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terça-feira, 16 de junho de 2015

As 10 piores maneiras de morrer na natureza

O risco é o que nos atrai às aventuras, mas qualquer um que resolva ir para algum lugar selvagem deve estar preparado: na natureza, existem incontáveis formas de morrer. Confira as mais desagradáveis, ignominiosas, e terríveis delas:

10. Morrer em uma queda

 


Você não tem tempo para sentir medo. Centésimos de segundos depois de perder o apoio, o reflexo do susto entra em ação, e seus braços se esticam para agarrar alguma coisa. Mas não há nada para se agarrar. Você está em queda livre, sem corda e sem um colega para te segurar. Você se pergunta no que estava pensando, mas é muito tarde. A gravidade acelera o seu corpo e você cai 9 metros – a altura de um prédio de 3 andares – em 1,4 segundos.

Você ouve um “crack”, sua perna direita atingiu uma projeção da parede e você rodopia por mais 6 metros antes de cair numa laje de granito, com o vale a 30 metros abaixo.

Você tenta respirar, mas a força da queda comprimiu seu diafragma, expulsando o ar dos pulmões. Você consegue arquejar espasmodicamente uma, duas vezes, então uma onda de náusea cresce e você vomita seu lanche. O corpo instintivamente sabe que vai precisar de toda energia possível, e a digestão do café-da-manhã vai consumir muita energia.

Você então nota algo, parece um galho, destacando-se do nylon da sua calça. Uma segunda olhada e você percebe que é seu fêmur direito, despedaçado em uma fratura exposta, com sangue fluindo do ferimento na cintura. Mas você não sente dor, pelo menos não muita, ou melhor, ainda não. O bloqueio da dor é obtido através de muita endorfina nos terminais nervosos.

Ao mesmo tempo, você experimenta o que os médicos de emergência chamam de “hora dourada”, quando, logo após um trauma, seu corpo pode manter a pressão sanguínea apesar da hemorragia. Você sente uma dor surda no torso quando atinge o chão; não só quebrou as costelas da nona até a décima-segunda, mas também rompeu o baço, um órgão do tamanho de um pulso, no lado esquerdo do abdômen, responsável por filtrar o sangue. O sangue está fluindo lentamente para a cavidade abdominal.

Você chama o número de socorro no celular, mas o sinal está bloqueado pelas paredes do cânion. Quando um caçador vê seu corpo vários anos mais tarde, os ossos dos seus dedos ainda estão em torno do plástico desgastado do seu celular.

9. Morto por um Casuar

 


Imagine-se em um acampamento, em algum ponto da região nordeste da Austrália. Você se afasta da fogueira, percebe um risco azul e ouve um som muito baixo para ser um pássaro e muito alto para ser um trovão.

Você resolve investigar, caminhando com cuidado, até dar de cara com uma ave de 1,80 m de altura e 58 kg. Você a examina, mas não percebe sua garra de 12 cm do dedo do meio. A ave parece mansa, só que já foi alimentada várias vezes por outras pessoas, e agora espera que você a alimente também.

Você sabe que não se deve alimentar animais selvagens, mas joga a latinha de cerveja na direção dela. A ave não se move e você resolve ser um pouco mais valente, e avança em direção à ela, fazendo um falso ataque. Ela move a cabeça e você acha que ela vai atrás da cerveja, mas, em vez disso, ela te ataca.

Repentinamente, você se torna uma das 221 vítimas de ataque de casuares. Você ri e se vira para correr, achando que o velociraptor moderno é fácil de deixar para trás. Você está errado. A ave é capaz de correr até 50 km/h, acompanhando você facilmente.

O pássaro chuta e você tropeça em um tronco. Em uma fração de segundos, ele salta cerca de 1,5 m no ar, caindo ao lado do seu pescoço. Você cobre a cabeça com medo enquanto o casuar se aproxima. Com um chute poderoso, ele abre uma ferida de 1,5 cm na sua carótida.

Um vizinho ouve teus gritos e afasta o casuar. Oito minutos depois do corte, você fica inconsciente. O campista tenta estancar a hemorragia, mas não consegue. Você se torna a segunda pessoa, desde 1926, a ser morta por um casuar.

8. Insolação

 



Temperatura do corpo: 38,33°C. Você ignora o fato que a temperatura do ar é quente demais para uma competição de bicicleta, afinal de contas, se chegar ao topo, você ganha!

38,89°C, a cada pedalada, a temperatura do corpo aumenta um pouquinho. Você está na zona da “febre de exercício”, que atletas treinados conseguem suportar sem problema.

39,44°C. A cada 9 segundos, cada uma das duas milhões de glândulas sudoríparas expele uma gota de umidade por um poro, e então se recarrega. Sem o mecanismo de resfriamento do suor, o esforço aumentaria 1°C a cada minuto, e você sofreria uma insolação em 12 minutos.

40°C, a subida fica mais íngreme e você fica em pé sobre os pedais. Você sente dores nos bíceps, batata da perna e músculos abdominais – são as cãibras de calor, que se acredita serem o resultado de perder muito sódio pelo suor. O coração bate, mas não consegue manter as veias e artérias cheias. Elas estão dilatadas ao máximo para eliminar o calor do interior do corpo. A pressão baixa, o cérebro começa a perder oxigenação, e a visão fica turva.

40,56°C, você começa a alucinar. As dores passam, a linha do final está à frente. Você sabe que venceu, mas por algum motivo não tem ninguém esperando. Você sai da estrada e cai em um barranco. Tudo fica preto.

41,11°C, deitado inconsciente, você sofre uma insolação. A taxa metabólica celular – a velocidade com que as células transformam combustível em energia – acelera. Teu corpo está cozinhando por dentro.

41,67°C Você vomita repetidamente, e seu esfíncter afrouxa.

42,78°C, todos os teus músculos estão em convulsão.

43,33°C a 45°C, as mitocôndrias e proteínas celulares dissolvem. O coração e pulmão começam a sofrer hemorragias. O sangue coagula nas veias. O calor danifica o fígado, rins, cérebro, e perfura a parede intestinal. As toxinas das bactérias intestinais entram na corrente sanguínea, o que poderia causar um choque séptico. O coração para.

Você é encontrado no fim da tarde, bem depois do fim da corrida. Não tem mais pulso, mas o corpo ainda está quente.

7. Morto por um urso

 


Em uma tarde serena na Sierra Nevada, você admira o pôr do sol da varanda da cabana. Um barulho que parece uma trovoada atrai a sua atenção e você vê, à esquerda, um enorme urso negro em disparada na tua direção, a boca cheia de baba.

Você sabe que ataques fatais de ursos são extremamente raros, algo como duas pessoas por ano, e hesita. Mas este macho solitário e faminto sentiu o cheiro do seu lixo e agora está caçando você.

Você salta e corre para dentro da cabana, achando que está seguro. Um minuto mais tarde o animal arrebenta uma janela e entra. Você bate latas e panelas, sem resultado, e então corre para o quarto. Normalmente, o urso fugiria, mas, hoje, ele te segue.

Ele te acerta no ombro, te derrubando. Te segurando com as patas, ele arranca teu escalpo com os dentes. Você o ouve arranhar teu crânio enquanto sente dores terríveis. Em uma tentativa desesperada de se defender, você rola, e acaba expondo a garganta. O urso morde.

No dia seguinte, guardas florestais abatem o urso quando ele tenta invadir outra casa. Eles encontram restos humanos no estômago do mesmo.

6. Afogamento

 


3 segundos. Você acabou de virar o caiaque em um buraco no meio do rio, e consegue engolir 5 litros de ar para dentro dos pulmões antes de cair de cabeça nele. Como o ar tem 20% de oxigênio, isto significa que você tem 1 litro de oxigênio nos pulmões. A água fria dispara a “resposta de mergulho” no seu corpo: sua taxa de batimentos cai, e as veias e artérias se contraem, canalizando o sangue oxigenado para o cérebro e órgãos, em vez dos membros.

12 segundos, você tem 825 ml de oxigênio. Um ser humano normal pode prender a respiração por 90 segundos antes de desmaiar. Você começa a sentir o estresse nos pulmões, e sensores no cérebro estão percebendo o aumento de dióxido de carbono no sangue, sinalizando aos pulmões que devem exalar.

37 segundos, e seu sangue que é normalmente vermelho pela oxigenação está ficando azul. Você sente o aumento de ácido lático nos braços e pernas devido à falta de oxigenação. Você coloca a cabeça para fora da água, e consegue liberar dióxido de carbono, mas quando começa a inspirar, o buraco te puxa para dentro. Você engasga, e sua laringe começa a sofrer espasmos devido ao reflexo de fechar para manter os pulmões sem água.

1min23s, 220 ml de oxigênio sobrando. Você perde a consciência. A água que foi inalada lava o surfactante, uma cobertura proteica que impede o colapso dos pulmões. Se for salvo agora, você pode morrer algumas horas depois devido a um “afogamento secundário”, à medida que os pulmões se enchem de fluido.

4min21s, o fraco batimento cardíaco joga algum oxigênio residual ao cérebro. Em terra firme, os danos cerebrais começam cerca de quatro minutos depois que a respiração para. Depois de dez minutos, as chances de recuperação são quase zero. Estes tempos são menores para vítimas na água, principalmente água fria.

19min36s. Exceto pelos impulsos elétricos fraquíssimos, seu cérebro parou de funcionar. O corpo normalmente afunda, e depois volta a flutuar quando se enche de gases resultantes da decomposição. Ainda vestindo o colete salva-vidas, ele gentilmente gira em uma corrente 800 metros adiante.

5. Paralisado por polvo de anéis azuis

 



Você tirou o polvo da água por poucos segundos. Ele mudou de cor, mostrando anéis azuis. Quando você o devolve ao oceano, percebe uma gota de sangue na sua mão. Você nem mesmo sentiu a mordida.

Não há presas, nem ferrão. Você foi mordido por um polvo de anéis azuis, e a neurotoxina tetradotoxina, 10.000 vezes mais tóxica que o cianeto, foi injetada 5mm dentro da sua pele, e agora viaja pelo seu corpo. Em alguns minutos, sua boca fica seca. Logo depois, a face e a língua ficam entorpecidas, até que você perde a capacidade de falar e caminhar se torna impossível.

Sua namorada chama por uma ambulância depois que você colapsa, mas você fica consciente enquanto a neurotoxina paralisa o seu corpo. Os paramédicos lhe colocam de lado para que você não sufoque no próprio vômito, mas eles não sabem mais o que fazer, e você não consegue falar a eles das suspeitas que tem do polvo.

Quinze minutos depois da mordida, seus músculos responsáveis pela respiração estão paralisados. Você fica inconsciente, e o coração continua batendo – até a asfixia.

4. Morto por uma lesma marinha

 



A praia está coberta de conchas, mas uma lesma em forma de cone, com tons de bege e ferrugem, chama a sua atenção. Você se abaixa e a pega, colocando-a no bolso. Imediatamente, você sente uma dor intensa na perna direita e dificuldade de respirar.

Você suspeita que uma das conchas deve ser a culpada, então joga todas fora e continua caminhando em direção ao acampamento. O andar vai ficando mais difícil. A perna direita está amortecida. Você fica preocupado e tira o shorts, e percebe uma pequena marca parecida com uma ferroada.

Quinze minutos depois da lesma ter lhe arpoado, com uma mistura letal de mais de seis peptídeos, você sente uma forte dor de cabeça. A perna direita continua a inchar, e você engole uma aspirina para a dor e vai em direção à fogueira. Em seguida, você começa a vomitar. Sem apetite, você manca de volta para a tenda.

A fala fica enrolada – não que tenha alguém para lhe ouvir – e você vai ficando paralisado. O veneno da lesma bloqueia os canais de cálcio e sódio no sistema nervoso central, causando paralisia.

Quando um amigo preocupado vai checar a sua barraca de manhã, encontra você coberto de vômito – e sem pulso.

3. Morto por abelhas

 


Você ouve primeiro um zumbido indistinto. Você chega ao próximo ponto de apoio, ignorando o zumbido, quando sente uma ferroada no polegar direito. Confuso e alarmado, você olha para cima e vê uma colmeia.

As primeiras ferroadas não te colocam em perigo, você não é alérgico. Mas seu destino foi selado por elas. Cada ferroada é acompanhada de um ferormônio de alarme, com cheiro parecido com banana, e coloca o resto da colmeia em um frenesi de defesa.

As abelhas começam a chover da colmeia. Cada polegada do teu corpo é ferroada, mas elas parecem ter preferência pela cabeça e pescoço, áreas bastante vascularizadas. Tentando afastá-las, você acaba engolindo um punhado de abelhas, que ferroam sua garganta.

Seus amigos lhe salvam, mas você está coberto com mais de mil ferroadas. A dose letal em humanos é estimada entre 500 e 1.200 ferroadas. Mas você ainda pode receber medicação. No penhasco, você começa a vomitar e a sofrer de diarreia e incontinência, mas seus amigos ainda estão lhe ajudando a percorrer a trilha até os paramédicos e lhe levam ao hospital.

Um dia depois, você sai do hospital, com boa saúde. O que você e os médicos inexperientes não sabem é que você estará morto em uma semana. As proteínas do veneno estão dissolvendo células sanguíneas e tecido muscular, liberando detritos. À medida que se acumulam, os rins entopem e você começa a sofrer de falência renal. Dois
dias depois, você volta ao hospital e morre antes que os médicos consigam iniciar uma diálise.

2. Morto por uma pinha

 


Sem que você saiba, algo sinistro se esconde nos galhos acima da sua cabeça. Uma bala de canhão de 10 kg solta-se do galho e cai na direção da sua cabeça enquanto você passeia sob o antigo pinheiro.

A pinha gigante cai de 27 metros de altura, acelerando até uma velocidade de mais de 9 metros por segundo, caindo com a força de uma bola de boliche de um prédio de nove andares.

Você ouve algo se quebrando e olha para cima a tempo de ver um objeto espinhoso, verde e aerodinâmico caindo em direção ao seu rosto. Se você não estiver usando um capacete, é o fim.

1. Morto por um castor

 


A piscina dos castores é convidativa. Com temperaturas em torno dos 32°C, você decide fazer um mergulho após uma caminhada.

Você está nadando de volta à beirada quando sente uma dor do tornozelo à coxa. A perna direita balança inútil enquanto você se bate na água rasa. Agarrando-se a algumas algas, você consegue chegar à beirada.

Você se arrasta pra fora da água, e vê uma grossa faixa vermelha na piscina. O sangue corre de sua perna enquanto você chama por socorro, com os dedos trêmulos no celular.

Você nunca chegou a ver o culpado aquático, um roedor ferozmente territorial com mandíbulas poderosas, capazes de derrubar uma árvore de 90 cm de diâmetro. Quando o socorro chega, você já morreu de hemorragia por causa de uma artéria cortada, e um tendão de aquiles rompido.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

As cinco substâncias mais venenosas do mundo

Com o anúncio de um novo inquérito sobre o assassinato de Alexander Litvinenko, russo que foi envenenado em 2006 em Londres com polônio, o envenenamento volta aos noticiários.
Na internet, é possível encontrar vários artigos com as listas das substâncias mais venenosas, que muitas vezes são reunidas com base na sua toxicidade aguda, conforme um índice chamado DL50. Entretanto, a toxicidade aguda é apenas um fator que precisa ser considerado e depender exclusivamente da DL50 ou medidas similares é demasiado simplista.

A DL50 (abreviação de dose letal mediana) mede a dose de uma substância necessária para matar metade de uma determinada população, normalmente de camundongos. Normalmente, é medida com a dosagem necessária pela unidade de peso do animal. Esta parece ser uma forma cruel, mas objetiva, de quantificar o quão mortal uma determinada substância é, porém, a toxicidade global é mais complexa do que isso.

Toxicologistas estão cientes das limitações da DL50 e, por razões técnicas, éticas e legais, medir estes valores em animais é cada vez menos comum. Então aqui vai uma lista de substâncias que são mais venenosas do que os seus valores de DL50 podem indicar.

5. Mercúrio


Os efeitos nocivos do mercúrio são, talvez, mais renomadamente exemplificados pelo Chapeleiro Maluco de Lewis Carroll, que era cronicamente exposto ao mercúrio no exercício de sua profissão. Mas a toxicidade do mercúrio é muito mais complicada que isso, dependendo muito do tipo de mercúrio envolvido. Compostos de mercúrio orgânicos e inorgânicos têm efeitos diferentes e, por conseguinte, também são os seus valores de DL50 (que estão tipicamente entre 1mg e 100 mg/kg).

O mercúrio puro é consideravelmente menos tóxico, como ilustrado dramaticamente com o caso de uma assistente de dentista que tentou o suicídio injetando o elemento líquido em suas veias. Dez meses depois, ela estava efetivamente livre de sintomas, apesar de ter mercúrio espalhado pelos seus pulmões.

4. Polônio-210


O radioisótopo usado para matar Alexander Litvinenko é extremamente tóxico mesmo em quantidades inferiores a um bilionésimo de um grama. A DL50 de este composto não é uma propriedade da sua composição química. Enquanto outros metais tóxicos, como o mercúrio e o arsênico, matam através da interação do metal com o corpo, o polônio mata emitindo radiação que destrói biomoléculas sensíveis, tais como DNA, e mata as células. Sua meia-vida – o tempo necessário para desintegrar metade do material ingerido – é de cerca de um mês, levando a uma morte lenta por envenenamento por radiação.

3. Arsênico


O arsênico elementar tem uma DL50 de cerca de 13 mg/kg – ordens de magnitude maior do que algumas das substâncias desta lista. Apesar disso, a Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças lhe confere o topo do ranking em sua lista prioritária de substâncias perigosas.

Isso destaca uma questão fundamental: o quão comum uma substância é e quão alta a probabilidade de você ser exposto a ela. Desconsiderando ex-espiões, suas chances de ser exposto ao polônio ou à toxina botulínica em quantidades letais são desprezíveis. Porém, a exposição crônica a metais tóxicos é um problema real para muitas pessoas ao redor do mundo, e uma simples medida de letalidade aguda como a DL50 simplesmente não pode capturar isso.

2. Toxinas de cobra


A maioria dos venenos de serpentes são uma mistura de muitas proteínas com uma DL50 frequentemente abaixo de 1 mg/kg. Uma complicação importante aqui, no entanto, é a velocidade de atividade. Enquanto alguns venenos de serpentes podem ser altamente potentes, outros, menos potentes, podem matar mais rápido. Esta é uma informação vital. Um veneno potente, mas de ação lenta, pode dar tempo suficiente para que haja uma intervenção médica, enquanto um veneno de ação rápida, mas com uma DL50 menor, poderia matá-lo antes que você possa conseguir ajuda.

1. Toxinas botulínicas


Mesmo que algumas delas sejam utilizadas na indústria de cosméticos (incluindo no botox), a família de neurotoxinas botulínicas inclui as substâncias mais tóxicas conhecidas pelo homem. Os valores de DL50 apurados para estas sete proteínas são cerca de 5 ng/kg (ng significa nanograma, que é um bilionésimo de um grama).
Quantidades não letais injetadas em camundongos podem paralisar o membro afetado durante um mês. A seletividade excelente destas toxinas para certos tipos de células do corpo humano é notável, mas também significa que muitas espécies (incluindo todos os invertebrados) simplesmente não são afetados. [Phys.com]

quinta-feira, 13 de março de 2014

13 argumentos de quem não entendeu como funciona a evolução

Um dos problemas maiores que emerge em discussões sobre a evolução é a quantidade de desinformação sobre ela — os criacionistas demonstram, pelos argumentos usados, desconhecer aquilo de que são contra.



A Evolução é um assunto complexo, e as mentiras espalhadas pelos criacionistas não ajudam em nada a entendê-la. Ao repetir ideias erradas sobre a evolução, fundamentalistas criam confusão e dificultam a compreensão de um tema tão importante, que responde quem somos e de onde viemos.

Veja aqui se você é mais um dos que simplesmente não entenderam o que é a Evolução:

13 - Você acha que “não foi observado” é um bom argumento contra a Evolução

Este argumento foi popularizado pelo Ray Comfort, em seu filme “Evolution vs. God” (“Evolução vs. Deus”, em tradução livre), e indica não só uma incompreensão da evolução, mas da ciência em geral. Se a ideia de que “a evidência científica tem que ser tanto observável quanto repetível” for levada até suas últimas consequências, ela destrói não só o estudo da evolução, mas todas linhas de pesquisas sobre o passado.

Seremos proibidos de explorar a maior parte dos assuntos que não podem ser trazidos para um laboratório ou recriados em um, seja por causa do tamanho (a composição e origem das estrelas, por exemplo) ou pequenos (como a recriação forense de uma cena de crime).

Tirar conclusões viáveis baseado em inferências sobre as evidências disponíveis é compatível com a ciência, e é este tipo de raciocínio que nos levou à teoria da evolução. Mas o mais interessante de tudo é que a evolução é observável e pode ser repetida no sentido que os cientistas podem fazer predições e testá-las, e é exatamente isto que tem sido feito por mais de um século.

Por exemplo, a teoria da evolução faz a predição que mudanças em grande escala, como a que tornou os ancestrais marinhos em mamíferos de terra firme, demoram milhões de anos, e o fato de não termos observado uma mudança como esta desde os tempos de Darwin é uma confirmação desta ideia. Se o registro fóssil, a evidência genética, experimentos de laboratório e mais não tivessem confirmado essa e outras previsões, seriam imediatamente necessárias modificações à teoria.

E esta é a característica que define a ciência: não o que é observável e repetível, mas o que é testável e falseável. Existe muita pouca coisa em ciência que está de acordo com a primeira definição, mas a evolução com certeza está de acordo com a segunda. O irônico neste argumento é que se tem uma coisa que não pode ser repetida ou observada é o criacionismo. A crença dos criacionistas é invalidada pelo próprio argumento deles.

12 - Elo perdido: você acha que nunca foi encontrado um fóssil transicional


Esta alegação é falsa, e isto pode ser demonstrado.

Foram encontradas séries de fósseis que claramente ilustram as transições de dezenas de características importantes em várias linhagens. Foram encontrados os “peixópodes”, os “sapomandras” e as baleias que caminham e os dinossauros com penas e as tartarugas com meio-casco. Frequentes e repetidas vezes foi encontrado exatamente o que a teoria previa, no período geológico suposto.

11 - Você acha que a macroevolução é um processo diferente da microevolução


A base da “macroevolução” é o acúmulo constante das pequenas mudanças observadas na “microevolução”. Parece bastante lógico que, se pequenas mudanças podem ocorrer, o acúmulo de pequenas mudanças em longos períodos de tempo irá resultar em enormes mudanças.

Por outro lado, a alegação criacionista de que existe uma barreira invisível e misteriosa entre as “espécies” que impede mudanças em larga escalas é tão logicamente consistente quanto afirmar que colocar um pé na frente do outro pode te levar até a cozinha, mas não pode te levar até a padaria da esquina.

Se você não está convencido, aqui vão três perguntas. A primeira é, como é que você define uma espécie? Existem várias definições, cada uma com seus pontos fortes e fracos, dependendo do contexto.

A segunda pergunta é, quanto tempo você acha que demoraria para uma espécie se transformar em outra? Muitos nunca pararam para pensar quanto tempo levaria para que pequenas mudanças fossem se acumulando até o ponto de podermos chamar uma população de uma nova espécie.

Mesmo considerando que a evolução está acontecendo ao nosso redor, o processo é tão lento que não é observável exceto em uma escala de centenas de milhares de anos ou mesmo milhões de anos.

A terceira pergunta é, que tipo de evidências deveriam ser encontradas para perceber uma espécie se tornando outra? A maioria nunca se permitiu considerar como a vida e o mundo seria no caso da evolução ser verdadeira. A resposta é que o registro fóssil mostraria a progressão das mudanças, espécies herdando similaridades de outra, órgãos vestigiais e o acúmulo de pequenas mudanças ao longo do tempo. E é exatamente o que encontramos na natureza.

10 - Você acredita que as mutações são sempre ruins


Esta é uma outra afirmação incrivelmente comum e totalmente falsa que poderia ser corrigida com alguns minutos de pesquisa na internet. A verdade é que as mutações na natureza são geralmente neutras, ou seja, elas não têm efeito no gene ou na proteína resultante.

Mas o efeito de uma mutação, se será positivo, negativo ou neutro, geralmente depende de fatores ambientais. Por exemplo, a anemia falciforme é uma doença genética, mas também protege contra a malária, fazendo que ela seja um defeito ou um mecanismo de defesa, dependendo do ambiente.

Mais ainda, as mutações que são prejudiciais são bastante raras. Um estudo de 2000 mostrou que, de uma média de 175 mutações nos humanos, somente três são deletérias. E mutações benéficas já foram observadas, como a de um punhado de pessoas em Limone sul Garda, Itália, que possuem uma mutação rara que os protege contra doenças cardiovasculares.

9 - Você acredita que a Evolução tem algo a ver com a origem da vida ou do universo


Este argumento é o rei de todos os espantalhos, e é bastante comum. Ele envolve algo como a já refutada teoria da geração espontânea, que diz que a vida surge de material não vivo em condições normais, sendo usada como uma evidência contra a teoria da evolução.

A Teoria da Evolução não tem nada a ver com a origem da vida. A teoria da evolução presume a existência de vida, e é um conceito inútil na ausência de vida. A atual ausência de uma teoria que explique como a vida se originou não tem qualquer impacto na validade da teoria da evolução. É como na física de Newton, que presume a existência do universo. Newton não precisou explicar como o universo passou a existir para poder entender como ele funciona. É o mesmo com a Evolução.

8 - Você usa a frase “é só uma teoria”


Acredito que o argumento “é só uma teoria” é tão popular por causa da infeliz diferença entre a definição vulgar de “teoria” e o uso da palavra na ciência. No uso popular, uma “teoria” significa um palpite, uma adivinhação, e é o oposto de um “fato”. É uma conjectura, um tiro no escuro que tem tantas chances de estar certo quanto errado.

Na ciência, esta definição popular para teoria é mais consistente com a definição de “hipótese”. Hipóteses são palpites, elas são sujeitas a experimentação, e não tem esperança de passar do “estágio” de hipótese a menos que sejam apoiadas pelos experimentos.

As teorias são hipóteses que “passaram no teste”, são explicações compreensivas das evidências disponíveis. Teorias científicas não são o oposto de fatos, elas na verdade são superiores aos fatos, já que explicam aqueles. E mesmo considerando que as teorias não podem ser “provadas”, elas podem ser confirmadas através de predição, teste, experimentação e observação, que é exatamente o que aconteceu com a evolução nos últimos 150 anos.

Considere a gravidade. O que é? Não sabemos. Existe uma teoria, criada para explicar fatos como “quando eu solto uma coisa, esta coisa cai”. A gravidade é, de fato, “somente uma teoria”, como a evolução. Mas isto não deixa as pessoas mais tranquilas quando sobem em uma balança.

7 - Você acredita que a aceitação da evolução é um tipo de fé religiosa

Esta é outra afirmação que você deve ter ouvido do Ray Comfort. No mesmo filme, ele ressalta este suposto paralelo perguntando a suas vítimas coisas como “você tem uma crença forte na evolução?” e “quando você começou a acreditar na evolução?”. O ponto dele é que qualquer um que aceite a verdade da evolução baseado no testemunho de cientistas está se apoiando na fé cega da mesma maneira que os ateus acusam os religiosos.

“Fé cega” de fato tem uma conotação pejorativa no uso secular, e Ray Comfort subscreve esta conotação de uma forma que nenhum verdadeiro cristão faria. Isto por que a Bíblia trata da fé religiosa “cega” de uma forma positiva, como quando Jesus afirma que quem acredita sem ver é bendito (João 20:29).

Ironicamente, de um sentido bíblico, Ray está elogiando suas vítimas quando as “acusa” de ter fé sem ter visto. Mas não é verdade que a confiança que estudantes colocam em seus professores e nos seus livros seja de qualquer forma comparável à fé que a Bíblia descreve.

Existem coisas muito piores do que abrir a mente para aqueles que estão compartilhando seu conhecimento nos campos em que eles se desatacaram graças ao trabalho e a montanhas de evidências sólidas, à disposição de qualquer um que não escolha de livre vontade ignorá-las. A comunidade científica é extremamente competitiva, mas ao mesmo tempo é inerentemente aberta e transparente, e os confortos e avanços que usufruímos são a prova de que seus métodos funcionam.

6 - Você pensa que a ciência moderna está assentada em uma série de fraudes perpetradas e perpetuadas pelos cientistas


Esta é uma das ideias dos criacionistas, que repetem que “não há absolutamente nenhuma evidência de evolução”, a de que a única explicação para a predominância sólida da teoria da evolução na comunidade científica, tribunais e escolas públicas, é o resultado de uma enorme conspiração ateísta.

E com isto vemos mentiras se propagando, como a de que “o Archaeopteryx era uma fraude” (eles estão pensando provavelmente no Archaeoraptor, mas existem mais de uma dúzia de espécimes confirmados do Archaeopteryx) e “o Homem de Java e o Homem de Pequim eram fraudes” (não é verdade, mas por causa do Homem de Piltdown, os criacionistas parecem acreditar que qualquer fóssil com a palavra “homem” no nome é uma fraude).

A verdade é que encontramos restos fossilizados de vários dos elos da nossa herança evolutiva recente, e qualquer um que pense que o contrário está simplesmente errado. Mas o que é mais interessante no caso do Archaeoraptor, Homem de Piltdown e Homem de Nebraska (um erro de classificação e não uma fraude deliberada) é que foram cientistas, não criacionistas céticos, quem trouxeram a verdade à luz. Só isto já é prova de que a ideia de uma conspiração é uma grande bobagem.

5 - Você acha que a evolução é aleatória


Esta crença é baseada em uma falsa hipótese. As mutações podem ser consideradas como essencialmente randômicas, mas o processo da seleção natural, que conduz a maior parte da evolução, é o oposto exato de aleatório.

A seleção natural é altamente sistemática, e resulta em taxas maiores de sobrevivência e reprodução nos animais que estão mais adaptados para o ambiente.

Mais ainda – mesmo que alguma coisa seja aleatória, não significa que ela não seja uma ciência exata.

4 - Você não sabe o que “seleção natural” significa


A seleção natural é o processo natural pelo qual os organismos que não estão à altura dos desafios do ambiente desaparecem sem deixar descendentes. E ela começa logo depois da concepção – muitos óvulos fecundados terminam em aborto, pois o novo organismo é rejeitado pelo organismo materno ou então não consegue seguir no seu desenvolvimento.

Outros organismos com mutações desvantajosas morrem na infância, outros ainda não conseguem viver de forma independente quando na idade adulta, ou simplesmente não conseguem uma oportunidade de reproduzir.

As mutações são aleatórias, mas a poda que a seleção natural promove em todos os seres vivos acaba privilegiando as pequenas mudanças que deixam um organismo ou processo mais eficiente, mesmo que isto signifique ser mais complexo.

3 - Você acha que a Evolução promove a imoralidade e o preconceito


A maneira com que déspotas depravados abusaram e usaram de forma errada de ideias como “a sobrevivência do mais apto” não tem absolutamente nenhum peso na viabilidade da evolução como a melhor explicação para a unidade e diversidade da vida no planeta Terra.

Por outro lado, é fácil encontrar mensagens morais positivas dentro da história evolucionária, como o sucesso da simbiose no mundo natural.

2 - Você acha que a Evolução diminui o valor e a dignidade humanas


A ciência não é ditada pelo quanto ela fará com que nos sintamos bem, ela não está ligada ao orgulho humano, e debater o valor dos humanos, se são os mais evoluídos, eficientes ou melhores não é discutir ciência, mas filosofia.

Além disso, a aceitação da evolução tem sido uma fonte de dignidade — saber que somos feitos de poeira de estrelas, que somos parte de uma cadeia ininterrupta de 3,5 bilhões de anos de sucesso, que a vida é incrivelmente rara e frágil, que todas as formas de vida estão conectadas, e que somos parte de uma espécie capaz de muito amor, autossacrifício, perdão, criatividade e moralidade.

1 - Você acha que a evolução é inerentemente oposta ao Cristianismo ou à Bíblia


A Evolução, conforme definição de Helena Curtis e N. Sue Barnes no livro “Biology”, é “qualquer mudança na frequência dos alelos dentro de um grupo genético de uma geração para a seguinte”.

É incompreensível que a aceitação deste fato científico possa de alguma forma minar a fé em Jesus, do qual tiveram origem todas as coisas que a ciência é capaz de explorar, segundo a Bíblia (Colossenses 1:16).

Pela fé cristã, Cristo é anterior a todas as coisas e nele todas as coisas se mantém. Portanto, se a evolução é verdadeira, como tudo que sabemos sobre biologia e vários outros campos de investigação científica indicam, então ela é incapaz de entrar em conflito com o ensinamento das Escrituras. Se houver alguma discordância aparente entre as duas, então a interpretação da passagem em questão deve estar incorreta. Para o cristão que acredita na Bíblia, não há outra opção.

Fonte: Hypescience.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

10 fatos estranhos e interessantes sobre Charles Darwin

No próximo 12 de fevereiro, Charles Darwin comemoraria seu 205º aniversário. O brilhante naturalista praticamente fundou a biologia moderna com suas obras sobre a teoria da evolução, se tornando um dos maiores cientistas que já viveu.

Reverenciado por muitos e desprezado por alguns, é possível ver uma enorme influência de seus pensamentos em muitos aspectos de nossas vidas. Nada mais justo, então, que saibamos um pouco sobre mais ele. Confira:

10. Darwin era religioso


O cientista é talvez o mascote mais popular do movimento ateu – sua teoria da evolução é contrária ao criacionismo, a crença religiosa de que a humanidade e tudo no universo são a criação de um agente sobrenatural (Deus).

No entanto, Darwin não era ateu. E, apesar ter se declarado agnóstico durante os últimos anos de sua vida (alguém que não acredita nem nega a possibilidade da existência de um Deus), ele mal falava sobre suas crenças pessoais e não gostava de discutir sobre as implicações de suas teorias em doutrinas teológicas, admitindo que sabia muito pouco sobre religião.

Quando jovem, Darwin era conhecido por ser bastante religioso. Em sua autobiografia, ele lembrou que foi ridicularizado em uma viagem de exploração científica por oficiais do navio da Marinha Britânica HMS Beagle por acreditar que a Bíblia era uma autoridade final sobre a moralidade. Embora não fosse muito ativo nos círculos religiosos, o moço Darwin tinha uma firme convicção de que Deus existia e de que a alma era imortal. Enquanto no Brasil, ele estava tão absorto pela beleza da natureza que a proclamou como a manifestação de um ser superior.

Darwin teve dificuldade em fazer uma transição para o agnosticismo. Quando começou a questionar a existência de Deus, ele disse que não podia apreciar a beleza da natureza com o mesmo vigor religioso que tinha quando era jovem, comparando a sensação como a de ser daltônico.

9. Darwin tinha gosto por comida exótica


Darwin gostava de experimentar comidas estranhas. Durante seu tempo na Universidade de Cambridge, ele pertencia a um grupo de culinária chamado Glutton Club (Clube dos Glutões), cujos membros se encontravam uma vez por semana para experimentar vários pratos “exóticos” anteriormente desconhecidos para o paladar humano, por exemplo a carne de vários pássaros selvagens, como gaviões.

Quando embarcou em sua missão no HMS Beagle, ele reacendeu seu gosto por iguarias exóticas. Durante a viagem, Darwin foi capaz de experimentar tatus, que disse ter gosto de pato, além de um roedor sem nome que ele descreveu como a melhor carne que já provou. O naturalista até mesmo descobriu uma nova espécie de ave em seu prato do jantar, que mais tarde foi nomeada em sua homenagem - Rhea darwinii.

Em Galápagos, Darwin comeu tartarugas e bebeu fluido de suas bexigas, que ele descreveu como “bastante límpidos e com um gosto só ligeiramente amargo”. Suas façanhas gastronômicas foram ainda mais extremas na América do Sul, onde Darwin conta que comeu uma carne muito branca que o fez se sentir enjoado no começo, pensando que ele estava comendo a carne de um bezerro. Logo, o cientista ficou aliviado ao saber que estava comendo a carne de uma suçuarana, comparando o seu gosto ao de carne de vitela.

8. As teorias de Darwin foram usadas para defender tanto o capitalismo quanto o socialismo


Algumas pessoas culpam as teorias de Charles Darwin pelos males do capitalismo. Isso porque economistas logo aplicaram a ideia de seleção natural à economia e à sociedade, dando assim origem ao darwinismo social. Os adeptos do darwinismo social acreditam que o sucesso ou o fracasso econômico de uma pessoa é semelhante a luta de um animal para sobreviver. Assim, eles desencorajam o apoio do governo e atividades de caridade que ajudam os pobres, porque creem que a espécie humana se tornará mais forte se a sociedade permitir que os “inaptos” morram. Entre darwinistas sociais notórios estão dois dos homens mais ricos de seu tempo, Andrew Carnegie e John Rockefeller.

Embora o próprio Darwin tenha admitido não ter uma compreensão adequada de política e economia, suas teorias sem dúvida afetaram o crescimento do capitalismo no início do século 20. Devido a isso, a maioria das pessoas assume que a seleção natural não é bem recebida por aqueles que se opõem a esse sistema econômico.

Não é bem assim. Charles Darwin, na verdade, teve uma enorme influência positiva também no extremo oposto do espectro. Enquanto os darwinistas sociais viam as teorias de Darwin como uma forma de justificar a ganância e a opressão, Karl Marx a viu como uma alegoria para as lutas de classes. O filósofo alemão usou a Origem das Espécies de Darwin como a base biológica do socialismo. Conforme um organismo luta para sobreviver em um ambiente hostil, a classe toda também deve lutar contra aqueles que a estão explorando – uma luta de classes que Marx disse ter observado na sociedade. A influência do naturalista em Marx foi tão grande que o famoso socialista planejava dedicar seu livro, “Das Kapital”, a ele, um gesto que Darwin respeitosamente recusou.

7. Darwin também estudou psicologia


Durante seu tempo no Beagle, Darwin teve o privilégio de se deparar com várias culturas ao redor do mundo. Havia barreiras linguísticas óbvias que o impediam de se comunicar com moradores locais, mas ele observou que as emoções que as pessoas manifestavam – felicidade, tristeza, medo e raiva – não pareciam diferir muito de cultura para cultura. Este seria o início da menos conhecida carreira de Charles Darwin em psicologia, e do eventual desenvolvimento do conceito de emoções universais.

Ele se correspondeu com muitos cientistas para estudar esse fenômeno, incluindo um médico francês chamado Guillaume Duchenne. Duchenne estudou os músculos faciais humanos e propôs que todos os rostos humanos manifestavam até 60 tipos diferentes de emoções. Ele é mais famoso pelas fotos que capturou de rostos de pessoas estimuladas com choques elétricos para produzir esses 60 tipos de emoções.

No entanto, Darwin discordava que todas as 60 emoções eram universais. Ele acreditava que apenas algumas delas eram comuns a todos os seres humanos. Para testar sua hipótese, o cientista realizou um experimento utilizando 11 das imagens de Duchenne. Em ordem aleatória, ele as mostrou uma de cada vez para 20 participantes, perguntando-lhes o que achavam. Quase todos concordaram que algumas mostravam certas emoções como raiva, felicidade e medo. O restante das fotos, no entanto, pareceu mais ambígua e os participantes não concordaram em uma única emoção. Isto confirmou a teoria de Darwin de que existiam apenas algumas emoções universais.

Ele também se envolveu com a psicologia social. O naturalista tinha interesse no conceito humano de compaixão. Ele acreditava que o nosso senso de compaixão moral decorria de nosso desejo natural de aliviar o sofrimento dos outros. Coincidentemente, suas ideias sobre a compaixão eram muito semelhantes aos ensinamentos do budismo tibetano. Recentemente, ao saber sobre os escritos de Darwin sobre o assunto, o 14º Dalai Lama declarou: “Agora estou chamando-me de darwinista”.

6. Darwin tinha ideias loucas sobre casamento


Darwin casou-se com sua própria prima, Emma Wedgewood. Esse fato de sua vida é bem conhecido. O que ele pensava sobre casamento, entretanto, não é. Antes de juntar os trapos, o cientista escreveu uma lista divertida de prós e contras sobre as facetas do casamento.

Uma parte de Darwin pensava que casar era sobre ter filhos: “Crianças – (Se for do agrado de Deus) – objeto a ser amado e com quem brincar – Melhor do que um cão de qualquer modo”.

Darwin também gostava da ideia de uma companheira: “Meu Deus, é intolerável pensar em gastar toda a vida como uma abelha, trabalhando, trabalhando e nada depois. – Não, não, não vou fazer isso. – Imagine viver todos os dias solitariamente em uma casa suja e nebulosa em Londres. – Só imagine a si mesmo com uma boa esposa em um sofá macio, com uma boa fogueira, e livros e música, talvez – Compare esta visão com a realidade suja da rua Great Marlborough”.

Por outro lado, Darwin sentia que tomar o caminho do celibato também tinha seus benefícios: “A liberdade de ir onde se gosta – Conversa de homens inteligentes em clubes – Não ser forçado a visitar parentes, e se curvar em cada discussão – Não ter a despesa e ansiedade das crianças – Perda de tempo. – Não poder ler à noite – gordura e ociosidade. – Talvez minha esposa não goste de Londres, então a solução seria o exílio e eu pareceria um tolo.” Estes são apenas alguns dos itens que Darwin incluiu em sua lista, que prova que ele era como qualquer outro cara.

Eventualmente, ele decidiu se casar com sua prima de primeiro grau Wedgewood, com quem teve 10 filhos e viveu feliz por 43 anos até sua morte, em 1882.

5. Darwin fez tratamentos de saúde nada científicos


Embora tenha havido muitas especulações sobre o que deixou Darwin muito doente durante o curso de sua vida, ele não recebeu um diagnóstico preciso de sua condição até mais de 100 anos após sua morte (ele morreu de insuficiência cardíaca, e pesquisadores especulam que tinha doença de Chagas que teria contraído aqui no Brasil). Por causa das limitações da medicina durante sua época, não havia nenhum tratamento satisfatório para ajudá-lo a lidar com seus variados sintomas, mas o cientista encontrou conforto em uma terapia com água muito questionável.

Em uma carta que enviou a seu amigo íntimo, o botânico Joseph Dalton Hooker, Darwin reclamou que vinha sofrendo de vômitos contínuos. Ele também relatou tremores nas mãos e tontura, que presumiu ser resultantes do impacto do vômito incessante em seu sistema nervoso. Ao ler um livro de um certo Dr. Gully sobre uma terapia da água, o naturalista interessou-se pelo tratamento, e mudou-se com sua família para um apartamento alugado perto da clínica do especialista, para receber cuidados.

O Dr. Gully submeteu Darwin a vários procedimentos estranhos, como aquecê-lo com uma lâmpada até que ele transpirasse apenas para esfregá-lo violentamente com toalhas embebidas em água fria. Darwin também recebeu banhos frios nos pés e teve que usar uma compressa úmida em seu estômago durante o dia todo. Surpreendentemente, o naturalista achou o tratamento bizarro e não científico bastante eficaz, dizendo ter visto grandes melhorias em sua saúde após o oitavo dia de consulta com o Dr. Gully. Na mesma carta endereçada a Hooker, ele declarou que tinha certeza de que a cura da água não era charlatanismo. Acho que ninguém havia ouvido falar em efeito-placebo na época.

4. Darwin, o detetive de terremotos


Pelo menos 25 grandes terremotos foram registrados no Chile desde 1730, sendo que todos mataram milhares de pessoas. Darwin teve a oportunidade desagradável de presenciar a consequência de um deles – o terremoto de Concepción de 1835. Foi um tremor muito forte, com magnitude de 8,8 na escala de Richter. O terremoto, que ocorreu por dois minutos, demoliu toda a cidade em meros 6 segundos.

Durante o tempo do terremoto, Darwin estava viajando com o Beagle. Quando chegou a costa de Concepción, imediatamente começou a investigar a natureza e a origem do tremor. Ele descreveu a devastação como “o espetáculo mais terrível e interessante que já viu”. O cientista fez observações sobre as sequelas do terremoto, notando que o litoral do Chile havia se tornado permanentemente elevado, particularmente na ilha de Santa Maria, que havia crescido 3 metros a partir da sua altitude de origem. Ele reuniu suas próprias observações e combinou-as com testemunhos da população local para reconstruir os acontecimentos antes e durante o terremoto. Depois de semanas de trabalho, Darwin descobriu que o terremoto podia ter sido causado por uma cadeia de vulcões ao longo da costa do Chile, que entrou em erupção pouco antes de sua ocorrência.

3. Se convertendo em cristão novamente


Durante a segunda metade do século 19, Darwin já era bastante popular nos círculos científicos. No começo dos anos 1880, quando estava se aproximando de sua morte, uma mulher chamada Elizabeth Hope estava apenas começando a se tornar conhecida no movimento evangelístico.

Darwin e Hope pertenciam, obviamente, a dois mundos diferentes. Um encontro de ambos parece muito improvável, mas um artigo de 1915 do jornal batista “Boston Watchman Examiner” alegou exatamente isso. O texto detalhava como Darwin convidou a jovem Elizabeth para visitá-lo, e supostamente confessou seu arrependimento em ter desenvolvido a teoria da evolução. Ele teria pedido a evangelista que compartilhasse com seus vizinhos a mensagem de Jesus Cristo e da salvação que ele traz para a humanidade.

A história era muito atraente para os evangélicos, é claro. Saber que a mente por trás da teoria da evolução retratou suas próprias ideias e se converteu ao cristianismo não só lhes dava uma forma de responder aos chamados “evolucionistas”, como também reafirmava sua fé na história bíblica da criação.

No entanto, a lenda desse encontro bizarro foi desmascarada tão rapidamente e facilmente quanto se espalhou. Na autobiografia de Darwin, ele repetidamente menciona sua dissociação com o cristianismo e conclui que o agnosticismo seria a descrição mais correta para seu estado de espírito. Seu filho, Francis Darwin, proclamou que seu pai manteve uma visão agnóstica no fim da sua vida, até a sua morte. A esposa de Darwin, que era muito religiosa e teria gostado de vê-lo voltar ao cristianismo, nunca mencionou qualquer conversa do tipo antes da morte do marido. Ela lembrou que suas últimas palavras foram “lembre-se como você tem sido uma boa esposa para mim” e que ele não tinha “o menor medo de morrer”.

2. As neuroses de Darwin


Enquanto Darwin sofria de muitos males físicos, alguns biógrafos se mostraram mais intrigados com o seu estado de espírito. Em suas cartas a seus amigos, o cientista revela que sofria de pensamentos obsessivos que, em suas próprias palavras, eram “horríveis”.

Esses pensamentos, que ocorriam principalmente durante a noite, causavam-lhe grande angústia. Em uma carta a seu grande confidente Dr. Hooker, Darwin escreveu: “Eu não conseguia dormir e tudo o que eu havia feito no dia me assombrava vivamente à noite com uma repetição desgastante”.

Ele era paranoico com o fato de que passaria sua enfermidade para seus filhos. Ele também era infinitamente crítico de sua aparência física, acreditando-se ser bastante feio. O cientista precisava de constante reafirmação de outras pessoas, além de proferir um mantra centenas de vezes para aliviar os seus pensamentos obsessivos.

O psiquiatra e biógrafo de Darwin John Bowlby observou que o gênio não foi capaz de lamentar corretamente a morte de sua mãe quando era jovem, o que pode ter levado a sua neurose. Foi em face destas dificuldades mentais que Darwin se tornou um dos pensadores mais influentes da história.

1. O projeto mais ambicioso de Darwin


Há 200 anos, havia uma pequena e isolada ilha vulcânica no sul do Atlântico, a 1.600 quilômetros ao largo da costa da África, chamada Ilha de Ascensão. Seca e sem vida, ela ficou desabitada desde a sua descoberta em 1501 até 1815, quando a Marinha Real Britânica a usou como uma estação militar para manter um olho sobre Napoleão durante seu exílio na vizinha Ilha Santa Helena.

Hoje, Ascensão não é mais triste e desolada. A ilha agora possui uma paisagem exuberante e uma população de cerca de 1.100, graças a Darwin. Sua viagem de cinco anos com o Beagle estava prestes a terminar quando o navio passou por lá. A vista da ilha apocalíptica de cones vulcânicos vermelhos brilhantes e lava negra inspirou o curioso cientista. Pouco depois de Darwin voltar para a Inglaterra, ele e seu amigo John Hooker criaram um plano simples para convertê-la em uma “pequena Inglaterra”.

Com a ajuda da Marinha, os dois colheram diferentes espécies de plantas de todo o mundo para levar para a ilha, de 1850 em diante. Na década de 1870, o pico mais alto de Ascensão tornou-se significativamente mais verde, com eucaliptos, pinheiros, bambus e bananeiras. Plantas que geralmente não são vistas lado a lado em outros lugares do mundo foram vistas juntas pela primeira vez na ilha – e resolveram o problema da falta de água no local.

Enquanto ecossistemas geralmente se desenvolvem ao longo de milhões de anos, o artificial criado por Darwin e Hooker floresceu apenas em uma questão de décadas. De acordo com o ecologista britânico David Wilkinson, a NASA poderia aprender muito com o método dos cientistas quando começar a fazer o mesmo com Marte.

Fonte: Hypescience.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O surgimento da vida é um evento raro ou algo inevitável?

Por que a vida existe? Hipóteses populares creditam o feito a uma sopa primordial, um relâmpago e um golpe colossal de sorte. Mas se uma nova teoria provocativa estiver correta, a sorte pode ter pouco a ver com isso. Em vez disso, de acordo com o físico que propõe a ideia, a origem e evolução subsequente da vida segue as leis fundamentais da natureza e “deveria ser tão pouco surpreendente como rochas rolando ladeira abaixo”.



Do ponto de vista da física, há uma diferença essencial entre os seres vivos e aglomerados de átomos de carbono inanimados: os primeiros tendem a ser muito melhores em captar a energia do seu ambiente e dissipar essa energia na forma de calor. Jeremy England, um professor assistente no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), de 31 anos, derivou uma fórmula matemática que ele acredita que explica essa capacidade.

A fórmula, com base na física estabelecida, indica que, quando um grupo de átomos é impulsionado por uma fonte externa de energia (como o sol ou um combustível químico) e rodeado por um banho de calor (como o oceano ou atmosfera) muitas vezes, aos poucos, ele se reestrutura a fim de dissipar cada vez mais energia. Isto poderia significar que, sob certas condições, a matéria inexoravelmente adquire o atributo físico chave associado com a vida.

“Você começa com um grupo aleatório de átomos, e se você brilhar uma luz sobre ele por muito tempo, não deve ser tão surpreendente que você obtenha uma planta”, disparou England em entrevista à revista “Quanta”.

A teoria da England pretende fundamentar, ao invés de substituir, a teoria da evolução de Darwin pela seleção natural, que fornece uma descrição poderosa da vida ao nível dos genes e populações. “Eu certamente não estou dizendo que as ideias darwinistas estão erradas”, explicou. “Pelo contrário, estou apenas dizendo que do ponto de vista da física, você pode chamar a evolução darwiniana de um caso especial em um fenômeno mais geral”.

Sua ideia, detalhada em um artigo recente e em uma palestra que ele está dando em universidades ao redor do mundo, gerou polêmica entre seus colegas.

England deu “um passo muito corajoso e muito importante”, disse Alexander Grosberg, professor de física na Universidade de Nova York (EUA), que tem acompanhado o trabalho do cientista desde seus estágios iniciais. A “grande esperança” é que ele tenha identificado o princípio físico subjacente dirigindo a origem e evolução da vida, relata Grosberg.

“Jeremy é o mais brilhante jovem cientista com quem eu já me deparei”, elogiou Attila Szabo, um biofísico no Laboratório de Química Física do Instituto Nacional de Saúde (EUA), que se correspondeu com England sobre sua teoria após conhecê-lo em uma conferência. “Fiquei impressionado com a originalidade das ideias”.

Outros, como Eugene Shakhnovich, um professor de química, biologia química e biofísica da Universidade de Harvard (EUA), não estão convencidos. “As ideias de Jeremy são interessantes e potencialmente promissoras, contudo neste momento são extremamente especulativas, especialmente quando aplicadas a fenômenos da vida”, pondera Shakhnovich.

Os resultados teóricos de England são considerados válidos de forma geral. É a sua interpretação – que sua fórmula representa a força motriz por trás de uma classe de fenômenos na natureza que inclui a vida – que ainda não foi provada. Mas já há ideias sobre como testar essa interpretação no laboratório.

“Ele está tentando algo radicalmente diferente”, explica Mara Prentiss, professora de física na Universidade de Harvard que está contemplando tal experimento depois de aprender sobre o trabalho de England. “Eu acho que ele tem uma ideia fabulosa. Certo ou errado, a investigação vai valer muito a pena”.

No coração da ideia de England está a segunda lei da termodinâmica, também conhecida como a lei da entropia crescente ou “flecha do tempo”. As coisas quentes esfriam, o gás se difunde através do ar, ovos são mexidos, mas nunca espontaneamente se separam. Em suma, a energia tende a se dispersar ou espalhar-se com o tempo. Entropia é uma medida desta tendência, quantificando o quão dispersa a energia está entre as partículas num sistema, e o quanto as partículas estão difusas no espaço. Ela aumenta como uma simples questão de probabilidade: há mais maneiras da energia ser espalhada do que ser concentrada.

Assim, à medida que partículas em um sistema se movimentam e interagem, elas vão, por puro acaso, tender a adotar configurações em que a energia se espalha para fora. Eventualmente, o sistema chega a um estado de entropia máxima chamado “equilíbrio termodinâmico”, no qual a energia é distribuída de maneira uniforme. Uma xícara de café e a sala no qual está localizada ficam com a mesma temperatura, por exemplo. Enquanto o copo e o quarto são deixados em paz, este processo é irreversível. O café nunca aquece espontaneamente de novo porque as probabilidades são esmagadoramente empilhadas contra a possibilidade da energia do quarto concentrar aleatoriamente em seus átomos.

Embora a entropia deva aumentar ao longo do tempo em um sistema isolado, ou “fechado”, um sistema “aberto” pode se manter baixa – ou seja, a energia divide de forma desigual entre os seus átomos -, aumentando grandemente a entropia de seus arredores. Em sua influente monografia de 1944, “O que é vida?”, o eminente físico quântico Erwin Schrödinger argumentou que isso é o que os seres vivos devem fazer. Uma planta, por exemplo, absorve luz solar extremamente enérgica, a utiliza para construir os açúcares, e ejeta a luz infravermelha, uma forma muito menos concentrada de energia. A entropia total do universo aumenta durante a fotossíntese à medida que a luz solar se dissipa, assim como a planta previne-se da decomposição através da manutenção de uma estrutura interna ordenada.

A vida não viola a segunda lei da termodinâmica, porém até recentemente os físicos não tinham sido capazes de usar termodinâmica para explicar por que ela deve surgir, em primeiro lugar. Nos dias de Schrödinger, eles poderiam resolver as equações da termodinâmica somente para sistemas fechados em equilíbrio. Na década de 1960, o físico belga Ilya Prigogine fez progressos ao prever o comportamento de sistemas abertos fracamente impulsionados por fontes de energia externas (pelo qual ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1977). Mas o comportamento de sistemas que estão longe do equilíbrio, os quais estão ligados ao meio ambiente exterior e fortemente impulsionados por outras fontes de energia, não poderia ser previsto.

Esta situação mudou na década de 1990, devido, principalmente, ao trabalho de Chris Jarzynski, agora na Universidade de Maryland (EUA), e Gavin Crooks, agora no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA). Jarzynski e Crooks mostraram que a entropia produzida por um processo termodinâmico, tais como o arrefecimento de uma xícara de café, corresponde a uma razão simples: a probabilidade dos átomos de sofrer o processo dividido pela sua probabilidade de sofrer o processo inverso (isto é, interagindo espontaneamente, de tal maneira que o café aquece). Com o aumento de produção de entropia, o mesmo acontece com esta relação: o comportamento de um sistema torna-se mais e mais “irreversível”. A fórmula simples, ainda que rigorosa poderia, em princípio, ser aplicada a qualquer processo termodinâmico, não importa o quão rápido ou longe do equilíbrio. “Nossa compreensão da mecânica estatística longe do equilíbrio melhorou muito”, conta Grosberg.

England, que é formado em bioquímica e física, começou seu próprio laboratório no MIT há dois anos e decidiu aplicar o novo conhecimento da física estatística para a biologia.

Usando formulação de Jarzynski e Crooks, ele derivou uma generalização da segunda lei da termodinâmica, que vale para sistemas de partículas com certas características: os sistemas são fortemente impulsionados por uma fonte de energia externa, como uma onda eletromagnética, e podem despejar calor em um banho circundante. Esta classe de sistemas inclui todas as coisas vivas. England, então, determinou como esses sistemas tendem a evoluir ao longo do tempo à medida que aumentam a sua irreversibilidade. “Podemos mostrar de forma muito simples a partir da fórmula que os resultados evolutivos mais provavelmente vão ser os que absorveram e dissiparam mais energia a partir de unidades externas do ambiente no caminho para chegar lá”, disse ele. A descoberta faz um sentido intuitivo: partículas tendem a dissipar mais energia quando ressoam com uma força motriz, ou movem-se na direção em que estão sendo empurradas, e são mais propensas a se mover nessa direção do que qualquer outra em qualquer momento.

“Isso significa que aglomerados de átomos cercados por um banho em alguma temperatura, como a atmosfera ou o oceano, devem tender ao longo do tempo a organizarem-se para ressoar cada vez melhor com as fontes de trabalho mecânico, eletromagnético ou químico em seus ambientes”, explicou England.

A autorreplicação (ou reprodução, em termos biológicos), o processo que leva à evolução da vida na Terra, é um tal mecanismo pelo qual um sistema pode dissipar uma quantidade crescente de energia ao longo do tempo. Como England colocou, “uma ótima maneira de dissipar mais é fazer mais cópias de si mesmo”.

Em um artigo de setembro no periódico “Journal of Chemical Physics”, ele informou o valor mínimo teórico de dissipação que pode ocorrer durante a autorreplicação das moléculas de RNA e células bacterianas, e mostrou que está muito próximo dos valores reais que estes sistemas dissipam ao replicar. Também mostrou que o RNA, o ácido nucleico que muitos cientistas acreditam que serviu como o precursor para a vida baseada em DNA, é um material de construção particularmente barato. Uma vez que o RNA surgiu, ele argumenta, a sua “tomada darwiniana” não foi, talvez, surpreendente.

A química da sopa primordial, mutações aleatórias, geografia, eventos catastróficos e inúmeros outros fatores contribuíram para os detalhes da diversidade de flora e fauna da Terra. Entretanto, de acordo com a teoria de England, o princípio subjacente à condução de todo o processo é a adaptação orientada à dissipação da matéria.

Este princípio se aplica à matéria inanimada também. “É muito tentador especular sobre que fenômenos da natureza podemos agora abrigar sob esta grande tenda de organização adaptativa movida pela dissipação”, confessou England. “Muitos exemplos poderiam apenas estar bem debaixo do nosso nariz, mas porque não temos olhado para eles, não os notamos”.

Os cientistas já observaram a autorreplicação em sistemas não vivos. Segundo a nova pesquisa liderada por Philip Marcus, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), e relatada na revista “Physical Review Letters” em agosto passado, vórtices em fluidos turbulentos replicam-se espontaneamente sugando a energia de cisalhamento do fluido circundante. E em um artigo publicado online na semana passada no portal “Proceedings of the National Academy of Sciences”, Michael Brenner, professor de matemática e física aplicada na Universidade de Harvard, e seus colaboradores apresentaram modelos teóricos e simulações de microestruturas que se autorreplicam. Estes aglomerados de microesferas especialmente revestidas dissipam energia ao forçar esferas próximas a formar agrupamentos idênticos. “Isto se conecta muito com o que Jeremy está dizendo”, afirma Brenner.

Além da autorreplicação, maiores organizações estruturais são outro meio pelo qual os sistemas fortemente impulsionados incrementam sua capacidade de dissipar energia. A planta, por exemplo, é muito melhor na captura e roteamento de energia solar através de si mesma do que uma pilha de átomos de carbono não estruturados. Assim, England argumenta que, sob certas condições, a matéria irá espontaneamente se auto-organizar. Esta tendência pode explicar a ordem interna dos seres vivos e de muitas estruturas inanimadas também. “Flocos de neve, dunas de areia e vórtices turbulentos todos têm em comum o fato de serem estruturas surpreendentemente padronizadas que surgem em sistemas de muitas partículas impulsionados por algum processo de dissipação”, especula. Condensação, vento e uma draga viscosa são os processos relevantes nestes casos particulares.

“Ele está me fazendo pensar que a distinção entre vida e matéria inanimada não é nítida”, revelou Carl Franck, um físico biológico na Universidade de Cornell (EUA). “Estou particularmente impressionado com esta noção quando se considera sistemas tão pequenos como circuitos químicos envolvendo algumas biomoléculas”.

A ideia ousada da England provavelmente enfrentará um exame minucioso nos próximos anos. Ele está atualmente executando simulações de computador para testar sua teoria de que os sistemas de partículas adaptam as suas estruturas para se tornarem melhores na dissipação de energia. O próximo passo será a realização de experimentos em sistemas vivos.

Prentiss, que dirige um laboratório de biofísica experimental na Universidade de Harvard, diz que a teoria de England poderia ser testada comparando células com mutações diferentes e procurando uma correlação entre a quantidade de energia que as células dissipam e as suas taxas de replicação. “É preciso ter cuidado, porque qualquer mutação poderia fazer muitas coisas”, reflete a pesquisadora. “Contudo, se alguém fizesse muitos desses experimentos em sistemas diferentes e se [a dissipação e sucesso de replicação] forem de fato correlacionados, isto sugeriria que este é o princípio de organização correto”.

Brenner disse que espera ligar a teoria de England às suas próprias construções de microesferas e determinar se a teoria prediz corretamente que os processos de autorreplicação e automontagem podem ocorrer – “uma questão fundamental na ciência”, opina.

Ter um princípio fundamental da vida e da evolução daria aos pesquisadores uma perspetiva mais ampla sobre o surgimento da estrutura e funções nos seres vivos. “A seleção natural não explica certas características”, especificou Ard Louis, um biofísico da Universidade de Oxford (Reino Unido). Estas características incluem uma mudança hereditária da expressão dos genes chamada de metilação, o aumento da complexidade na ausência de seleção natural e certas mudanças moleculares que Louis estudou recentemente.

Se a abordagem da England resistir a mais testes, poderia permitir aos cientistas pensar de modo mais geral, em termos de organização orientada pela dissipação. Eles podem descobrir, por exemplo, que “a razão pela qual um organismo mostra característica X em vez de Y pode não ser porque X é mais apto do que Y, mas porque restrições físicas tornaram mais fácil para X evoluir do que para Y”, disse Louis.

“As pessoas muitas vezes ficam presas ao pensar sobre os problemas individuais”, explica Prentiss. Queira as ideias de England venham a ser exatamente certas ou não, diz a cientista, “pensar de forma mais ampla é a forma pela qual muitas descobertas científicas são feitas”.

Fonte: Hypescience.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

As 10 doenças mais estigmatizadas do mundo

O termo “estigma” era usado na Grécia Antiga para designar sinais corporais que desqualificavam o cidadão marcado. Escravos, criminosos e traidores traziam essas marcas nos corpos, como forma de serem discriminados em locais públicos.

Hoje em dia, apesar de não haver uma marca clara nas pessoas, usamos estigmas para categorizá-las segundo normas dentro de conceitos como “normalidade” e “aceitação social”. Ou seja, nós julgamos as pessoas conforme o que considerados “normal” ou “aceito socialmente”.

Já deu pra perceber o erro inerente a tal julgamento. Ainda assim, muitos doentes, não bastasse o sofrimento com sua doença em si, tem que sofrer com esses estigmas também. Confira:

1 – Câncer de cólon


Câncer colorretal é bastante curável se detectado nos estágios iniciais. Porém, como não tem sintomas, ou mesmo que os sintomas apareçam, os pacientes podem ficar constrangidos em falar sobre diarreia e movimentos intestinais anormais com seus médicos, esses tumores acabam crescendo e se tornando mais complicados.

A melhor forma de diagnosticar o câncer de cólon é a detecção precoce, com testes como a colonoscopia. Mas as pessoas não fazem esses tipos de exame; ninguém quer se submeter a tal desconforto, ou constrangimento.

Nesses casos, falar sobre “doenças escondidas” pode ajudar as pessoas a procurar assistência médica. De acordo com um estudo americano de 2003, mais pessoas fizeram colonoscopia depois de um especial que passou na TV que conscientizava de sua importância.

2 – Disfunção erétil


Nem precisamos falar do estigma que envolve a disfunção erétil. Apesar de ter diminuído nos últimos anos, ainda é muito difícil para os homens admitir a disfunção sexual. De acordo com um estudo de 2010, só metade dos homens com disfunção erétil procura tratamento.

Mas todos deveriam procurar, porque a condição tem tratamento e pode ser curada ou remediada.
A impotência atinge até 25 milhões de brasileiros acima dos 18 anos pelo menos uma vez na vida. O número é maior em homens na faixa etária dos 40 anos. Todo ano, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, um milhão de casos são registrados no país.

Só que o Centro de Referência da Saúde do Homem, órgão da Secretaria de Estado da Saúde em São Paulo, por exemplo, só recebe cerca de 300 pacientes com o problema por mês. Mais: eles descobriram que 90% deles são sedentários – a ponto de não fazerem exercício nem de fim de semana – e 40% deles também são fumantes. Se você não quiser procurar tratamento, pelo menos converse com seu médico, porque algumas mudanças no estilo de vida já podem lhe ajudar.

3 – Problemas “masculinos”


Alguns transtornos femininos vêm com sintomas que desafiam nossas definições culturais da feminilidade. A Síndrome dos Ovários Policísticos, um distúrbio hormonal que pode causar infertilidade e diabetes, é muitas vezes marcada por pelos faciais excessivos. Distúrbios como hiperidrose, ou transpiração excessiva, podem ser estigmatizantes para ambos os sexos.

Mas a desordem vem com bagagem extra para as mulheres. “É uma espécie de ‘característica mais masculina’ do que feminina, por isso é bastante constrangedora”, diz Sophia Wastler, que tem hiperidrose. Porém, a maioria desses problemas tem tratamento e as pessoas perdem mais sofrendo em silêncio do que buscando um médico.

4 – Psoríase


A psoríase é uma doença imune crônica que provoca pele escamosa, manchada e/ou rachada. Essas marcas podem ser difíceis de esconder, e muitas vezes constrangedoras para os doentes. Seu embaraço é multiplicado por pessoas que veem a psoríase e se afastam do doente, acreditando equivocadamente que a doença é contagiosa.

Como uma das condições mais estigmatizadas do mundo, afeta bastante a vida dos pacientes. De acordo com uma pesquisa realizada em 2008 pela Fundação Nacional de Psoríase nos EUA, 58% das pessoas com a condição disseram que se sentiam envergonhados, e um terço disse que limitava suas interações sociais e encontros por causa da psoríase.

5 – Intestino irritável e inflamado


Qualquer doença relacionada com excreção corporal vem amarrada em algum tipo de estigma. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) e a Doença Inflamatória Intestinal (DII) não são exceções. Esse último é um conjunto de síndromes, todas marcadas pela inflamação dos intestinos. O primeiro é marcado por dor intestinal, cólicas e prisão de ventre ou diarreia, mas sem a inflamação.
Em geral, os pacientes com SII se sentem mais estigmatizados. A diferença pode ser porque, sem uma causa clara física, eles podem sentir que a sua doença não é levada tão a sério.

6 – Obesidade


O estigma de gordura tornou-se global. De acordo com um estudo de 2011, publicado na revista Current Anthropology, quase não há culturas que não associem a obesidade com preguiça e gula, apesar do fato de que muitas dessas mesmas culturas também veem gordura como um sinal de riqueza.
Muitos do que tem vergonha do excesso de peso dizem que são preocupados com a saúde. Mesmo que seja esse o caso, a vergonha saiu pela culatra, pois pesquisas descobriram que a vergonha e o estigma apressam o declínio físico em pessoas obesas.

7 – Lepra


Lepra, ou hanseníase, é uma das doenças mais “fantasiadas” na imaginação do público. Alguns dos mitos mais comuns são de que a doença é extremamente contagiosa e de que partes do corpo do doente simplesmente caem.

Aqui cabe um famoso “nada a ver”. Mais de 90% das pessoas que entram em contato com as bactérias que causam a lepra combatem a doença sem sintomas e sem se tornarem contagiosas (embora seres humanos possam pegar a doença por contato próximo com tatus). A doença também é curável com antibióticos. Se o doente não procurar tratamento, pode ser que tenha lesões na pele, mas, não, suas mãos, pés e nariz não vão simplesmente cair. Pesquisadores sugerem que tal lenda nasceu porque a condição pode causar dormência, colocando as pessoas em maior risco de lesões acidentais ou amputação.

Enfim, está na hora de tais crenças absurdas como essa saírem de cena. Muitas vezes apelidada de “doença do estigma” (mesmo “leproso” virou termo proibido, pelo preconceito a ele associado), a lepra foi tratada como sinal de impureza ou pecado por muitos anos, e quem já leu histórias antigas, principalmente bíblicas, sabe que a regra durante séculos foi discriminar os doentes e privá-los do convívio social. Se, por um lado, podemos perdoar nossos antepassados por eles não terem informação, ignorância hoje não é mais desculpa.

8 – Câncer de Pulmão


Como a obesidade, esse câncer é uma condição que as pessoas tendem a culpar a vítima por ter a doença. A ligação entre fumar cigarros e câncer de pulmão leva as pessoas a acreditar que os que sofrem do câncer “provocaram isso” em si mesmos. Mas, na verdade, milhares de pessoas que nunca fumaram têm câncer de pulmão a cada ano.

Além disso, pessoas que fumaram não são menos dignas de tratamento do que as que nunca fumaram: não cabe a nós julgar quem vive e quem morre, não é mesmo? O direito a tratamento médico é previsto em lei para todos os cidadãos.

9 – HPV


O papilomavírus humano (HPV) infecta a pele ou mucosas, muitas vezes de forma assintomática. Ele pode causar verrugas vaginais, e algumas cepas do vírus podem causar câncer cervical em mulheres, o que o torna uma perigosa doença sexualmente transmissível (DST).

Existe até vacina para o vírus, mas é difícil para os governos fazerem campanhas ou a tornarem obrigatória, porque a transmissão da doença é através do contato sexual. Especialistas argumentam que a vacina é mais eficaz antes da pessoa tornar-se sexualmente ativa, mas há quem diga que torná-la obrigatória ou incentivá-la pode estimular os adolescentes a se engajarem em atividade sexual precoce. Ao mesmo tempo, “melhor prevenir do que remediar”, não é mesmo?Tirar um pouco do estigma da doença poderia ajudar na conscientização com responsabilidade.

10 – HIV/AIDS


Dá para enumerar diversos estigmas dessa doença: “doença de gay”, de comportamento promíscuo, de “drogado”, etc. Aparecendo no início dos anos 80 como uma síndrome misteriosa que atingia em sua maioria homens gays, o “comportamento imoral” virou o símbolo da propagação da Aids, que se tornou mais uma daquelas doenças em que “culpamos a vítima”.

De acordo com um estudo de 1999, 52% dos norte-americanos ainda associava HIV com homossexualidade, apesar do fato de que, já naquela época, apenas cerca de um terço dos novos casos de HIV eram de homens gays. Em 2006, um relatório da Kaiser Family Foundation descobriu que o americano fazia uma confusão significativa sobre o HIV: 37% deles acreditavam erroneamente que o HIV podia ser transmitido pelo beijo, enquanto 32% pensavam que poderia se espalhar através de copos compartilhados. Se a população pensa isso, já dá para imaginar como os doentes são vistos/tratados na sociedade.

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2011, o Brasil teve 608.230 casos registrados de HIV (condição em que a doença já se manifestou), de acordo com o último Boletim Epidemiológico. A morte pela doença tem diminuído, e os casos são apenas ligeiramente mais comuns em homens do que mulheres. Veja outras estáticas e saiba como se prevenir aqui.

O item 9 e 10 dessa lista se referem a doenças sexualmente transmissíveis, mas essas não são as únicas estigmatizadas. No geral, pessoas com esse tipo de doença podem ser vistas como “promíscuas” ou “desleixadas”, percepção em muitos casos errônea, e sempre preconceituosa.

Bônus: Depressão


Hoje, a depressão não é tão estigmatizada, já que foi bastante estudada e agora é mais bem compreendida.

Só que ainda falta compreensão: muitos casos da doença não são levados a sério, mas precisariam. Existe depressão de todos os níveis, de leve a grave, e nem todos são tratados de acordo.

Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revolveu que, em 2011, o Brasil foi o país com a maior prevalência da doença, com 10,8% da população apresentando o distúrbio mental.
Em 2008, o Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostrou que a depressão é a quinta doença de maior ocorrência no Brasil.

No mundo todo, estima-se que a depressão afete 121 milhões de pessoas. A OMS acredita que em pouco mais de 10 anos, a doença será a segunda mais comum no mundo, chegando ao primeiro lugar em 2030. Ela também será a maior responsável por mortes prematuras e anos produtivos perdidos dado seu potencial incapacitante. Mais: pesquisas indicam que depressão na meia idade leva a um maior risco de desenvolver demência mais tarde (como Alzheimer), além da condição estar ligada a diversas outras doenças e problemas.

É preciso que as pessoas fiquem atentas aos sintomas da condição, para tratá-la de acordo. Remédios e assistência psicológica estão entre os tratamentos mais procurados.

Fonte: Hypescience.