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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Porque jovens ouvem sons extremamente irritantes que os mais velhos não escutam



A polícia de Sydney, na Austrália, está estudando a possibilidade de usar uma tecnologia conhecida como Mosquito para afastar jovens de locais onde eles “costumam causar problemas” – uma espécie de “repelente de adolescente”.

O Mosquito emite um ruído de alta frequência extremamente irritante apenas para pessoas com idades entre 13 a 24 anos. A ideia da polícia é testar o dispositivo em “pontos problemáticos” como regiões geralmente grafitadas, onde vândalos causam prejuízos de milhões de dólares a cada ano.

As discussões iniciais propõem que os dispositivos sejam utilizados das dez da noite às quatro da manhã, e que eles não possam ser instalados em estações de trem ou perto do público em geral.

O governo está sendo cauteloso sobre a liberação de detalhes dos planos por causa de críticas sobre o uso do Mosquito, principalmente por parte de defensores das liberdades civis na Europa.



O dispositivo e a polêmica


O Mosquito emite um som de alta frequência que comprovadamente dispersa grupos de jovens, porque o barulho incomoda muito.

Os fabricantes dizem que normalmente leva entre 5 e 15 minutos para fazer efeito e que adolescentes se dispersam porque o ruído constante e persistente só pode ser suportado por um curto período.

Os opositores do dispositivo dizem que seu uso é cruel e discriminatório contra os jovens. A tecnologia tem sido amplamente utilizada em toda a Europa desde 2006, especialmente no Reino Unido, apesar dos apelos para que seja proibida. Os grupos contra o Mosquito reivindicam que ele viola a legislação de direitos humanos que proíbe a tortura.

Como funciona


Deixando os aspectos éticos do Mosquito e dispositivos similares de lado, como ele pode funcionar apenas em um subgrupo tão específico de pessoas?

O vídeo abaixo ilustra o som que o Mosquito gera. Primeiro, você ouvirá um som de 8 khz, para conferir se seu sistema de áudio está funcionando. Em seguida, você provavelmente ouvirá um som de 12 khz (se tiver menos de 50 anos). Depois, um de 15 khz (se tiver menos de 40 anos). Por fim, tocará a frequência de 17,4 khz, conhecida como Mosquito, que você poderá ouvir ou não, dependendo principalmente de você ter menos que 24 anos.

A questão que fica é: porque só os jovens conseguem ouvir esse som?

À medida que envelhecemos, nossa audição se deteriora. Essa perda é afetada por fatores ambientais, bem como pelo processo de envelhecimento normal (essa perda normal é conhecida como presbiacusia).

Mais comumente, a perda auditiva ocorre nas frequências mais altas primeiro, alargando-se gradualmente para frequências baixas. E são as células ciliadas do órgão auditivo, conhecido como cóclea (que se parece um pouco com uma concha de caracol), que são as mais vulneráveis a uma variedade de fatores ambientais, como drogas tóxicas para o ouvido (por exemplo, o salicilato encontrado em aspirina e o quinino encontrado em alguns fármacos antimaláricos), e que afetam o envelhecimento (por exemplo, redução do fluxo sanguíneo).

Sons transmitidos através do ar vibram no tímpano e são levados para a cóclea através de três pequenos ossos, conhecidos coletivamente como ossículos. Esse “caminho” forma uma onda que viaja ao longo de uma membrana na cóclea, conhecida como membrana basilar, que se estende desde a base da cóclea até seu ápice.

As propriedades da membrana se alteram gradualmente a partir da base, onde é mais dura e mais estreita (e tem menos massa), até seu ápice, onde é menos dura e mais larga (com mais massa).

Estas mudanças nas propriedades da membrana fazem com que ela seja afinada como um piano, onde as altas frequências estão localizadas perto da base e as baixas frequências próximas ao ápice.

A única linha de células ciliadas internas e três fileiras de células ciliadas externas ficam no “topo” desta membrana. Elas são conhecidas como “ciliadas” por causa de suas pequenas projeções semelhantes a cabelos chamadas de estereocílios.

As células se movem para cima e para baixo com a vibração da membrana basilar e os estereocílios são deslocados de lado a lado. Células ciliadas internas, conhecidas como células sensoriais, são responsáveis pela conversão da vibração da membrana basilar em um impulso eléctrico.

As células ciliadas externas são conhecidas como células motoras e “se contraem” junto com a vibração da membrana basilar. Isso amplifica a vibração em áreas muito distintas ao longo da membrana basilar relacionadas com a frequência do som apresentado, o que nos proporciona uma boa discriminação dessa frequência.

Nós ouvimos algo quando o som é convertido a partir desta vibração mecânica em um impulso elétrico que viaja até a parte auditiva do cérebro através do nervo auditivo.

As células ciliadas externas (na verdade, os estereocílios) são fisiologicamente mais vulneráveis a danos. Uma completa perda de células ciliadas externas pode levar a uma perda auditiva de aproximadamente 60 decibéis (uma perda moderada).
Indivíduos com tal perda de células ciliadas externas ainda são capazes de ouvir, mas geralmente requerem amplificação de aparelhos auditivos para perceber sons mais suaves.

O dano ou a perda de células ciliadas externas e/ou seus estereocílios se estende desde a base, onde as altas frequências estão localizadas, até o topo, onde as baixas frequências são localizadas, criando uma perda de audição típica de alta frequência para baixo.

Este declínio começa no final dos anos de adolescência, e é por isso que o Mosquito, concebido para emitir um ruído muito agudo de 17.4 kHz, é tão chato para as pessoas em seus vinte e poucos anos e mais jovens – mas imperceptível para os mais velhos.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O que é a barreira do som?



O som se propaga no ar em ondas concêntricas, como faz uma pedra ao cair em um lago. A barreira do som é o limite de velocidade em que um avião pode se deslocar no ar sem atropelar as ondas sonoras emitidas por ele mesmo. A velocidade do som no ar é de 340 metros por segundo (1 200 km/h), aproximadamente. À medida que o avião acelera, essas ondas vão se juntando e ficando como que empilhadas à sua frente, como uma série de barbantes entrelaçados. Quando o avião finalmente consegue superar a velocidade das ondas, rompe esse cordão imaginário. "No momento em que a velocidade do som é ultrapassada, ouve-se um estrondo. É a isso que chamamos romper a barreira do som", diz o físico Carlos Luengo, da Unicamp. Uma vez rompida a barreira, não há mais estrondos, pois, embora as frentes de ondas continuem a se propagar, elas vão ficando para trás e o vôo prossegue totalmente silencioso. O primeiro vôo supersônico foi realizado em 14 de outubro de 1947, pelo americano Chuck Yeager, pilotando um Bell X-1. De acordo com Luengo, os primeiros aviões a ultrapassar a barreira faziam isso em queda livre.
Ultrapassagem trovejanteAvião supersônico atropela as ondas sonoras emitidas por ele mesmo, provocando um grande estrondo
1. As ondas sonoras se propagam de forma concêntrica
2. À medida que se amplia a velocidade do avião, o ruído também aumenta, pois as ondas vão se achatando
3. Quando a nave finalmente atinge a mesma velocidade que o som, ouve-se um estrondo, sinal de que foi rompida a barreira
Fonte: Mundo Estranho.

terça-feira, 9 de abril de 2013


Afinal de contas, por que a nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?

Ao falar, as ondas sonoras se propagam na direção contrária do ventilador, causando o que Davi Akkerman, presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica chama de "mismatch", nome designado para o desencontro das ondas. Sem falar que o próprio vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som e assim, distorcer a voz.

Fonte: Super Interessante - Julho 2012