorou quando o telescópio espacial Hubble detectou mais um satélite orbitando o planeta.

A maior lua de Plutão é Caronte, com pouco mais de 1.000 quilômetros de diâmetro. Outras duas, Nix e Hidra, têm 32 km e 100 km de diâmetro, respectivamente. P4, descoberta no ano passado, possui 34 km de diâmetro e a P5, descoberta esse ano, possui um diâmetro de aproximadamente 20 km.

O feito é incrível dado o pequeno tamanho do corpo irregular e a distância de Plutão em relação à Terra. Essa descoberta pode indicar que ainda existem outras luas ainda não observadas orbitando o planeta-anão.

Bolhas cósmicas magnéticas

      

Lançadas nos anos 70, as sondas Voyager, da NASA, descobriram em 2007 e 2008, nas bordas do sistema solar, um mar de bolhas magnéticas com dezenas de milhões de quilômetros de largura, criadas a partir do campo magnético do Sol.

A descoberta quebrou a crença dos pesquisadores no qual diziam que essa era uma região do espaço bastante tranquila, o que não é verdade, dada a turbulência causada por tais bolhas gigantes.

Estrelas podem possuir caudas



Até bem pouco tempo atrás, pensava-se que o único corpo celeste que possuía cauda eram cometas. Como você deve ter percebido, estávamos errados.

Em 2007, com dados do telescópio espacial GALEX, os pesquisadores analisaram a Mira A, uma gigante vermelha, e surpreenderam-se ao notar que a estrela possuía uma cauda, como a de um cometa. Isso porque a estrela estava se movendo numa velocidade de nada menos que 468.319 km/h.

Água na Lua

   

A NASA lançou dois satélites para analisar o solo da Lua, medindo sua constituição química. Em 2009, o satélite LCROSS localizou moléculas de água numa cratera gelada e escura no pólo sul lunar.

Os cientistas passaram um bom tempo analisando os dados, e por fim concluíram que haviam encontrado água no nosso satélite natural. Outras sondas também enviaram dados que confirmaram a existência de água na Lua.

Eris



Perto de Plutão, está seu companheiro Eris, um outro planeta-anão descoberto no começo de 2005 pelos astrônomos. Além do planeta, eles também observaram Dysnomia, uma de suas luas. Ambos são considerados os dois corpos mais distantes já observados no sistema solar.

Indiretamente, Eris foi responsável pelo rebaixamento de Plutão. Isso porque, quando foi descoberto, foi cotado para ser o 10º planeta do sistema solar (já que é inclusive maior que Plutão), mas após uma série de debates, ambos acabaram na categoria de planetas-anões, pois não eram suficientemente grandes.

A sonda Cassini, da NASA, começou a estudar Saturno em 2004. Uma das mais curiosas descobertas da sonda foi quando ela sobrevoou Enceladus, uma das luas do gigante gasoso, e notou que esta possuía vapor dágua e complexos hidrocarbonetos que exalavam de uma região geologicamente ativa do satélite.

Isso fez com que alguns pesquisadores levantassem teorias a respeito da possibilidade da Enceladus possuir condições de vida, mesmo que simples.

O Fluxo escuro 

         

O fluxo escuro foi descoberto em 2008 e reina como um dos maiores mistérios da astronomia atualmente. Muita matéria, inclusive corpos como estrelas e planetas, estão se movendo em velocidades muito grandes numa direção que não pode ser explicada por nenhuma força gravitacional conhecida. É como um grande ralo, embora não seja um buraco negro.

Muitos pesquisadores levantaram hipóteses de que o fluxo escuro seja na verdade resultado da ação de outro universo pressionando o nosso. Seja como for, pesquisadores ainda estão tentando encontrar a resposta para esse mistério.

Planetas além do sistema solar

         

      

Já no final do século passado, os primeiros planetas localizados fora do sistema solar foram descobertos. Desde então, outras centenas foram descobertos e milhares ainda aguardam uma melhor análise. Grande parte dessas descobertas vem do telescópio espacial Kepler.

Em maio de 2012, pesquisadores já haviam confirmado 770 planetas localizados fora do sistema solar. Claro que esse número não representa nem um grão de areia nesse imenso universo.

Kepler 22-b

  

E nessas centenas de planetas descobertos, um deles merece destaque. Descoberto no final do ano passado, o Kepler 22-b é considerado uma Terra alienígena, sendo o mais cotado até agora para abrigar vida, pois está na zona habitável de uma estrela semelhante ao nosso Sol.

O planeta é aproximadamente 2,5 vezes maior que a Terra e ainda não há uma certeza sobre a composição do planeta, mas é sem dúvida um importante passo rumo à tentativa de encontrar vida alienígena, seja ela como for.

Fonte: Mistérios do Mundo

sábado, 12 de outubro de 2013

Dicas para uma vida mais calma

Estamos freneticamente ocupados em lidar com as coisas que nos fazem sentir freneticamente ocupados; a vida moderna resulta em tarefas que nos sobrecarregam, bagunça que consome nossos lares, detalhes pessoais e profissionais que preocupam nossas mentes. Para resolver tudo isto, a receita é simples: procurar solucionar os pequenos problemas que podemos, e deixar os outros seguirem seu curso.

Limpe sua agenda


Todos temos a tendência de abraçar o mundo, achando que podemos dar conta de tudo. Confundimos um excesso de tarefas com produtividade.

Mas não somos tão bons como pensamos. A capacidade das mulheres de lidar com múltiplas tarefas (embora elas sejam melhores que os homens nisso), por exemplo, cai durante a ovulação, período em que os níveis de estrogênio são mais altos.

E a tecnologia nem sempre nos ajuda a ser mais produtivos, já que temos uma tendência a ficar mais tempo do que o necessário fazendo coisas como trocar e-mails em nossos smartphones — mesmo que não sejam importantes, ou que isso pudesse ser feito mais tarde, ou até mesmo ignorado.

Para fazer a limpeza nos seus compromissos, você só precisa tomar algumas atitudes simples.

Determine o que está consumindo o seu tempo


Durante um dia, a cada duas horas, anote exatamente o que você acabou de fazer, incluindo coisas como “ler as atualizações do Facebook durante meia hora” ou “digitalizar catálogos por 15 minutos depois de abrir o e-mail”. Você vai começar a ver que tem períodos de tempo que você não está aproveitando como poderia.

Pare de aceitar todas as tarefas


Normalmente, achamos que se aceitarmos novas tarefas, encontraremos tempo para elas, mas isto é autoengano. Experimente, em vez de aceitar de cara, dizer “deixe-me pensar como eu poderia fazer isso”, e então analise se você realmente pode fazer o que estão solicitando.

Tenha um plano



A maior parte das listas de “tarefas a fazer” não esclarecem, exatamente, como elas serão executadas, e as tarefas acabam parecendo maiores que são. Experimente anotar a maneira de fazê-las.

Vá e faça


Siga a regra dos dois minutos: se algo pode ser feito em dois minutos, vá em frente e faça-o. Você vai perder mais tempo pensando duas vezes nesta tarefa do que fazendo-a da primeira vez que pensa nela.

Considere as recompensas


Dentre os teus compromissos, devem haver alguns que te deixam mais disposto, e outros que te esgotam. Para todas as tarefas e compromissos que te esgotam, descubra quais recompensas você pode tirar deles e como aproveitá-las.

Limpe sua bagunça


As coisas vão se acumulando com o passar do tempo, normalmente por que não temos certeza se é a hora certa de nos livrarmos delas. E isso cria ansiedade, principalmente nas mulheres.

Quando você se livra do acúmulo de coisas e limpa o seu ambiente, também fica propenso a se livrar do acúmulo no seu próprio corpo, e a se remodelar.
Os passos para se livrar do acúmulo de coisas também são simples.

Pense pequeno


Pequenos atos de limpeza acabam desembocando em grandes atos de organização. Não pense em organizar toda a cozinha, por exemplo; se concentre em uma coisa de cada vez, como as caixas plásticas que estão começando a tomar conta dos armários.

Seja regular


Dedique-se a uma tarefa. Tenha um compromisso de, por exemplo, 10 minutos por dia, ou algumas horas durante vários fins de semana, e seja consistente e atento: desligue o celular e outras fontes de distração.

Decida o que é importante e o que pode ser descartado


Antes de começar a colecionar qualquer coisa, pergunte-se “se tudo fosse roubado, o que eu vou sair para comprar no dia seguinte?”.

Programe a coleta


40% das pessoas que fazem limpezas acabam nunca retirando as coisas de suas casas. Agende uma coleta de doações de roupas usadas ou de móveis usados antes mesmo de começar a selecionar o que você não precisa mais. 
  
Limpe sua mente


Não só as pessoas tem muita coisa para pensar no presente, como estão preocupadas com o futuro. Novamente, isso é especialmente verdade para as mulheres.

As preocupações atrapalham a concentração e a memória. Limpar sua mente é fundamental.

Elimine os pensamentos que incomodam


Os psicólogos falam do efeito Zeigarnik, que leva o nome de sua descobridora, a psicóloga Bluma Zeigarnik, que notou que os garçons conseguiam lembrar mais facilmente os pedidos incompletos que os que já foram servidos. O estudo que se seguiu mostrou que as pessoas têm 90% mais probabilidade de lembrar tarefas incompletas que as que já foram terminadas. 

Para parar de se preocupar com uma tarefa, basta dizer a seu cérebro que ela está completa.

Controle o que for possível


Quando tiver uma tarefa complexa, dedique-se ao que pode ser completado primeiro, como, por exemplo, terminar a introdução da apresentação em vez de ficar ruminando a formação da apresentação inteira. Isto vai ajudar a diminuir a ansiedade, e dar uma sensação de bem-estar em relação ao presente.

Faça alguma coisa prática


Seja limpar o jardim, amassar pão ou fazer algum artesanato, sempre que nos concentramos em algo tangível, paramos de pensar em coisas hipotéticas ou teóricas.

Gradue a perfeição em uma curva


Para todo, mundo chega o ponto em que a perfeição não é mais o que costumava ser. Adapte-se a isto. Aprenda a dividir responsabilidades, decida qual o esforço que você pode dedicar às suas tarefas (e então as execute). Você vai ver que tudo vai ficar bem.

Fonte: Hypescience.