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terça-feira, 25 de junho de 2013

7 mitos da produtividade desbancados pela ciência

No ritmo alucinante do mundo moderno, ser produtivo é mais do que necessário; é essencial. Mas fazer tudo o que você tem que fazer em menos tempo – para ver se sobra algum pra você – é uma arte complicada de se dominar. Ainda mais se você se prender a velhos mitos que, ao invés de te ajudar, são contraprodutivos. Confira 7 erros comuns no que se trata de produtividade, e aprenda a otimizar seu valioso tempo:


Mito 1: é preciso acordar cedo pra ser produtivo


O mito de que você pode milagrosamente resolver todos seus problemas de produtividade forçando-se a acordar cedo é antigo. Tudo começou quando o biólogo Christopher Randler publicou um estudo que apontava que quem cedo madruga é realmente mais produtivo. Claro que a conclusão criou vida própria e tem rodado por aí desde então.

O problema é que, na realidade, o biólogo apenas concluiu que as pessoas que acordam cedo têm geralmente uma atitude mais pró-ativa, e, portanto, estão dispostas a produzir mais ao longo do dia. Seus resultados podem ser facilmente explicados por considerar como a maioria de nós é socializada a acreditar que acordar cedo equivale a ter um dia inteiro para resolver tudo que precisamos.

Um estudo publicado em 2011 na revista Thinking & Reasoning aponta o que realmente devemos nos lembrar: que a chave para ser produtivo e criativo (que o estudo divide em dois tipos diferentes de atividade) é trabalhar nas horas que são melhores para você.

Se você gosta de acordar cedo (ou é forçado a tanto por causa do seu trabalho), tome conta de suas tarefas mais difíceis e problemáticas primeiro, quando você é mais produtivo. Em seguida, na parte da tarde, é hora de desacelerar e passar o tempo tendo ideias e sendo criativo. O inverso aplica-se a quem prefere acordar tarde ou pessoas que trabalham melhor à tarde ou à noite.

Simplificando, você terá mais tempo se você se levantar cedo ou trabalhar até mais tarde, quando ninguém está por perto para distraí-lo, mas isso não significa necessariamente que tal coisa vá torná-lo mais produtivo.


Mito 2: é preciso ter força de vontade e esforçar-se para conseguir fazer tudo


Outro mito de produtividade popular é que a melhor maneira de resolver tudo é com esforço e boa vontade. A verdade é exatamente o contrário: um estudo antigo (de 1972), publicado Journal of Personality and Social Psychology, desmascarou essa ideia há muito tempo, afirmando que força de vontade é limitada, e que devemos usá-la com sabedoria.

Forçar a barra ou querer abraçar o mundo é contraprodutivo. Em vez disso, você deve trocar de marcha e fazer outra coisa. É importante fazer pausas, para desengatar completamente e dar-se uma oportunidade de recarregar as energias. Infelizmente, a maioria dos ambientes de trabalho não são muito favoráveis ​​a isso, mas não é impossível trabalhar em um projeto paralelo por um tempo, ou apenas sair do escritório e dar um passeio antes de voltar para o que estava fazendo.

Um estudo de 2009 feito pela Sociedade de Gestão de Recursos Humanos e publicado na Harvard Business Review levou a ideia um passo adiante, e propôs tornar a “pausa para ficar longe do escritório” obrigatória para os empregados, por causa dos ganhos de produtividade que ela oferece.


Mito 3: telas múltiplas ajudam com a produtividade


Esse mito tem dois lados, assim como uma moeda. Se várias telas melhoram a sua produtividade, depende inteiramente do que você faz e como você trabalha.

Uma série de artigos há vários anos empurrou a ideia de que vários monitores nos tornam mais produtivos. Porém, esses estudos, em sua maioria, foram conduzidos como estratégias de marketing de empresas como Apple e Microsoft, que tinham interesse em vender mais monitores.

A verdade é que, geralmente, várias telas só aumentam a produtividade de pessoas que precisam de delimitação entre (vários) aplicativos em execução, janelas ou espaços de trabalho. O ideal aqui é ver se esse é seu caso, se realmente funciona para você, e daí fazer um investimento.


Mito 4: a internet está nos deixando burros e distraídos das coisas que realmente devemos fazer


Nicholas Carr e Clay Johnson são dois autores que já propuseram que a internet está mudando a nossa forma de pensar e absorver a informação, com a terrível consequência de que aprendemos pouco, dependendo dela para qualquer pesquisa em vez de pensar criticamente – além de sermos bombardeados com mais dados do que nos é útil.

Embora haja verdade nisso, precisamos saber diferenciar algumas coisas. Um estudo de 2011 da Universidade Columbia publicado na revista Science examinou os efeitos do Google na memória e concluiu que, sim, muitos de nós escolhem pesquisar informações ao invés de lembrá-las. O que o estudo não faz é concluir sobre o que isso significa para a inteligência humana.

O mito aqui reside na interpretação de dados científicos, e não nos dados em si. Quando convidado a recordar a velocidade do som, Albert Einstein explicou que, grosso modo, não guardava tais informações em sua mente, pois ela era facilmente disponível em livros. A internet funciona da mesma maneira. 

Só temos que aprender a ter cuidado com as informações que devemos memorizar, e as que não precisamos, porque sabemos que podemos acessar a qualquer momento. A desvantagem é que, quando fazemos isso, recebemos mais do que precisamos. Mais uma vez, cabe a nós a gerir essa “sobrecarga de informação”, em vez de jogar fora uma ferramenta valiosa por causa de uma “receita de produtividade”.


Mito 5: você só será produtivo se trabalhar em um escritório


O trabalho remoto vem ganhando muito espaço, no entanto, o mito do escritório ainda persiste, especialmente nas mentes dos gerentes e funcionários de RH que ainda acreditam que se não podem ver seus funcionários, eles não vão trabalhar direito.

Felizmente, a ciência está do nosso lado. Pesquisadores da Universidade de Stanford analisaram 500 funcionários de uma agência de viagens na China, com mais de 12.000 empregados no total, e, mesmo depois de algumas semanas, os funcionários que estavam trabalhando a partir de casa mostraram sinais definitivos de aumento de produtividade.

Outro estudo, publicado na edição de dezembro de 2012 do Journal of Consumer Research tem uma abordagem diferente, e observa que o ruído leve, como o barulho ambiente de um café, nos torna mais produtivos. Já muito ruído, como o furor de um escritório lotado, por exemplo, pode ser um assassino de produtividade. Trabalhar a partir de casa ou em um espaço público levemente movimentado pode fazer maravilhas para nossa produtividade.

Claro que aqui vale a mesma coisa do mito 1: cada um tem que pensar no que funciona melhor para si mesmo. Trabalhar a partir de casa tem seus próprios desafios, mas muitas vezes os benefícios superam as desvantagens. Se você trabalha melhor em escritório, vá até um todos os dias. Mas se você tem disciplina, gosta de trabalhar ou simplesmente trabalha melhor em casa, convença seu chefe a deixá-lo tentar.


Mito 6: classificação e organização é a solução para sobrecarga de e-mail


Passar o dia todo ordenando e organizando seu e-mail em pastas pode ser uma maneira de se “achar”, mas isso não é realmente ser produtivo, é? Lembre-se: o objetivo de qualquer método de produtividade é dar-lhe mais tempo para fazer as coisas que você precisa fazer, não lhe ocupar por horas em nome da produtividade.

Além do mais, um estudo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz concluiu que arquivar mensagens pode na verdade torná-las mais difíceis de encontrar, e, mais importante, desperdiçar nosso precioso tempo.

O estudo observou que era simplesmente mais eficiente pesquisar quando uma mensagem fosse necessária do que percorrer pastas, e, em seguida, percorrer as mensagens desta pasta. A conclusão é que métodos de acesso oportunistas são os melhores para recuperar e-mails que você precisa, porque te dão mais chances de encontrar o ponto exato que você está procurando.

Reduza o volume de e-mail que você recebe cancelando assinaturas de “porcarias”, automatize e filtre tudo o que for possível, organize manualmente pequenas coisas que precisam de um toque pessoal, e arquive/apague todo o resto.

Dessa forma, você obtém o melhor dos dois mundos: uma caixa de entrada limpa e organizada, que te ajuda a resolver o que você precisa rapidamente e, se você quiser encontrar alguma coisa, uma breve pesquisa pode ser a solução.


Mito 7: [tal método de produtividade] funciona sempre e o deixará mais produtivo


Não há um estudo que desbanque esse mito, mas com um pouco de lógica podemos concluir que, embora haja uma técnica de produtividade que funcione para todos, essa técnica não é sempre a mesma.

Isso já foi dito, mas é importante destacar: cada um tem que procurar aquilo que melhor funciona para si no quesito produtividade. Existem alguns métodos famosos de produtividade, como A Técnica Pomodoro, GTD e Personal Kanban. Você pode testá-los, misturá-los ou criar seu próprio método. No final do dia, o método de produtividade que funciona para você é o que você deve realmente usar.

A coisa mais importante a se lembrar é que o seu método de produtividade deve poupar tempo e energia para que você possa se ​​concentrar na tarefa em mãos. Se você gastar mais tempo organizando do que fazendo a coisa que você está organizando, você está perdendo tempo.

Produtividade é sobre trabalhar o suficiente para que você possa parar de trabalhar e fazer as coisas que você quer fazer, não passar o dia todo mudando documentos de uma caixa para outra.

Fonte: Hypescience.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

8 fatos matemáticos controvertidos e contra-intuitivos

Ao estudar os números, os matemáticos chegaram a várias descobertas que contrariam o senso-comum. Por exemplo, quem espera encontrar uma série de sete caras em lançamentos de moedas (cara ou coroa)? Ou descobrir que os números racionais podem ser contados?

Veja aqui oito destes fatos matemáticos, que são comprovados, e teste sua intuição com eles.


1. O problema da Gim com Tônica


Suponha que você tenha um copo de gim e um copo com tônica. Você pega uma medida da tônica e coloca no gim, e mistura bem. Em seguida, pega uma medida da mistura de gim com tônica, e coloca na tônica. A pergunta é: tem mais gim na tônica ou mais tônica no gim?


A maioria das pessoas acredita que um dos copos terá mais da substância original, como mais tônica no copo de tônica que gim no copo de gim, mas tem exatamente a mesma quantidade de tônica no copo de gim que tem de gim no copo de tônica. E é fácil demonstrar isso.

Supondo que a medida seja de 40 ml, no primeiro passo você coloca 40 ml de tônica no gim. A seguir, pega 40 ml da mistura e coloca no copo de tônica. A segunda dose contém X ml de tônica e 40X ml de gim. Então há 40X ml de gim no copo de tônica. Como você colocou 40 ml de tônica no copo de gim, mas pegou de volta Xml, tem 40X ml de tônica no copo de gim. A mesma quantia.


2. Sequências de cara ou coroa durante lances de moeda são comuns


Todo mundo sabe que quando se joga uma moeda, cada lado tem 50% de chances de ficar para cima. No entanto, se você fizer mil lançamentos, é altamente improvável que você obtenha exatamente 500 caras e 500 coroas. E se você lançar uma moeda mil vezes, quantas sequências de cinco caras você pode esperar? E quantas de dez caras? A resposta é 31 sequências de 5 caras esperadas, e 1 sequência de 10 caras esperadas.

Quando você lança uma moeda uma única vez, tem dois resultados possíveis (2^1), cara ou coroa, que vamos chamar de A e B. Se lançar duas vezes, tem quatro resultados possíveis (2^2), duas caras (AA), duas coroas (BB), uma cara seguida de uma coroa (AB), e uma coroa seguida de uma cara (BA). Uma sequência de duas caras é 1/(2^2) dos resultados possíveis. Em três lançamentos, tem 8 resultados possíveis (2^3): AAA, AAB, ABA, ABB, BBB, BBA, BAB, e BAA, e uma sequência de três caras é 1/(2^3) deles.

Percebeu o padrão? Para “n” lançamentos, existem 2^n resultados possíveis, e uma sequência de n caras é 1/2^n deles.

Para 5 lançamentos, são 32 resultados diferentes possíveis, e uma série de 5 caras é 1/32 deles. Para 10 lançamentos, há 1.024 resultados possíveis, e uma série de 10 caras é 1/1.024 deles. Usando este raciocínio, podemos calcular quantas séries de 7 caras, por exemplo, em sequência podemos esperar em 1.000 lançamentos da moeda, multiplicando o número de lançamentos pela fração de séries de 7 caras em 7 lançamentos, ou 1000*1/(2^7): aproximadamente oito séries de 7 caras.


3. Comprar seguro contra enchente ou contra vulcões


Você se muda para uma região em que acontecem enchentes a cada 100 anos e erupções vulcânicas a cada 50 anos, isto significa que a cada ano tem uma chance em 100 de ocorrer uma enchente (probabilidade de 0,01) e uma chance em 50 de uma erupção (probabilidade de 0,02). Quanto tempo você deve viver antes de ter 50% de certeza de que verá um destes eventos?

A melhor abordagem é examinar qual a probabilidade para cada ano de que nenhum destes eventos aconteça. Sabendo a probabilidade de não ser atingido por um desastre natural em um dado ano, podemos descobrir quanto tempo levará antes que possamos ter uma boa certeza de que algum destes eventos irá acontecer.

Assim, temos em um ano a probabilidade 1,0 – 0,01 = 0,99 de que não aconteça enchente naquele ano, e a probabilidade 1,0 – 0,02 = 0,98 de que não ocorra uma erupção. A probabilidade de que nenhum dos dois aconteça em um ano é obtida multiplicando as duas probabilidades – 0,99 * 0,98 = 0,9702 ou 97,02% de probabilidade de não acontecer nem enchente, nem erupção em um ano. Em dois anos, a probabilidade de que nada aconteça é de 0,9702 * 0,9702 = 0,9413, ou 94%. Para três anos, a probabilidade é de 91%.

Podemos ir fazendo o cálculo para todos os anos, até que a chance de que nada aconteça seja de 50%. Este resultado vai aparecer no 23° ano. Sabendo que você tem uma boa chance de não ver nenhum desastre natural por uns vinte anos ou mais, talvez seja mais negócio economizar em vez de comprar um seguro.


4. O problema dos falsos-positivos em exames de doenças


Suponha que há um programa de testes gratuitos para uma doença perigosa que afeta 1% da população. O teste tem um problema: ele sempre acerta quando dá negativo, mas quando dá positivo, há uma chance de 5% de ser um falso-positivo. Você faz o teste e dá positivo. É hora de se desesperar?

Não. Considere uma população de 10.000 pessoas fazendo teste. 1%, ou 100 pessoas, provavelmente tem a doença, e o teste vai dar positivo em todas elas. Além destas pessoas infectadas, o teste também vai dar positivo para 5% das pessoas não infectadas. Ou seja, de 9.900 pessoas testadas, 495 vão levar um susto tremendo.

Como você recebeu um resultado positivo, você é uma das 595 pessoas que receberam positivo. Mas só 100 dessas 595 realmente estão infectadas – 17%. Você tem 83% de chances de não estar infectado. Melhor pedir uma segunda opinião.


5. Se você quer adivinhar a profissão de alguém baseado em um atributo, você provavelmente vai errar


Suponha que você quer adivinhar a profissão de João. A única coisa que você sabe é que João segue a política muito, muito de perto. Sabendo isso, o que é mais provável: que João seja um cientista político ou um motorista de ônibus?

Como ele é “ligado” em política, você pode pensar que é mais provável que ele seja um cientista político, certo? Errado. Vamos usar alguns dados do Bureau of Labor Statistics (“Secretaria de Estatísticas do Trabalho”, em tradução livre – BLS) dos Estados Unidos. 

Segundo o BLS, existem 652.590 motoristas de ônibus nos EUA, e um número estimado de 5.750 cientistas políticos. Para cada cientista político, você tem mais de 100 motoristas de ônibus.

Com isto, a pergunta que temos que responder passa a ser: “Você acha que mais de um em cada 114 motoristas de ônibus segue a política bem de perto?”. Se a resposta for sim, então é mais provável que João seja um motorista de ônibus que um cientista político. Se for não, então é mais provável que ele seja um cientista político.

Considerando apenas estas duas carreiras, tendo 114 motoristas de ônibus para cada cientista político, a probabilidade de João ser motorista de ônibus é de 114/115, e a probabilidade dele ser um cientista político é 1/115. Vamos supor que 99% dos cientistas políticos estão interessados realmente em política, ou 99/100. Se supormos que 10% dos motoristas de ônibus tenham interesse em política, tempos P(política|motorista)=10/100.

Podemos assim calcular a probabilidade de que João seja um cientista político, sabendo que ele está interessado em política: P(cientista|política)= 99/100 * 1/115 = 99/11.500 E a probabilidade de João ser um motorista, considerando que ele está interessado em política: P(motorista|política) = 10/100 * 114/115 = 1.140/11.500. Em outras palavras, João tem 92% de probabilidade de ser um motorista de ônibus do que um cientista político, considerando que ele é interessado em política.


6. Promotores estão usando estatísticas incorretas para mandar pessoas para a cadeia


Suponha que você esteja no corpo de jurados no julgamento de um ataque ocorrido em um estádio de futebol. A testemunha chave disse que viu o assaltante usando uma camisa do Time A, e esta é a evidência que está ligando o acusado ao crime. A gerência do estádio disse para a polícia que, de acordo com as gravações de vídeo, 9% dos torcedores estavam usando a camisa do Time A. Em um teste feito pela polícia, a testemunha foi capaz de distinguir a camiseta do Time A com 80% de acerto. Você condenaria o acusado?

Muitos condenariam, considerando que a testemunha tinha bastante confiança de que o marginal estava vestindo uma camiseta do Time A, e ele teve um resultado muito bom na identificação de camisetas – 80%. Além do mais, não haviam tantos torcedores do Time A no jogo, então provavelmente é ele. Só que esta é a maneira errada de raciocinar o problema – há, na verdade, boas chances que o acusado seja inocente.

O que precisamos calcular é a probabilidade de que a camiseta que a testemunha viu realmente era uma do Time A. Para isto, precisamos fatorar dois casos: o verdadeiro criminoso realmente usava a camiseta do Time A e o caso em que a camiseta era outra. Para cada caso, temos que calcular qual a probabilidade de que a testemunha diria ter visto uma camiseta do Time A.

A probabilidade do assaltante estar com a camiseta do Time A e a testemunha reconhecer a camiseta do Time A é de 0,072 (0,80 * 0,09); a probabilidade do assaltante estar com outra camiseta e a testemunha identificar ela como sendo do Time A é de 0,182 (0,20 * 0,91). Ou seja, a probabilidade da testemunha ter identificado a camiseta como do Time A é de 0,254 (0,072 + 0,182), e a probabilidade de ter identificado corretamente uma camiseta do Time A é, então, de 28% (0,072/0,254).

Com uma probabilidade de 28% de que o assaltante realmente estava vestindo a camiseta do Time A, será que o acusado é mesmo o culpado?


7. Nem todos os espaços do jogo Monopólio são igualmente prováveis


O Monopólio (estilo Banco Imobiliário) é um jogo que combina sorte e habilidade. A parte da sorte os estatísticos já decifraram, usando as “Cadeias de Markov”. As cadeias de Markov são uma forma de mapear os estados de sistemas probabilísticos complexos, como o jogo de Monopólio.



Como exemplo, a cadeia de Markov acima mostra um modelo hipotético para o mercado. Os círculos marcam estados possíveis, e as setas, as transições ou mudanças de um estado para outro. Os números que acompanham as setas indicam a probabilidade daquela transição de estado acontecer.

O gráfico aponta, por exemplo, que um “bull market” tem 7,5% de chances de se tornar um “bear market”, 2,5% de entrar em recessão, e 90% de chances de permanecer como “bull market”. A partir deste gráfico, é possível calcular e descobrir que em 62,5% do tempo o mercado estará no estado “bull market”, 31,3% do tempo no “bear market”, e em recessão durante 6,25% do tempo.

Este mesmo tipo de gráfico pode ser feito para o tabuleiro de Monopólio. Para cada ponto de partida, existem alguns destinos com mais ou menos probabilidade, e as cartas Sorte e Cadeia são as responsáveis por isto. O resultado? As três casas mais populares – e perigosas – no tabuleiro de Monopólio são: “Prisão”, “Go” e “Avenida Illinois”.


8. Os números racionais são infinitos, mas contáveis ou enumeráveis


Os números racionais são números que podem ser expressos como frações, por exemplo, 1/2, -7/5, 22/23, 2/1, e assim por diante. Qualquer número que não possa ser representado por uma fração de dois números inteiros é considerado irracional, como “pi” e “e”.

Um conjunto contável ou enumerável é um conjunto de números que a gente pode contar quantos elementos tem, mesmo que sejam infinitos. Outra maneira de dizer isto é que você pode colocar todos os elementos do conjunto em sequência: se você faz isto, já está “enumerando” o conjunto – um elemento será o primeiro, o seguinte será o segundo, e assim por diante. Os números primos, por exemplo, podem ser colocados em sequência e são, portanto, enumeráveis.

O conjunto dos números racionais é um conjunto deste tipo, e a prova disso foi feita pelo matemático russo Georg Cantor (1845-1918). Isto é contra-intuitivo: pense em quantas frações você pode escrever que tenham valor absoluto entre 0 e 1. Se você pensou correto, deve ter dito “infinitas frações”. Mas dá para “contar” ou colocar em sequência todos os infinitos números racionais que existem? É esta a afirmação de Georg Cantor, e ele provou isto matematicamente.

O que Cantor fez foi usar um conjunto que é infinito, mas enumerável, o conjunto dos números naturais (todos os números inteiros maiores ou iguais a zero ou, em linguagem matemática, N = {0, 1, 2, 3, …}). Ele demonstrou que qualquer conjunto que pode ser relacionado diretamente ao conjunto dos naturais é, também, um conjunto enumerável, como aquele é. Em linguagem um pouco mais precisa, ele mostrou que dá para criar uma função bijetora que relacione os números racionais e os números naturais, e, assim, os racionais são enumeráveis.

Uma das maneiras de provar isso é criar uma tabelinha de numeradores e denominadores:
1/1 1/2 1/3 1/4 …
2/1 2/2 2/3 2/4 …
3/1 3/2 3/3 3/4 …
4/1 4/2 4/3 4/4 …

Em seguida, comece a anotar os números segundo diagonais, eliminando os que podem ser simplificados para outra fração que já foi contada (2/2, 3/3, 4/4 e outros iguais pode ser simplificados para 1/1, por exemplo). O resultado é uma série de frações em ordem, ou seja, enumerável:

1/1, 2/1, 1/2, 3/1, 1/3, 4/1, 3/2, 2/3, 1/4… Ah, a matemática. Já sabíamos que ela era complicada, mas ainda assim ela não deixa de nos surpreender.

Fonte: Hypescience.

sábado, 22 de junho de 2013

Excesso de sal ajuda a engordar?

Muitos processos do organismo requerem sal, ou sódio, um mineral essencial. O sal ajuda a equilibrar os açúcares no sangue, auxilia no desempenho das células, ajuda o intestino a absorver nutrientes e regula o equilíbrio de fluidos e eletrólitos em nossos corpos, para citar apenas algumas de suas funções.

No entanto, o excesso de sal pode desequilibrar muitas das nossas funções corporais também, resultando em uma série de consequências adversas, incluindo ganho de peso.




Muito sal sinaliza para o corpo reter água. A água ajuda o corpo a absorver o excesso de sódio e nivela a quantia da substância no organismo ao despachá-la. No entanto, a ingestão elevada e constante de sal nunca permite que este mecanismo natural de “despacho” aconteça, ou, pelo menos, o diminui significativamente.

Isto resulta num ganho de peso sob a forma de acúmulo de líquidos (fluidos), não gordura. Uma pessoa pode aumentar cerca de 1,5 kg – em casos extremos, mais – de peso da água extra no seu corpo devido a ingestão exagerada de sódio.

Há mais desvantagens para a saúde em se ingerir muito sal. O alto teor salino pode causar aumento da pressão arterial. Isto resulta em hipertensão, que por sua vez estressa o sistema cardiovascular do corpo.

Muito sal também pode interferir com a função renal e digestiva, resultando em ainda mais o ganho de peso e, possivelmente, graves problemas de saúde por excesso de acúmulo de toxinas no corpo.

A ingestão de sal diária máxima recomendada para adultos é de cerca de 2.300 mg, ou uma colher de chá. Pessoas que precisam controlar seu consumo de sal devem ingerir significativamente menos do que isso. Consulte o seu médico para saber a quantidade exata de sal que você deve consumir.

Reduzir a ingestão de sal quase sempre exige mudanças na dieta e estilo de vida. Evite alimentos processados, especialmente os de fast food. Estes alimentos geralmente contêm uma grande quantidade de sódio.

Além disso, evite o uso de sal ao cozinhar e não adicione sal a alimentos já cozidos. Preste atenção aos rótulos dos produtos que você come, e opte por opções de baixo teor de sódio. Mais importante ainda pode ser ingerir alimentos integrais e naturais, como frutas, legumes, cereais e proteínas magras. Fazer exercício físico regularmente e beber bastante água também ajudam a liberar o excesso de sal do sistema.

Fonte: Hypescience.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O que foi o Movimento de maio de 68 na França?

Foi uma grande onda de protestos que teve início com manifestações estudantis para pedir reformas no setor educacional. O movimento cresceu tanto que evoluiu para uma greve de trabalhadores que balançou o governo do então presidente da França, Charles De Gaulle. "Os universitários se uniram aos operários e promoveram a maior greve geral da Europa, com a participação de cerca de 9 milhões de pessoas. Isso enfraqueceu politicamente o general De Gaulle, que renunciou um ano depois", diz o historiador Alberto Aggio, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Franca (SP).




O começo de tudo foi uma série de conflitos entre estudantes e autoridades da Universidade de Paris, em Nanterre, cidade próxima à capital francesa. No dia 2 de maio de 1968, a administração decidiu fechar a escola e ameaçou expulsar vários estudantes acusados de liderar o movimento contra a instituição. As medidas provocaram a reação imediata dos alunos de uma das mais renomadas universidades do mundo, a Sorbonne, em Paris.

Eles se reuniram no dia seguinte para protestar, saindo em passeata sob o comando do líder estudantil Daniel Cohn-Bendit. A polícia reprimiu os estudantes com violência e durante vários dias as ruas de Paris viraram cenário de batalhas campais. A reação brutal do governo só ampliou a importância das manifestações: o Partido Comunista Francês anunciou seu apoio aos universitários e uma influente federação de sindicatos convocou uma greve geral para o dia 13 de maio.

No auge do movimento, quase dois terços da força de trabalho do país cruzaram os braços. Pressionado, no dia 30 de maio o presidente De Gaulle convocou eleições para junho. Com a manobra política (que desmobilizou os estudantes) e promessas de aumentos salariais (que fizeram os operários voltar às fábricas), o governo retomou o controle da situação. As eleições foram vencidas por aliados de De Gaulle e a crise acabou.


PARIS EM PÉ DE GUERRA


Universitários montaram barricadas nas ruas e usaram pedras para enfrentar a polícia.

No dia 6 de maio de 1968, uma passeata foi convocada pela União Nacional de Estudantes da França e pelo sindicato dos professores universitários. O objetivo era protestar contra a invasão da Universidade de Sorbonne pela polícia. A marcha teve a participação de mais de 2 mil estudantes, professores e simpatizantes do movimento, que avançaram em direção à Sorbonne, sendo violentamente reprimidos pelos policiais.

A multidão se dispersou, mas alguns manifestantes começaram a erguer barricadas, enquanto outros lançavam pedras contra os soldados, que foram obrigados a bater em retirada. Depois de se reagrupar, a polícia retomou a ofensiva, disparando bombas de gás lacrimogêneo e prendendo centenas de estudantes. Alguns dias depois, em 10 de maio, outras concentrações voltaram a acontecer em Paris.

A multidão ergueu novas barricadas e se preparou para resistir ao ataque policial, que aconteceu no começo da madrugada. Os confrontos duraram até o amanhecer do dia seguinte, resultando na prisão de outras centenas de manifestantes, além de deixar um grande número de feridos.

Fonte: Mundo Estranho.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A gota que faltava (por trás dos protestos)



Para entender melhor o que está acontecendo na rua, imagine que você é o presidente de um um país fictício. Aí você acorda um dia e resolve construir um estádio. Uma “arena”.

O dinheiro que o seu país fictício tem na mão não dá conta da obra. Mas tudo bem. Você é o rei aqui. É só mandar imprimir uns 600 milhões de dinheiros que a arena sai.

Esses dinheiros vão para bancar os blocos de concreto e o salário dos pedreiros. Eles recebem o dinheiro novo e começam a construção. Mas também começam a gastar a grana que estão recebendo. E isso é bom: se os caras vão comprar vinho, a demanda pela bebida aumenta e os vinicultores do seu país ganham uma motivação para produzir mais bebida. 

Com eles plantando mais e fazendo mais vinho o PIB da sua nação fictícia cresce. Imprimir dinheiro para construir estádio às vezes pode ser uma boa mesmo.

Mas e se houver mais dinheiro no mercado do que a capacidade de os vinicultores produzirem mais vinho? Eles vão leiloar as garrafas. Não num leilão propriamente dito, mas aumentando o preço. O valor de uma garrafa de vinho não é o que ela custou para ser produzida, mas o máximo que as pessoas estão dispostas a pagar por ela. E se muita gente estiver com muito dinheiro na mão, essa disposição para gastar mais vai existir.

Agora que o preço do vinho aumentou e os vinicultores estão ganhando o dobro, o que acontece? Vamos dizer que um desses vinicultores resolve aproveitar o momento bom nos negócios e vai construir uma casa nova, lindona. E sai para comprar o material de construção.

Só tem uma coisa. Não foi só o vinicultor que ganhou mais dinheiro no seu país fictício. Foi todo mundo envolvido na construção do estádio e todo mundo que vendeu coisas para eles. 

Tem bastante gente na jogada com os bolsos mais cheios. E algumas dessas pessoas podem ter a idéia de ampliar as casas delas também. Natural.

Então as empresas de material de construção vão receber mais pedidos do que podem dar conta. Com vários clientes novos e sem ter como aumentar a produção do dia para a noite, o cara do material de construção vai fazer o que? Vai botar o preço lá em cima, porque não é besta.

Mas espera um pouco. Você não tinha mandado imprimir 600 milhões de dinheiros para fazer um estádio? Mas e agora, que ainda não fizeram nem metade das arquibancadas e o material de construção já ficou mais caro? Lembre-se que o concreto subiu justamente por causa do dinheiro novo que você mandou fazer.

Mas, caramba, você tem que terminar a arena. A Copa das Confederações Fictícias está logo ali… Então você dá a ordem: “Manda imprimir mais 1 bilhão e termina logo essa joça”. Nisso, os fabricantes de material e os funcionários deles saem para comprar vinho… E a remarcação de preços começa de novo. Para quem vende o material de construção, tudo continua basicamente na mesma. O vinho ficou mais caro, mas eles estão recebendo mais dinheiro direto da sua mão.

Mas para outros habitantes do seu país fictício a situação complicou. É o caso dos operários que estão levantado o estádio. O salário deles continua na mesma, mas agora eles têm de trabalhar mais horas para comprar a mesma quantidade de vinho.

O que você fez, na prática, foi roubar os peões. Ao imprimir mais moeda, você diminuiu o poder de compra dos caras. Inflação é um jeito de o governo bater as carteiras dos governados.

Foi mais ou menos o que aconteceu no mundo real. Primeiro, deixaram as impressoras de dinheiro ligadas no máximo. Só para dar uma ideia: em junho de 2010, havia R$ 124 bilhões em cédulas girando no país. Agora, são R$ 171 bilhões. Quase 40% a mais. Essa torrente de dinheiro teve vários destinatários. 

Um deles foram os deputados, que aumentaram o próprio salário de R$ 16.500 para de R$ 26.700 em 2010, criando um efeito cascata que estufou os contracheques de TODOS os políticos do país, já que o salário dos deputados federais baliza os dos estaduais e dos vereadores. Parece banal. E até é.

Menos irrelevante, porém, foi outro recebedor dos reais novos que não paravam de sair das impressoras: o BNDES, que irrigou nossa economia com R$ 600 bilhões nos últimos 4 anos. Parte desse dinheiro se transformou em bônus de executivo. Os executivos saíram para comprar vinho… Inflação. Em palavras mais precisas, o poder de compra da maioria começou a diminuir. Foi como se algumas notas tivessem se desmaterializado das carteiras deles.

Algumas dessas carteiras, na verdade, sempre acabam mais ou menos protegidas. Quem pode mais tem mais acesso a aplicações que seguram melhor a bronca da inflação (fundos com taxas de administração baixas, CDBs que dão 100% do CDI…, depois falamos mais sobre isso). O ponto é que o pessoal dos andares de baixo é quem perde mais.

Isso deixa claro qual é o grande mal da inflação: ela aumenta a desigualdade. Não tem jeito. E esse tipo de cenário sempre foi o mais propício para revoltas. Revoltas que começam com aquela gota a mais que faz o barril transbordar. Os centavos a mais no ônibus foram essa gota.

Fonte: Super Interessante.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

6 coisas que os pais podem fazer melhor do que as mães

Manter uma família não é uma competição, e sim um trabalho em equipe, mas, ainda assim, a noção de que “mães têm um papel mais importante do que pais na vida dos filhos” continua forte. Não seria hora de atualizar esse retrato?

A seguir, você verá seis pontos em que pais, à sua maneira, conseguem ajudar tanto quanto as mães (ou até melhor):


6. Brincadeiras físicas


Fugindo um pouco do excesso de zelo que muitas mães têm, pais em geral estão mais dispostos a tocar seus filhos com mais firmeza, seja em esportes ou em brigas de travesseiro e brincadeiras similares, de acordo com o psicólogo Lawrence J. Cohen. Esse tipo de contato pode ajudar a mostrar que nem todo toque tem um sentido agressivo ou sexual.


5. Preocupação sob controle


“Eu tinha um amigo que dizia a seus filhos ‘não me chamem, a menos que alguém esteja sangrando’”, conta Cohen. Apesar do exagero, essa brincadeira resume o estilo de muitos pais, que tendem a “esperar” mais do que as mães para ajudar os filhos.
Se for equilibrada, essa atitude ajuda na construção da autoconfiança do filho, que precisa se esforçar para lidar com seus problemas (mesmo podendo contar com a ajuda de seus pais).


4. Lado a lado


De modo geral, pais costumam estar literalmente ao lado de seus filhos, seja vendo um filme, ensinando algo ou ajudando em alguma tarefa manual, enquanto mães tendem a atuar cara a cara (ouvindo, aconselhando, observando).
“[Atividades] lado a lado ajudam a construir capacidade e confiança, e isso ocorre realmente porque há alguém com você, fazendo coisas com você”. Esse efeito se complementa com o do contato cara a cara, que ajuda a construir intimidade emocional.


3. Diversão em criar (os filhos)


De acordo com um estudo publicado esse ano no periódico Psychological Science, pais, de modo geral, apreciam mais do que mães a criação dos filhos – possivelmente porque elas se desgastam mais devido à preocupação com os filhos e, dependendo da estrutura da família, com as tarefas domésticas.


2. Reconhecimento


“Saber que uma criança se sente amada por seu pai é uma maneira melhor de prever como será seu senso de bem-estar, felicidade e satisfação com a vida, em comparação com o sentimento de ser amado por sua mãe”, explica o pesquisador Ronald Rohner, que publicou em 2012 um estudo sobre o impacto da aceitação paterna. Isso ocorre, possivelmente, por causa da ideia de que o pai tende a ser mais exigente a respeito do reconhecimento que dá aos filhos, enquanto a mãe, a princípio, dá um reconhecimento mais “incondicional”.


1. Amor de pai


A força dos vínculos que uma mãe pode ter com seus filhos, por maior que seja, não deveria ser usada para menosprezar o amor de um pai. Segundo um estudo publicado em 2010 no periódico Biological Psychiatry, o nascimento de um filho eleva o nível de oxitocina (conhecida como “hormônio do amor”) dos pais durante as primeiras semanas. Além disso, são cada vez mais comuns as famílias que se organizam de modo que o pai possa ser quase tão presente na vida dos filhos quanto (ou mais do que) a mãe.

Fonte: Hypescience.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Quais foram as manifestações políticas que reuniram as maiores multidões no Brasil?

Com certeza, 17 de junho é um dia que ficará marcado na história do Brasil. Jornais, rádios e emissoras de televisão afirmam que a manifestação é a maior dos últimos 20 anos, onde o povo finalmente saiu às ruas para manifestar a sua frustração com a péssima qualidade do transporte público, a corrupção, a inflação, o sistema de saúde precário, os altos custos com a Copa do Mundo e a repressão policial, pregando uma manifestação pacífica, acima de tudo. 

Os protestos que começaram em São Paulo, no dia 06 de junho, desencadearam o estopim para centenas de cidades no Brasil e no mundo, onde os manifestantes reclamavam do aumento da tarifa da passagem de ônibus de R$ 0,20. Houve confronto com a polícia, que utilizou bombas de ar lacrimogênio, bombas de borracha para conter os manifestantes. 

Então, o que começou com um simples protesto contra o aumento das tarifas, gerou uma enorme repercussão, onde agora, embora os temas ainda estejam um pouco difusos, centenas de pessoas tem se reunido nas ruas, para protestar não somente o aumento da tarifa, como também os gastos com a Copa do Mundo, a corrupção, a inflação e principalmente a liberdade de expressão, que não pode ser representada por partido nenhum. 

Assim, como os manifestantes estão fazendo história, muitos outros protestos já foram realizados no Brasil nas últimas décadas. E como entender a nossa própria história é importante para entender o processo pelo qual estamos passando agora, nada melhor do que conferir quais foram as manifestações que reuniram as maiores multidões no Brasil.


"Taí uma resposta difícil! A falta de critérios objetivos para avaliar o número de participantes em manifestações de rua, principalmente antes da década de 1960, torna bem arriscado fazer algum ranking sobre o assunto. Outro problema é que os números, quando existem, costumam ser manipulados por simpatizantes ou adversários de tais manifestações, uns tentando aumentá-los, outros diminuí-los. "É bem difícil estabelecer uma hierarquia de movimentos populares no Brasil, sem situá-los em suas conjunturas e compreendê-los em seus processos históricos", diz o historiador Alexandre Hecker, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Assis (SP). Mesmo com todos esses poréns, é possível listar pelo menos cinco grandes manifestações populares que marcaram a história do Brasil. Uma delas, aliás, está completando 20 anos neste mês. Confira abaixo.

A voz do povo

Campanha por eleições diretas levou milhões às ruas há exatos 20 anos.


Revolta da Vacina (1904)


Para combater epidemias no Rio de Janeiro, o sanitarista Osvaldo Cruz conseguiu que a vacinação contra a varíola virasse obrigatória. Em novembro de 1904, a população se revoltou contra a medida e milhares de pessoas protestaram nas ruas. Não há estimativas precisas do número de manifestantes


Suicídio de Getúlio Vargas (1954)


Em meio a uma crise política, o presidente Getúlio Vargas se suicidou em agosto de 1954. Sua "carta-testamento", com críticas aos seus opositores, agravou o clima de comoção e revolta. Manifestações populares ocorreram em várias cidades nos dias seguintes. Algumas estimativas apontavam para até 3 milhões de pessoas nas ruas do país


Comícios das Diretas Já (1984)


Entre janeiro e abril de 1984, grandes comícios foram realizados no país pedindo a volta das eleições diretas para presidente, abolidas desde 1964. Os dois maiores foram em abril: na Candelária, no Rio, cerca de 1 milhão de pessoas se reuniram no dia 10; no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, o número estimado chegou a 1,5 milhão, no dia 16


Impeachment de Collor (1992)


Denúncias de corrupção que atingiam o presidente Fernando Collor pipocaram na imprensa em 1992. Passeatas ocorreram em vários estados para exigir o impeachment de Collor, ou seja, seu afastamento da presidência. Uma das principais foi em São Paulo, no dia 18 de setembro, reunindo cerca de 750 mil pessoas


Marcha da Família e Marcha da Vitória (1964)


Em 19 de março de 1964, reuniram-se em São Paulo quase 500 mil pessoas na "Marcha da Família", um protesto contra o presidente João Goulart. Poucos dias depois ele foi deposto e, em 2 de abril, cerca de 1 milhão de pessoas participaram, no Rio, da "Marcha da Vitória" para saudar a queda de Goulart."

Fonte: Super Interessante.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

10 músicas de protesto contra a ditadura militar

São Paulo (e outras cidades do país) está passando por um momento histórico. O que inicialmente era um ato contra o aumento da passagem do transporte público, virou uma grande manifestação a favor dos direitos do cidadão. 

Assim, para lembrar dos manifestos, nada melhor do que rever as músicas de protesto que fizeram história durante a ditadura militar no Brasil. Mais do que uma forma de manifestação, a música é, sem dúvida, uma importante ferramenta de comunicação, carregada de mensagens de forte teor político. Confira as dez mais conhecidas:





Vale ressaltar que nem todas as músicas foram criadas como forma de protesto. Por exemplo, alguns cantores, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, compunham músicas com forte teor político e social, mas nem sempre faziam críticas diretas à ditadura. Porém, são citadas por fazerem parte de um momento histórico único em nossa história, caracterizado pela efervescência cultural.


1- Alegria, alegria



A música Alegria, Alegria foi lançada em 1967, por Caetano Veloso. Valorizava a ironia, a rebeldia e o anarquismo a partir de fragmentos do dia-a-dia. Em cada verso, revelações da opressão ao cidadão em todas as esferas sociais. A letra critica o abuso do poder e da violência, as más condições do contexto educacional e cultural estabelecido pelos militares, aos quais interessava formar brasileiros alienados.

Trecho: O sol se reparte em crimes / Espaçonaves, guerrilhas / Em cardinales bonitas / Eu vou…



2- Caminhando



Caminhando (Pra não dizer que falei das flores) é uma música de Geraldo Vandré, lançada em 1968. Vandré foi um dos primeiros artistas a ser perseguido e censurado pelo governo militar. A música foi a sensação do Festival de Música Brasileira da TV Record, se transformando em um hino para os cidadãos que lutavam pela abertura política. Através dela, Vandré chamava o público à revolta contra o regime ditatorial e ainda fazia fortes provocações ao exército.

Trecho: Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão

3- Cálice



A música Cálice, lançada por Chico Buarque em 1973, faz alusão a oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim do Getsêmane: “Pai, afasta de mim este cálice”. Para quem lutava pela democracia, o silêncio também era uma forma de morte. Para os ditadores, a morte era uma forma de silêncio. Daí nasceu a ideia de Chico Buarque: explorar a sonoridade e o duplo sentido das palavras “cálice” e “cale-se” para criticar o regime instaurado.

Trecho: De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) / De muito usada a faca já não corta / Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!) / Essa palavra presa na garganta


4- O bêbado e o equilibrista



O bêbado e o equilibrista, foi composto por Aldir Blanc e João Bosco e gravado por Elis Regina, em 1979. Representava o pedido da população pela anistia ampla, geral e irrestrita, um movimento consolidado no final da década de 70. A letra fala sobre o choro de Marias e Clarisses, em alusão às esposas do operário Manuel Fiel Filho e do jornalista Vladimir Herzog, assassinados sob tortura pelo exército.

Trecho: Que sonha com a volta / Do irmão do Henfil / Com tanta gente que partiu / Num rabo de foguete / Chora! A nossa Pátria Mãe gentil / Choram Marias e Clarisses / No solo do Brasil…

5- Mosca na sopa


Mosca na sopa é uma música de Raul Seixas, lançada em 1973. Apesar das controvérsias acerca do sentido da música, a letra faz uma referência clara à ditadura militar. Através de uma metáfora, o povo é a “mosca” e, a ditadura militar, “a sopa”. Desta forma, o povo é apresentado como aquele que incomoda, que não pode ser eliminado, pois sempre vão existir aqueles que se levantam contra regimes opressores.


Trecho: E não adianta / Vir me detetizar / Pois nem o DDT / Pode assim me exterminar / Porque você mata uma / E vem outra em meu lugar…


6 - É proibido proibir




É proibido proibir é uma música de Caetano Veloso, lançada em 1968. Esta canção era uma manifestação das grandes mudanças culturais que estavam ocorrendo no mundo na década de 1960. Na apresentação realizada no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, a música de Caetano foi recebida com furiosa vaia pelo público que lotava o auditório. Indignado, Caetano fez um longo e inflamado discurso que quase não se podia ouvir, tamanho era o barulho dentro do teatro. 

Trecho: Me dê um beijo meu amor / Eles estão nos esperando / Os automóveis ardem em chamas / Derrubar as prateleiras / As estantes, as estátuas / As vidraças, louças / Livros, sim…

7-Apesar de você


Depois de Geraldo Vandré, Chico Buarque se tornou o artista mais odiado pelo governo militar, tendo dezenas de músicas censuradas. Apesar de você foi lançada em 1970, durante o governo do general Médici. A letra faz uma clara referência a este ditador. Para driblar a censura, ele afirmou que a música contava a história de uma briga de casal, cuja esposa era muito autoritária. A desculpa funcionou e o disco foi gravado, mas os oficiais do exército logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida de tocar nas rádios.

Trecho: Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor reprimido / Esse grito contido / Esse samba no escuro

8- Acender as velas


A música Acender as velas, lançada em 1965, é considerada uma das maiores composições do sambista Zé Keti. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964. A letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da favela. Faz uma crítica social as péssimas condições de vida nos morros do Rio de Janeiro, na década de 1960.

Trecho: Acender as velas / Já é profissão / Quando não tem samba / Tem desilusão / É mais um coração / Que deixa de bater / Um anjo vai pro céu

9- Que as crianças cantem livres


Que as crianças cantem livres é uma composição de Taiguara, lançada em 1973. No mesmo ano, o cantor se exilou em Londres, tendo sido um dos artistas mais perseguidos durante a ditadura militar. Taiguara teve 68 canções censuradas, durante o período de maior endurecimento do regime, no fim da década de 1960 até meados da década de 1970.

Trecho: E que as crianças cantem livres sobre os muros / E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor / E que o passado abra os presentes pro futuro / Que não dormiu e preparou o amanhecer…

10- Jorge Maravilha

Jorge Maravilha, lançada em 1974, é mais uma música de Chico Buarque, agora sob o pseudônimo de Julinho de Adelaide, criado para driblar a censura. Os versos “você não gosta de mim, mas sua filha gosta” parecia uma relação conflituosa entre sogro, genro e filha. Mas, na verdade, fazia alusão à família do general Geisel. Geisel odiava Chico Buarque. No entanto, a filha do militar manifestava interesse pelo trabalho do compositor. 

Trecho: E como já dizia Jorge Maravilha / Prenhe de razão / Mais vale uma filha na mão / Do que dois pais voando / Você não gosta de mim, mas sua filha gosta

domingo, 16 de junho de 2013

7 bons motivos para tomar café

Se você adora café, vai gostar dessa lista. Se você não gosta (ou simplesmente não toma, por alguma outra razão), talvez mude de ideia em relação a uma das bebidas mais consumidas do mundo. Confira:


7. Café pode deixar você mais inteligente


Muita gente leva algum tempo para “pegar no tranco” logo depois de acordar, e a cafeína (ingrediente ativo do café) pode ajudar no processo: ela bloqueia os efeitos inibitórios do neurotransmissor adenosina e, com isso, aumenta a atividade dos neurônios e a liberação de outros neurotransmissores, como a dopamina (importante para a transmissão de impulsos nervosos) e a noradrenalina (que pode elevar sua capacidade de atenção).

Diversos estudos mostram que a cafeína pode melhorar o humor, diminuir o tempo de reação, 
melhorar a memória e as funções cognitivas em geral.


6. Café pode ajudar você a queimar gordura


Outro efeito da cafeína é a aceleração do metabolismo e a elevação do uso de ácidos graxos presentes nos tecidos gordurosos. Além disso, como é uma substância estimulante, pode melhorar a performance da pessoa em exercícios físicos.


5. Café pode reduzir seu risco de desenvolver diabetes tipo 2


Esse tipo de diabetes afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo e faz com que o doente tenha níveis elevados de glicose no sangue, o que pode levar a uma série de complicações.

Em diversos estudos de observação, pesquisadores concluíram que o consumo habitual de café pode reduzir as chances de se desenvolver diabetes tipo 2 (a redução vai de 23% a 67%, de acordo com as pesquisas).

Um estudo em particular, publicado no periódico JAMA International Medicine, avaliou dados de outros 18 (totalizando 457.922 participantes) e concluiu que cada xícara de café consumida diariamente reduzia em 7% o risco de se desenvolver esse tipo de diabetes.


4. Café pode reduzir suas chances de desenvolver doença de Alzheimer e de Parkinson


Diversas pesquisas mostram que o consumo diário de café (a depender da quantidade e de outros fatores, naturalmente) pode diminuir em 60% as chances de se desenvolver doença de Alzheimer e de 32% a 60% as chances de se desenvolver doença de Parkinson.


3. Café pode ajudar a preservar seu fígado


Essa é para os bebedores de plantão: tomar quatro xícaras de café por dia pode reduzir em 80% suas chances de desenvolver cirrose hepática (estágio em que grande parte do tecido do fígado está comprometida, normalmente devido a consumo excessivo e constante de álcool). O café também pode reduzir em 40% as chances de se desenvolver câncer no fígado.


2. Café pode diminuir suas chances de morrer


Ao reduzir as chances de desenvolver diabetes tipo 2 e outras doenças mencionadas acima, a bebida pode aumentar sua expectativa de vida.


1. Café possui nutrientes importantes


Pode não parecer, mas uma xícara de café contém, em média:
- 6% do valor diário recomendado (VDR) de Vitamina B5;
- 11% do VDR de Vitamina B2;
- 2% do VDR de Vitamina B3 e Vitamina B1;
- 3% do VDR de Potássio e Manganês;

Quantidade considerável de antioxidantes (que ajudam a preservar suas células).
Pode parecer pouco, mas se você toma duas ou mais xícaras por dia…
Evidentemente, essa lista de benefícios não é uma desculpa para exagerar no consumo de café (mais de 4 xícaras por dia), o que pode trazer complicações à sua saúde.

Mas, no final, bateu a vontade de tomar um café depois de ler este artigo?

Fonte: Hypescience.