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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

7 teorias sobre a origem da vida na Terra

A vida na Terra começou há mais de 3 bilhões de anos, evoluindo desde o mais básico dos micróbios em uma deslumbrante variedade de seres ao longo do tempo. Mas como é que os primeiros organismos no único lar da vida conhecido no universo se desenvolveram a partir da sopa primordial?

7. Faísca elétrica


Faíscas elétricas podem gerar aminoácidos e açúcares quando atingem um ambiente carregado com água, metano, amônia e hidrogênio. Isso foi demonstrado no famoso experimento de Miller-Urey, relatado em 1953, sugerindo que o raio pode ter ajudado a criar os blocos de construção fundamentais da vida na Terra em seus primeiros dias.

Ao longo de milhões de anos, moléculas maiores e mais complexas poderiam se formar. Embora pesquisas realizadas desde então tenham revelado que a atmosfera primitiva da Terra era, na verdade, pobre em hidrogênio, cientistas sugeriram que as nuvens vulcânicas na atmosfera primitiva poderiam não apenas ter produzido raios, como também ter acumulado metano, amônia e hidrogênio.

6. Comunidade barrenta


As primeiras moléculas de vida podem ter se encontrado na argila, de acordo com uma ideia elaborada pelo químico orgânico Alexander Graham Cairns-Smith, da Universidade de Glasgow, na Escócia. Estas superfícies podem não só ter mantido os compostos orgânicos juntos, mas também ajudado a organizá-los em padrões da forma como nossos genes fazem agora.

A principal função do DNA é armazenar informações sobre como outras moléculas devem ser organizadas. As sequências genéticas do DNA são essencialmente instruções sobre como os aminoácidos devem ser organizados em proteínas. Cairns-Smith sugere que cristais minerais na argila poderiam ter alinhado as moléculas orgânicas em padrões organizados. Depois de um tempo, as moléculas orgânicas assumiram este trabalho e se organizaram.

5. Ventos do fundo do mar


A teoria de ventilação de alto mar sugere que a vida pode ter começado em respiradouros hidrotermais submarinos, expelindo moléculas-chave ricas em hidrogênio. Seus recantos rochosos poderiam, então, ter concentrado estas moléculas e agido como catalisadores minerais para reações críticas. Mesmo agora, estas aberturas, ricas em energia química e térmica, sustentam ecossistemas arrebatadores.

4. Começo gelado


O gelo pode ter coberto os oceanos 3 bilhões de anos atrás, quando o sol era cerca de um terço menos luminoso do que é agora. Esta camada de gelo, possivelmente com centenas de metros de espessura, pode ter protegido compostos orgânicos frágeis na água abaixo da luz ultravioleta e da destruição de impactos cósmicos. O frio também pode ter ajudado essas moléculas a sobreviver por mais tempo, permitindo que reações-chave acontecessem.

3. Mundo do RNA


O DNA de hoje precisa de proteínas para se formar e as proteínas requerem DNA para se formar, sendo assim, como um deles poderia se formar sem o outro? A resposta pode ser o RNA, que pode armazenar informações como o DNA, servir como uma enzima como as proteínas, e ajudar a criar tanto DNA quanto proteínas. Depois disso, o DNA e as proteínas conseguiram dominar este “mundo do RNA”, porque são mais eficientes. O RNA ainda existe e executa várias funções em organismos, inclusive atuando como um interruptor para alguns genes.

Ainda fica a questão de como o RNA chegou aqui, em primeiro lugar. E, embora alguns cientistas acreditem que a molécula poderia ter surgido espontaneamente na Terra, outros dizem que é muito pouco provável que isso tenha acontecido.

Também foram sugeridos outros ácidos nucléicos, como PNA ou TNA.

2. Começos simples


Ao invés de se desenvolver a partir de moléculas complexas, tais como o RNA, a vida pode ter começado com moléculas menores interagindo umas com as outras em ciclos de reações. Estas moléculas poderiam estar dentro de cápsulas simples semelhantes às membranas celulares e, ao longo do tempo, moléculas mais complexas que realizavam essas reações melhor do que as menores podem ter evoluído. Tais cenários são chamados de modelos de “metabolismo primeiro”, em oposição ao modelo “gene primeiro” da hipótese do “mundo de RNA”.

1. Panspermia


Talvez a vida não tenha começado na Terra, mas tenha sido trazida para cá de outros lugares no espaço, uma noção conhecida como panspermia. Por exemplo, rochas regularmente eram expelidas de Marte por impactos cósmicos, e um número de meteoritos marcianos foram encontrados na Terra, o que leva alguns pesquisadores a sugerir a controversa teoria que micróbios foram trazidos para cá – tornando-os marcianos. 

Outros cientistas sugeriram que a vida pode até mesmo ter pego carona em cometas de outros sistemas estelares. No entanto, mesmo que este conceito fosse verdade, a questão de como a vida começou na Terra, então, só muda para como a vida começou em outro lugar no espaço.

Fonte: Hypescience

quinta-feira, 13 de março de 2014

13 argumentos de quem não entendeu como funciona a evolução

Um dos problemas maiores que emerge em discussões sobre a evolução é a quantidade de desinformação sobre ela — os criacionistas demonstram, pelos argumentos usados, desconhecer aquilo de que são contra.



A Evolução é um assunto complexo, e as mentiras espalhadas pelos criacionistas não ajudam em nada a entendê-la. Ao repetir ideias erradas sobre a evolução, fundamentalistas criam confusão e dificultam a compreensão de um tema tão importante, que responde quem somos e de onde viemos.

Veja aqui se você é mais um dos que simplesmente não entenderam o que é a Evolução:

13 - Você acha que “não foi observado” é um bom argumento contra a Evolução

Este argumento foi popularizado pelo Ray Comfort, em seu filme “Evolution vs. God” (“Evolução vs. Deus”, em tradução livre), e indica não só uma incompreensão da evolução, mas da ciência em geral. Se a ideia de que “a evidência científica tem que ser tanto observável quanto repetível” for levada até suas últimas consequências, ela destrói não só o estudo da evolução, mas todas linhas de pesquisas sobre o passado.

Seremos proibidos de explorar a maior parte dos assuntos que não podem ser trazidos para um laboratório ou recriados em um, seja por causa do tamanho (a composição e origem das estrelas, por exemplo) ou pequenos (como a recriação forense de uma cena de crime).

Tirar conclusões viáveis baseado em inferências sobre as evidências disponíveis é compatível com a ciência, e é este tipo de raciocínio que nos levou à teoria da evolução. Mas o mais interessante de tudo é que a evolução é observável e pode ser repetida no sentido que os cientistas podem fazer predições e testá-las, e é exatamente isto que tem sido feito por mais de um século.

Por exemplo, a teoria da evolução faz a predição que mudanças em grande escala, como a que tornou os ancestrais marinhos em mamíferos de terra firme, demoram milhões de anos, e o fato de não termos observado uma mudança como esta desde os tempos de Darwin é uma confirmação desta ideia. Se o registro fóssil, a evidência genética, experimentos de laboratório e mais não tivessem confirmado essa e outras previsões, seriam imediatamente necessárias modificações à teoria.

E esta é a característica que define a ciência: não o que é observável e repetível, mas o que é testável e falseável. Existe muita pouca coisa em ciência que está de acordo com a primeira definição, mas a evolução com certeza está de acordo com a segunda. O irônico neste argumento é que se tem uma coisa que não pode ser repetida ou observada é o criacionismo. A crença dos criacionistas é invalidada pelo próprio argumento deles.

12 - Elo perdido: você acha que nunca foi encontrado um fóssil transicional


Esta alegação é falsa, e isto pode ser demonstrado.

Foram encontradas séries de fósseis que claramente ilustram as transições de dezenas de características importantes em várias linhagens. Foram encontrados os “peixópodes”, os “sapomandras” e as baleias que caminham e os dinossauros com penas e as tartarugas com meio-casco. Frequentes e repetidas vezes foi encontrado exatamente o que a teoria previa, no período geológico suposto.

11 - Você acha que a macroevolução é um processo diferente da microevolução


A base da “macroevolução” é o acúmulo constante das pequenas mudanças observadas na “microevolução”. Parece bastante lógico que, se pequenas mudanças podem ocorrer, o acúmulo de pequenas mudanças em longos períodos de tempo irá resultar em enormes mudanças.

Por outro lado, a alegação criacionista de que existe uma barreira invisível e misteriosa entre as “espécies” que impede mudanças em larga escalas é tão logicamente consistente quanto afirmar que colocar um pé na frente do outro pode te levar até a cozinha, mas não pode te levar até a padaria da esquina.

Se você não está convencido, aqui vão três perguntas. A primeira é, como é que você define uma espécie? Existem várias definições, cada uma com seus pontos fortes e fracos, dependendo do contexto.

A segunda pergunta é, quanto tempo você acha que demoraria para uma espécie se transformar em outra? Muitos nunca pararam para pensar quanto tempo levaria para que pequenas mudanças fossem se acumulando até o ponto de podermos chamar uma população de uma nova espécie.

Mesmo considerando que a evolução está acontecendo ao nosso redor, o processo é tão lento que não é observável exceto em uma escala de centenas de milhares de anos ou mesmo milhões de anos.

A terceira pergunta é, que tipo de evidências deveriam ser encontradas para perceber uma espécie se tornando outra? A maioria nunca se permitiu considerar como a vida e o mundo seria no caso da evolução ser verdadeira. A resposta é que o registro fóssil mostraria a progressão das mudanças, espécies herdando similaridades de outra, órgãos vestigiais e o acúmulo de pequenas mudanças ao longo do tempo. E é exatamente o que encontramos na natureza.

10 - Você acredita que as mutações são sempre ruins


Esta é uma outra afirmação incrivelmente comum e totalmente falsa que poderia ser corrigida com alguns minutos de pesquisa na internet. A verdade é que as mutações na natureza são geralmente neutras, ou seja, elas não têm efeito no gene ou na proteína resultante.

Mas o efeito de uma mutação, se será positivo, negativo ou neutro, geralmente depende de fatores ambientais. Por exemplo, a anemia falciforme é uma doença genética, mas também protege contra a malária, fazendo que ela seja um defeito ou um mecanismo de defesa, dependendo do ambiente.

Mais ainda, as mutações que são prejudiciais são bastante raras. Um estudo de 2000 mostrou que, de uma média de 175 mutações nos humanos, somente três são deletérias. E mutações benéficas já foram observadas, como a de um punhado de pessoas em Limone sul Garda, Itália, que possuem uma mutação rara que os protege contra doenças cardiovasculares.

9 - Você acredita que a Evolução tem algo a ver com a origem da vida ou do universo


Este argumento é o rei de todos os espantalhos, e é bastante comum. Ele envolve algo como a já refutada teoria da geração espontânea, que diz que a vida surge de material não vivo em condições normais, sendo usada como uma evidência contra a teoria da evolução.

A Teoria da Evolução não tem nada a ver com a origem da vida. A teoria da evolução presume a existência de vida, e é um conceito inútil na ausência de vida. A atual ausência de uma teoria que explique como a vida se originou não tem qualquer impacto na validade da teoria da evolução. É como na física de Newton, que presume a existência do universo. Newton não precisou explicar como o universo passou a existir para poder entender como ele funciona. É o mesmo com a Evolução.

8 - Você usa a frase “é só uma teoria”


Acredito que o argumento “é só uma teoria” é tão popular por causa da infeliz diferença entre a definição vulgar de “teoria” e o uso da palavra na ciência. No uso popular, uma “teoria” significa um palpite, uma adivinhação, e é o oposto de um “fato”. É uma conjectura, um tiro no escuro que tem tantas chances de estar certo quanto errado.

Na ciência, esta definição popular para teoria é mais consistente com a definição de “hipótese”. Hipóteses são palpites, elas são sujeitas a experimentação, e não tem esperança de passar do “estágio” de hipótese a menos que sejam apoiadas pelos experimentos.

As teorias são hipóteses que “passaram no teste”, são explicações compreensivas das evidências disponíveis. Teorias científicas não são o oposto de fatos, elas na verdade são superiores aos fatos, já que explicam aqueles. E mesmo considerando que as teorias não podem ser “provadas”, elas podem ser confirmadas através de predição, teste, experimentação e observação, que é exatamente o que aconteceu com a evolução nos últimos 150 anos.

Considere a gravidade. O que é? Não sabemos. Existe uma teoria, criada para explicar fatos como “quando eu solto uma coisa, esta coisa cai”. A gravidade é, de fato, “somente uma teoria”, como a evolução. Mas isto não deixa as pessoas mais tranquilas quando sobem em uma balança.

7 - Você acredita que a aceitação da evolução é um tipo de fé religiosa

Esta é outra afirmação que você deve ter ouvido do Ray Comfort. No mesmo filme, ele ressalta este suposto paralelo perguntando a suas vítimas coisas como “você tem uma crença forte na evolução?” e “quando você começou a acreditar na evolução?”. O ponto dele é que qualquer um que aceite a verdade da evolução baseado no testemunho de cientistas está se apoiando na fé cega da mesma maneira que os ateus acusam os religiosos.

“Fé cega” de fato tem uma conotação pejorativa no uso secular, e Ray Comfort subscreve esta conotação de uma forma que nenhum verdadeiro cristão faria. Isto por que a Bíblia trata da fé religiosa “cega” de uma forma positiva, como quando Jesus afirma que quem acredita sem ver é bendito (João 20:29).

Ironicamente, de um sentido bíblico, Ray está elogiando suas vítimas quando as “acusa” de ter fé sem ter visto. Mas não é verdade que a confiança que estudantes colocam em seus professores e nos seus livros seja de qualquer forma comparável à fé que a Bíblia descreve.

Existem coisas muito piores do que abrir a mente para aqueles que estão compartilhando seu conhecimento nos campos em que eles se desatacaram graças ao trabalho e a montanhas de evidências sólidas, à disposição de qualquer um que não escolha de livre vontade ignorá-las. A comunidade científica é extremamente competitiva, mas ao mesmo tempo é inerentemente aberta e transparente, e os confortos e avanços que usufruímos são a prova de que seus métodos funcionam.

6 - Você pensa que a ciência moderna está assentada em uma série de fraudes perpetradas e perpetuadas pelos cientistas


Esta é uma das ideias dos criacionistas, que repetem que “não há absolutamente nenhuma evidência de evolução”, a de que a única explicação para a predominância sólida da teoria da evolução na comunidade científica, tribunais e escolas públicas, é o resultado de uma enorme conspiração ateísta.

E com isto vemos mentiras se propagando, como a de que “o Archaeopteryx era uma fraude” (eles estão pensando provavelmente no Archaeoraptor, mas existem mais de uma dúzia de espécimes confirmados do Archaeopteryx) e “o Homem de Java e o Homem de Pequim eram fraudes” (não é verdade, mas por causa do Homem de Piltdown, os criacionistas parecem acreditar que qualquer fóssil com a palavra “homem” no nome é uma fraude).

A verdade é que encontramos restos fossilizados de vários dos elos da nossa herança evolutiva recente, e qualquer um que pense que o contrário está simplesmente errado. Mas o que é mais interessante no caso do Archaeoraptor, Homem de Piltdown e Homem de Nebraska (um erro de classificação e não uma fraude deliberada) é que foram cientistas, não criacionistas céticos, quem trouxeram a verdade à luz. Só isto já é prova de que a ideia de uma conspiração é uma grande bobagem.

5 - Você acha que a evolução é aleatória


Esta crença é baseada em uma falsa hipótese. As mutações podem ser consideradas como essencialmente randômicas, mas o processo da seleção natural, que conduz a maior parte da evolução, é o oposto exato de aleatório.

A seleção natural é altamente sistemática, e resulta em taxas maiores de sobrevivência e reprodução nos animais que estão mais adaptados para o ambiente.

Mais ainda – mesmo que alguma coisa seja aleatória, não significa que ela não seja uma ciência exata.

4 - Você não sabe o que “seleção natural” significa


A seleção natural é o processo natural pelo qual os organismos que não estão à altura dos desafios do ambiente desaparecem sem deixar descendentes. E ela começa logo depois da concepção – muitos óvulos fecundados terminam em aborto, pois o novo organismo é rejeitado pelo organismo materno ou então não consegue seguir no seu desenvolvimento.

Outros organismos com mutações desvantajosas morrem na infância, outros ainda não conseguem viver de forma independente quando na idade adulta, ou simplesmente não conseguem uma oportunidade de reproduzir.

As mutações são aleatórias, mas a poda que a seleção natural promove em todos os seres vivos acaba privilegiando as pequenas mudanças que deixam um organismo ou processo mais eficiente, mesmo que isto signifique ser mais complexo.

3 - Você acha que a Evolução promove a imoralidade e o preconceito


A maneira com que déspotas depravados abusaram e usaram de forma errada de ideias como “a sobrevivência do mais apto” não tem absolutamente nenhum peso na viabilidade da evolução como a melhor explicação para a unidade e diversidade da vida no planeta Terra.

Por outro lado, é fácil encontrar mensagens morais positivas dentro da história evolucionária, como o sucesso da simbiose no mundo natural.

2 - Você acha que a Evolução diminui o valor e a dignidade humanas


A ciência não é ditada pelo quanto ela fará com que nos sintamos bem, ela não está ligada ao orgulho humano, e debater o valor dos humanos, se são os mais evoluídos, eficientes ou melhores não é discutir ciência, mas filosofia.

Além disso, a aceitação da evolução tem sido uma fonte de dignidade — saber que somos feitos de poeira de estrelas, que somos parte de uma cadeia ininterrupta de 3,5 bilhões de anos de sucesso, que a vida é incrivelmente rara e frágil, que todas as formas de vida estão conectadas, e que somos parte de uma espécie capaz de muito amor, autossacrifício, perdão, criatividade e moralidade.

1 - Você acha que a evolução é inerentemente oposta ao Cristianismo ou à Bíblia


A Evolução, conforme definição de Helena Curtis e N. Sue Barnes no livro “Biology”, é “qualquer mudança na frequência dos alelos dentro de um grupo genético de uma geração para a seguinte”.

É incompreensível que a aceitação deste fato científico possa de alguma forma minar a fé em Jesus, do qual tiveram origem todas as coisas que a ciência é capaz de explorar, segundo a Bíblia (Colossenses 1:16).

Pela fé cristã, Cristo é anterior a todas as coisas e nele todas as coisas se mantém. Portanto, se a evolução é verdadeira, como tudo que sabemos sobre biologia e vários outros campos de investigação científica indicam, então ela é incapaz de entrar em conflito com o ensinamento das Escrituras. Se houver alguma discordância aparente entre as duas, então a interpretação da passagem em questão deve estar incorreta. Para o cristão que acredita na Bíblia, não há outra opção.

Fonte: Hypescience.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

10 maneiras que a evolução nos confunde

A evolução moldou nossos corpos e comportamentos, instintos e metabolismo. Mas também alteramos nosso próprio ambiente pela nossa cultura, e ainda não tivemos tempo de ficar bem adaptados para essa nova realidade. Isto acaba gerando alguns efeitos colaterais curiosos e intrigantes. Confira aqui 10 maneiras que fomos sabotados pela evolução:

10. Salgado e doce


Você já se perguntou por que somos todos dominados por desejos de alimentos que não são saudáveis, com altos teores de sódio e açúcar, por exemplo?
Os seres humanos evoluíram para sobreviver a partir de três grandes grupos de alimentos: proteínas, gorduras e vitaminas/minerais. Era o que havia disponível aos nossos ancestrais, na forma de carne, peixes, frutas e verduras. Naturalmente, evoluímos para gostar destas coisas por que traziam vantagens para a sobrevivência, e serviam como forma de decidir se um alimento era saudável.

9. O efeito "Tubarão"


Alguma vez você já assistiu um filme assustador e então ficou com medo de fazer algumas coisas, como ir ao porão? Imagine que você é um dos ancestrais humanos que acabou de testemunhar alguém ser devorado por um leão. Seria vantajoso ser capaz de aprender com eventos como este.
E é o que acontece – toda vez que você experimenta uma situação similar à do ataque do leão, você sente uma ansiedade extrema e uma necessidade de evitar a situação, identificada através dos odores e do aspecto da área. O seu cérebro agora conecta rapidamente os cheiros e aspecto com a ideia de ser comido por um leão, e trata de evitar a situação.
Atualmente, não é comum ver alguém ser devorado por leões, mas ver filmes assustadores é. Testemunhamos monstros e fantasmas fictícios fazendo coisas horríveis às pessoas, o que é suficiente para disparar o instinto. A evolução não antecipou este tipo de distração, e o filme “Tubarão” é um exemplo perfeito disso.
As pessoas que assistiram ao filme sabiam que era uma ficção, mas durante algum tempo evitaram praias. Nossos instintos não entendem ataques fictícios de tubarão, e o resultado foi que quem assistiu “Tubarão” experimentou ansiedade real. [ScienceDailyAbout Phobias]

8. Empatia com animais


Você já se perguntou por que você sente afeto por animais? Nossos ancestrais tinham que matar e comer animais para sobreviver, então não seria vantajoso sentir qualquer tipo de compaixão ou empatia por eles. Por que então algumas vezes temos estes sentimentos?
A empatia evoluiu como uma ferramenta para ajudar na cooperação útil entre humanos. Os seres humanos cooperativos tinham melhores chances de sobreviver que os solitários. A empatia é uma ferramenta que nos ajuda a perceber sinais como a linguagem corporal, choramingos e expressões faciais, de forma que podemos sentir o que os outros sentem e estar mais inclinados e capacitados a cooperar de forma mutuamente benéfica.
Nos tempos modernos, não precisamos matar animais pessoalmente para sobreviver, assim o instinto de empatia pode se ampliar e se aplicar aos que apresentam os mesmos sinais sociais descritos acima, como choramingos e expressões faciais. Fatores culturais, como filmes que mostram animais que falam e têm personalidades humanas, também perpetuam este efeito. [GreaterGoodPsychologyToday]

7. O Bom Samaritano


Você já se perguntou por que às vezes sente vontade de dar algum troco a um mendigo? O motivo é parecido com o anterior – é outro exemplo de empatia acontecendo de forma errada em um contexto moderno.
Da mesma forma que no caso anterior, a empatia evoluiu como um instinto de sobrevivência grupal. Os primeiros humanos se reuniam em pequenos grupos para sobreviver, então qualquer um com quem você interagisse era provavelmente alguém próximo, que você deveria confiar para te ajudar.
A evolução não antecipou ambientes como as cidades modernas, onde você interage com centenas de estranhos que não afetam a sua vida de forma nenhuma. O resultado é que o instinto ainda funciona e você se sente compelido a dar um troco a um mendigo.
Se você visse alguém em situação semelhante 200.000 anos atrás, provavelmente seria um membro importante de seu grupo de sobrevivência, e portanto um trunfo importante para manter e desenvolver camaradagem. [JSTORNature.com]

6. Interesse sexual


Você já se perguntou por que as mulheres têm menos interesse em sexo que o homem? Elas podem ficar grávidas e parir aproximadamente uma vez por ano. O homem, por outro lado, pode engravidar dez mulheres por dia, resultando em 10 nascimentos. Esta é uma diferença biológica bastante drástica.
O resultado disso é que as mulheres são mais relutantes e seletivas. Instintivamente, elas não querem desperdiçar suas limitadas chances anuais de gravidez. O fato de agora termos acesso fácil a métodos contraceptivos não anula 200.000 anos de evolução.
O instinto permanece – os homens tipicamente tem uma atitude mais descuidada e promíscua em relação ao sexo, porque biologicamente não há custos envolvidos. Uma mulher, por outro lado, geralmente se sente desconfortável com um estilo de vida assim, porque os instintos lhe dizem “você só terá uma chance de engravidar por ano, então nada de desperdícios”. [Trivers, R. (1972) Parental investment and sexual selection. In B. Campbell; Shackelford, Schmitt, & Buss (2005) Universal dimensions of human mate preferences]

5. Divórcio


Você já se perguntou as possíveis razões pelas quais os casais se divorciam? Sociólogos e demógrafos descobriram que os casais que tem pelo menos um filho têm menos risco de divórcio que casais que têm somente filhas. Por que isso?
Como o valor de um homem como parceiro é bastante influenciado pela sua riqueza, status e poder, enquanto o valor da mulher é determinado pela juventude e atração física, o pai tem que se certificar que seu filho irá herdar seus bens, status e poder, não importando de quantos estamos falando.
Em contraste, existe muito pouco que um pai (ou mãe) pode fazer para manter sua filha jovem ou fisicamente atraente. A presença (e investimento) constante pelo pai é mais importante para o filho, mas não tão crucial para a filha. A presença de filhos, desta forma, diminui as chances de divórcio ou de abandono da família por parte do pai, muito mais que a presença de filhas – evolucionariamente falando. [TheBigQuestions,PsychologyToday]

4. O “Efeito do Inseto Fantasma”


Você já deve ter notado um inseto caminhando no seu braço, só para continuar sentindo como se ele estivesse sobre sua pele, mesmo depois de tê-lo afastado. Por que isto acontece?
Trata-se do instinto de hipersensitividade. Se há a mínima chance de que um inseto esteja sobre você, seu cérebro entra no modo “melhor estar seguro do que arrependido”. E se você acabou de afastar um inseto, provavelmente existem outros por perto, e nossos ancestrais aprenderam da pior forma que eles podem ser venenosos ou perigosos.
Há uma vantagem em se tornar hipersensitivo a insetos imediatamente depois de sentir ou ver um. Seu cérebro sinaliza “é melhor dar uma segunda verificada nesta história de inseto no braço”.
Bônus: combinando este instinto com o efeito “Tubarão”, dá para explicar fenômenos como o avistamento de fantasmas. Você ouve histórias de fantasmas, ou vê um filme, e por causa do “Efeito Tubarão”, seu instinto começa a achar que fantasmas são reais. E quando você está em um lugar arrepiante, como um cemitério, você se torna hipersensibilizado e acaba vendo fantasmas que não estão lá.
As pessoas juram ter visto fantasmas, e podem ter mesmo visto, mas isto não significa que eles estavam lá. Pode ser simplesmente o cérebro tentando mantê-las seguras, criando a imagem de um fantasma, exatamente da mesma forma que cria a sensação de um inseto que não está lá. [DrBeetle]

3. Crise da Meia-Idade


Talvez você já tenha se perguntado por que alguns homens casados acabam passando por uma “crise de meia-idade”. Só que essa crise não é afetada de fato pela idade, mas sim causada pela esposa.
Do ponto de vista da psicologia evolucionária, a crise da meia-idade é precipitada pela entrada iminente da esposa na menopausa, e o fim da sua carreira reprodutiva, o que renova no homem a necessidade de atrair mulheres mais jovens.
Por consequência, homens de 50 anos casados com mulheres de 25 anos não passam pela crise de meia-idade, e homens de 25 anos casados com mulheres de 50 anos a têm, da mesma forma que os de 50 casados com mulheres de 50 anos.
Não é a meia-idade do homem que importa, é a meia-idade da mulher. Quando ele compra um carro esporte conversível vermelho, ele não está tentando recuperar a juventude, mas atrair mulheres jovens para substituir sua esposa que está entrando na menopausa. Cruel… [en.Wikipedia]

2. Coisas que são “fofas”


Já se perguntou por que achamos certas coisas “fofas”? A essência da evolução é conseguir passar seus genes para a próxima geração da forma mais efetiva possível. Assim, era vantajoso que nossos ancestrais fossem capazes de reconhecer suas crias e sentir-se naturalmente compelidos a cuidar delas. E é daí que vem o conceito de “fofo”.
Os humanos desenvolveram uma sensibilidade natural para tudo que tem as características de um bebê humano. Isto inclui a desproporção enorme entre cabeça e corpo, e olhos grandes. O problema é que existem muitas coisas que têm estas características, como cães, gatos e outros animais. Estas semelhanças a bebês humanos disparam nosso instinto e enganam nosso cérebro, fazendo-nos gostar deles. Mesmo objetos inanimados podem criar este efeito, como, por exemplo, uma cenoura “bebê”. [GizMag]

1. A Teoria do Tio Gay


Já se perguntou por que certa porcentagem da população é homossexual? Imagine um bando de ancestrais humanos sem homossexuais na população. A taxa de reprodução seria muito maior, o que parece ser uma vantagem evolutiva. Mas com tantas crianças para cuidar, recursos como comida, supervisão, defesa e abrigo seriam limitadas. Muitas das crianças não conseguiriam chegar à idade adulta.
Agora, imagine o oposto: um grupo de ancestrais humanos com uma porcentagem enorme de homossexuais. Neste caso, teremos um pequeno número de crianças que seriam bem cuidadas. Mas ainda assim não teríamos muitas crianças chegando à idade adulta, por que começaríamos já com poucas crianças.
Finalmente, em uma abordagem parecida com a da “Cachinhos Dourados”, imagine um grupo com a quantia certa, nem demais, nem de menos, de heterossexuais e homossexuais. O número de crianças com supervisão adequada atingindo a idade adulta seria maximizada. E é exatamente o que vemos na população humana atual – uma comunidade gay pequena, mas consistente. 
Fonte: Hypescience.