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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Tudo o que você queria saber sobre coceiras

Várias coisas (alergias, substâncias irritantes, doenças de pele e até mesmo doenças psicológicas) podem causar coceira, mas qual seria, no corpo, o mecanismo por trás disso?

Afinal, por que sentimos coceira?


De acordo com um artigo recente da revista Science, foi descoberto que a coceira é ativada por um neurotransmissor que nomearam de Nppb, que desencadeia o processo após receber certos tipos de estímulos. 

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram manipulação genética para desenvolver ratos que não produzem Nppb. “Quando expusemos esses animais a diversas substâncias que induzem coceira, foi incrível de observar”, conta Santosh Mishra, um dos autores. “Nada aconteceu. Os ratos não se coçavam”.

Em seguida, eles injetaram o neurotransmissor no organismo dos animais – e isso, por si só, lhes causou coceira. Além disso, removeram suas células da espinha dorsal que atuam como receptores do Nppb e, embora os ratos respondessem normalmente a estímulos de toque, temperatura e dor, sua resposta a coceira induzida por histamina foi “dramaticamente reduzida”.

Com isso, eles concluíram que o neurotransmissor Nppb “é ao mesmo tempo necessário e suficiente para a transmissão de sinais periféricos que induzem respostas padrões a coceira”. Ao mesmo tempo, esse neurotransmissor está envolvido em outros processos (no coração e nos rins, por exemplo), portanto, utilizá-lo para tratamentos que visam diminuir sua produção para reduzir coceira poderiam ter efeitos colaterais perigosos.

“Agora, o desafio é encontrar biocircuitos similares em pessoas, avaliar o que há neles, e identificar moléculas únicas que podem ser atingidas para reduzir coceira crônica sem causar efeitos colaterais”, destaca o pesquisador Mark Hoon.


E por que coçar traz alívio?


Coçar um lugar que está “incomodando” faz com que uma espécie de alavanca da coceira, na espinha, seja desativada. Testes em macacos mostraram que, ao ser coçado um ponto que gera incômodo, esse ponto manda sinais para o cérebro.

Se compreendermos como esse processo funciona, pessoas com Aids e com o mal de Hodgkin (doenças que causam coceira e que não podem ser “aliviadas” com uma simples pomada) podem passar por um tratamento e se sentirem melhor, livres da coceira.

“Há mais de 50 doenças que produzem coceira que não pode ser facilmente tratada” explica Glenn Gieseler Jr., da Universidade de Minessota. Em estudos anteriores, o pesquisador e seus colegas mostraram que neurônios, em uma parte especial do cordão espinhal, ficam muito agitados quando uma substância que provoca coceira é colocada na pele.

Gieseler diz que, depois que o local é coçado, um sinal é enviado ao tálamo, uma parte do cérebro, e é recebido como se fosse um sinal de dor. Mas ainda não havia ficado clara a maneira com que a coceira funcionava. Porque nos sentimos aliviados, afinal, se o cérebro recebe toda a informação como dor?

Estudando macacos, a equipe de Gieseler grudou vários eletrodos nos animais e depois passaram substâncias que ativavam a coceira em suas peles. Eletrodos também foram ligados aos nervos responsáveis por transmitir as informações sobre a coceira.

“Quando os macacos coçavam o lugar da coceira, o sinal da coceira simplesmente desaparece” diz Gieseler. “Esse estímulo faz com que os neurônios ‘da coceira’ parem ou desacelerem por 30 ou 40 segundos – que é o tempo em que sentimos alívio depois de coçar”.

“Isso sugere que os neurônios do cordão espinhal são ‘desligados’ quando nos coçamos” conclui. Gieseler diz que o próximo passo é descobrir como esse circuito funciona e quais são os químicos e neurotransmissores envolvidos no processo. “Se soubermos como ativar o sistema de alívio sem ter que apelar para a coceira, a qualidade de vida de um grande número de pessoas irá melhorar” completa. 


Coceira pode ser contagiosa?



Curiosamente, os pesquisadores revelam que a coceira também pode ser contagiosa da mesma forma que o bocejo, por exemplo. 

De uma perspectiva biológica, é possível dizer que a coceira é uma forma de nos alertar contra possíveis ameaças, como alergias ou insetos. Seria o sinal que há alguma coisa estranha acontecendo com o nosso corpo.

Na pesquisa, pesquisadores colocavam uma solução que causava coceira ou uma solução “placebo”, que não deveria causar coceira alguma, no braço de voluntários. E então os voluntários deveriam assistir um vídeo de uma pessoa se coçando. Foi comprovado que a substância placebo também causava coceira.

Também foi provado que pacientes que já sofriam com problemas de coceira eram mais suscetíveis a sugestões visuais – alguns dos voluntários sofriam com dermatite e eles eram mais sugestionáveis, se coçando com mais freqüência quando expostos a substância placebo.

Fonte: Hypescience.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

5 tipos fantásticos de estrelas

Ao olhar para os milhares de pontinhos luminosos que brilham no céu, é impossível não pensar que a verdade está lá fora (Mulder e Scully não nos deixariam mentir). A vastidão do universo ainda é um mistério para o homem e não cansa de nos surpreender. Para você que sonhava em ser astronauta (ou para quem ainda vive no mundo da lua), listamos 5 tipos fantásticos de estrela:


1. Estrelas de nêutrons




No começo, ela não passa de uma estrela normal, com uma combinação equilibrada de elétrons, prótons e nêutrons. Tudo está tranquilo no espaço até que BUM! Em uma explosão de supernova, as camadas mais externas do astro, já no fim de sua vida, são expulsas; sua região central se contrai e faz com que os núcleos dos átomos se combinem e formem nêutrons.

É assim que nasce uma Estrela de Nêutrons, astro que possui o maior campo magnético conhecido no universo – trilhões de vezes mais fortes que o da Terra. A bela estrela é também extremamente densa: apesar de possuir massa duas vezes maior que o Sol, seu diâmetro não ultrapassa 20 km. Para se ter noção, um pedacinho da estrela do tamanho de um cubo de açúcar equivaleria a mais de 1 bilhão de toneladas – o mesmo que o Monte Everest!

Devido ao seu tamanho diminuto, essas estrelas giram extremamente rápido – podem fazer várias rotações por segundo – e são cercadas por radiação térmica, criada pela colisão de partículas com os pólos magnéticos da estrela.

2. Estrelas em concha


Você sabe que as estrelas que povoam nossa galáxia em nada se parecem com as formas geométricas de cinco pontas que usamos para representá-las. Mas, provavelmente não imaginava que um traço mais fiel seria muito parecido com a forma de uma bola de futebol americano. 

A maioria destes astros é achatada nos pólos, mas nada se compara à forma da estrela variável Gamma Cassiopeiae, também conhecida como Estrela em Concha. Devido a sua rotação ultra-veloz – superior a 200 km por segundo – enormes volumes de matéria são arremessados, a todo tempo, no eixo do seu equador, produzindo uma concha (daí o “apelido”) de gás em torno da estrela. Este fluxo de matéria faz também com que a Gamma Cassiopeia exiba variações irregulares de luminosidade em sua superfície.

3. Estrelas hipervelozes



Se você ficou impressionado com a alta velocidade de rotação da Gamma Cassiopeiae, saiba: ainda não viu nada. As Estrelas Hipervelozes viajam pelo espaço a velocidades que ultrapassam um ou dois milhões de quilômetros por hora. É tão rápido, que estes astros podem escapar do empuxo gravitacional da galáxia, sendo “ejetadas” em alta velocidade para fora da Via Láctea.

4. Cefeída (ou Estrela Variável)



Uma estrela em dois tempos (via)

Uma estrela pulsante. Com dimensões agigantadas – entre 5 e 20 vezes maior que o nosso Sol – as Cefeídas estão em constante movimento: elas oscilam de tamanho conforme as condições de temperatura e pressão no seu interior variam. Assim elas aumentam e diminuem, mudando também seu brilho aparente.

A primeira estrela do tipo variável cefeída foi observada em 1784 pelo holandês John Goodrick. Ele notou que uma das estrelas da constelação de Cepheus apresentava variações de brilho a cada cinco dias. Graças a cálculos baseados na variação da luminosidade das cefeídas, astrônomos conseguem utilizá-las como importantes indicadores de distância. Suas impressionantes variações de tamanho e brilho só acabam quando a estrela chega ao fim de sua vida.

5. Estrelas Hipergigantes



Eta Carinae e “Ovo frito”

Uma Cefeída não é nada pequena, mas suas dimensões ficam no chinelo se comparadas a uma Hipergigante. A maior hipergigante amarela já avistada é a IRAS 17163-3907, localizada a 13 mil anos-luz da Terra, que tem o diâmetro cerca de mil vezes maior do que o Sol.

A estrela, juntamente com sua concha de poeira estelar, foi apelidada de “Nebulosa do Ovo Frito”. A única imagem do astro foi obtida, pela primeira vez, em setembro de 2011. Devido ao seu tamanho avantajado, estas estrelas morrem jovens – têm “expectativa de vida” de poucos milhões de anos, enquanto astros como o Sol vão ficar por aí por cerca de 10 bilhões.

Fonte: Super Interessante.

terça-feira, 2 de julho de 2013

7 hábitos culturais que estão caindo em desuso

A partir do século passado, a mídia de massa e a comunicação global começaram a moldar a cultura humana mais fortemente, e na segunda metade desse período esse processo tornou-se exponencial. 

Tecnologias e entretenimentos são implementados a todo instante, deixando marcas gigantescas na paisagem cultural e se tornando obsoletos dentro de períodos ridiculamente curtos de tempo.

Por conta disso, é inevitável que essas mudanças causem o desaparecimento de muitas facetas da nossa cultura. Confira alguns hábitos que já foram fortes, mas hoje estão quase “extintos” e em breve podem cair no esquecimento:


7. Telejornais


Quando a televisão começou como um meio de comunicação, estrelas do cinema e do rádio, que eram destaque na época, criticaram o novo veículo. Passado algum tempo, os jornalistas foram os primeiros a inovarem no formato transmitindo notícias pela TV, com os telejornais funcionando como formadores de opinião pública. Entre 2002 e 2008, no entanto, o consumo de fontes de notícias online aumentou em 100%, enquanto a transmissão de notícias de notícias via televisão tem perdido cada vez mais força, já que é mais prático para o público obter informações através dos portais e até pelas redes sociais, em computadores ou celulares.


6. Videolocadoras


Leitores de certa idade vão se lembrar da primeira vez que entraram em uma videolocadora e se alegraram com a imensidão de filmes que poderiam levar para assistir em casa, o que era revolucionário. Desde o tempo em que os vídeos caseiros explodiram na paisagem cultural no final dos anos 70 até o advento do DVD, era difícil ir a alguns quarteirões em qualquer cidade grande sem ver um videolocadora. Com o surgimento de ainda novos formatos, as vendas e aluguéis de DVD não atenderam às expectativas da indústria, perdendo até para o aluguel online, algo inesperado. Netflix foi criada em 1997, mesmo ano em que os DVDs se tornaram amplamente disponíveis, e o modelo ultraconveniente de pedidos online e entrega pelo correio enfraqueceu ainda mais as lojas de aluguel.


5. Jornal


Dado o que temos visto até agora, não é nenhuma surpresa que a circulação de jornais esteja caindo constantemente à medida que mais e mais pessoas migram para a web para se informarem sobre eventos atuais. O problema maior é que o jornal não está nem caindo constantemente – a queda está se acelerando, e muito rapidamente. As receitas publicitárias estão diminuindo e, enquanto essas empresas podem ser capazes de se adaptar bem o suficiente para sobreviver em uma paisagem digital, as publicações físicas, que naturalmente exigem sobrecarga para imprimir e distribuir, possivelmente serão coisas do passado em pouco tempo.


4. Catálogos


A venda por catálogos foi uma febre quando surgiu, pois permitia que os consumidores fizessem compras de casa, recebendo as mercadorias por correspondência. Quando criou a ideia, a Aaron Montgomery Ward provavelmente não sabia que foi pioneira de um tipo inteiramente novo de comércio global, o de conveniência. Hoje, estas compras foram quase que completamente substituídas pelas online, seja de roupas, supermercados, eletrônicos ou o que mais estiver na web, em qualquer canto do país.


3. Linhas fixas de telefone


Nós não precisamos afirmar a importância do telefone, uma das principais invenções do mundo, que permite a comunicação instantânea de voz em qualquer lugar, em todo o mundo. Bem, em qualquer lugar que as linhas telefônicas possam ser executadas. É igualmente óbvio que o uso do telefone celular tem aumentado a cada ano, uma vez que se tornou amplamente disponível. Muitas crianças de hoje nunca usaram um telefone que não celular.
O fim das linhas fixas tem implicações na infraestrutura construída que em breve estará em completo desuso. Postes e todas as linhas distribuídas por quilômetros não terão utilidade, como aconteceu com os atendedores de chamadas, que quando surgiram eram considerados uma revolução, e hoje poucos se lembram deles.


2. Meio Físico


Alguns de vocês podem ter visto esse argumento crescendo em proeminência: que em um futuro próximo, todas as mídias serão digitais. Nós já vimos o impacto insignificante da introdução do DVD, mas não é apenas isso. Quando o acesso à internet de banda larga por cabo estiver disponível em todo lugar, qualquer formato de mídia física vai ser visto mais como uma barreira para a obtenção de conteúdo do que qualquer outra coisa.


1. Televisão


Embora tenha sido dito que estamos vivendo em uma época de ouro da programação da televisão, a televisão em si, a caixa quadrada grande ou tela plana, que fica no meio da sala de estar, com cabo, antena ou satélite conectado a ela para receber transmissões, parece um conceito arcaico a cada ano. Não quer dizer que as telas planas não continuarão a serem vendidas, afinal elas ficam mais baratas com o passar do tempo. É que elas não podem ser consideradas televisores, e sim monitores, pois não dependem mais de programação fixa, e é possível assisti-las através de computadores, tablets e smartphones.

Fonte: Hypescience.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

10 estudos depressivos sobre a humanidade

Se você é como eu, gosta de acreditar no bem das pessoas. Ou seja, crê que, a humanidade, em sua essência, é boa. No entanto, teorias filosóficas à parte, não dá para negar que somos capazes de coisas bastante ruins. De vez em quando, pesquisadores chegam a resultados que revelam fatos inquietantes sobre a nossa espécie. Confira:


10. Pessoas amam mais cachorros do que caridade


Se você encontrasse uma carteira cheia de dinheiro na rua, a devolveria? Essa é a pergunta que pesquisadores em Edimburgo queriam responder, mas eles adicionaram algumas condições extras para tornar a questão mais interessante. 

Como parte do experimento, eles deixaram um monte de carteiras espalhadas pela cidade, com o endereço do proprietário fictício que a tinha perdido. Junto com essas informações, os pesquisadores colocaram uma imagem na carteira para ver o que mais provavelmente garantiria sua devolução. As fotos variaram de recém-nascidos a filhotes de cães e casais de velhinhos adoráveis.

No interesse da ciência, os pesquisadores também deixaram algumas carteiras de controle que não continham fotografias, bem como algumas carteiras que continham indícios de que o proprietário havia doado dinheiro para a caridade muitas vezes.

Ter uma imagem de bebê em sua carteira é a melhor maneira de incentivar estranhos a devolvê-la. Mas os resultados também descobriram que carteiras contendo indícios de doações para a caridade foram devolvidas com menos frequência do que todas as outras (com a única exceção das carteiras de controle, que não continham nada). 

As carteiras que sugeriam que o proprietário era um grande apoiador da caridade só foram retornadas em 20% dos casos, enquanto as carteiras contendo uma imagem de um cão foram devolvidas em 53% dos casos. Para efeito de comparação, as carteiras de controle, que não continham nada além de dinheiro, foram devolvidas 15% do tempo. Assim, de acordo com esses dados, você tem 33% mais chances de recuperar sua carteira se você anunciar que você ama cães, ao invés de fazer caridade.


9. Fazemos caridade para agradar a nós mesmos


Falando em caridade, apesar de ser, sem dúvida nenhuma, uma coisa extremamente boa, pesquisadores da Universidade de Kent (Inglaterra) descobriram que a motivação das pessoas para doar dinheiro é tudo, menos impessoal. Eles notaram que as pessoas eram naturalmente inclinadas a doar para a caridade puramente baseadas em suas próprias opiniões e gostos.

Por exemplo, uma pessoa doava para instituições de caridade prol cães simplesmente porque odiava gatos. Também foi descoberto que as pessoas eram susceptíveis a justificar não doar dinheiro para uma instituição de caridade importante simplesmente porque isso entrava em conflito com seus próprios pontos de vista pessoais, independentemente de quão informados tais pontos de vista eram.

Por exemplo, um entrevistado se recusou a enviar o dinheiro para vítimas de um tsunami em Sri Lanka porque esse dinheiro iria para “apoiar Mugabe” (presidente do Zimbábue). Ou seja, é um pouco desanimador saber que uma das coisas mais altruístas que uma pessoa pode fazer é tão facilmente afetada por seus interesses e pontos de vista pessoais.


8. Pessoas propositalmente tentam atropelar animais


Você provavelmente conhece uma pessoa que intencionalmente atropelaria um animal na beira da estrada. Em um experimento realizado por Mark Rober, engenheiro da NASA, um monte de cobras, tarântulas e tartarugas de borracha foram colocadas ao lado de uma estrada só para ver o que iria acontecer. Rober descobriu que dos mil carros que passaram pela estrada e foram documentados, 60% literalmente saíram do seu caminho para esmagar os animais. 

Ou seja, os motoristas fizeram uma decisão consciente de desviar para além dos limites da beira da estrada na tentativa de matar os animais de borracha. 89% dos casos envolveram SUVs. Por outro lado, um bom número de pessoas também tentou ajudar os animais. Mas isso não muda o fato de que, quando apresentados com uma pequena cobra inocente apenas tentando seguir sua vida, mais do que uma em cada vinte pessoas arriscam suas próprias vidas somente para destruí-la.


7. Quanto mais gente, menos segurança


Você talvez já ouviu falar do efeito espectador, que é quando uma pessoa presencia algum crime ou situação de perigo e não o reporta, nem faz nada para ajudar. Parece que este efeito é tão forte que as pessoas até arriscam as próprias vidas para se conformar com ele. 

Em um experimento conjunto das universidades de Columbia e de Nova York (ambas em Nova York, nos EUA), indivíduos foram colocados em uma sala sob a suposição de que tinham que preencher um questionário. Depois de um determinado tempo, uma espessa fumaça foi bombeada através da ventilação do prédio. Surpreendentemente, apesar da ameaça real que as pessoas corriam de queimarem até à morte, quanto mais participantes estivessem presentes na sala, menor a probabilidade de alguém relatar a fumaça.

Em alguns casos, as pessoas continuaram completando seu questionário enquanto a fumaça as fazia tossir e limpar os olhos em muito desconforto. Quando questionadas sobre suas razões para ficar em silêncio, muitas pessoas disseram que acharam que provavelmente não era um incêndio. Algumas tinham mesmo assumido que a fumaça fosse “gás da verdade” (para que não mentissem no questionário).


6. Voluntários trabalham menos se são pagos


O trabalho voluntário, como a caridade, é algo que deve ser recompensado. Mas, aparentemente, não deve ser recompensado com dinheiro. Pesquisadores testaram a disposição das pessoas em oferecer seu tempo para uma causa se fossem pagos para isso. Surpreendentemente, quando a pessoa recebia um incentivo monetário para concluir o trabalho, a quantidade de tempo que oferecia diminuía. Embora isso possa sugerir que as pessoas são mais propensas a fazer algo de bom quando não há nenhuma questão de recompensa financeira, isso também significa que a capacidade das organizações de aumentar seus voluntários é essencialmente limitada à vontade ou não das pessoas de ajudar – o que obviamente não é bom.


5. Assumimos que estranhos são homens


A desigualdade de gênero é certamente um tópico polêmico. Apesar do esclarecimento geral sobre o sexismo, parece que a discriminação de gênero é tão arraigada em nossas cabeças que geralmente assumimos que uma figura desconhecida é um homem, independentemente do que a evidência nos diz.

Em um experimento publicado no ano passado, verificou-se que, quando apresentadas com imagens simuladas de computador de um corpo humano, a maioria das pessoas assumia que essas imagens eram de um homem, mesmo quando mostravam um corpo ou silhueta feminino.

Se você está se perguntando por que isso é importante, pense em todas as vezes que você viu uma descrição de Deus retratado como homem. E todas as vezes que você assumiu que um médico seria um homem. Nosso hábito de identificação masculina automática pode explicar um pouco disso, e certamente apresenta um problema para quem valoriza a igualdade de gênero.


4. Somos facilmente persuadidos por “autoridades”


Se você já ouviu falar das experiências de Milgram, provavelmente está ciente do conceito de submissão à autoridade. O que é realmente surpreendente é quão pouca autoridade uma pessoa precisa a fim de persuadir as outras a fazer coisas ruins. Em um dos experimentos mais famosos de Milgram, por exemplo, participantes foram convidados a administrar pequenas doses de eletricidade a outro ser humano em um local remoto, como parte de um estudo.

À medida que a tensão aumentava, o ator sendo “eletrocutado”, que inicialmente tinha dado o seu consentimento, começou a implorar para que experimento parasse. As pessoas comuns envolvidas na pesquisa expressaram dúvidas sobre a segurança da pessoa que elas estavam eletrocutando, mas tudo o que foi necessário para fazê-las continuar com o experimento foi um homem de jaleco. E essa obediência estranha não é exclusivamente reservada para tal situação. Qualquer pessoa que sequer pareça com uma autoridade é propensa a nos persuadir.


3. Não nascemos iguais


“A prática leva à perfeição” é um dos ditados mais antigos – e falsos – que existe. Em 2013, um experimento que visava descobrir o quão rapidamente as pessoas eram capazes de compreender habilidades de xadrez e música constatou que milhares de horas de prática não significavam necessariamente que uma pessoa se tornaria um especialista.

Em outras palavras, só a prática não era suficiente para aprender uma habilidade totalmente. A capacidade inata e o talento natural desempenharam um papel muito maior do que muitos gostariam de acreditar. Embora os pesquisadores ressaltassem que a prática de fato permitia que uma pessoa se tornasse bastante hábil, a diferença entre “bom e ótimo” tinha menos a ver com a prática e mais a ver com o fato ou não da pessoa ser predisposta a ter uma afinidade natural para essa habilidade. 

Isso significa que uma boa parte das crianças praticando violão na esperança de imitar seu ídolo nunca vão alcançar seu objetivo.


2. Fazemos coisas piores quando estamos tristes


Sentir-se triste, ou ter baixa autoestima, nos torna mais propensos a fazer coisas ruins ou, no mínimo, justificá-las mais facilmente.

Uma das mais famosas experiências relacionadas com esta teoria envolveu dar um grupo de estudantes um impulso a sua autoestima na forma de um teste de personalidade, rapidamente seguido por outro experimento no qual eles seriam apresentados com uma oportunidade de enganar outro estudante para ganhar dinheiro. 

Os resultados revelaram que os estudantes que receberam um feedback positivo em seus testes de personalidade eram muito menos propensos a enganar outra pessoa do que aqueles que tinham recebido um feedback ruim, como se o teste revelasse que eles não eram interessantes.

Basta pensar em quantas vezes insultos muito piores são atirados nas pessoas para perceber o quanto isso pode ter consequências ruins na sociedade. E o que é responsável por essa correlação? A pesquisa concluiu que o fenômeno era devido a algo que os cientistas batizaram de “dissonância da autoestima”. 

Basicamente, uma pessoa com uma opinião elevada de si acha muito mais difícil justificar uma ação imoral. É mais fácil mentir para alguém quando você tem a mentalidade de que ninguém se importa com o que você faz.


1. Sentimos menos empatia por pessoas de outras raças


Como parte de um estudo italiano sobre alívio da dor, ambos negros e brancos foram convidados a assistir a um clipe curto de mãos brancas e negras sendo picadas com agulhas, enquanto cientistas monitoravam a atividade cerebral dos observadores e seus batimentos cardíacos.

Ambos os participantes reagiram mais fortemente quando viram uma mão de sua própria raça sendo picada. Para eliminar a possibilidade de que os participantes estavam apenas imaginando suas próprias mãos, os pesquisadores também mostraram trechos de uma mão roxa brilhante sendo picada. 

Ambos os participantes tiveram uma reação emocional mais forte vendo a mão roxa do que a mão pertencente a outra raça. Embora o experimento tenha sido conduzido principalmente para avaliar se os médicos tinham mais dificuldade em identificar a dor de um paciente de uma raça diferente, inadvertidamente descobriu que nós inconscientemente fazemos uma distinção entre as raças em nossas respostas emocionais.

Fonte: Hypescience.

domingo, 30 de junho de 2013

Por que às vezes esquecemos o que íamos fazer no meio do caminho?

Você já entrou em uma sala e esqueceu o que ia fazer lá? Sim, você e todo mundo. Pelo menos agora a ciência explica o porquê: o problema é a entrada.




“Quando você passa de um local para outro, seu cérebro identifica cada um como um novo evento, e prepara a memória para capturá-lo”, afirma o autor do estudo e professor de psicologia da Universidade de Notre Dame, Gabriel Radvansky.

 Como os capítulos de um livro, cada entrada marca o fim de um episódio e o começo de outro, pelo menos para o seu cérebro. “Isso torna difícil reviver memórias anteriores porque elas já foram arquivadas”, afirma o autor.

Radvansky sugere levar um lembrete com você. “Por exemplo, se você vai da sala para a cozinha pegar um lanche, você talvez esqueça o que ia fazer quando chegar lá, já que é um novo evento. Mas, facilita se você levar algo que o lembre do que queria, como um pote”.
Mas quem deixa potes na sala?

Você pode fazer um pote com suas mãos quando estiver indo para a cozinha. Se você vai pegar uma tesoura, faça com os dedos. Assim você ajuda seu cérebro a não ser tão esquecido.

Fonte: Hypescience

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O universo é infinito: mito ou realidade?

Durante o ano de 1917, Albert Einstein estava às voltas com o problema da inércia (formulada há 400 anos): porque os corpos oferecem resistência à mudança de seu estado atual, um corpo tende a permanecer em repouso ou movimento retilíneo uniforme a menos que alguma força seja aplicada a ele. Mas faltava explicar por que isto acontecia.




Segundo a ideia de outros físicos, a inércia é o resultado da interação com o campo gravitacional de outras estrelas. Mas quantas estrelas? Einstein tinha alguns problemas com a ideia de um universo infinito, com infinitas estrelas: a massa seria infinita, e a inércia também seria infinita – os corpos não se moveriam.

Mas a ideia de um universo limitado flutuando no meio do vazio também tinha seus problemas. Um deles era uma explicação para o motivo das estrelas não escaparem para fora deste universo, esvaziando-o.

A solução pareceu maluca até mesmo para Einstein: o universo poderia ser finito, mas sem bordas, sem limites. O campo gravitacional curvaria tanto o universo que ele fecharia sobre si mesmo. Um universo assim não teria limites, mas seria finito.

Einstein apresentou sua ideia em um trabalho chamado “Considerações Cosmológicas na Teoria Geral da Relatividade”, o mesmo trabalho em que apresentou a sua constante cosmológica, mais tarde chamada por ele de seu “maior erro”, que recentemente acabou sendo ressuscitada pelos físicos, para representar a energia escura.

Para ajudar as pessoas a entender sua ideia, Einstein criou uma metáfora que foi usada até por Carl Sagan para explicar a quarta dimensão. Essa metáfora pede para o leitor imaginar dois exploradores bidimensionais em um universo bidimensional. Estes “habitantes do plano” poderiam andar em qualquer direção na superfície achatada que seria o seu universo, mas os conceitos de “para cima” ou “para baixo” não teriam significado para eles.

Einstein propôs uma pequena mudança neste universo bidimensional, sugerindo um plano 
ligeiramente curvo. E se o universo destes exploradores fosse ainda bidimensional, mas não fosse plano, e sim, curvo como a superfície de um globo? Uma seta que estes exploradores disparassem viajaria em linha reta, mas eventualmente faria a curva em todo o globo, voltando ao ponto de início.

Desta forma, o tamanho total do universo destes exploradores bidimensionais seria finito, mas eles poderiam viajar em qualquer direção, e nunca encontrariam uma borda. E se viajassem em linha reta acabariam retornando ao ponto de início, sem precisar fazer curva alguma. E se este globo estivesse em expansão, este universo bidimensional também estaria em expansão, mas sem ter bordas.

Einstein então sugere que nosso universo 3D também seria curvo, ou seja, fechado sobre si mesmo, como aquela superfície plana sobre um globo. É complicado de imaginar um universo assim, mas por incrível que pareça, ele pode ser facilmente descrito usando a geometria não Euclidiana que foi criada por Gauss e Riemann. E isto continua valendo para um universo com quatro dimensões, o espaço-tempo.

Em um universo curvado, um raio de luz que viaja em uma direção percorreria o que a nós se pareceria com uma linha reta, e ainda assim faria uma curva e retornaria para o ponto de início. O físico Max Born afirmou que “a sugestão de um espaço finito, mas ilimitado é uma das maiores ideias sobre a natureza do mundo que já foi concebida”.

Mas o que haveria fora deste universo curvado? O que tem no outro lado da curvatura? Estas perguntas não têm resposta. Mais que isto, elas não têm sentido, da mesma forma que não faria sentido perguntar a um daqueles habitantes do mundo bidimensional o que há fora do mundo deles.

Em resumo, Einstein propôs que o universo poderia ser finito, curvado sobre si mesmo. O que determinaria esta curvatura seria a quantidade de massa-energia nele. As medições feitas mais recentemente com a sonda WMAP (“Wilkinson Microwave Anisotropy Probe” ou “Sonda de Anisotropia de Microondas Wilkinson”, que mediu a densidade da radiação cósmica de fundo) apontam para um universo visível plano, com uma margem de erro de 0,4%.

O problema é a expressão “universo visível”. O universo visível é apenas o que pode ser captado com nossos telescópios, e corresponde a uma esfera de alguns bilhões de anos-luz de raio em torno da Terra. Mas isto pode corresponder apenas a um pedaço pequeno do universo total, e este universo total poderia ser tão grande que a medição da curvatura local seria equivalente a zero.

Fonte: Hypescience.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

De onde vem o "cheiro de terra molhada"?

Difícil de descrever e fácil de lembrar, o “cheiro de terra molhada” faz parte da história de muita gente – e, acredite se quiser, é estudado por cientistas há pelo menos 49 anos.





Em 1964, depois de ler na revista Nature um artigo sobre o tema, uma dupla de pesquisadores da Austrália resolveu analisar a origem do “cheiro de terra molhada”, e chegou até mesmo a criar um termo específico para ele: petricor (algo como “fluido eterno de pedra” em grego – logo vocês vão saber o porquê do nome).

Para o espanto de muitos, os autores concluíram que o “cheiro de terra molhada” vem, na verdade, da terra. Um de seus ingredientes é um óleo secretado por certos tipos de planta durante períodos secos (essa substância diminui a germinação de sementes, uma possível estratégia das plantas para eliminar “competição” durante escassez de água).

Quando passa muito tempo sem chover em uma região, esses óleos se acumulam no solo, e são liberados quando a chuva o atinge – é por isso que o cheiro é mais forte no primeiro dia de chuva depois de um período de seca.

Outro ingrediente é a geosmina (nome que pode ser traduzido do grego como “perfume da terra”), uma substância química produzida por bactérias chamadas actinomicetos. Ao produzir esporos, os actinomicetos liberam geosmina, que é lançada no ar quando chove.

Existe, ainda, um terceiro ingrediente, que normalmente aparece durante tempestades: ozônio, produzido (nesse caso) em uma série de reações iniciada por fortes descargas elétricas na atmosfera. O cheiro é parecido com o de cloro, e às vezes é possível senti-lo antes de a tempestade chegar na sua região porque o ozônio é facilmente deslocado.

Por fim, temos a acidez da chuva, consequência de produtos químicos na atmosfera – especialmente forte em centros urbanos. A chuva cai, entra em contato com poluentes, atinge o solo e pode provocar reações químicas, o que resulta em um “cheiro de terra molhada” menos agradável que o normal.

Fonte: Hypescience.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

7 formas “antigas” de misticismo que são na verdade invenções recentes

Você quer adicionar um pouco mais de sentido e profundidade na vida? Não está mais encontrando respostas apenas em latinhas de cerveja? Se você está em busca de novas crenças, ou tem apenas curiosidade de conhecê-las, porque não se aprofundar em uma antiga e mística?

Mas tome cuidado quando você está escolhendo, porque algumas dessas “antigas” práticas são tão autênticas quanto uma nota de três reais. Confira abaixo 7 formas de crenças “antigas” que tiveram uma invenção recente:


7 – IOGA


Se você perguntar para qualquer expert em ioga a quanto tempo existe essa atividade, ele possivelmente dirá que ela é praticada há mais ou menos 5 mil anos. Em outras palavras, centenas de anos antes dos aliens construírem as pirâmides egípcias, pessoas já se alongavam e refletiam serenamente.

A realidade: a ioga como conhecemos hoje – um conjunto de posturas combinadas com técnicas de respiração – remontam aos anos 1960. “Mas como assim? Estão me enganando!”, você grita rasgando seu colchonete de ioga em dois. Bem, é que 5 mil anos de idade foi a quando foi encontrada uma imagem no Vale do Indo de um homem sentado de pernas cruzadas. Mas convenhamos, embora essa seja uma das principais posições do ioga, é também uma maneira de se sentar em uma superfície plana.

A palavra ioga também é mencionada em alguns textos religiosos hindus de 2,5 mil anos de idade, mas é provável que tenha sido usada com outro significado, relacionado com cavalos.
Apenas no século 19 um príncipe indiano chamado Krishnaraja Wodeyar III produziu algo parecido com o que chamamos de ioga hoje: um manual chamado Sritattvanidhi, que listou 122 posições inspiradas principalmente na ginástica indiana. O que realmente influenciou o ioga moderno, entretanto, foi o Império Britânico que introduziu aos índios à nova mania de exercícios que varria a Europa no momento.

Depois, um cara chamado B.K.S. Iyengar veio com a ideia de combinar essas técnicas de exercício com alguns dos ensinamentos descritos nos textos antigos hindus, como o Yoga Sutras, na década de 1960. Desde então, os fãs de ioga têm crescido aos milhões, mas poucos percebem que estão praticando uma versão de aula de ginástica do início do século 20.


6 – TARÔ


Qualquer coisa relacionada com cartas de tarô provavelmente vai ser descrita como antiga e misteriosa. De acordo com os fãs das cartas, elas têm origem no Egito antigo, e através do tempo, por algum motivo, acabaram relacionadas com cabala e com mitos do Santo Graal.

A realidade: as cartas de tarô foram originalmente concebidas não para serem observadas por pessoas enquanto elas ouvem música de harpa e fazem adivinhações, mas para servirem para um jogo de cartas semelhante a qualquer outro dos dias atuais.

As pessoas só começaram a usar o tarô para descobrir sua fortuna há cerca de 250 anos. Isso representa bons 400 anos depois que as cartas foram importadas do Oriente Médio para as outras partes do mundo. Cartões normais de jogo têm uma história mais longa na Europa do que cartas de tarô, precedendo-as por no mínimo 50 anos.


5 – SATANISMO


Se formos ter a cultura popular como base, o satanismo teria existido desde nossos primeiros antepassados. Filmes como A Nona Porta, estrelado por Christopher Lee, retratam satanistas praticamente na Idade Média.

A realidade: o satanismo como conhecemos hoje, com pentagramas, cruzes invertidas e devoção por roupas pretas desbotadas, data do ano de 1966 e foi inventado por um músico chamado Anton LaVey. Isso torna o satanismo mais jovem do que os Rolling Stones. Claro, você pode encontrar descrições de atividades satanistas de vários séculos passados. Mas esse “satanismo” deve ser uma má interpretação de uma prática religiosa obscura e não o que conhecemos hoje.


4 – TABULEIRO OUIJA


Há quem ache que o tabuleiro Ouija é um passatempo inofensivo ou um portal para o inferno feito de papelão. Sejam amantes ou inimigos de Ouija, todos concordam com uma coisa: as placas para evocar espírito têm uma história longa e misteriosa, tendo surgido na China antiga ou até mesmo com os romanos.

A realidade: o tabuleiro Ouija é tão místico como uma boneca da Optimus Prime: na verdade, as duas criações são de propriedade da mesma pessoa. O tabuleiro foi inventado por empresários em 1890, e ainda hoje a palavra “Ouija” é uma marca registrada da companhia Parker Brothers.

Os ritos Ouija são confundidos com a prática chinesa “Fuji”, que envolve um método completamente diferente de adivinhação e usa uma vara para escolher os caracteres chineses escritos em areia. Outras culturas antigas podem ter usado métodos vagamente semelhantes para obter conhecimentos ocultos sobre o futuro, através de “espíritos”. Mas dizer que estes ritos eram Ouija é como dizer que as corridas de carruagem romana eram uma antiga forma de Stock Car.


3 – NINJUTSU


A coleção secreta de sabedorias e habilidades ninjas conhecida como “ninjutsu” tem em torno de mil anos, segundo alguns praticantes. Mas você pode aprendê-la ainda hoje! Mesmo que na América atual não exista um sistema de classes rígidas com senhores feudais para lutar contra.

A realidade: ninjas nunca usaram macacões pretos e máscaras, como Hollywood nos ensinou. Mas eles existiram, certo? Sim, provavelmente, mas não antes do século 20. A escola de Stephen Hayes, que popularizou ninjutsu no Ocidente na década de 1970, não foi nem sequer levada a sério pelas tradicionais escolas de artes marciais no Japão. Suas pretensões de legitimidade histórica são baseadas em um monte de antigos pergaminhos que seu líder se recusa a mostrar para qualquer pessoa.


2 – SEXTA-FEIRA 13


De acordo com Dan Brown, a má reputação da sexta-feira 13 remonta a 13 de outubro de 1307. Dezenas de cavaleiros templários foram presos pelo rei corrupto da França, enquanto ansiavam pelo fim de semana. Os cavaleiros, cuja missão era proteger os peregrinos na Terra Santa, foram presos e torturados, e seu líder foi queimado na fogueira. Antes de morrer, ele lançou uma maldição sobre os presentes, e muitos morreram dentro de um ano. Os franceses ficaram tão impressionados com isso que obedientemente decidiram não só lembrar da maldição para sempre, mas também maldizer as sextas 13.

A realidade: há abundantes referências históricas para explicar o motivo da sexta-feira 13 e do próprio número ser considerado azarado. Mas, em um exemplo da vida imitando a arte, ninguém ligava em se casar ou não às sextas ou dias 13 até o início do século 20, depois de um romance best-seller com o nome de “Friday the Thirteenth” (Sexta-Feira 13) ter sido lançado.

Esse livro de 1907 conta a história de um empresário desonesto que conspirava para derrubar o mercado de ações. Sim, sem máscaras de hóqueis, apenas negócios. Mas, inexplicavelmente, a partir daí a data ficou marcada negativamente em nosso calendário.


1 – A RELIGIÃO VIKING


Vikings são tão impressionantes quanto os mitos da Escandinávia pré-cristã que os acompanham. Há desde martelos gigantes até cavalos de oito patas nas histórias épicas. Mas para muitas pessoas – aqueles que sentem uma profunda ligação com a cultura nórdica e querem se juntar a uma gangue ou apenas estão zangadas por seus pais fazerem elas se levantarem cedo para ir à igreja – o paganismo escandinavo continua vivo. Ele é conhecido como Odinismo ou Asatru por seus seguidores modernos.

A realidade: praticamente tudo que sabemos sobre o paganismo escandinavo vem do Eddas, dois livros compilados no século 13 por um cara hilariante, conhecido como Snorri Sturluson. Mas espere, o século 13 ainda é bastante antigo, certo? Sim, mas há um problema aqui: 
Snorri escreveu os livros centenas de anos após a Escandinávia ter sido cristianizada. Para muitos estudiosos o Ragnarok – o conhecido fim do mundo viking – é apenas uma releitura do Apocalipse.

Fonte: Hypescience.

terça-feira, 25 de junho de 2013

7 mitos da produtividade desbancados pela ciência

No ritmo alucinante do mundo moderno, ser produtivo é mais do que necessário; é essencial. Mas fazer tudo o que você tem que fazer em menos tempo – para ver se sobra algum pra você – é uma arte complicada de se dominar. Ainda mais se você se prender a velhos mitos que, ao invés de te ajudar, são contraprodutivos. Confira 7 erros comuns no que se trata de produtividade, e aprenda a otimizar seu valioso tempo:


Mito 1: é preciso acordar cedo pra ser produtivo


O mito de que você pode milagrosamente resolver todos seus problemas de produtividade forçando-se a acordar cedo é antigo. Tudo começou quando o biólogo Christopher Randler publicou um estudo que apontava que quem cedo madruga é realmente mais produtivo. Claro que a conclusão criou vida própria e tem rodado por aí desde então.

O problema é que, na realidade, o biólogo apenas concluiu que as pessoas que acordam cedo têm geralmente uma atitude mais pró-ativa, e, portanto, estão dispostas a produzir mais ao longo do dia. Seus resultados podem ser facilmente explicados por considerar como a maioria de nós é socializada a acreditar que acordar cedo equivale a ter um dia inteiro para resolver tudo que precisamos.

Um estudo publicado em 2011 na revista Thinking & Reasoning aponta o que realmente devemos nos lembrar: que a chave para ser produtivo e criativo (que o estudo divide em dois tipos diferentes de atividade) é trabalhar nas horas que são melhores para você.

Se você gosta de acordar cedo (ou é forçado a tanto por causa do seu trabalho), tome conta de suas tarefas mais difíceis e problemáticas primeiro, quando você é mais produtivo. Em seguida, na parte da tarde, é hora de desacelerar e passar o tempo tendo ideias e sendo criativo. O inverso aplica-se a quem prefere acordar tarde ou pessoas que trabalham melhor à tarde ou à noite.

Simplificando, você terá mais tempo se você se levantar cedo ou trabalhar até mais tarde, quando ninguém está por perto para distraí-lo, mas isso não significa necessariamente que tal coisa vá torná-lo mais produtivo.


Mito 2: é preciso ter força de vontade e esforçar-se para conseguir fazer tudo


Outro mito de produtividade popular é que a melhor maneira de resolver tudo é com esforço e boa vontade. A verdade é exatamente o contrário: um estudo antigo (de 1972), publicado Journal of Personality and Social Psychology, desmascarou essa ideia há muito tempo, afirmando que força de vontade é limitada, e que devemos usá-la com sabedoria.

Forçar a barra ou querer abraçar o mundo é contraprodutivo. Em vez disso, você deve trocar de marcha e fazer outra coisa. É importante fazer pausas, para desengatar completamente e dar-se uma oportunidade de recarregar as energias. Infelizmente, a maioria dos ambientes de trabalho não são muito favoráveis ​​a isso, mas não é impossível trabalhar em um projeto paralelo por um tempo, ou apenas sair do escritório e dar um passeio antes de voltar para o que estava fazendo.

Um estudo de 2009 feito pela Sociedade de Gestão de Recursos Humanos e publicado na Harvard Business Review levou a ideia um passo adiante, e propôs tornar a “pausa para ficar longe do escritório” obrigatória para os empregados, por causa dos ganhos de produtividade que ela oferece.


Mito 3: telas múltiplas ajudam com a produtividade


Esse mito tem dois lados, assim como uma moeda. Se várias telas melhoram a sua produtividade, depende inteiramente do que você faz e como você trabalha.

Uma série de artigos há vários anos empurrou a ideia de que vários monitores nos tornam mais produtivos. Porém, esses estudos, em sua maioria, foram conduzidos como estratégias de marketing de empresas como Apple e Microsoft, que tinham interesse em vender mais monitores.

A verdade é que, geralmente, várias telas só aumentam a produtividade de pessoas que precisam de delimitação entre (vários) aplicativos em execução, janelas ou espaços de trabalho. O ideal aqui é ver se esse é seu caso, se realmente funciona para você, e daí fazer um investimento.


Mito 4: a internet está nos deixando burros e distraídos das coisas que realmente devemos fazer


Nicholas Carr e Clay Johnson são dois autores que já propuseram que a internet está mudando a nossa forma de pensar e absorver a informação, com a terrível consequência de que aprendemos pouco, dependendo dela para qualquer pesquisa em vez de pensar criticamente – além de sermos bombardeados com mais dados do que nos é útil.

Embora haja verdade nisso, precisamos saber diferenciar algumas coisas. Um estudo de 2011 da Universidade Columbia publicado na revista Science examinou os efeitos do Google na memória e concluiu que, sim, muitos de nós escolhem pesquisar informações ao invés de lembrá-las. O que o estudo não faz é concluir sobre o que isso significa para a inteligência humana.

O mito aqui reside na interpretação de dados científicos, e não nos dados em si. Quando convidado a recordar a velocidade do som, Albert Einstein explicou que, grosso modo, não guardava tais informações em sua mente, pois ela era facilmente disponível em livros. A internet funciona da mesma maneira. 

Só temos que aprender a ter cuidado com as informações que devemos memorizar, e as que não precisamos, porque sabemos que podemos acessar a qualquer momento. A desvantagem é que, quando fazemos isso, recebemos mais do que precisamos. Mais uma vez, cabe a nós a gerir essa “sobrecarga de informação”, em vez de jogar fora uma ferramenta valiosa por causa de uma “receita de produtividade”.


Mito 5: você só será produtivo se trabalhar em um escritório


O trabalho remoto vem ganhando muito espaço, no entanto, o mito do escritório ainda persiste, especialmente nas mentes dos gerentes e funcionários de RH que ainda acreditam que se não podem ver seus funcionários, eles não vão trabalhar direito.

Felizmente, a ciência está do nosso lado. Pesquisadores da Universidade de Stanford analisaram 500 funcionários de uma agência de viagens na China, com mais de 12.000 empregados no total, e, mesmo depois de algumas semanas, os funcionários que estavam trabalhando a partir de casa mostraram sinais definitivos de aumento de produtividade.

Outro estudo, publicado na edição de dezembro de 2012 do Journal of Consumer Research tem uma abordagem diferente, e observa que o ruído leve, como o barulho ambiente de um café, nos torna mais produtivos. Já muito ruído, como o furor de um escritório lotado, por exemplo, pode ser um assassino de produtividade. Trabalhar a partir de casa ou em um espaço público levemente movimentado pode fazer maravilhas para nossa produtividade.

Claro que aqui vale a mesma coisa do mito 1: cada um tem que pensar no que funciona melhor para si mesmo. Trabalhar a partir de casa tem seus próprios desafios, mas muitas vezes os benefícios superam as desvantagens. Se você trabalha melhor em escritório, vá até um todos os dias. Mas se você tem disciplina, gosta de trabalhar ou simplesmente trabalha melhor em casa, convença seu chefe a deixá-lo tentar.


Mito 6: classificação e organização é a solução para sobrecarga de e-mail


Passar o dia todo ordenando e organizando seu e-mail em pastas pode ser uma maneira de se “achar”, mas isso não é realmente ser produtivo, é? Lembre-se: o objetivo de qualquer método de produtividade é dar-lhe mais tempo para fazer as coisas que você precisa fazer, não lhe ocupar por horas em nome da produtividade.

Além do mais, um estudo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz concluiu que arquivar mensagens pode na verdade torná-las mais difíceis de encontrar, e, mais importante, desperdiçar nosso precioso tempo.

O estudo observou que era simplesmente mais eficiente pesquisar quando uma mensagem fosse necessária do que percorrer pastas, e, em seguida, percorrer as mensagens desta pasta. A conclusão é que métodos de acesso oportunistas são os melhores para recuperar e-mails que você precisa, porque te dão mais chances de encontrar o ponto exato que você está procurando.

Reduza o volume de e-mail que você recebe cancelando assinaturas de “porcarias”, automatize e filtre tudo o que for possível, organize manualmente pequenas coisas que precisam de um toque pessoal, e arquive/apague todo o resto.

Dessa forma, você obtém o melhor dos dois mundos: uma caixa de entrada limpa e organizada, que te ajuda a resolver o que você precisa rapidamente e, se você quiser encontrar alguma coisa, uma breve pesquisa pode ser a solução.


Mito 7: [tal método de produtividade] funciona sempre e o deixará mais produtivo


Não há um estudo que desbanque esse mito, mas com um pouco de lógica podemos concluir que, embora haja uma técnica de produtividade que funcione para todos, essa técnica não é sempre a mesma.

Isso já foi dito, mas é importante destacar: cada um tem que procurar aquilo que melhor funciona para si no quesito produtividade. Existem alguns métodos famosos de produtividade, como A Técnica Pomodoro, GTD e Personal Kanban. Você pode testá-los, misturá-los ou criar seu próprio método. No final do dia, o método de produtividade que funciona para você é o que você deve realmente usar.

A coisa mais importante a se lembrar é que o seu método de produtividade deve poupar tempo e energia para que você possa se ​​concentrar na tarefa em mãos. Se você gastar mais tempo organizando do que fazendo a coisa que você está organizando, você está perdendo tempo.

Produtividade é sobre trabalhar o suficiente para que você possa parar de trabalhar e fazer as coisas que você quer fazer, não passar o dia todo mudando documentos de uma caixa para outra.

Fonte: Hypescience.