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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Como ver seu próprio DNA com ingredientes caseiros

Você não precisa de um super laboratório para observar seu DNA. Pode fazer isso em sua própria casa, agora. E nem é preciso arrancar um fio de cabelo, como mostram os filmes. Basta um pouco de saliva, detergente, sal e álcool.

Veja o vídeo explicando este processo:



Quer saber como? Confira o passo-a-passo abaixo:
  1. Passe a sua língua pelo interior de suas bochechas para que algumas células de pele se soltem. Depois, cuspa em um tubo transparente (como você vê no vídeo), ou em um copo pequeno e limpo.
  2. Em seguida, adicione detergente (aproximadamente a mesma quantidade da saliva). Isso irá abrir as células e desintegrar a membrana. Assim, o núcleo da célula, que contém o DNA, será exposto.
  3. Em seguida, adicione sal (cerca de uma colher de chá). Isso ajuda a unir as moléculas.
  4. Agora, chegou a parte do álcool. No vídeo, foi utilizado vodca – cerca de duas vezes a mais do que a quantidade de saliva. O DNA é insolúvel em álcool. Coloque a bebida gelada com cuidado, de preferência com um conta-gotas.
  5. Depois de alguns minutos, você começará a ver as fitas de seu DNA.
Essa experiência é incrível, e o melhor é que é algo fácil de fazer. Difícil vai ser ter coragem de jogar essa mistura pelo ralo da pia.

Agora para quem quiser saber a parte teórica (química) de cada fase:


Qual a função dos reagentes usados na experiência?

1 - Sal?

A adição do sal (NaCl) no início da experiência proporciona ao DNA um ambiente favorável. O sal contribui com iões positivos que neutralizam a carga negativa do DNA. Numerosas moléculas de DNA podem coexistir nessa solução.

2 -  Detergente?

O detergente afecta as membranas porque elas são constituídas por lípidos. Com a rotura das membranas o conteúdo celular, incluindo as proteínas e o DNA, soltam-se e dispersam-se na solução. A função de algumas dessas proteínas é manter o DNA enrolado numa espiral muito apertada

3 -  Álcool?

O DNA não se dissolve no álcool, na concentração que usamos na nossa experiência. Como resultado, o DNA aparece à superfície da solução ou precipita. O DNA é menos denso que a água e a mistura aquosa dos restos celulares. Assim na nossa experiência ele surge à superfície da solução aquosa. 

Fonte: Hypescience.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Suas crenças pessoais são mais flexíveis do que você pensa


Geralmente gostamos de pensar que somos pessoas de fortes pensamentos morais e com opiniões bem embasadas. Mas um experimento mostrou, de um jeito até bem bobo, que a verdade não é bem essa.



O cientista cognitivo Lars Hall, da Universidade de Lund, na Suécia, pediu para que 160 voluntários preenchessem um questionário de duas páginas em que precisavam dizer se concordavam ou não com 12 frases com considerações morais sobre vários temas, da prostituição ao conflito entre Israel e Palestina.

Mas havia um truque: escondidas por baixo das afirmações da primeira página havia outras – duas delas significando exatamente o oposto do que diziam as de cima. Por exemplo, se uma se dizia a favor da espionagem governamental de e-mails pessoais de cidadãos para combater o crime e o terrorismo, a outra se dizia contra.

Além disso, a prancheta usada para segurar as páginas tinha um pouco de cola na parte de trás. Assim, quando se virava a primeira página do questionário para preencher a segunda, as perguntas de cima grudavam na prancheta, revelando as afirmações de baixo – mas mantendo intactas as respostas marcadas pelos voluntários.

Depois de responder tudo, eles tiveram de ler em voz alta três das afirmações – incluindo as duas que haviam sido alteradas, e explicar por que haviam dito que concordavam ou discordavam delas. O resultado foi que 53% dos participantes não apenas não notou as mudanças nas afirmações como ainda argumentou fortemente por uma posição que era o oposto do que eles pensavam no início. Quem disse inicialmente concordar com a espionagem de e-mails, por exemplo, argumentou contra isso quando os pesquisadores os fizeram pensar que eles haviam dito que eram contra.

Em outras palavras, o estudo (publicado mês passado na revista PLoS ONE) provou que, se você é enganado de modo a achar que acredita em algo, será capaz de encontrar suas próprias razões para endossar essa opinião.

Os autores já haviam identificado esse efeito – que eles chamam de “choice blindness”, ou algo como cegueira da escolha – em outras áreas como o gosto e cheiro de coisas e escolhas estéticas. Isso mostra, para Hall, quão abertas e flexíveis as pessoas na verdade são. Agora, a ideia é usar esse método de “trapaça” para testar a firmeza de opiniões sobre temas mais presentes no dia a dia dos voluntários.

Fonte: Super Interessante - Como as pessoas funcionam.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Por que é tão difícil tomar a decisão certa?

Como garantir que não vamos nos arrepender das nossas escolhas? Que o casamento não vai acabar em divórcio? Que a profissão escolhida no vestibular é a que vai trazer felicidade? A verdade é que garantia não existe, porque o cérebro não consegue prever o futuro. Mas podemos orientá-lo a decidir de acordo com as nossas expectativas. Desse jeito, fica mais difícil se frustrar com o resultado.

Tomar uma decisão envolve uma disputa com 3 participantes - dois deles (instinto e experiência) cuidam do seu presente, o outro (a razão) pensa no seu futuro. Por isso, diante de uma encruzilhada, o melhor é tentar organizar essa briga. Antes de decidir se quer mesmo encarar uma mudança radical na carreira, talvez você resolva usar a razão. Ou não - talvez você esteja cansado da profissão que escolheu e prefira tentar um caminho novo. Tanto faz: em qualquer decisão, o importante é pensar se aquele problema merece uma con­sideração mais racional ou emotiva. E só aí começar a julgar as informações e os argumentos. Assim, o cérebro começa a movimentar as engrenagens sabendo qual delas interessa mais. E evita erros.

Sim, porque até ser racional pode trazer arrependimentos. A razão compara tudo para encontrar a solução mais lógica, certo? Imagine um rapaz de olho nas garotas em um bar cheio de morenas. Só duas loiras, parecidas entre si, estão por lá. São grandes as chances de o rapaz se interessar por uma das loiras, porque é mais fácil para o cérebro compará-las do que comparar dezenas de morenas. A loira menos atraente só serviu de isca: chamou a atenção do cérebro, louco por comparações, e fez o rapaz concluir que a melhor alternativa do bar era aquela loira mais bonita. Sem que o rapaz tivesse reparado nas morenas, talvez mais interessantes. Nessa hora, o instinto poderia ter ajudado mais. Afinal, escolher um par no bar pode mudar sua noite, mas não necessariamente seu futuro. E por que não confiar na experiência, que poderia disparar dopamina ao ver uma das morenas?

As emoções, se usadas na hora errada, também podem fazer você tomar a pior decisão. Se alguém faz piada do seu cabelo naquele mesmo bar do exemplo de cima, racionalmente o melhor seria ignorar. Mas a humilhação e a raiva às vezes falam mais alto - e você pode cometer um desatino como dar um soco ou jogar o drinque na cara do cidadão. Uma decisão que você, normalmente, não tomaria. A ciência já provou que isso acontece.

Um estudo com jovens mostrou que a excitação sexual pode vencer a razão em alguns casos. Jovens excitados ficam 136% mais dispostos a se envolver em atividades sexuais que eles próprios consideram estranhas ou imorais, como sexo com animais. E 25% ficam mais propensos a dispensar a camisinha. "Todos os participantes falharam em prever a influência da excitação nas suas preferências sexuais", diz Dan Ariely, professor de economia comportamental no MIT, nos EUA, que conduziu o estudo que chegou a essas conclusões. "Até a mais brilhante e racional das pessoas, no calor da paixão, parece completamente divorciada da pessoa que ela pensou que fosse."

A solução é usar a razão antes desse ataque das emoções, como abandonar o bar quando a raiva começar a subir ou espalhar camisinhas pela casa antes de ir para a balada (o que deixa a alternativa racional bem visível). O mesmo vale para problemas mais corriqueiros - se quer aguentar a dieta, evite avistar doces quando tiver fome.

Saber qual ferramenta você prefere usar para cada dilema ajuda o cérebro a se focar nas consequências esperadas com a decisão. Assim, a chance de arrependimento pode diminuir. De qualquer forma, nem sempre uma decisão certa é 100% racional ou 100% emocional, e sim uma combinação de razão, instinto e experiência. Ainda que a voz de uma delas fale mais alto, todas vão contribuir para as suas decisões. O importante é entender que podemos usar o melhor de todas essas alternativas. A boa notícia é que o sistema de recompensas vai anotar tudo se você se arrepender de alguma escolha. E lançar um alerta da próxima vez que você tentar cometer uma burrada.


Como o cérebro interpreta e analisa as maiores decisões da sua vida:

       



MUDAR DE CASA

       

Razão - Calcula gastos com aluguel, manutenção, transporte e outros que afetem sua vida para concluir qual o negócio mais vantajoso e lógico.

Experiência - Se você tiver crescido em uma casa e passado bons momentos lá, vai te influenciar a não se mudar para um apartamento.

Instinto - Você foi conhecer um apartamento vago no 22º andar e sentiu um desconforto com a altura. É seu instinto querendo preservar sua segurança.

CASAR

       

Razão - Avalia se a pessoa escolhida tem tudo o que você sonhou. Mas em uma lista objetiva de prós e contras. Ele(a) gosta de viajar? Quer filhos? Que importância dá à carreira?

Experiência - Lembrar de bons momentos do namoro vai lançar dopamina quando você imaginar a vida de casado. E te empurrar para o altar.

Instinto - Sensações boas ou ruins virão de acordo com cheiros, toque, forma do rosto, jeito da pessoa. O cérebro recebe essas informações e interpreta como sentimentos.

TER FILHOS

       

Razão - Lembra que você precisará dos filhos quando envelhecer. Mas também age na posição contrária, alertando que a decisão pode ser um fardo financeiro muito grande.

Experiência - Influencia de acordo com os momentos que você passou com crianças, como brincadeiras ou sufocos (a lembrança de troca de fralda, de um bebê chorão.)

Instinto - Impulsiona a preservar a espécie. E a cuidar da prole, principalmente para as mulheres.

ESCOLHER PROFISSÃO

    

Razão - Faz perguntas como: o salário nessa carreira é bom? O cenário econômico favorece esse profissional?

Experiência
- Busca suas lembranças da escola. Se você não aguentava ver imagens de corpo humano na aula de ciências, vai te dar calafrios quando você pensar em medicina.

Instinto - Já ouviu alguém dizer que "nasceu para aquela profissão"? Aptidões naturais também fazem parte do instinto. Se você tem talento natural para a música, pode ficar inclinado a fazer disso sua carreira.

TROCAR DE CIDADE

    

Razão - Trânsito, custo de vida, preço de imóveis, oferta de trabalho. Dados objetivos que a razão usará para comparar cidades.

Experiência - Busca as sensações que a possível nova cidade deixou em você, venham elas de visitas ou de informações que você recebeu de outros.

Instinto - Lidamos muito mal com perdas. O instinto lamentará a perda da família, dos amigos do bairro, do boteco preferido, gerando emoções negativas. E, possivelmente, te pressionando a não mudar.

MUDAR DE EMPREGO

     

Razão - Procura motivos objetivos para a mudança e compara o emprego atual ao futuro, usando dados como situação do mercado e benefícios.

Experiência
- Um acúmulo de sentimentos ruins ao pensar no trabalho te dará a certeza de que é hora de arrumar outro emprego.

Instinto - Você pode estar se sentindo ameaçado no escritório, desconfiado de que os colegas estão te deixando para trás. Ou certo de que seu salário não é justo.


Fonte: Super Interessante.