Você Sabia? Pergunte Aqui!: Charles Darwin
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quinta-feira, 13 de março de 2014

13 argumentos de quem não entendeu como funciona a evolução

Um dos problemas maiores que emerge em discussões sobre a evolução é a quantidade de desinformação sobre ela — os criacionistas demonstram, pelos argumentos usados, desconhecer aquilo de que são contra.



A Evolução é um assunto complexo, e as mentiras espalhadas pelos criacionistas não ajudam em nada a entendê-la. Ao repetir ideias erradas sobre a evolução, fundamentalistas criam confusão e dificultam a compreensão de um tema tão importante, que responde quem somos e de onde viemos.

Veja aqui se você é mais um dos que simplesmente não entenderam o que é a Evolução:

13 - Você acha que “não foi observado” é um bom argumento contra a Evolução

Este argumento foi popularizado pelo Ray Comfort, em seu filme “Evolution vs. God” (“Evolução vs. Deus”, em tradução livre), e indica não só uma incompreensão da evolução, mas da ciência em geral. Se a ideia de que “a evidência científica tem que ser tanto observável quanto repetível” for levada até suas últimas consequências, ela destrói não só o estudo da evolução, mas todas linhas de pesquisas sobre o passado.

Seremos proibidos de explorar a maior parte dos assuntos que não podem ser trazidos para um laboratório ou recriados em um, seja por causa do tamanho (a composição e origem das estrelas, por exemplo) ou pequenos (como a recriação forense de uma cena de crime).

Tirar conclusões viáveis baseado em inferências sobre as evidências disponíveis é compatível com a ciência, e é este tipo de raciocínio que nos levou à teoria da evolução. Mas o mais interessante de tudo é que a evolução é observável e pode ser repetida no sentido que os cientistas podem fazer predições e testá-las, e é exatamente isto que tem sido feito por mais de um século.

Por exemplo, a teoria da evolução faz a predição que mudanças em grande escala, como a que tornou os ancestrais marinhos em mamíferos de terra firme, demoram milhões de anos, e o fato de não termos observado uma mudança como esta desde os tempos de Darwin é uma confirmação desta ideia. Se o registro fóssil, a evidência genética, experimentos de laboratório e mais não tivessem confirmado essa e outras previsões, seriam imediatamente necessárias modificações à teoria.

E esta é a característica que define a ciência: não o que é observável e repetível, mas o que é testável e falseável. Existe muita pouca coisa em ciência que está de acordo com a primeira definição, mas a evolução com certeza está de acordo com a segunda. O irônico neste argumento é que se tem uma coisa que não pode ser repetida ou observada é o criacionismo. A crença dos criacionistas é invalidada pelo próprio argumento deles.

12 - Elo perdido: você acha que nunca foi encontrado um fóssil transicional


Esta alegação é falsa, e isto pode ser demonstrado.

Foram encontradas séries de fósseis que claramente ilustram as transições de dezenas de características importantes em várias linhagens. Foram encontrados os “peixópodes”, os “sapomandras” e as baleias que caminham e os dinossauros com penas e as tartarugas com meio-casco. Frequentes e repetidas vezes foi encontrado exatamente o que a teoria previa, no período geológico suposto.

11 - Você acha que a macroevolução é um processo diferente da microevolução


A base da “macroevolução” é o acúmulo constante das pequenas mudanças observadas na “microevolução”. Parece bastante lógico que, se pequenas mudanças podem ocorrer, o acúmulo de pequenas mudanças em longos períodos de tempo irá resultar em enormes mudanças.

Por outro lado, a alegação criacionista de que existe uma barreira invisível e misteriosa entre as “espécies” que impede mudanças em larga escalas é tão logicamente consistente quanto afirmar que colocar um pé na frente do outro pode te levar até a cozinha, mas não pode te levar até a padaria da esquina.

Se você não está convencido, aqui vão três perguntas. A primeira é, como é que você define uma espécie? Existem várias definições, cada uma com seus pontos fortes e fracos, dependendo do contexto.

A segunda pergunta é, quanto tempo você acha que demoraria para uma espécie se transformar em outra? Muitos nunca pararam para pensar quanto tempo levaria para que pequenas mudanças fossem se acumulando até o ponto de podermos chamar uma população de uma nova espécie.

Mesmo considerando que a evolução está acontecendo ao nosso redor, o processo é tão lento que não é observável exceto em uma escala de centenas de milhares de anos ou mesmo milhões de anos.

A terceira pergunta é, que tipo de evidências deveriam ser encontradas para perceber uma espécie se tornando outra? A maioria nunca se permitiu considerar como a vida e o mundo seria no caso da evolução ser verdadeira. A resposta é que o registro fóssil mostraria a progressão das mudanças, espécies herdando similaridades de outra, órgãos vestigiais e o acúmulo de pequenas mudanças ao longo do tempo. E é exatamente o que encontramos na natureza.

10 - Você acredita que as mutações são sempre ruins


Esta é uma outra afirmação incrivelmente comum e totalmente falsa que poderia ser corrigida com alguns minutos de pesquisa na internet. A verdade é que as mutações na natureza são geralmente neutras, ou seja, elas não têm efeito no gene ou na proteína resultante.

Mas o efeito de uma mutação, se será positivo, negativo ou neutro, geralmente depende de fatores ambientais. Por exemplo, a anemia falciforme é uma doença genética, mas também protege contra a malária, fazendo que ela seja um defeito ou um mecanismo de defesa, dependendo do ambiente.

Mais ainda, as mutações que são prejudiciais são bastante raras. Um estudo de 2000 mostrou que, de uma média de 175 mutações nos humanos, somente três são deletérias. E mutações benéficas já foram observadas, como a de um punhado de pessoas em Limone sul Garda, Itália, que possuem uma mutação rara que os protege contra doenças cardiovasculares.

9 - Você acredita que a Evolução tem algo a ver com a origem da vida ou do universo


Este argumento é o rei de todos os espantalhos, e é bastante comum. Ele envolve algo como a já refutada teoria da geração espontânea, que diz que a vida surge de material não vivo em condições normais, sendo usada como uma evidência contra a teoria da evolução.

A Teoria da Evolução não tem nada a ver com a origem da vida. A teoria da evolução presume a existência de vida, e é um conceito inútil na ausência de vida. A atual ausência de uma teoria que explique como a vida se originou não tem qualquer impacto na validade da teoria da evolução. É como na física de Newton, que presume a existência do universo. Newton não precisou explicar como o universo passou a existir para poder entender como ele funciona. É o mesmo com a Evolução.

8 - Você usa a frase “é só uma teoria”


Acredito que o argumento “é só uma teoria” é tão popular por causa da infeliz diferença entre a definição vulgar de “teoria” e o uso da palavra na ciência. No uso popular, uma “teoria” significa um palpite, uma adivinhação, e é o oposto de um “fato”. É uma conjectura, um tiro no escuro que tem tantas chances de estar certo quanto errado.

Na ciência, esta definição popular para teoria é mais consistente com a definição de “hipótese”. Hipóteses são palpites, elas são sujeitas a experimentação, e não tem esperança de passar do “estágio” de hipótese a menos que sejam apoiadas pelos experimentos.

As teorias são hipóteses que “passaram no teste”, são explicações compreensivas das evidências disponíveis. Teorias científicas não são o oposto de fatos, elas na verdade são superiores aos fatos, já que explicam aqueles. E mesmo considerando que as teorias não podem ser “provadas”, elas podem ser confirmadas através de predição, teste, experimentação e observação, que é exatamente o que aconteceu com a evolução nos últimos 150 anos.

Considere a gravidade. O que é? Não sabemos. Existe uma teoria, criada para explicar fatos como “quando eu solto uma coisa, esta coisa cai”. A gravidade é, de fato, “somente uma teoria”, como a evolução. Mas isto não deixa as pessoas mais tranquilas quando sobem em uma balança.

7 - Você acredita que a aceitação da evolução é um tipo de fé religiosa

Esta é outra afirmação que você deve ter ouvido do Ray Comfort. No mesmo filme, ele ressalta este suposto paralelo perguntando a suas vítimas coisas como “você tem uma crença forte na evolução?” e “quando você começou a acreditar na evolução?”. O ponto dele é que qualquer um que aceite a verdade da evolução baseado no testemunho de cientistas está se apoiando na fé cega da mesma maneira que os ateus acusam os religiosos.

“Fé cega” de fato tem uma conotação pejorativa no uso secular, e Ray Comfort subscreve esta conotação de uma forma que nenhum verdadeiro cristão faria. Isto por que a Bíblia trata da fé religiosa “cega” de uma forma positiva, como quando Jesus afirma que quem acredita sem ver é bendito (João 20:29).

Ironicamente, de um sentido bíblico, Ray está elogiando suas vítimas quando as “acusa” de ter fé sem ter visto. Mas não é verdade que a confiança que estudantes colocam em seus professores e nos seus livros seja de qualquer forma comparável à fé que a Bíblia descreve.

Existem coisas muito piores do que abrir a mente para aqueles que estão compartilhando seu conhecimento nos campos em que eles se desatacaram graças ao trabalho e a montanhas de evidências sólidas, à disposição de qualquer um que não escolha de livre vontade ignorá-las. A comunidade científica é extremamente competitiva, mas ao mesmo tempo é inerentemente aberta e transparente, e os confortos e avanços que usufruímos são a prova de que seus métodos funcionam.

6 - Você pensa que a ciência moderna está assentada em uma série de fraudes perpetradas e perpetuadas pelos cientistas


Esta é uma das ideias dos criacionistas, que repetem que “não há absolutamente nenhuma evidência de evolução”, a de que a única explicação para a predominância sólida da teoria da evolução na comunidade científica, tribunais e escolas públicas, é o resultado de uma enorme conspiração ateísta.

E com isto vemos mentiras se propagando, como a de que “o Archaeopteryx era uma fraude” (eles estão pensando provavelmente no Archaeoraptor, mas existem mais de uma dúzia de espécimes confirmados do Archaeopteryx) e “o Homem de Java e o Homem de Pequim eram fraudes” (não é verdade, mas por causa do Homem de Piltdown, os criacionistas parecem acreditar que qualquer fóssil com a palavra “homem” no nome é uma fraude).

A verdade é que encontramos restos fossilizados de vários dos elos da nossa herança evolutiva recente, e qualquer um que pense que o contrário está simplesmente errado. Mas o que é mais interessante no caso do Archaeoraptor, Homem de Piltdown e Homem de Nebraska (um erro de classificação e não uma fraude deliberada) é que foram cientistas, não criacionistas céticos, quem trouxeram a verdade à luz. Só isto já é prova de que a ideia de uma conspiração é uma grande bobagem.

5 - Você acha que a evolução é aleatória


Esta crença é baseada em uma falsa hipótese. As mutações podem ser consideradas como essencialmente randômicas, mas o processo da seleção natural, que conduz a maior parte da evolução, é o oposto exato de aleatório.

A seleção natural é altamente sistemática, e resulta em taxas maiores de sobrevivência e reprodução nos animais que estão mais adaptados para o ambiente.

Mais ainda – mesmo que alguma coisa seja aleatória, não significa que ela não seja uma ciência exata.

4 - Você não sabe o que “seleção natural” significa


A seleção natural é o processo natural pelo qual os organismos que não estão à altura dos desafios do ambiente desaparecem sem deixar descendentes. E ela começa logo depois da concepção – muitos óvulos fecundados terminam em aborto, pois o novo organismo é rejeitado pelo organismo materno ou então não consegue seguir no seu desenvolvimento.

Outros organismos com mutações desvantajosas morrem na infância, outros ainda não conseguem viver de forma independente quando na idade adulta, ou simplesmente não conseguem uma oportunidade de reproduzir.

As mutações são aleatórias, mas a poda que a seleção natural promove em todos os seres vivos acaba privilegiando as pequenas mudanças que deixam um organismo ou processo mais eficiente, mesmo que isto signifique ser mais complexo.

3 - Você acha que a Evolução promove a imoralidade e o preconceito


A maneira com que déspotas depravados abusaram e usaram de forma errada de ideias como “a sobrevivência do mais apto” não tem absolutamente nenhum peso na viabilidade da evolução como a melhor explicação para a unidade e diversidade da vida no planeta Terra.

Por outro lado, é fácil encontrar mensagens morais positivas dentro da história evolucionária, como o sucesso da simbiose no mundo natural.

2 - Você acha que a Evolução diminui o valor e a dignidade humanas


A ciência não é ditada pelo quanto ela fará com que nos sintamos bem, ela não está ligada ao orgulho humano, e debater o valor dos humanos, se são os mais evoluídos, eficientes ou melhores não é discutir ciência, mas filosofia.

Além disso, a aceitação da evolução tem sido uma fonte de dignidade — saber que somos feitos de poeira de estrelas, que somos parte de uma cadeia ininterrupta de 3,5 bilhões de anos de sucesso, que a vida é incrivelmente rara e frágil, que todas as formas de vida estão conectadas, e que somos parte de uma espécie capaz de muito amor, autossacrifício, perdão, criatividade e moralidade.

1 - Você acha que a evolução é inerentemente oposta ao Cristianismo ou à Bíblia


A Evolução, conforme definição de Helena Curtis e N. Sue Barnes no livro “Biology”, é “qualquer mudança na frequência dos alelos dentro de um grupo genético de uma geração para a seguinte”.

É incompreensível que a aceitação deste fato científico possa de alguma forma minar a fé em Jesus, do qual tiveram origem todas as coisas que a ciência é capaz de explorar, segundo a Bíblia (Colossenses 1:16).

Pela fé cristã, Cristo é anterior a todas as coisas e nele todas as coisas se mantém. Portanto, se a evolução é verdadeira, como tudo que sabemos sobre biologia e vários outros campos de investigação científica indicam, então ela é incapaz de entrar em conflito com o ensinamento das Escrituras. Se houver alguma discordância aparente entre as duas, então a interpretação da passagem em questão deve estar incorreta. Para o cristão que acredita na Bíblia, não há outra opção.

Fonte: Hypescience.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

10 fatos estranhos e interessantes sobre Charles Darwin

No próximo 12 de fevereiro, Charles Darwin comemoraria seu 205º aniversário. O brilhante naturalista praticamente fundou a biologia moderna com suas obras sobre a teoria da evolução, se tornando um dos maiores cientistas que já viveu.

Reverenciado por muitos e desprezado por alguns, é possível ver uma enorme influência de seus pensamentos em muitos aspectos de nossas vidas. Nada mais justo, então, que saibamos um pouco sobre mais ele. Confira:

10. Darwin era religioso


O cientista é talvez o mascote mais popular do movimento ateu – sua teoria da evolução é contrária ao criacionismo, a crença religiosa de que a humanidade e tudo no universo são a criação de um agente sobrenatural (Deus).

No entanto, Darwin não era ateu. E, apesar ter se declarado agnóstico durante os últimos anos de sua vida (alguém que não acredita nem nega a possibilidade da existência de um Deus), ele mal falava sobre suas crenças pessoais e não gostava de discutir sobre as implicações de suas teorias em doutrinas teológicas, admitindo que sabia muito pouco sobre religião.

Quando jovem, Darwin era conhecido por ser bastante religioso. Em sua autobiografia, ele lembrou que foi ridicularizado em uma viagem de exploração científica por oficiais do navio da Marinha Britânica HMS Beagle por acreditar que a Bíblia era uma autoridade final sobre a moralidade. Embora não fosse muito ativo nos círculos religiosos, o moço Darwin tinha uma firme convicção de que Deus existia e de que a alma era imortal. Enquanto no Brasil, ele estava tão absorto pela beleza da natureza que a proclamou como a manifestação de um ser superior.

Darwin teve dificuldade em fazer uma transição para o agnosticismo. Quando começou a questionar a existência de Deus, ele disse que não podia apreciar a beleza da natureza com o mesmo vigor religioso que tinha quando era jovem, comparando a sensação como a de ser daltônico.

9. Darwin tinha gosto por comida exótica


Darwin gostava de experimentar comidas estranhas. Durante seu tempo na Universidade de Cambridge, ele pertencia a um grupo de culinária chamado Glutton Club (Clube dos Glutões), cujos membros se encontravam uma vez por semana para experimentar vários pratos “exóticos” anteriormente desconhecidos para o paladar humano, por exemplo a carne de vários pássaros selvagens, como gaviões.

Quando embarcou em sua missão no HMS Beagle, ele reacendeu seu gosto por iguarias exóticas. Durante a viagem, Darwin foi capaz de experimentar tatus, que disse ter gosto de pato, além de um roedor sem nome que ele descreveu como a melhor carne que já provou. O naturalista até mesmo descobriu uma nova espécie de ave em seu prato do jantar, que mais tarde foi nomeada em sua homenagem - Rhea darwinii.

Em Galápagos, Darwin comeu tartarugas e bebeu fluido de suas bexigas, que ele descreveu como “bastante límpidos e com um gosto só ligeiramente amargo”. Suas façanhas gastronômicas foram ainda mais extremas na América do Sul, onde Darwin conta que comeu uma carne muito branca que o fez se sentir enjoado no começo, pensando que ele estava comendo a carne de um bezerro. Logo, o cientista ficou aliviado ao saber que estava comendo a carne de uma suçuarana, comparando o seu gosto ao de carne de vitela.

8. As teorias de Darwin foram usadas para defender tanto o capitalismo quanto o socialismo


Algumas pessoas culpam as teorias de Charles Darwin pelos males do capitalismo. Isso porque economistas logo aplicaram a ideia de seleção natural à economia e à sociedade, dando assim origem ao darwinismo social. Os adeptos do darwinismo social acreditam que o sucesso ou o fracasso econômico de uma pessoa é semelhante a luta de um animal para sobreviver. Assim, eles desencorajam o apoio do governo e atividades de caridade que ajudam os pobres, porque creem que a espécie humana se tornará mais forte se a sociedade permitir que os “inaptos” morram. Entre darwinistas sociais notórios estão dois dos homens mais ricos de seu tempo, Andrew Carnegie e John Rockefeller.

Embora o próprio Darwin tenha admitido não ter uma compreensão adequada de política e economia, suas teorias sem dúvida afetaram o crescimento do capitalismo no início do século 20. Devido a isso, a maioria das pessoas assume que a seleção natural não é bem recebida por aqueles que se opõem a esse sistema econômico.

Não é bem assim. Charles Darwin, na verdade, teve uma enorme influência positiva também no extremo oposto do espectro. Enquanto os darwinistas sociais viam as teorias de Darwin como uma forma de justificar a ganância e a opressão, Karl Marx a viu como uma alegoria para as lutas de classes. O filósofo alemão usou a Origem das Espécies de Darwin como a base biológica do socialismo. Conforme um organismo luta para sobreviver em um ambiente hostil, a classe toda também deve lutar contra aqueles que a estão explorando – uma luta de classes que Marx disse ter observado na sociedade. A influência do naturalista em Marx foi tão grande que o famoso socialista planejava dedicar seu livro, “Das Kapital”, a ele, um gesto que Darwin respeitosamente recusou.

7. Darwin também estudou psicologia


Durante seu tempo no Beagle, Darwin teve o privilégio de se deparar com várias culturas ao redor do mundo. Havia barreiras linguísticas óbvias que o impediam de se comunicar com moradores locais, mas ele observou que as emoções que as pessoas manifestavam – felicidade, tristeza, medo e raiva – não pareciam diferir muito de cultura para cultura. Este seria o início da menos conhecida carreira de Charles Darwin em psicologia, e do eventual desenvolvimento do conceito de emoções universais.

Ele se correspondeu com muitos cientistas para estudar esse fenômeno, incluindo um médico francês chamado Guillaume Duchenne. Duchenne estudou os músculos faciais humanos e propôs que todos os rostos humanos manifestavam até 60 tipos diferentes de emoções. Ele é mais famoso pelas fotos que capturou de rostos de pessoas estimuladas com choques elétricos para produzir esses 60 tipos de emoções.

No entanto, Darwin discordava que todas as 60 emoções eram universais. Ele acreditava que apenas algumas delas eram comuns a todos os seres humanos. Para testar sua hipótese, o cientista realizou um experimento utilizando 11 das imagens de Duchenne. Em ordem aleatória, ele as mostrou uma de cada vez para 20 participantes, perguntando-lhes o que achavam. Quase todos concordaram que algumas mostravam certas emoções como raiva, felicidade e medo. O restante das fotos, no entanto, pareceu mais ambígua e os participantes não concordaram em uma única emoção. Isto confirmou a teoria de Darwin de que existiam apenas algumas emoções universais.

Ele também se envolveu com a psicologia social. O naturalista tinha interesse no conceito humano de compaixão. Ele acreditava que o nosso senso de compaixão moral decorria de nosso desejo natural de aliviar o sofrimento dos outros. Coincidentemente, suas ideias sobre a compaixão eram muito semelhantes aos ensinamentos do budismo tibetano. Recentemente, ao saber sobre os escritos de Darwin sobre o assunto, o 14º Dalai Lama declarou: “Agora estou chamando-me de darwinista”.

6. Darwin tinha ideias loucas sobre casamento


Darwin casou-se com sua própria prima, Emma Wedgewood. Esse fato de sua vida é bem conhecido. O que ele pensava sobre casamento, entretanto, não é. Antes de juntar os trapos, o cientista escreveu uma lista divertida de prós e contras sobre as facetas do casamento.

Uma parte de Darwin pensava que casar era sobre ter filhos: “Crianças – (Se for do agrado de Deus) – objeto a ser amado e com quem brincar – Melhor do que um cão de qualquer modo”.

Darwin também gostava da ideia de uma companheira: “Meu Deus, é intolerável pensar em gastar toda a vida como uma abelha, trabalhando, trabalhando e nada depois. – Não, não, não vou fazer isso. – Imagine viver todos os dias solitariamente em uma casa suja e nebulosa em Londres. – Só imagine a si mesmo com uma boa esposa em um sofá macio, com uma boa fogueira, e livros e música, talvez – Compare esta visão com a realidade suja da rua Great Marlborough”.

Por outro lado, Darwin sentia que tomar o caminho do celibato também tinha seus benefícios: “A liberdade de ir onde se gosta – Conversa de homens inteligentes em clubes – Não ser forçado a visitar parentes, e se curvar em cada discussão – Não ter a despesa e ansiedade das crianças – Perda de tempo. – Não poder ler à noite – gordura e ociosidade. – Talvez minha esposa não goste de Londres, então a solução seria o exílio e eu pareceria um tolo.” Estes são apenas alguns dos itens que Darwin incluiu em sua lista, que prova que ele era como qualquer outro cara.

Eventualmente, ele decidiu se casar com sua prima de primeiro grau Wedgewood, com quem teve 10 filhos e viveu feliz por 43 anos até sua morte, em 1882.

5. Darwin fez tratamentos de saúde nada científicos


Embora tenha havido muitas especulações sobre o que deixou Darwin muito doente durante o curso de sua vida, ele não recebeu um diagnóstico preciso de sua condição até mais de 100 anos após sua morte (ele morreu de insuficiência cardíaca, e pesquisadores especulam que tinha doença de Chagas que teria contraído aqui no Brasil). Por causa das limitações da medicina durante sua época, não havia nenhum tratamento satisfatório para ajudá-lo a lidar com seus variados sintomas, mas o cientista encontrou conforto em uma terapia com água muito questionável.

Em uma carta que enviou a seu amigo íntimo, o botânico Joseph Dalton Hooker, Darwin reclamou que vinha sofrendo de vômitos contínuos. Ele também relatou tremores nas mãos e tontura, que presumiu ser resultantes do impacto do vômito incessante em seu sistema nervoso. Ao ler um livro de um certo Dr. Gully sobre uma terapia da água, o naturalista interessou-se pelo tratamento, e mudou-se com sua família para um apartamento alugado perto da clínica do especialista, para receber cuidados.

O Dr. Gully submeteu Darwin a vários procedimentos estranhos, como aquecê-lo com uma lâmpada até que ele transpirasse apenas para esfregá-lo violentamente com toalhas embebidas em água fria. Darwin também recebeu banhos frios nos pés e teve que usar uma compressa úmida em seu estômago durante o dia todo. Surpreendentemente, o naturalista achou o tratamento bizarro e não científico bastante eficaz, dizendo ter visto grandes melhorias em sua saúde após o oitavo dia de consulta com o Dr. Gully. Na mesma carta endereçada a Hooker, ele declarou que tinha certeza de que a cura da água não era charlatanismo. Acho que ninguém havia ouvido falar em efeito-placebo na época.

4. Darwin, o detetive de terremotos


Pelo menos 25 grandes terremotos foram registrados no Chile desde 1730, sendo que todos mataram milhares de pessoas. Darwin teve a oportunidade desagradável de presenciar a consequência de um deles – o terremoto de Concepción de 1835. Foi um tremor muito forte, com magnitude de 8,8 na escala de Richter. O terremoto, que ocorreu por dois minutos, demoliu toda a cidade em meros 6 segundos.

Durante o tempo do terremoto, Darwin estava viajando com o Beagle. Quando chegou a costa de Concepción, imediatamente começou a investigar a natureza e a origem do tremor. Ele descreveu a devastação como “o espetáculo mais terrível e interessante que já viu”. O cientista fez observações sobre as sequelas do terremoto, notando que o litoral do Chile havia se tornado permanentemente elevado, particularmente na ilha de Santa Maria, que havia crescido 3 metros a partir da sua altitude de origem. Ele reuniu suas próprias observações e combinou-as com testemunhos da população local para reconstruir os acontecimentos antes e durante o terremoto. Depois de semanas de trabalho, Darwin descobriu que o terremoto podia ter sido causado por uma cadeia de vulcões ao longo da costa do Chile, que entrou em erupção pouco antes de sua ocorrência.

3. Se convertendo em cristão novamente


Durante a segunda metade do século 19, Darwin já era bastante popular nos círculos científicos. No começo dos anos 1880, quando estava se aproximando de sua morte, uma mulher chamada Elizabeth Hope estava apenas começando a se tornar conhecida no movimento evangelístico.

Darwin e Hope pertenciam, obviamente, a dois mundos diferentes. Um encontro de ambos parece muito improvável, mas um artigo de 1915 do jornal batista “Boston Watchman Examiner” alegou exatamente isso. O texto detalhava como Darwin convidou a jovem Elizabeth para visitá-lo, e supostamente confessou seu arrependimento em ter desenvolvido a teoria da evolução. Ele teria pedido a evangelista que compartilhasse com seus vizinhos a mensagem de Jesus Cristo e da salvação que ele traz para a humanidade.

A história era muito atraente para os evangélicos, é claro. Saber que a mente por trás da teoria da evolução retratou suas próprias ideias e se converteu ao cristianismo não só lhes dava uma forma de responder aos chamados “evolucionistas”, como também reafirmava sua fé na história bíblica da criação.

No entanto, a lenda desse encontro bizarro foi desmascarada tão rapidamente e facilmente quanto se espalhou. Na autobiografia de Darwin, ele repetidamente menciona sua dissociação com o cristianismo e conclui que o agnosticismo seria a descrição mais correta para seu estado de espírito. Seu filho, Francis Darwin, proclamou que seu pai manteve uma visão agnóstica no fim da sua vida, até a sua morte. A esposa de Darwin, que era muito religiosa e teria gostado de vê-lo voltar ao cristianismo, nunca mencionou qualquer conversa do tipo antes da morte do marido. Ela lembrou que suas últimas palavras foram “lembre-se como você tem sido uma boa esposa para mim” e que ele não tinha “o menor medo de morrer”.

2. As neuroses de Darwin


Enquanto Darwin sofria de muitos males físicos, alguns biógrafos se mostraram mais intrigados com o seu estado de espírito. Em suas cartas a seus amigos, o cientista revela que sofria de pensamentos obsessivos que, em suas próprias palavras, eram “horríveis”.

Esses pensamentos, que ocorriam principalmente durante a noite, causavam-lhe grande angústia. Em uma carta a seu grande confidente Dr. Hooker, Darwin escreveu: “Eu não conseguia dormir e tudo o que eu havia feito no dia me assombrava vivamente à noite com uma repetição desgastante”.

Ele era paranoico com o fato de que passaria sua enfermidade para seus filhos. Ele também era infinitamente crítico de sua aparência física, acreditando-se ser bastante feio. O cientista precisava de constante reafirmação de outras pessoas, além de proferir um mantra centenas de vezes para aliviar os seus pensamentos obsessivos.

O psiquiatra e biógrafo de Darwin John Bowlby observou que o gênio não foi capaz de lamentar corretamente a morte de sua mãe quando era jovem, o que pode ter levado a sua neurose. Foi em face destas dificuldades mentais que Darwin se tornou um dos pensadores mais influentes da história.

1. O projeto mais ambicioso de Darwin


Há 200 anos, havia uma pequena e isolada ilha vulcânica no sul do Atlântico, a 1.600 quilômetros ao largo da costa da África, chamada Ilha de Ascensão. Seca e sem vida, ela ficou desabitada desde a sua descoberta em 1501 até 1815, quando a Marinha Real Britânica a usou como uma estação militar para manter um olho sobre Napoleão durante seu exílio na vizinha Ilha Santa Helena.

Hoje, Ascensão não é mais triste e desolada. A ilha agora possui uma paisagem exuberante e uma população de cerca de 1.100, graças a Darwin. Sua viagem de cinco anos com o Beagle estava prestes a terminar quando o navio passou por lá. A vista da ilha apocalíptica de cones vulcânicos vermelhos brilhantes e lava negra inspirou o curioso cientista. Pouco depois de Darwin voltar para a Inglaterra, ele e seu amigo John Hooker criaram um plano simples para convertê-la em uma “pequena Inglaterra”.

Com a ajuda da Marinha, os dois colheram diferentes espécies de plantas de todo o mundo para levar para a ilha, de 1850 em diante. Na década de 1870, o pico mais alto de Ascensão tornou-se significativamente mais verde, com eucaliptos, pinheiros, bambus e bananeiras. Plantas que geralmente não são vistas lado a lado em outros lugares do mundo foram vistas juntas pela primeira vez na ilha – e resolveram o problema da falta de água no local.

Enquanto ecossistemas geralmente se desenvolvem ao longo de milhões de anos, o artificial criado por Darwin e Hooker floresceu apenas em uma questão de décadas. De acordo com o ecologista britânico David Wilkinson, a NASA poderia aprender muito com o método dos cientistas quando começar a fazer o mesmo com Marte.

Fonte: Hypescience.